Resenhas - No Coração da Tempestade

Eduardo1058 05/06/2023

Uma vida por uma janela
A historia é forte, mostra como os seres humanos podem ser horríveis, mas mesmo na penumbra é possível achar a luz em algumas pessoas.
Quase no olho do furacão, podemos ver como a arte pode fazer muita diferença na vida de uma pessoa.
História lenta, mas vale a leitura.

Anica 11/12/2010

Ao coração da tempestade (Will Eisner)
"- Mas pai, por que você não continuou trabalhando com arte em vez de entrar no mundo dos negócios? … Ainda dá tempo de voltar atrás.
- Não dá mais para voltar atrás!! Estamos em uma jornada… a vida é uma viagem daqui até lá.
- … E onde fica esse lá, papai?
- Lá é onde estoura o trovão… Longe daqui!"

O diálogo entre o jovem Willie e seu pai Sam ilustra com perfeição o eixo principal de Ao coração da tempestade, HQ de Will Eisner que chega agora no Brasil pela Quadrinhos na Companhia. Lançada originalmente em 1991, a obra tem forte tom autobiográfico e mostra as lembranças de um jovem artista quando segue em um trem em direção a Segunda Guerra.A imagem do trem seguindo em frente e Willie vendo seu passado através da janela remete ao diálogo citado, mostrando a vida como uma viagem. Alguns detalhes nas ilustrações ajudam o leitor a situar-se quanto ao tempo, quando certos acontecimentos aconteceram, mas a revisão do passado de Willie não chega exatamente a ser linear: confunde-se com memórias dos pais contando sobre suas vidas antes de casados, por exemplo.

É no relato dos pais que vemos um tema recorrente no trabalho de Eisner (como pode ser conferido em Avenida Dropsie): a construção dos Estados Unidos pelos imigrantes. O sentimento de ser daquele lugar, mas não ser reconhecido como parte dele por outros grupos. Aqui essa questão é ainda mais gritante, porque ele segue “ao coração da tempestade” para defender esse país que em determinados momentos não vê um judeu como parte do todo.

As personagens são extremamente cativantes porque são, antes de tudo, simples. Não querem mais do que serem aceitos e viver bem (e quem não quer?). Eu diria que talvez a mãe de Willie tenda um pouco para o esteriótipo de “mãe judia”, mas o pai principalmente é encantador, com aquela postura meio sonhadora de quem não se deixa perturbar pelas dificuldades.

A arte de Eisner em Ao coração da tempestade também merece destaque. Em alguns momentos há uma sequência sem qualquer fala das personagens, mas pelo traçado das expressões você consegue captar bem mais do que palavras conseguiriam dizer. E ele repete esse efeito várias vezes ao longo da história, sempre causando essa mesma sensação.

É sem dúvida uma grande graphic novel. Um daqueles trabalhos que mostram a vida como o que é: multifacetada, com momentos crus e de raiva com outros delicados e marcados pela felicidade. E justamente por fazer isso de forma tão simples e clara, Eisner conquista já nos primeiros quadrinhos, fazendo com que você só largue Ao coração da tempestade quando Willie chega ao final da jornada.

Eduardo1058 05/06/2023

Continuação
A leitura da parte 1 é necessária para entender o que acontece no volume.
A primeira parte é mais lenta, mas essa compensa com a conclusão que mostra basicamente uma autobiografia inesperada.
Muito válida a leitura

Flavio - @geekcorp303 16/02/2023

Impecável
Will Eisner é genial, e não entendo porque fiquei tanto tempo sem ler algo dele, aqui eu entendi o motivo dele ser tão consagrado, o que ele consegue entregar é fenomenal, roteiro e arte estão tão bem alinhados que é impossível tirar os olhos das páginas, quanto mais eu lia, mais eu queria ficar ali.
Eu me conectei totalmente com a história, a escrita do Eisner é tão acolhedora e fui conquistado já na primeira página, a forma que ele conduz a narrativa, o vai e vem na linha temporal, os temas abordados tudo é muito bem trabalhado, apesar de ser uma obra de época, as questões abordadas são bem atuais, como racismo, intolerância religiosa e etc., ele soube trabalhar e desenvolver um roteiro que é atemporal, em qualquer momento que for lido, terá algo a dizer.
Embarcar em sua história de vida foi muito emocionante, pois ele deixa claro como foi difícil trilhar o caminho até se tornar o artista que ele foi, não só pra ele, mas para todo a sua família.
Os desenhos dessa HQ são impecáveis, a arte moldada a atmosfera da história, não temos uma estrutura de quadros, Eisner cria sua própria estética, e cria algo próprio que torna a narrativa muito mais imersiva e fluida, o traço é lindo, muito bem detalhado e ambientado.
Essa foi minha primeira experiência com Will Eisner, e já me conquistou totalmente, pois superou todas as expectativas.

Silvio 18/03/2011

Autobiografia de Will Eisner, tem o padrão de qualidade do autor mas, incrivelmente, é uma obra menor se comparada a Av. Dropsie, Um Contrato com Deus, O Nome do Jogo e O Edifício.

MENINALY 15/01/2013

Tocante!
Não existe palavras para expressar o que senti ao ler este HQ. Como tamabém não existe palavras para falar sobre o Meste Will Eisner, neste quadrinho simplesmente arrasou não só nas ilustrações como na propria estoria ( que tem como base o preconceito em diversos momentos da nossa vida ), a mesma se passa na segunda guerra mundial, mas só que se passando no Estados Unidos. Simplesmente tocante, super recomendado.

Matheus G. 15/12/2013

Uma HQ extraordinária! Através de memórias vai mostrando a história dos personagens, preconceitos e de como o tempo pode mudar uma pessoa. De uma beleza absurda, super recomendo! Meu 2º HQ lido do Will Eisner, o 1º foi "Um Contrato com Deus" e estou começando a entender o porquê dele ser tão exaltado no mundo dos quadrinhos!

Guilherme Amaro 30/04/2018

No Coração da Tempestade
HQ do Will Eisner, publicada pela editora Abril em 1996, contém 112 páginas.

Nesta obra autobiográfica, um dos maiores gênios das histórias em quadrinhos apresenta um panorama do preconceito e da situação dos judeus na Europa e nos Estados Unidos, dos momentos que antecedem a Primeira Guerra Mundial ao início da Segunda Grande Guerra, através da história de sua família.
A influência e contribuição dos imigrantes na construção dos Estados Unidos.
Nunca vi nenhum artista desenhar tão bem cena de chuva igual o Will Einser .