GabsConatti 26/01/2017
O que é ir para frente?
Rubem Alves nos leva a uma reflexão sobre a educação atual e a prática dos professores em sala de aula. Além disso, ele procura nos fazer perceber que a criança deve poder se expressar e dar sua opinião pois só se aprende verdadeiramente aquilo que se está interessado. Por esse motivo Alves diz que o papel de nós, professores, é fazermos os alunos a sentirem atração pelo conteúdo que eles devem aprender. Apesar da analogia engraçada, ele diz que os professores, segundo a sugestão de Roland Barthes é o mestre do "Kama Sutra" hahaha
"Sendo assim, chegamos à deliciosa conclusão de que o professor, antes de ser um ensinador de saberes, é um provocador de amor. É preciso que os alunos estejam eroticamente excitados pelo objeto para que desejem possuí-lo pela penetração da inteligência. Se assim não for, se os alunos não forem excitados eroticamente pelo objeto, tudo que lhes for ensinado será rapidamente esquecido. O professor, assim, seguindo a sugestão de Roland Barthes, é um mestre do Kama sutra ? ele ensina as várias maneiras de conhecer, no sentido bíblico, o objeto." P. 53
Por fim, ele nos incentiva a desacelerarmos afim de aprofundar o relacionamento com os alunos.
"O autor do artigo aconselha os professores a estar com seus alunos no ritmo do adágio. Sem pressa. A lentidão é uma virtude a ser aprendida num mundo em que a vida é obrigada a correr ao ritmo das máquinas. Gastar tempo conversando com os alunos. Saber sobre sua vida, seus sonhos. Que importa que o programa fique atrasado? A vida é vagarosa. Os processos vitais são vagarosos. Quando a vida se apressa, é porque algo não vai bem. Adrenalina no sangue, o coração disparado em fibrilação, diarreia.
Observar as nuvens. Conversar sobre suas formas. A observação das nuvens faz os pensamentos ficarem tranquilos. As notícias dos jornais são escritas depressa. Por isso têm curta duração. Mas a poesia se escreve devagar. Por isso ela não envelhece. É sempre nova. (...)
É preciso ler tendo a lesma como modelo. Devagar. Por causa do prazer. O prazer anda devagar." P. 55