Leite derramado

Leite derramado Chico Buarque




Resenhas - Leite derramado


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Leticia.Figueiredo 01/03/2021

É um livro muito fácil e rápido de ler. O que mais me impressionou na escrita de Chico é como ela é verdadeira. Nas primeiras frases eu conseguia imaginar o que estava sendo falado como a fala de um velho da elite carioca em seu leito de morte. Parece que cada coisa que ele fala é muito crível, é muito característico e real ao mesmo tempo. Esse me livro me deu um gostinho do que é a literatura brasileira contemporânea e me despertou um novo interesse.
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lara 23/02/2021

Elite carioca
Chico Buarque foi cirúrgico nesse livro ao representar a elite burguesa carioca. Talvez nem mais elite, só a classe média que não tem mais nada e ainda assim vive como se fossem os tempos de ouro.

Mostra os pensamentos preconceituosos, mesquinhos, classicistas e podres que a classe média carioca - e imagino que de muitos outros estados - insiste em eternizar. Quem vive um pouquinho que seja em contato com essa gente ou no ambiente dessa gente, sabe que tudo o que está escrito é verdade.

O livro constantemente mostra as origens do narrador, por exemplo. Com pai, avô e tataravô importantes na época de Dom Pedro II. Ele tira disso, dessa ancestralidade sem vergonha, seus privilégios, como se fosse mais do que importante ser beneficiado por essa história mesmo que na realidade não tenha nem um pingo da influência que seus parentes tiveram.

Livro mais do que importante para entender como as pessoas levam dinheiro e status em consideração. Isso muda o ponto de vista do indivíduo de maneira drástica. Os coloca num narcisismo infinito. E Chico Buarque, metido no meio dessa classe, retrata de maneira cristalina o obscuro desse povo elitista.
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Andriele Paleari 30/12/2020

Livro sobre a glória à ruína de uma importante família na história do Brasil a partir das lembranças de um homem idoso a beira da morte.
Perfeito!
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chris 26/11/2020

Reflexivo
Então...O livro, ele tem seus altos e baixos (mais baixos que altos), por se tratar da história de vida (em monólogo) de um idoso centenário no leito de um hospital e dos seus antepassados, onde ele conta para a sua filha, as enfermeiras e a quem mais que queira ouvir, os relatos sobre sua família.

Os pontos baixos que me refiro, estão nos momentos racistas, machistas, misóginos e sexistas que percorrem o livro quando o protagonista, Eulálio, cita partes da vida do seu pai, avô e etc. Que nasceram em berço de ouro, tiveram influência no Império tanto Português quanto Europeu, onde tinham muito contato com barões e uma visão escravista e preconceituosa com negros, e de como eles tratavam as mulheres de forma abusiva e errônea... Então, com base na época falada (década de 20/30), era de se esperar todas essas coisas acima.

Outro ponto baixo, é o fato de que você não consegue desenvolver tanta empatia por Eulálio e nem por ninguém da sua extensa família tanto do passado quanto do presente, por continuarem sendo muito orgulhosos, mesquinhos, arrogantes e com um fio ainda de preconceito arcaico nos seus comportamentos, que ainda percorre toda a linhagem dos Assumpção. Mas mesmo que isso seja um ponto ruim, ao mesmo tempo é bom na leitura! E é aí que chega os pontos positivos do livro: O autor consegue transparecer a problemática entre o relacionamento dos personagens e como eles estão longe de serem figuras perfeitas. O autor não quis agradar nisso. Criou tudo real e palpável - de uma maneira às vezes poética que só o Chico consegue fazer - Podendo ser um vizinho, um amigo, um familiar da terceira idade com uma história parecida. Um antigo Brasileiro. Um ser humano.

Por fim, a mensagem que o livro passa, é que não importa a sua classe social, seus bens, suas conquistas e seus fracassos. A idade chega, e no final, todos nós estaremos destinados a morte em uma cama de hospital
revirando nossa frágil memória em meio a lamentações, lutando por uns minutos à mais, a tempo de contarmos a nossa história e ensinamentos sigam em frente nas próximas gerações, como um fio de realidade que ainda nos prende no mundo físico, evitando que se apaguem para sempre conosco no suspiro final.
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Keila 24/11/2020

Um livro sobre a ruína de um homem e sua família. Talvez também um livro sobre a ruína de uma classe,que perpetua preconceitos de classe,cor e gênero.
Escrita interessante que te absorve nas primeiras linhas.
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Fer Paimel 31/10/2020

Boa leitura
Achei interessante a leitura... Chico Buarque tem uma maneira peculiar de escrever, com seus textos corridos meio à Saramago...
É o segundo livro do autor que leio.
Achei o enredo triste e, por vezes, engraçado...
Recomendo como uma leitura mais leve, a ser lida após algum livro muito pesado...
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jessica.guabiraba 04/10/2020

Trocando em miúdos
u falo isso em toda postagem sobre obras de autoria de @chicobuarque , mas é impossível não repetir, ele vai evoluindo a cada livro e é lindo acompanhar. Esse é o quarto romance e foi um dos melhores livros que eu li na vidaaaa, também é um livro premiado e acho que o que ele mais vendeu. Um senhor com 100 anos em um quarto de hospital falando sobre sua vida, ora lembrança do que viveu, ora as lembranças se confundem com o que ele é agora, seja uma criança rica ou seja um idoso "falido". O narrador desse monólogo é de uma família tradicional do Rio de Janeiro, filho único, admirava sua mãe, pela postura elegante (que velha nojenta, preconceituosa e esnobe rsrs) e era fascinado pelo seu pai que morrera ainda jovem (por conta de uma de suas amantes, as histórias com o país são sempre regadas a bebidas, mulheres e cocaína rsrs). O senhor Assumpção não é nada legal, pelo contrário, tem muito de sua mãe nele, porém, tem algo nele que encanta. Acho que a nostalgia pelos tempos de glória, ou o amor por Matilde, sua esposa esquizofrênica que morreu ainda jovem, ou talvez seja a forma como ele narra cada momento com um orgulho danado de tudo que foi um diai. Não sei o motivo certo, mas a obra me prendeu de um jeito e quando dei por mim eu acabei em menos de 2 dias, a escolha das palavras, a estrutura do livro, tudo do jeito que eu gosto. ?
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Sem dúvida, foi um dos melhores livros que li na vida.
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Quadro Cult 30/07/2020

Em Leite Derramado, do talentosíssimo Chico Buarque, acompanhamos a vida do centenário Eulálio, que conta suas memórias para a filha, enfermeiras e pacientes do hospital em que está internado. As lembranças do personagem misturam sua trajetória pessoal e familiar à história do país, atravessando diversos acontecimentos importantes, que remontam à chegada de seus antepassados ao Brasil junto à família real portuguesa.

Narrado de forma não-linear e situado no Rio de Janeiro, o romance explora com maestria as transformações decorridas ao longo do tempo, sob a ótica de um homem nascido em família rica e influente que conservou sua presunção, apesar de fazer parte de uma aristocracia já falida há muito.

Longe de ser um personagem amável, o protagonista é um homem conservador, racista e machista, acostumado a privilégios, saudoso de um passado apoiado na escravidão. Mesmo nos momentos de sofrimento, quando lembra de Matilde, seu grande e malfadado amor, Eulálio é mesquinho e arrogante.

O fluxo de lembranças e considerações do protagonista muitas vezes é desconexo, gerando dúvidas sobre algumas situações ocorridas ao longo da sua vida, interpretações que são deixadas em aberto pelo autor. Ao mesmo tempo, o texto permite que o leitor deduza a história real em diversas passagens nas quais o personagem suaviza os fatos ou parece se recusar a encarar o que ocorreu na realidade.

Os saltos cronológicos, a desordem das lembranças e os fatos implícitos na narração são características marcantes do livro, que, se escrito por um autor menos eficiente, poderiam gerar um texto confuso. Graças à elevada qualidade da escrita, Leite Derramado é um livro diferenciado, com leitura fluida e prazerosa, que permite ao leitor acompanhar dois séculos de história a partir da trajetória envolvente de um personagem.

site: https://www.instagram.com/quadrocult/
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Sarah 17/07/2020

Meu primeiro livro de Chico Buarque
Alguns recursos da escrita de Chico Buarque são bem interessantes. Ao narrar a história de um idoso acamado, já bastante senil e cheio de arrependimentos, ele repete trechos da história em vários capítulos e, aos poucos, a história vai tomando forma para o leitor. O protagonista é bastante conservador, e não me inspirou grande simpatia, mas acredito que esse também é um mérito do autor. Leitura fluida, rápida, interessante.
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Milena Lemos 12/07/2020

Um livro muito bem escrito, porque só assim pra você ter certa empatia pelo protagonista.
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Laura Regina - @IndicaLaura 12/07/2020

Uma viagem entre o Rio e o âmago de uma família
Um senhorzinho está internado num hospital e começa a contar sobre a história de sua família, para quem queira ouvir.

Eu nunca tinha lido Chico Buarque, mas já conhecia algumas músicas e sua história pessoal - então a deixa do Desafio foi providencial.

Este livrinho tem rememorações, tem abusos, tem preconceitos, tem morte, tem vida, tem renascimento, tem o Rio de Janeiro durante os séculos XIX e XX, e tantos tantos outros temas imperdíveis.

A escrita é deliciosa, impactante, fisgante, fiquei viciada e parei as demais leituras e séries e qualquer outro compromisso que podia só para ler mais um pouquinho dos causos de Eulálio - um personagem que narra sua própria história, que não nos dá muita segurança de que a vida aconteceu daquele modo mesmo, mas ainda assim que nos arrasta com muita vivacidade e paixão para os turbilhões da sua família.

Mai indicações no Instagram @indicalaura

site: https://www.instagram.com/indicalaura/
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eduardabuainain 09/07/2020

Gostei demais
Tem livro que foi feito pra ser lido no idioma em que foi escrito mesmo. Fico pensando em como a genialidade da história e da linguagem devem se perder numa tradução dessa obra. Fala sobre a história do Brasil, sobre racismo, zomba da aristocracia, brinca com a linguagem de um jeito sensacional. Não achei nem um pouco monótono por ser um monólogo, e eu simplesmente ADOREI essas digressões desorganizadas e repetidas, como se realmente fosse o fluxo de memória do velho. Adoro o jeito que o Chico escreve!
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Juliana @julianaaf 05/07/2020

O livros nos apresenta o monólogo de um homem em seu leito de morte, revivendo o passado e o presente de uma maneira em que não consegue separar as camadas. Em suas narrativas percebemos um homem enfadonho, que por possui uma família com bens no passado, acha que no presente todos devem servi-lo e ponto.

"Se soubesse como gosto das suas cheganças, você chegaria correndo todos os dias"

A escrita de Chico é muito rica e cheia de poesia entrelinhas. Demorei um pouco pra ler o livro por ter outras prioridades na frente e por não ter me prendido o suficiente, um bom livro, mas me faltou o encanto que Budapeste me proporcionou.
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Roberta.Mariz 01/05/2020

É um livro curto, rápido, como os pensamentos e lembranças são...
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