Paula 04/06/2013Patrícia, também conhecida por Paty pelos seus amigos, não fazia idéia de como tinha ido parar em um avião rumo a França com o pessoal da escola. Ela apenas se lembrava de estar em casa com os seus amigos, concentrada em um livro e depois dormir. Mal a garota sabia que seus amigos tinham planos para aqueles dias de folga... que só foram explicados quando ela já estava no avião, fazendo Paty surtar (e essa será a primeira de muitas vezes).
Seus amigos estavam loucos para viajar e decidiram que Paris seria perfeito, mas sabiam que Patrícia nunca concordaria em viajar com eles, especialmente com os garotos. Foi quando tiveram a idéia de sequestrar a amiga.
"- A Paty não precisa saber... - disse a Gabi pensativa. - É só ela continuar dormindo". (p. 13)
Seus amigos executaram o plano com perfeição e lá estava Paty, no avião, querendo matar cada um deles.
Mas Paty ia se vingar de cada um deles, definitivamente, começando com um belo drama e depois colocando alguns planos em ação.
"(...) Agora que eu percebi! Vou ficar de vela a viagem inteira! - Ah! - gritei irritada". (p. 22)
Paty logo deixa seus amigos completamente sem graça fazendo comentários no avião em tom choroso: César, um de seus melhores amigos, e Tainá, uma ótima amiga e uma garota muito tímida, finalmente iriam tomar vergonha na cara e se declararem; Gabi, a que teve a idéia de sequestrar Paty e Jonas, que adora fazer gracinhas e odeia estudar, estão apaixonados e não ficam juntos pois Jonas é galinha e os dois são orgulhosos para admitirem que se amam; Alice, que adora ajudar mas quase sempre acaba atrapalhando já está namorando com Paulo, um cara lindo. Restam Ricardo e Samuel. Ricardo, o cara mais chato do mundo e um tremendo galinha, com certeza irá ficar com qualquer garota que encontrar em Paris e Samuel, um cara bem relaxado, irá se apaixonar pela comida francesa e abandoná-la.
O único jeito de perdoá-los será colocando em ação o plano de vingança número dois, onde cada um deles terá que fazer algo ridículo ou constrangedor chegando na França.
Mas seus amigos não irão se intimidar com Paty. Chegando ao hotel ela é colocada no mesmo quarto que Ricardo e Samuel (surta mais uma vez!) e seus amigos também não irão poupar forças para Paty enxergar Ricardo de outra forma, já que o rapaz sempre foi apaixonado por ela mas a garota sempre recusou suas investidas. Não conseguia imaginar alguém pior que Ricardo e sua reputação como a certinha na escola não combinava em nada com a reputação de galinha de Ricardo. Além disso, ela sabe que quando ele conseguir o que quer será só mais uma em sua lista e depois jogada fora.
Agora os nove jovens estão em um país diferente e sem nenhum adulto por perto, podendo aprontar e aproveitar a vontade. Mas Paty não quer Ricardo por perto e César resolve fazer um trato: se a garota não sentir falta dele ou não falar com ele até o dia seguinte, César fará com que Ricardo (ou Sousa, como Paty o chama), nunca mais a chame para sair. Caso contrário, Paty deverá ser simpática com ele.
"Acho que o suco de maracujá ainda não fez efeito porque ainda estou irritada por não poder falar com o Sousa! Por que estou assim? Tudo que sempre desejei foi não precisar falar com ele, e agora que eu consigo... Ok! Tenho que ignorá-lo e odeio fazer isso, mesmo assim não era para eu ficar sentindo falta de brigar com ele!" (p. 66)
Paty não está nada bem, surtando cada vez mais e com amigos da onça ao seu lado e o pior: o que há com o Ricardo? Por que ele está tão diferente?
"Estou ficando viciada naquela sensação estranha. O Sousa deve estar me drogando e estou ficando viciada. Só quando estou perto dele me sinto assim... É isso! Ele deve estar usando alguma droga alucinógena no perfume ou coisa do tipo". (p. 131)
"Acho que a droga em que ele está me viciando não está no perfume. O safado fez alguma coisa com os olhos dele. Eu não consigo desviar os olhos dos dele". (p. 133)
Mal sabe o garoto que também é uma "vítima" dos planos de seus amigos.
Li Confusões em Paris, de Vanessa Sueroz, através do Book Tour organizado pela própria autora. Como gosto de sempre andar com um livro na bolsa, o escolhido naquela tarde foi Confusões em Paris e, enquanto esperava minha mãe resolver algumas coisas, sentei em um banquinho em uma pracinha e comecei a lê-lo. Confesso que tive que esconder o rosto com uma das mãos ou com o livro, pois não conseguia segurar a risada! Olhava para os lados para ver se ninguém me observava, pois era impossível segurar o riso!
Confusões em Paris tem uma narrativa gostosa e fluída, é em primeira pessoa e segue bem o ritmo dos pensamentos da personagem, rápido e frenético. A leitura é extremamente divertida e sem momentos para o tédio.
Apesar de vários personagens, não dá para se perder no meio da história, pois cada um possui características bem peculiares e a história, claro, foca nos personagens Patrícia e Ricardo.