Resenhas - O Filho de Mil Homens

LAvia196 23/01/2024

Longa jornada
Iniciei a leitura em junho do ano passado e desde então tinha dado uma pausa devido a chegada dos vestibulares. Agora que finalizei, pude perceber como este livro fala sobre pertencimento, acolhimento e histórias. Desde o início, o autor nos joga diferentes histórias de diferentes personagens que vão se costurando até chegar em uma trama em comum. Os personagens são realistas(ao meu ver) então hora ou outra eu entrava em discordância com alguns pontos.
O autor se utiliza de palavras que caíram em desuso se tratando de gays e pcds mas o livro foi publicado em 2011 por um português então não tem muito o que reclamar.
Não foi uma leitura incrível mas também não gostaria de não ter lido, foi relevante, diria eu.

Paulichaa 22/01/2024

"Aprendera que a família também se inventava"
Inicialmente, eu achei a história bem melancólica e sem muito rumo... com a escrita portuguesa me deixando um pouco incomodada, mas que no final fez tudo mais intrínseco.
Os personagens são simples e com muita individualidade! E a mensagem foi muito bonita, certamente reconfortante. Confesso que na metade do livro eu só queria que acabasse, mas ao final eu tomei carinho pela história e provavelmente não esquecerei mais.
"Era importante que muita coisa fosse decidida nessa clausura da solidão, para que a natureza de cada um se pronunciasse livremente, sem estigmas."

IannFurtado 22/01/2024

Mais uma prosa poética grandiosa de Valter Hugo Mãe.
Um livro que trabalha como, a partir das nossas subjetividades, podemos traçar laços de afeto e entendimento uns com os outros.
Personagens que (mesmo) com um contexto extremamente pesado e triste, acham nos outros a oportunidade de serem melhores, serem inteiros, e as vezes serem o dobro.
Mesmo o livro se tratando a partir dos afetos, as tristezas, angustias e tormentos se fazem extremamente necessários para a pacificidade e o sentimento de compaixão que o autor traz na obra.
A grandiosidade do entendimento de que esse afeto, de que esses laços só se dão a partir da construção dos personagens, que se dá por momentos de angústia, e de superação dos mesmos.
Um livro que ao mesmo tempo que trás uma prosa onírica e poética, com personagens extremamente cativantes e tridimensionais, também traz a necessidade de nos conectamos com a obra e olharmos para ela a partir das nossas perspectivas. pois até no romance o mesmo personagem é, a partir de cada perspectiva, uma pessoa diferente.

Emanuele.Jully 21/01/2024

Estilo VHM
Eu sou suspeita demais para falar desse escritor tão incrível chamado Valter Hugo Mãe, ler suas obras são acontecimentos poéticos, sou até suspeita pra falar. Sensibilidade, humanidade e pulsar

guimpinheiro 21/01/2024

Uma reflexão sobre a vida
Muitas vezes, pegamo-nos pensando em nossa própria vida, para onde vamos, de onde viemos, que às vezes está tudo normal e às vezes caímos para dentro de nós mesmos.

O Filho de Mil Homens traz essa reflexão, bem como suas consequências e ações, na perspectiva de um núcleo de pessoas de um vilarejo da mais diversa sorte. De avôs a netos, por sangue ou adoção, de amores inesperados, forçados, proibidos e repreendidos, de um homem que começou como metade e se tornou o dobro. Uma visão muito bela e sensível acerca da nossa humanidade interior e para com os outros.

Você vai rir, chorar, ficar apreensivo e aliviado com pessoas que parecem com alguém que você conhece e consegue sentir o que eles estão passando através das suas lentes.

Recomendo fortemente a leitura. Mas, antes de tudo, nunca comam uma galinha gigante.

Aline221 20/01/2024

Um livro que te faz pensar
Gostei muito apesar de ser bem diferente do que normalmente leio. É um livro que te faz pensar em muitas coisas, desde a maldade e a forma como as pessoas tratam o lhes é diferente, até como a esperança e a bondade existem também no mundo. O que não gostei no livro é a forma como os diálogos são colocados no meio do texto, e como de um parágrafo pra outro a história vai para outro personagem. Isso fez com que por vezes eu me perdesse na leitura. Ao fim é um livro lindo e com muito a ensinar.

Enio.Stanzani 20/01/2024

Apesar do início não ter me prendido muito, ao longo da leitura, conhecendo os personagens e a maneira como as histórias foram se entrelaçando, fui me envolvendo com a narrativa. A história se desenvolve de forma muito leve, a partir de situações e dos desafios e dificuldades do cotidiano, trazendo uma perspectiva muito leve sobre encontros e reencontros, resignificações e, acima de tudo, sobre o amor e o respeito às diferenças!

Manuela.Barros 19/01/2024

É uma história sobre encontros
Essa obra fala sobre famílias escolhidas, corações curados e amores que vão muito além de laços sanguíneos.
Lindo de se ver, sensível da melhor maneira possível

Alemão 16/01/2024

O filho de mil homens
Ótimo romance do escritor Valter Hugo Mãe!! Leitura muito agradável, com personagens fortes e excêntricos com muita humanidade!! Indico a todos a leitura deste livro que é um símbolo de libertação e triunfo pessoal de cada personagem!!

Tati 12/01/2024

Diferente
Esse era um livro que eu estava com muita vontade de ler, principalmente por todos comentários e resenhas positivas que já tinha visto. Contudo, eu não gostei da obra no geral. Alguns pontos achei muito interessantes, como a forma poética que o autor usa para escrever e os assuntos colocados em pauta na obra, que dificilmente aparecem em livros de grande repercução, como a solidão, famílias disfuncionais, homossexualidade, medos do ser humano, simplicidade da vida. Porém, algumas coisas me deixaram extremamente incomodadas e frustadas com o livro, achei que a escrita de Mãe não segue uma linearidade, os personagens são rasos (aparecem do nada, sem explicação ou sem ligação com os outros coadjuvantes), o livro não tem um desfecho e ele usa um vocabulário difícil em alguns momentos, acredito até que seja em uma tentativa de imitar a oralidade da fala cotidiana.
Apesar disso, quero ler mais obras do autor e entender mais a escrita dele, pois me fez sair totalmente da minha zona de conforto.

Deaolive 12/01/2024

Não foi um livro que tenha me prendido e com a leitura fluída, talvez pelo linguajar próprio das aldeias portuguesas ou pela forma de escrita.
Fala muito sobre formas de amor e a necessidade de pertencimento a um núcleo familiar.

danilocoutinhof 12/01/2024

Sensível e coeso
"Deve nutrir-se carinho por um sofrimento sobre o qual se soube construir a felicidade. Nunca cultivar a dor, mas lembrá-la com respeito, por ter sido indutora de uma melhoria, por melhorar quem se é. Se assim for, não é necessário voltar atrás, a aprendizagem estará feita e o caminho livre para que a dor não se repita."

Livro sensível e bom pra ler com o coração aberto. Cada capítulo narra a história de um personagem e suas respectivas dores, o que inicialmente dá a impressão de se tratarem de contos isolados. No entanto, com o decorrer da história a trama vai se interconectando e as histórias se cruzam e se encaixam como um quebra cabeça inteligente e muito bem pensado.
A narração é bonita, poética e na medida certa. A ambientação é ótima e permite uma imersão incrível no cenário interiorano e antiquado em que vivem os personagens e também nos sentimentos de cada um.
Algumas construções são excessivas gramaticalmente, precisando reler algumas vezes a mesma sentença para se captar a mensagem, mas no geral, o texto é fluido e corre rápido.
As temáticas da construção familiar, do desencaixe de um modelo social engessado e da construção de laços afetivos verdadeiros são muito bem desenvolvidas e de forma leve, porém séria. Sem melindres, mas ainda sensível e responsável. Vai doendo e sarando no mesmo compasso.
O final achei meio apressado e alguns desfechos foram pouco trabalhados ou desnecessários.
No geral muito bom, quero ler mais obras do autor!

Bia 12/01/2024

Amo ler o amor
Sinto que cada livro tem o seu ritmo de leitura e nesse aqui eu me demorei bastante, terminei ano e comecei ano acompanhada por ele. era como se a cada capítulo e personagem novo o livro me pedisse tempo pra ficar e crescer dentro de mim. e foi crescendo, crescendo e me absorvendo? e de repente eu me vi assim: apaixonada pela escrita do valter hugo mãe

me identifiquei tanto com o olhar sensível do crisóstomo pro mundo, mas ainda não aprendi a amar bonito como ele. fiquei emocionada com a delicadeza de antonino e me vi em mininha, tão pequena perdendo quem sustentava ela no mundo e deixando a tristeza ir pro juízo

pra mim o livro todo soa como a música Sonhos do peninha (na voz de caetano, é claro), consigo ver isaura cantando para o crisóstomo:
vi a minha força amarrada no seu passo
vi que sem você não há caminho eu não me acho
vi um grande amor gritar dentro de mim
como eu sonhei um dia

tenho pra mim que só alguém que já amou e/ou sofreu muito na vida conseguiria escrever esse livro e eu amo ler o amor assim

paulaferrazp 10/01/2024

?Talvez quem não conseguisse prever o seu próprio destino fosse por viver ofuscado com o frívolo da vida.
A Matilde ponderava. Talvez só não acedesse ao conhecimento lúcido do destino quem passasse na vida como um charlatão, habituando o pensamento a uma superficialidade que falseava os instintos mais genuínos.?

raíssa. 08/01/2024

Acho que fui com muita expectativa e não foi exatamente o que eu esperava. Ainda assim, lindo lindo lindo!! Esse livro é quase um abraço de conforto.