Portal Caneca 01/08/2014
Vale a pena ou não ler a versão escrita de Assassin’s Creed? A princípio, o livro pode parecer uma maneira a mais da empresa Ubisoft ganhar dinheiro, e talvez o objetivo tenha sido esse mesmo. Além disso, ter passado a série para livros deve ter trazido mais fãs, uns que talvez nem tenham o interesse em jogos, já que história é tão excepcional.
Para quem não sabe, o primeiro livro é Assassin’s Creed: Renascença. Ele conta a história de Ezio (Sim, Ezio. A história do Altair é do terceiro livro, por um motivo que eu não entendo), que depois do assassinato de membros de sua família pelos governadores das cidades-estado italiana, ele busca por sua vingança. Com o objetivo de acabar com a corrupção e ir atrás dos culpados, Ezio descobre que ele precisa continuar com a “profissão” do pai e ser um Assassino. Escalando prédios com agilidade e com armas especiais, Ezio descobre que a Ordem dos Assassinos está atrás da mesma coisa que seus inimigos templários, algo que possui tanto poder que nas mãos erradas pode destruir o mundo.
Uma das coisas mais importantes que as pessoas devem se perguntar é: é fiel ao jogo? Sim, com certeza. Com direito a diálogos idênticos. Porém, ele não segue a mesma linha e isso é uma coisa boa. É em ordem cronológica, enquanto nos jogos as memórias vem aos poucos. Ou seja, é um jeito mais fácil de entender toda a história, já que é escrito de uma forma única e não é necessário interromper com pequenas missõezinhas, coisa que nós nos prendemos durante o jogo, simplesmente porque é a maneira mais jogável.
O livro é bem “curto e grosso”. Quando eu disse fiel, significa que ele é uma cópia do que acontece no jogo. O autor deve ter tido o roteiro das cenas e a história não se desenvolve muito bem. Não há aquela grande expectativa do que vai acontecer, aquela ansiedade de continuar lendo. Ezio, assim como jogo, não para. Está sempre salvando ou matando alguém. Mas enquanto o original tem um ritmo mais rápido e excitante, o livro ganha qualidade nos sentimentos. O mais claro que fica é o amor entre Ezio e Cristina, o tempo todo se percebe que ele é apaixonado por ela, apesar de suas más escolhas (POR FAVOR, NÉ EZIO). Não há realmente uma explicação adicional, a história é unicamente do jogo. Quando eu li, o imaginei exatamente. Além disso, para quem espera ver o Desmond entrando no Animus, pode esquecer. Essa é a história do Ezio, assim como A Cruzada Secreta é do Altair. Não tenho a mínima ideia se o Desmond vai aparecer um dia, porque do jeito que os jogos tão dando certo, talvez demore mais do que o esperado para termos uma série sobre o personagem atual (Se bem que a vida do Desmond não parece ser tão acelerada quanto ao dos Assassinos antigos, até porque ficam falando de iogurte por email em Brotherhood, mas enfim).
Infelizmente, não é bem escrito quanto era esperado e nem bem editado. Fiquei meio revoltada enquanto lia e via erros bobos. Simplesmente odeio perceber erros em livros. Isso não deveria existir, deveriam ser muito bem revisados. Porém, enquanto eu lia, percebi em diversos momentos a falta de pontuação, ou, o pior erro de todos, que passou dos limites: “Ézio“. Isso mesmo, com acento. Mais uma vez me faz parecer que o autor sentou na frente de uma tela, escutou Ézio e escreveu Ézio. Ouch.
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