A jangada de pedra

A jangada de pedra José Saramago




Resenhas - A Jangada de Pedra


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sonia 05/03/2012

Meu Saramago preferido.


Esta é uma sátira política deliciosa.
Um dia, um pedaço da Europa se despreende do continente e fica à deriva: uma ponta da península ibérica: Portugal.
Através das notícias de jornais e das reações dos diversos países e organizações políticas do mundo ao fato, vai-se delineando a visão cada um tem de Portugal, revelam-se pré conceitos, rivalidades, interesses, intenções ocultas, afetos, relações em nada ‘politicamente corretas’ mas certamente cômicas na pena magistral de Saramago.
Acontecimentos fantásticos antecedem o acidente e também a sua miraculosa reversão, recolocando no lugar o pobre país, agora ciente do real papel que representa ante os outros agora envergonhados, vulneráveis e expostos em sua maldade, fragilidade ou solidariedade.
A ética, no fundo, é um idéia bonita, na hora de agir somos todos auto centrados.
Guilherme 05/10/2013minha estante
Mas Espanha também não se desprende?


sonia 06/10/2013minha estante
Tem razão, Guilherme,
ele chama tudo de Lusitânia,
é um belo livro.




Ana 29/09/2022

Gostei demais deste livro, a escrita de Saramago é muito boa e particularmente eu gosto bastante. Ele descreve a história e os personagens muito bem e as metáforas e comparações que ele faz neste livro são muito interessantes.
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Fernanda Taniz 06/11/2022

demorei muito pra sair dessa leitura, misturado à ressaca literária então, piorou ainda mais. bom, sobre o livro não me senti nada conectada na história. entendi a lógica que Saramago quis falar, mas não consegui mesmo fazer parte dela.
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Carol749 14/09/2022

O que mais gosto nos livros do Saramago é o imaginário surrealista e a forma de narrar a história como quem conta um causo, e esse livro não é excessão em nenhum dos dois pontos.
Com a separação da península ibérica da Europa, o autor nos trás questões de pertencimento a pátria e qual espaço ocupamos, e é quase impossível não se sentir próximo ao grupo de amigos que conduzem a narrativa.
Saramago segue sendo um dos meus autores favoritos.
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Marcelo.Alencar 19/05/2023

A jangada de Pedra
Esse romance é muito mais do que uma história de um acidente geográfico. É um profundo pensar sobre a solidão. Espetacular!
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Camila Felicio 27/05/2024

Antes da entrada oficial de Portugal e Espanha dentro da União Europeia o que via-se era uma aproximação de ambos com o governo estadunidense! Motivos não faltavam, diferenças sociais entre os países ricos do bloco sempre foram sentidas e durante o Franquismo e o Salazarismo os yankees sempre tiveram a intenção de tentar aceitar os regimes ditatoriais que vigoravam na península ibérica (nada novo vindo do Tio Sam) inclusive fazendo acordos econômicos e bases militares em ditos países... É nesse contexto e às vésperas da entrada efetiva dos ibéricos na Europa, e nova normalidade democrática pós Rev dos Cravos e morte de Francisco Franco que Saramago escreveu seu livro. (a Europa refiro-me ao bloco econômico que hoje mistura-se com a ideia de continente, tanto que há europeus alegando que os ingleses saíram da Europa e não da UE- oq geograficamente é impossível).
Com muito humor, muita crítica a fácil aceitação e tranquilidade ibérica, muuuuuuitos guiños a questões culturais,políticas, históricas locais e referências geográficas que uma pessoa não nativa ou residente (ou que tenha vivido ou conhecido os países) terá muita dificuldade em assimilar por lhe ser tudo alheio! Para mim foi um deleite... O centralismo castelhano, a dureza e força galega, a tranquilidade lusitana, a vida quixotesca dos andaluzes são apresentados durante o texto, e tudo durante o trajeto que os personagens principais percorrem,no chamado Caminho de Santiago (caminho francês, o mais conhecido) tido como místico e reflexivo.
Maravilhoso! Saramago é necessário e único!!
Ao contrário de Ensaio sobre a Cegueira em que a leitura é super tranquila aqui nos deparamos com um texto que exige conhecimentos prévios do leitor que desconhece as nuances culturais e políticas ibéricas, além de maior atenção as sutilezas do texto para captar as mensagens!
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neide 15/03/2020

O livro descreve um acontecimento surreal. A peninsula Ibérica se separa da Europa e vai navegando pelo Atlântico como se fosse uma Jangada de Pedra.
Ótima leitura para quem gosta de história.
Gostei muito. Saramago sempre criativo.
Recomendo a leitura
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Yuri 02/06/2015

Viajando sobre uma pedra que navega



Esse é o segundo livro que eu leio do Saramago, sendo o primeiro Todos os Nomes. Não é tão bom quanto. O começo é um pouco lento, mas depois de umas páginas pega no tranco e vai como se fosse numa ladeira. Saramago escreve em blocos maciços em vez de tijolinhos de alvenaria, isso deixa a leitura meio cansativa, no geral, não atrapalha, é só não ter pressa. Do mesmo jeito de Todos os Nomes, temos a história, mas o que importa mesmo é a técnica narrativa, que bota muito em pouco e tira leite de pedra. Saramago, se quisesse e estivesse vivo, poderia descrever o mundo todo a partir de um barbante.

A história é essa: a península ibérica se desgruda da Europa e sai pelo mundo ter suas próprias aventuras. Os personagens principais são seis, contando o cachorro e tirando a massa de pedra, cada qual acredita ter, de modo diretamente indireto, contribuído com a separação. Acompanhamos, usando de muitas ironias, a situação política, diplomática e social que causa ao mundo o passeio, criticando de tudo um pouco, com justas justificativas. É inteligente, porém, em certa altura do livro, o leitor percebe que na risada não há graça. O final é súbito, dá gosto. O autor acaba quando bem acha que, mesmo havendo muito para se contar, já não dá mais. Em outras palavras, entediou-se, apesar do termo não ser exato, dessa história e não vai tentar estourar o elástico das tramas. Só se dá próximo ao fim, além do óbvio esgotamento das páginas, pois de tão cansado que Saramago estava, cansado está você também ao terminar de ler.


P.S

Uma comparação interessante é com Dom Quixote, citado algumas vezes durante a a história. São livros sobre jornadas inusitadas de pessoas um tanto fora de si. Até divide-se em episódios, como no Quixote, não muito absurdos individualmente, e sim no contexto amplo do que ocorre. O autor parece, por vezes, quando começa a citar em cadeia ditados populares à lá Sancho Pança, querer fazer saliente o paralelo.
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Marcos Faria 01/06/2013

Uma das coisas mais impressionantes em "A jangada de pedra" (Cia. das Letras, 1988) é ter sido escrito em 1986, e não na sequência da crise financeira de 2008. Quando Portugal e Espanha ficam à deriva da Europa e os jovens do continente vão às ruas gritar "nós também somos ibéricos", o romance antecipa em vinte anos a falência dos PIGS e os protestos contra o desmonte do wellfare state. Mas o grande mérito é mesmo a forma como José Saramago imiscui o coletivo no individual, o pessoal no político, a História nas histórias, sem solução de continuidade, demonstrando como os dois são a mesma coisa ainda que diferentes, tanto quanto Portugal e Espanha são partes indissociáveis de uma Ibéria vagando pelo Atlântico.

(Publicado originalmente no Almanaque - http://almanaque.wordpress.com/2013/06/01/meninos-eu-li-35/)
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Leituras do Sam 19/12/2018

As viagens com Saramago
É a minha segunda leitura desse romance e digo sem somora de dúvidas que terminei com a certeza de que li "errado" da primeira vez. Dei 2 estrelas e agora só posso dar 5.
O livro é lindo, dramático, tem realismo fantástico, tese, metalinguagem, uma estrutura narrativa dinâmica e interessante.
É quase um microcosmos da obra de José Saramago.
Amo os personagens desse livro.
Amo esse velhinho que agora só está entre nós através das belas estórias que sua mente criou.

@leiturasdosamm
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@lucassntn 25/07/2018

Incrível
Não importa o enredo, Saramago sempre estregou uma história incrível com sua escrita peculiar. Com uma narração genial, cheia de ironias, referências, críticas sócio políticas disfarçadas de realismo fantástico, e passagens tão bem colocadas que nos dão vontade de relever mil vezes, ele faz a leitura se tornar fascinante. Aqui, os personagens e sua jornada são secundários à própria narração. Uma leitura lenta, porém super rica.
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Marcus 13/08/2023

Saramago dispensa comentários. As histórias mais loucas ganham vida e
realidade no meio das frases e letras mais bem construídas da língua portuguesa.

Esta é a história de quando a península ibérica se descolou do continente e ficou à deriva no Oceano Atlântico. É também a história de cinco pessoas e um cão que vagam pela agora ilha.
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Rodolfo Vilar 09/01/2017

Jangada de Pedra (Identidades) | Bodega Literária
​Em determinado momento da história da humanidade uma sucessão de fatos se desenrolam, provocando um acontecimento contraditório nunca antes assistido por alma viva, ou até, morta. Uma moça chamada Joana Carda, enquanto entrete-se com o lindo pôr do sol, têm em mãos uma vara de oumeiro que despreocupadamente a utiliza para desenhar um traço no chão. Outro indivíduo, de nome Joaquim Sassa, que também está enriquecido de olhar o pôr do sol, só que na praia, subitamente cria forças para jogar a léguas de distância uma pedra que segundo a física seria praticamente impossível que tal sujeito conseguisse sequer levanta-la do solo. José Anaiço, em outras paragens, um homem comum de sua província, sente-se como vigiado por mil olhos quando na verdade o que está a acontecer é que um bando de estorninhos, numa nuvem negra e dançante, o persegue em todas as direções, chamando a atenção de todos que assistem tal cena. Numa casa abandonada da zona rural perto do Alentejo, Maria Guaraiva, que está simplesmente a desfiar um dos pares de meia para enrolar o novelo de lã, percebe que o fio que está a puxar continua no estado de continuar a desfazer-se, parecendo nunca ter fim, o que é fato verídico. Por fim, mais dois personagens entram em cena, um deles Pedro Orce, o homem que depois de tantos fatos acaba se tornando um sismógrafo, onde qualquer pessoa que lhe toque sentirá o poder da terra a treme-lhe sobre a pele. E por fim, um cão abandonado e místico chamado apenas de Cão, que não tendo por vontade ou destino um lugar para ir, irá juntar-se ao grupo de indivíduos que presenciarão, por seus próprios olhos, a separação da península ibérica do resto do continente europeu. Um fato sem lógica, sem respostas e que levará a consequências drásticas e felizes.

Lançado em 1986, Jangada de Pedra é o sexto romance de José Saramago, que escrito num contexto histórico bastante conflituoso, demonstra o momento em que estava ocorrendo a ideia da Unificação da Europa, onde os países Ibéricos (tratados no romance como Espanha e Portugal) estavam sendo postos de lado nas decisões políticas e econômicas, fazendo com que Saramago criasse essa alusão dos países, num momento específico, separados do restante do continente, a boiar numa deriva como uma grande jangada de pedra, representando então a falta de consideração com tal povo que parecem, num momento, não terem sequer voz, muito menos identidade cultural ou econômica.
Durante todo o romance vamos caminhando junto com os personagens, evoluindo numa escala de fatos toda vez que um novo é inserido, demonstrando assim as consequências que a separação provoca nas pessoas, na economia, na ciência e até quiçá, nos amores. Em suma, apesar de tanta crítica a cerca das suas próprias opiniões políticas, Saramago escreve um livro sobre o destino, tratando desse fator como um dado universal que não é causado por coincidência, e se o é, faz com que suas consequências sejam lógicas. O engraçado é que futuramente esse livro seria tratado de certa forma como um agouro na vida do Saramago, já que, depois da publicação de “O evangelho segundo Jesus Cristo”, livro que causou polêmica no seu país levando o autor a se exilar na ilha de Lanzarotti (fato que o próprio negou severamente até sua morte). Muitos dizem que o próprio Saramago criou sua jangada de pedra, vivendo longe das criticas sobre suas obras, sendo pouco perseguido pela mídia e tendo uma vida tranquila ao lado de sua esposa, Pilar.

​Ler Jangada de Pedra foi estar em conflito com a ideia de um povo perdendo sua identidade, nesse caso específico, os espanhóis e portugueses vendo serem próprios banidos, por forças da natureza, de seu território. De forma mais profunda, a jangada de pedra simboliza o estado de inanição de um povo ou indivíduo que sente-se de mãos amarradas, não conseguindo ele(s) próprio(s) tomarem uma iniciativa na resolução do problema, ficando como no romance, a observarem o navegador dos acontecimentos e seu destino. José Saramago, que nesse ponto de seus romances está totalmente maduro, consegue mesclar suas opiniões e críticas ao que estava acontecendo no seu próprio momento histórico, mostrando o quanto ele era antenado ao assuntos políticos que lhe mereciam atenção. Ler Jangada de Pedra não foi somente uma diversão, onde ficamos esperando ver o que acontecerá com o destino de seis personagens, foi mais que isso. É entender um pouco de posicionamento politico, entender contextos e dar graças por existir escritor tão belo quanto José Saramago.


site: http://bodegaliteraria.weebly.com/biblioteca/jangada-de-pedra-identidades-jose-saramago
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veroaragao 18/03/2024

Obra-prima
Ninguém pode morrer sem ler Saramago, livro essencial e autor essencial. A língua portuguesa deve muito a ele.
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