luamagnetica 24/11/2023O que venho aprendendo ao ler Khaled Hosseini é algo que o próprio pontuou nessa obra "Nós, os afegãos, somos um povo melancólico, não somos?" Voz embargada, coração pesado e lágrimas que caem sem piscar. Tristeza profunda. Constante dor. E luto.
Khaled é um romancista perfeito e tem o dom de trazer tons agridoces em cada trama escrita. Assim como na vida, não há pureza que se permaneça intacta, assim como não há nada tão desgraçado que não possa ser ressignificado. É só conhecendo profundamente a tristeza, raiva, perda e caos que se vivencia a alegria, calma, pertencimento e paz, certo?
Assisti o filme quando era bem pequena e lembrava muito pouco da história, mas lembrava de ter sido o primeiro filme que me fez chorar. Mesmo sem conseguir acompanhar integralmente aos 5 anos, já fui tomada pela melancolia do autor no cinema. E, honestamente, não achava que um dia iria escolher reviver aqueles sentimentos.
O livro é, obviamente, ainda mais difícil. Mas, além de ser impossível desistir da trama, há um alívio na pureza e força que se encontra em alguns lugares, principalmente em Hassan, que se tornou um dos meus personagens favoritos da vida.
Uma obra que se tornou minha obsessão por aquela semana que preencheu meu coração, mesmo que de angústia. Assim, ele tem se tornado um dos meus escritores favoritos e entendo porque Caçador de Pipas se tornou seu magnum opus. Não acho que seja para todos, mas recomendo aos melancólicos.