gabspittol 30/09/2022
"Imagine como seria interessante se eu publicasse um romance sobre o Anexo Secreto. Só o título faria as pessoas acharem que é uma história de detetives. Sério, dês anos depois da guerra, as pessoas achariam muito interessante ler sobre como nós vivemos".Gatilho! Holocausto, nazismo, abuso físico.
O clássico Diário de Anne Frank realmente merece o título que tem! Anne tinha 14 anos quando foi obrigada a ser esconder no sótão de uma casa em Amsterdã com sua família de origem judia, para escapar da morte pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Anne Frank começou a escrever seu diário enquanto estava ali, naquele esconderijo, e relata horrores da guerra, além da dificuldade de viver confinada em um espaço minúsculo com outra família, onde ninguém podia sair e eles precisavam lidar com problemas como a fome, tédio e o medo constante.
Anne Frank teve a ideia de deixar seu diário como registro após ouvir no rádio que o governo holandês sugeria que cartas e diários fossem usados oficialmente como documentos da ocupação alemã e da guerra. A família de Anne Frank infelizmente foi entregue ao governo nazista e é ali que os relatos da menina são interrompidos de forma brusca. Com o fim da guerra, o diário foi entregue de volta para seu pai, Otto Frank, que realizou o desejo da filha e publicou os relatos da filha em 1947.
“Sério, dez anos depois da guerra as pessoas achariam muito interessante ler sobre como nós vivemos”, Anne não poderia estar mais certa! E preciso dizer que é difícil pensar nela como uma adolescente enquanto você lê o diário. É nítido o amadurecimento da menina através da forma como sua escrita e assuntos abordados mudam. Impossível não imaginar como ela teria sido uma incrível jornalista e escritora, se não fosse a guerra e o holocausto nazista.
Recomendo demais o livro! Mas preciso dizer que levei muito tempo para concluir a leitura porque sentia muita angústia quando pensava naquelas famílias ali, confinadas, escondidas. E pensar que isso tudo é real aumenta ainda mais essa sensação. E com o final do diário, não consigo parar de pensar em como gostaria de ler mais coisas publicadas por Anne Frank.
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