E se Obama fosse africano?

E se Obama fosse africano? Mia Couto




Resenhas - E se Obama fosse africano?


32 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3


Ramon Diego 31/01/2022

Gostei mais do Mia couto ensaísta do que do ficcionista, até aqui. Nesse livro, não só o posicionamento sociopolítico do autor me chamou bastante atenção, como a maneira mais fluida e direta dele desenvolver seus argumentos, sem querer a todo momento criar frases de efeito. Grande livro. Gostei de quase todos os ensaios-conferência, destaco, entre os que gostei o que dá nome ao título! Recomendo!
comentários(0)comente



Krystal 15/06/2022

A parte que mais chamou minha atenção nesse livro foram os ensaios onde Mia Couto relata a importância dos autores brasileiros para a literatura de Moçambique. Por vezes me peguei pensando porque as pessoas não valorizam mais os autores nacionais. No meu caso, eu odiava aquela leitura forçada na época do colégio onde tínhamos que ler os clássicos nacionais. Os professores eram chatos e não conseguiam demonstrar o quanto poderia ser fantástico aquele aprendizado. Mia despertou em mim a vontade de fazer uma releitura desses clássicos sem um professor me enchendo a paciência.
comentários(0)comente



Clara Vellozo 12/10/2022

Mia crítico da realidade não se afasta da sua verve poética
Depois de me apaixonar pelo Mia romancista suspeitava que como ensaísta não seria diferente.

Nessa coletânea de textos entramos em contato com o Mia crítico da realidade mas que não se afasta da sua verve poética, falando de temas que são caros à nossa existência sem deixar de encantar e seduzir com seu modo de narrar.

Textos ora engraçados, ora tocantes e sensíveis. Mia transita entre política, artes e literatura sem cansar ou frustrar o leitor. Até como biógrafo eles está aqui presente. Uma percepção de mundo e do lugar do outro que revela sua sensibilidade e inteligência em cada frase.

Impossível classificar qual texto se destaca mais diante de uma seleção tão minuciosa. Mas os que mais me agradaram foram os que apresentavam ideias em meio às narrativas de memórias de infância, das comunidades africanas, costumes e cultura de Moçambique. Mia é uma daquelas pessoas que podem falar sobre qualquer assunto com muita erudição, suavidade e profundidade. Suave e profundo.
comentários(0)comente



Lucio 27/09/2020

Um tapa na nossa cara em todos os sentidos
E se Obama fosse africano? reúne o que Mia Couto chama de "interinvenções", neologismo que expressa bem o sentido destes artigos, quase todos transcrições de palestras proferidas pelo autor em eventos na África, na Europa e no Brasil. Neles, o autor aborda de modo corajoso e criativo os principais impasses da África contemporânea. Temas como a corrupção, o autoritarismo, a ignorância, os ódios raciais e religiosos, mas também a riqueza da tradição oral e das culturas locais, o vigor artístico, as relações complexas entre o português e as línguas nativas, a influência de Jorge Amado e Guimarães Rosa sobre a literatura luso-africana, tudo isso é tratado com rigor intelectual, imaginação poética e humor por um dos maiores escritores de nossa época. Longe do discurso árido dos acadêmicos e da retórica demagógica dos políticos, o autor, que é também biólogo, passeia pelos assuntos com habilidade de ficcionista, entremeando os dados objetivos de sua análise a lembranças pessoais e referências literárias, numa prosa calorosa e envolvente. Nesses exercícios de militância intelectual, o autor mostra que a inteligência crítica e a fantasia poética são fortes aliadas para a compreensão e a transformação do mundo.
comentários(0)comente



Carina 10/09/2013

Mia Couto com toda a qualidade
O livro de pequenos ensaios exibe um Mia Couto que é tão bom com a palavra como palestrante como o é enquanto romancista. Para quem conhece a qualidade literária do escritor, creio que não preciso dizer mais nada depois dessas comparação. É um livro que não deve nada ao selo de qualidade "Mia Couto" - ou seja, uma obra que deve ser lida.

Em seus ensaios e palestras, podemos conhecer um pouco mais do homem por trás do literato e é gratificante conhecer uma pessoa tão íntegra e firme em suas conviccções. Certos artigos poderiam até ser considerados repetitivos dentro da obra se não levássemos em conta que se tratam de textos que foram proferidos em eventos em lugares diversos. Mia tem conviccções e as reitera a cada momento que julgar necessário.

Há situações humanas descritas que nos apresentam uma África desconhecida, um lugar difícil de compreender, bem como o seu povo. Mia nos ajuda a mergulhar em diferenças em tempos em que todos parecem tão iguais.

O último ensaio, que entitula o livro, é a peça mais provocante que li do escritor. Talvez só agora, com o prestígio que tem, Mia tenha possibilidade de publicar um artigo tão duro e tão real. Mas não vou adiantar o fim do livro aqui - porque ele merece ser lido desde a palavra inicial.
comentários(0)comente



Fernanda Turino 25/09/2014

Para amar Mia Couto
Se eu tivesse que criar um slogan para esse livro, seria: Para se apaixonar por Mia Couto! Mas ele não precisa de propaganda.
Já há algum tempo tinha vontade de ler algo desse escritor (e biólogo) moçambicano. A escolha por E se Obama fosse africano aconteceu por conta de um texto dele que tive que ler para uma das aulas da pós-graduação, gostei tanto do ensaio que acabei comprando o livro no dia seguinte. Não me arrependi. Apesar de ser mais fã de romances, não tive problemas na minha estreia com Mia Couto.
O autor nos apresenta uma África complexa e até mesmo difícil de se compreender, mas que nos encanta. Mia nos mostra, a partir de opiniões políticas sobre o continente, que as diferenças é que tornam esse mundo tão fascinante. A língua portuguesa é um dos fios condutores dos ensaios, o autor nos mostra como a linguagem é uma forma rica de se compreender um povo e seus costumes, como a linguagem é viva e nos permite viajar pela cultura e também dentro de nós mesmos.
Alguns dos textos se tornam um tanto repetitivos ao longo do livro, mas é compreensível se levarmos em conta que o livro é uma coletânea de palestras proferidas pelo autor em diversos países lusófonos. Além disso, Mia Couto escreve de maneira fluída o que torna a leitura muito agradável, mesmo quando o tema não seja dos mais leves.
Apenas o último texto que dá nome ao livro não é uma palestra e ele vem para fechar muito bem o que o autor já tinha começado de forma sensacional. O artigo final é duro e me deixou com um tanto quanto incomodada. O livro é impactante e te faz querer ler mais Mia Couto.

site: http://cultsemserpedante.wordpress.com/
comentários(0)comente



sonia 28/12/2013

Como não se apaixonar por este africano?
É uma coletânea de textos diversos, crônicas, ensaios, discursos, todos políticos, onde Mia expressa suas opiniões políticas e linguísticas sobre a África, a literatura - e cita a nós, brasileiros, de uma forma bem interessante - a política, os comportamentos.
Rico de comentários que são o reflexo do meu pensamento, como eu gostaria de ter escrito esses textos, com a originalidade, a leveza, a espontaneidade e a força deste escritor maravilhoso. Em uma palavra: impactante.
comentários(0)comente



lubeilke 26/05/2024

Amo as obras do Mia Couto, sua beleza narrativa me encanta. Nessa obra, somos introduzidos a uma coletânea de suas palestras, nas quais ele discorre acerca de questões políticas, econômicas, sociais e culturais da realidade africana. Acho fascinante o poder de tornar simples o complexo, não obstante, o autor ultrapassa a simplicidade, beirando a generalização. Na minha opinião, as crônicas tornam simplórias questões estruturais das sociedades africanas e individualizam problemas que estão intimamente ligados ao imperialismo e ao sistema econômico capitalista.
comentários(0)comente



Emi 13/03/2023

É um compilado de palestras, então pode ser meio chato... tá bom que ele divaga em histórias no meio deixando mais leve... mas aí vai dá preferência do autor. O nome do livro faz referência ao último texto, então paciência. Esse livro me trouxe algumas reflexões, então achei válido.. mas tb achei algumas coisas meio esquisitas que não curti muito. Pode ter sido causada por algumas questões linguísticas ou interpretação minha... mas em alguns momentos fiquei incomodada. Até então li esse livro que achei mais ou menos é outro que achei ótimo dele, então vou continuar dando chance ao Mia Couto.
comentários(0)comente



Icythvv 11/06/2023

A
O livro é interessante para aqueles que querem descobrir/conhecer as diferenças sociais, este livro é uma total critica á humaninade
comentários(0)comente



Razuki 19/08/2020

Mesma poesia...
É um livro diferente da prosa e das poesias que li de Mia Couto, uma leitura mais pé no chão, que nos permite conhecer intimamente a história de Moçambique sobre vários aspectos, mas que por ser escrito por Mia não perde em nada a sua arte com as palavras, suas pinceladas estão em cada parágrafo, e é possível conhecer vários posicionamentos do autor, o que só aumentou minha admiração.

"O silêncio é, tanto quanto a palavra, um momento vital de partilha de entendimento."
comentários(0)comente



isa.dantas 26/01/2019

São textos muitos interessantes, a maioria escrito entre os anos de 2006 e 2008. Seria muito bom se a Companhia lançasse uma outra edição, com textos mais atuais.
comentários(0)comente



Tay 25/02/2018

Intervenções
O livro, é na verdade uma série de Palestras do autor ( Mia Couto ), ele que vive em Moçambique, retratar nas suas palestras os descasos e dificuldades do povo Moçanbicanos - o que já em parte conhecemos através de outros meios - a luta diária e a força de vontade do povo.
A escolha do título corresponde a última intervenção citada no livro, onde ele dar as características e opções de um " Obama Presidente".
Em suma, o livro retratar a lingua portuguesa, os crimes contra as mulheres - tem dados durante as palestras - os desafios enfrentados. Poxa! Não é novidade a vida na África e a dificuldade do povo, o que o autor faz, é incentivar mais ainda a história para que possamos conhecer.
Ele nos mostrar as inspirações DELES ( Moçambicanos), através de nossa literatura, contando como Jorge Amado ( escritor Baiano) e João Guimarães Rosa, influenciar e incentivar ao povo Africano.
Deixo claro aqui!
Mia Couto, foi excelente nas suas " intervenções " , já que a cada palestra e discurso ele abordava um tema presuposto a ocasião, durante a leitura puder ver como estamos por fora da realidade que vemos e que nos é mostrada.
O autor deixar claro também sua indignação sobre a administração e a corrupção vivida no país e de como séria difícil se " Obama fosse Africano ?" .
comentários(0)comente



Rel Help Internacional 17/01/2017

Incrível!
É como se o autor me desse os óculos que eu precisava para ver a África. Belos ensaios e palavras sábias que nos remetem a ensinamentos que estão além do senso comum.
Flávia 23/08/2017minha estante
vi um pouco do brasil ali tb. e outro tanto do mundo inteiro!




Karina.Motta 09/11/2015

Simplesmente Mia Couto!
Um livro onde a capa denomina de ensaios, "E se Obama fosse africano?", trás vários diálogos, aberturas de eventos, participação em encontros e simpósios, onde Mia Couto participou com ricas histórias e considerações.
A explicação para a escolha dos textos fala sobre esperança, o que já deixa o leitor fascinado com a simplicidade e o arrebata para a leitura do livro:

"A esperança não morre por si mesma. A esperança é morta. Não é um assassinio espetacular, não sai nos jornais. É um processo lento e silencioso que faz esmorecer os corações, envelhecer os olhos dos meninos e nos ensina a perder crença no futuro".

Vou escrever sobre os textos favoritos do livro:

"A língua que não sabíamos que sabíamos" é o primeiro ensaio do livro e fala da importância da vivência e da diversidade dos saberes, colocando a oralidade como uma parte essencial da cultura, refletindo ainda sobre questões capitalistas. Seguem algumas falas simplesmente maravilhosas:

- Os sonhos falam em nós o que nenhuma palavra sabe dizer.
- Há onde a palavra tem que lutar para não ser silêncio.
- Ao lado de uma língua que nos faça ser humanidade, deve existir uma outra que nos eleve a condição de divindade.

"Os sete sapatos sujos" fala da importância de nos construir enquanto uma nação moderna, onde o passado não deve ser esquecido, mas utilizado como força motriz para uma nova realidade, mas para que isso aconteça é precisar tirar sete sapatos que nos impede de seguir em frente:

- As portas da modernidade precisamos nos descalçar:
1º Sapato: a ideia de que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre vítimas.
2º Sapato: a ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.
3º Sapato: o preconceito de quem critica é o inimigo.
4º Sapato: a ideia de que mudar as palavras muda a realidade.
5º Sapato: a vergonha de ser pobre e o culto das aparências.
6º Sapato: a passividade perante a injustiça.
7º Sapato: a ideia de que para sermos modernos temos que imitar os outros.

"E se Obama fosse africano?" fala da felicidade que os africanos sentiram com a eleição de Obama nos E.U.A, no entanto Mia traça todo um panorama político-social da África falando das dificuldades que Obama teria em disputar uma eleição em seu país, devido às ditaduras, guerras civis e a falta de democracia ainda existentes.

O livro em geral é de fácil leitura e a todo momento eu remetia as condições africanas ao povo brasileiro, nossa história se cruza e nossas mazelas são muito parecidas, Mia cita várias vezes autores brasileiros que ajudaram na construção da literatura africana de língua portuguesa como Jorge Amado e Guimarães Rosa, considero muito importante estarmos abertos para a leitura dos escritores africanos, pois eles falam muito sobre quem nós somos enquanto povo também.
Mais que recomendo!


site: https://gostardelerblog.wordpress.com/
comentários(0)comente



32 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3