Rafael 27/11/2015
Os iluminismos que ecoam na contemporaneidade ocidental
No livro Gertrude faz um panorama entre três iluminismos: o inglês, o francês e o americano. E como essas vertentes – tendo características positivas ou negativas - ecoam na contemporaneidade dentro da tradição ocidental.
Ela dedica mais tempo ao capítulo sobre o iluminismo inglês, intitulado “sociologia da virtude”; principalmente, por conter os valores morais de qualquer sociedade civilizada: a benevolência, a compaixão, a solidariedade. Não era uma sociedade que queria revoluções drásticas, mas aceitava reformas. Um país, portanto, formado com base na religião, no comércio e na liberdade.
O iluminismo francês intitulado “a ideologia da razão” tinha o intuito de formular o “novo homem”. Através dos teóricos franceses como Rousseau, Voltaire, Condorcet, esse “novo homem” deveria ser anticristão; ele ser o seu próprio legislador. Era uma teoria, portanto, que acreditava na regeneração da espécie humana (na perfectibilidade humana), na utopia. No entanto, o resultado foi de cabeças sendo decapitadas por Robespierre na revolução francesa.
Já o iluminismo americano, intitulado “a política da liberdade” nasceu das bases da legislação inglesa: às instituições, os valores permanentes, à liberdade individual. Unido a isso, principalmente, através dos federalistas, é que se instituiu a política norte-americana. Com isso, hoje, vemos uma sociedade com liberdade individual, de imprensa, econômica, religiosa. Um país, portanto, com uma tradição de liberdade individual.
Assim, o livro elenca os três iluminismos de forma magistral, de forma muito prazerosa. Mas o quê realmente sobra de importante para a modernidade é, sobretudo, o iluminismo inglês e o americano. São esses que trouxeram o legado da tradição ocidental: os valores permanentes e a liberdade individual.