@garotadeleituras 01/07/2016
Eis aí um compilado de crônicas interessantes para a leitura.
Doidas e santas é o primeiro livro da Martha Medeiros que eu li, e foi meio que acidental, pois estava procurando um livro de crônicas para um desafio literário. Por acaso, encontrei uma listinha com os 100 autores do gênero mais lidos e resolvi apostar na autora. E foi uma surpresa boa e tanto, diga-se de passagem!
O livro na verdade é uma coletânea de crônicas, que compreende o período de 2005 a 2008, e publicadas para jornais no qual ela trabalha. Nesses textos são abordados temas cotidianos como amor, amizade, relacionamento, família e o próprio eu, envolvendo situações rotineiras, muitas vezes relativizadas, mas que tem uma gotinha de sabedoria sobre viver. É interessante também, que durante a compilação, a Martha vai comentando uma ou outra coisa sobre arte, cinema e literatura, e claro, introduzindo no leitor uma curiosidade para conhecer mais sobre o assunto (várias dicas anotadas por aqui).
Algumas crônicas parecem cartas escritas diretamente pra gente, e quando fui olhar a data, recordei acontecimentos da época e pensei: poxa, eu deveria ter lido isso naquele momento. É um olhar crítico, reflexivo, com uma escrita refinada e persuasiva sobre o viver e acontecimentos de todos os dias. Aqui e ali, levamos um puxão de orelha, ganhamos um afago ou um conselho que vale a pena guardar. Outras vezes discordamos sobre o posicionamento da autora em determinado assunto, mas não deixa de ser uma leitura prazerosa.
uma reflexão bem bacana de uma das crônicas:
"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhes diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo."
Dando uma pesquisada, descobri uma coletânea desses compilados de crônicas, e sim, vou correr atrás para ler os demais volumes. Quando terminei a leitura, fiquei com a sensação que preciso conhecer mais trabalhos da Martha Medeiros, uma descoberta e tanto nessa vida de leitora compulsiva!