Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


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Juliana 24/01/2011

Amor
Aqui está o meu ponto fraco. Dentre todos os livros que eu já li na minha vida, desde os Pedro Bandeira da infância até os filósofos internacionais de hoje em dia, o melhor. Não encaro como um livro, encaro como uma bíblia, do tipo pra se ter na cabeceira da cama. Todo mundo fala que tentou ler e parou nas primeiras páginas, que é muito difícil ou que não dá pra entender, mas eu digo que vale o esforço. Vale pelo menos ler as primeiras 100 páginas, porque depois você se acostuma com toda a linguagem e todos os neologismos - marca registrada do Guimarães Rosa - e entra dentro do livro. Não posso nem falar sobre o livro, porque é uma história tão surpreendente e bonita (toda ela) que qualquer coisa que eu diga vai estragar a surpresa que é este livro. É um jagunço do sertão contando a sua história para um doutor, provavelmente o psicólogo, que nunca fala nada, apenas escuta. E o mais genial, é que o pobre sertanejo fica o tempo todo falando com o doutor, que é estudado e letrado e tal, mas quem acaba divagando e dichavando toda a história, problemas e soluções é o próprio Riobaldo (o jagunço-narrador) que com a sua pouca instrução e humildade se mostra mais sábio e inteligente que muito doutor por aí. Mesmo porque, a ciência que ele domina profundamente não é matemática, nem filosofia, nem letras ou medicina: é a própria vida. Eu disse que o livro é como se fosse a própria bíblia, porque nestas reminiscências do Riobaldo ele vai falando sobre tudo. Religião, morte, Deus, o diabo, vida, amor, dor... É um dicionário de todo o conhecimento universal, manejado por um simples jagunço do sertão. E isso é o mais bonito. É a complexidade do universo e do ser humano por uma ótica simples de um cara que nem sabia escrever. E com certeza você aprende muito mais assim do que em uma palestra de 4 horas ministrada por um renomado professor. Eu passei noites sem dormir lendo este livro e todo o drama de um amor proibido (ou não). Um dos pontos altos (é claro que eu não vou resistir e vou ter que contar pelo menos um pouco da história) é quando Riobaldo, cansado de ficar em desvantagem em sua luta contra o chefe dos jagunços do outro bando (o temido Hermógenes), resolver firmar um pacto com o diabo. Afinal, o próprio Hermógenes era tão invencível e tão ruim, que a lenda que rondava a região é que ele tinha mesmo feito o pacto. Então ele faz tudo como reza a lenda, vai em uma encruzilhada, bebe cachaça, faz todos os conformes, e acaba vendo mesmo um redemoinho (e dizem que é dali que surge o capeta e aceita ou não, o pacto). E fim. Mas ele não sabe ao certo se o capeta aceitou ou não o pacto. Ou se ele sequer existe. Pode ser que sim, ou pode ser que não, afinal redemoinho é uma coisa comum em encruzilhada. E ele fica com essa incerteza, mas a partir daí, ele misteriosamente se torna mais corajosa e até mais rígido, e acaba por desafiar o chefe do seu bando de jagunços e se torna chefe no lugar dele. Então, ele nunca vai saber se ficou assim porque o diabo aceitou de fato o pacto, ou se o psicológico dele o condicionou a agir como se ele realmente tivesse feito o pacto. Talvez porque o diabo (e também Deus) na verdade o próprio ser humano. E isso, nas palavras do Guimarães, acaba se tornando música. Guimarães inventou uma linguagem própria de jagunço, eu acho que é até um pouco poesia. Por exemplo, ele nunca fala que os pássaros gorjeiam. Ele fala que os pássaros ficam por ali passarinhando... É um deleite para a alma. São 600 páginas, mas poderiam ser 1.200. Poderia ser um livro eterno, interminável, como a própria vida. E além de tudo, você vê nas entrelinhas uma apologia tão forte ao amor, que você chega a sentir paz. Não ao amor romântico, mas ao amor universal, à todas as coisas. Se eu fosse definir "O grande sertão" em apenas uma palavra, seria "amor".
Guilherme 18/02/2011minha estante
Você também sabe resenhar. Gostei especialmente de suas consideraçoes iniciais. Não ocnsegui ler GSV de primeiro. Agora, há dois meses atrás o li. Mas tenhop certeza que o lerei mais outras vezes.


Fernanda Vier 30/12/2012minha estante
Riobaldo sabe ler e escrever


Brendo 06/07/2017minha estante
Acredito que o Doutor era o próprio Guimarães Rosa. O autor conviveu muito tempo com os sertanejos. Sempre gostou de escrever sobre si...




Jumpin J. Flash 05/01/2011

Só para fãs
Meu Deus, como esse livro é chato! Disseram-me que ele era chato só até o momento em que Zé Bebelo começa a ganhar destaque na trama, mas me senti enganado, pois mesmo depois disso o livro continua "um porre" até o final!

Na verdade, até achei que o começo foi a parte mais interessante do livro, naquele primeiro contato com o estilo da narrativa e com a profusão de palavras que Guimarães Rosa criou, mas depois esses recursos, pela repetição à exaustão, acabam simplesmente cansando e prendendo a um sem número de rodeios e divagações sem mais consequências.

A história de Diadorim, que é o ponto de interesse do livro, simplesmente não é explicada. Não há sequer pistas que permitam compreender a motivação desse personagem. Sem dúvida isso não é deixar a conclusão ao sabor da imaginação do leitor: isso é NÃO chegar a conclusão alguma!

Sei que esse livro agrada muito os redatores de exames vestibulares e professores de cursinho, mas, como não é esse propriamente o padrão artístico que me interessa, vai levar levar uma estrelinha só.
Vinicius 22/03/2013minha estante
Ótima resenha, a única até então que descreve o meu asco por esse livro. Eis um livro que pensei em abandonar diversas vezes durante a leitura, foi uma tortura do início ao fim!


Fabíola 01/11/2017minha estante
Nossa estou lendo e passando pelo mesmo sentimento...que livro chatoooo!


Pedro 21/07/2018minha estante
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Day 08/07/2021

Minha Travessia
Levei 13 anos para ler esse livro. Ele me trouxe até aqui aonde estou hoje. Então não tem como falar dele, sem falar de mim.
Uma vez eu li uma resenha bem leve sobre o que seria esse livro, e o personagem Diadorim me ganhou. Puxa era um personagem tão corajoso, ele transbordava coragem, e naquele momento era tudo o que eu precisava pra superar algo que eu não lembro agora. Adotei esse nome como um codinome, nas redes sociais, e em tudo que pudesse, sem nem ter lido o livro. Tudo o que eu queria era incorporar toda a coragem daquele personagem em mim. Eu ganhei o livro de presente dos meus colegas, no meu aniversário de 2008, fazia 22 anos. Era um sonho ter o livro e poder ler ele. Comecei a ler, e foi um balde de agua fria. Eu não entendia muita coisa que estava escrita, o livro não tem capítulos, são 608 páginas de um personagem contando uma história, com um linguajar que tem muitas palavras que eu não conheço. Eu sempre tive a mania de sinalizar e procurar no dicionário cada palavra desconhecida. Mas aquelas palavras não existiam em lugar algum. Um tempo depois, pesquisando na internet descobri todo o Neologismo em cima do livro, palavras que foram criadas, um idioma próprio. Fora o regionalismo totalmente longe do meu, sou do Sul, então muitas expressões locais (Minas Gerais, Bahia, Goiás) são desconhecidas. Enfim, isso minou minha leitura, e o livro pairou esquecido, salvo algumas lembranças ocasionais e rompantes de término, que acabavam fracassando.
Esse ano, eu tive crises de ansiedade, crises de pânico, parei de trabalhar e tive (ainda tenho as vezes) medo de sair de casa. Uma fobia limitante causada pela Pandemia e seus desdobramentos. Em casa, coloquei na cabeça que iria terminar o livro, lendo 10 páginas por noite. Segui firme e terminei. Não liguei para as palavras que não conhecia, apenas segui entendendo o contexto.
Terminei.
Senti um misto de coisas que não conseguia expressar. Parecia que algo faltava, que eu não tinha compreendido tudo o que Guimarães Rosa queria dizer. Li trechos para meu marido, em voz alta. Ao ler em voz alta compreendi palavras que eu não tinha compreendido antes --> palavras que foram escritas para serem ouvidas, e não lidas.
Isso me deixou em choque. Pesquisei no Youtube trechos lidos, queria uma voz para dar vida a uma nova interpretação, achei trechos lidos por Maria Bethania. Chorei. Pela primeira vez o livro tinha me tocado, tinha chacoalhado meu ser. Então comecei a pesquisar videos falando sobre o livro, talvez alguém me ajudasse a enxergar o que eu não via. Achei um video de um canal chamado Canal Bitinices que vale super a pena ver, quem está lendo ou vai ler. E a explicação de apenas uma das muitas visões sobre muitos assuntos que o livro traz, me fez amar ainda mais o personagem que escolhi pra mim. Grande Sertão: Veredas exige uma maturidade pessoal, para entendê-lo. Uma maturidade contextual, histórica, regional, política, social e de muitas formas, que aos 22 eu não tinha, e que ainda hoje aos 35 estou construindo, mas consigo absorver mais coisas a ponto de perceber a grandiosidade dessa obra.
E num processo de Catarse, eu lembrei de quem eu era antes de iniciar o livro, e o porque de ter escolhido Diadorim pra mim! Isso me libertou e me ajudou muito a enfrentar meus medos e minhas fobias. Fiz avanços que nem imaginava conseguir, pq lembrei que, nas palavras de Diadorim: "É PRECISO TER CORAGEM".
E Diadorim me mostrou toda a coragem que existe em mim, e me lembrou de quem eu era e de quem eu quero ser.
Obrigada por isso, Diadorim.
Leiam.
Mesmo quando seu cérebro quiser explodir. Leia em voz alta, coloque trechos para ouvir.
Leia guiado por alguem que vai te mostrar tudo o que essa obra quer dizer, leia com um intérprete. E não deixe que a sua imaturidade te permita DESISTIR.
Vou deixar o link do video se alguem quiser se inspirar.

https://www.youtube.com/watch?v=i5Q6DilECJ0

https://www.youtube.com/watch?v=oOdGvuzQjbA
raafaserra 13/07/2021minha estante
Que lindo isso que você falou das palavras não terem sido feitas para serem lidas, mas sim ouvidas. Arrepiou


Day 13/07/2021minha estante
Obrigadaa! Foi muito emocionante essa descoberta! Quando puder veja o vídeo da Maria Bethânia lendo.. é maravilhoso


raafaserra 13/07/2021minha estante
Vou assistir siim




Jéssica Dutra 26/08/2021

O livro deve ser bom mesmo e eu é que sou burra!

Linguagem difícil e cansativa, não foi uma leitura, foi um parto.
Sara.Silveira 26/08/2021minha estante
Sutil como o sertão kkkkkk


Karen Vitória 03/09/2021minha estante
Kkkkkkk


Marcos.Vinicius 10/11/2021minha estante
Olha, todo mundo diz que esse livro é de leitura difícil. Eu, particularmente, não achei uma leitura tão difícil, talvez por já ter tido contato com alguns contos do autor. Possui uma linguagem diferente sim e uma estrutura também diferente das narrativas tradicionais. Resumindo, é um livro muito bem escrito, tem a linguagem muito bem trabalhada, mas a história também achei bem fraca, cheia de rodeios. Não vejo essa profundidade toda que dizem.




Michela Wakami 14/11/2022

Surpreendente
Quando iniciei a leitura, tive que reler várias vezes as primeiras páginas, depois a leitura engatou, tornando-se de fácil entendimento, mas não menos chata, para minha pessoa.
Mas já passado os 60% do livro, aconteceu uma reviravolta, que me fez ficar com cara de trouxa.
Me fazendo refletir sobre todo o livro, e consequentemente vê-lo de outra maneira.
Afinal, tudo parecia corriqueiro e depois se mostrou fora dos padrões da época.
Eu achei fantástico.
Laís Quintela 19/11/2022minha estante
Li ele tem dois anos, se não me engano, terminei reconhecendo a importância mas sem conseguir gostar, verdadeiramente, do livro! Eu não sou o tipo de pessoa que lê de capítulo em capítulo, mas o fato desse livro não ter divisão nenhuma tornou a leitura ainda mais cansativa pra mim. Tinha cenas que eu levava diasss lendo, não era nem digerindo, mas porque achei arrastado mesmo kkkkkk Passei meses lendo! Queria ter tido uma experiência melhor, quem sabe daqui uns 20 anos eu releia ?


Michela Wakami 19/11/2022minha estante
Laís, eu ficaria mais feliz se a leitura tivesse sido empolgante, mas realmente não foi, mas quando chegou na revelação, olhei para trás e falei: carambaaaaa.

O fato de não ter capítulo, chega ser enfadonha em algumas partes.
Concordo com você, os capítulos fez muita falta.

Apesar de ter dado 4 estrelas, eu acredito que jamais relerei essa obra.?


Gleidson 25/02/2024minha estante
Ahhh esse livro é top 1 da minha vida! Eu fui absorvido por essa leitura! Não sei dizer exatamente O que me fisgou tanto, só sei que fui impactado pela forma...




Rosangela Max 01/02/2023

Uma história de aventura, violência, amor e morte.
Dos nacionais, foi a leitura mais desafiadora para mim.
A escrita é complexa, com uma linhagem própria e cheia de significados desconhecidos para mim.
O fato da história não ser dividida em capítulos também dificultou.
No começo fiquei focada em tentar entender cada frase, mas vi que desse jeito era muito demorado e cansativo. Depois relaxei e me dava por satisfeita se eu conseguisse entender o sentido principal de cada parágrafo. Aceitando que eu não iria conseguir absorver com a profundidade a obra foi que a mágica começou a acontecer. Passei a me acostumar com a escrita e entender mais.
Adorei conhecer a história de Riobaldo e como era vida dos jagunços no sertão mineiro. O ponto alto foi o relato da grande batalha.
O final me surpreendeu.
Os textos de apoio foram importantíssimos para o entendimento da grandiosidade desta obra e a cronologia extensa da vida do autor me fez conhecer mais sobre Guimarães Rosa.
Não é um livro que eu recomendaria logo de cara para quem não está acostumado a ler clássicos, principalmente os nacionais. Mas, com certeza, é um livro que eu recomendo que todos leiam em algum momento, quando tiverem certa ?maturidade literária?. E, mesmo assim, garanto que será uma aventura e tanto.
Dhewyd 01/02/2023minha estante
Ótima resenha, eu tambem demorei um pouco a começar a entender o jaguncês da obra, funcionou pra mim quando passei a ler o livro pausadamente em voz alta, ai a leitura começou a fluir, pra mim foi um livraço!


Rosangela Max 01/02/2023minha estante
Obrigada! Boa dica de ler em voz alta. ?


Ronnie 01/02/2023minha estante
Já vi duas peças de teatro, mas nunca li o livro.




DIRCE 24/05/2011

Tão, tão, tão..., tão etecetera
Outro dia , aqui no Skoob, me deparei ( não me lembro o nome do skoober e do livro) os seguintes dizeres: " troco minha resenha por 6 estrelas" ( se não for isso é algo parecido).
Bem, sobre Grande Sertão: Veredas, eu gostaria de dizer: troco minha resenha pela Via Láctea todinha, mas não posso me furtar de falar sobre esse livro - falar do obstáculo que tive que enfrentar e do impacto que ele causou em mim.
O interesse pela retomada da leitura surgiu quando ao trocar idéia com o Ricardo sobre o livro Nenhum Olhar ele citou G. Rosa ( G. de GRANDE, ou de Guimarães Rosa , como aprouver , afinal como disse Robaldo: pão ou pães é questão de opiniães...)
Digo retomada porque há muito, muito tempo eu fiz uma tentativa de ler esse livro, mas não fui além das primeiras páginas. Com citação do Ricardo, investi novamente na leitura, mas meu exemplar era um verdadeiro reservatório de ácaro e, de quebra, me deparei com uma linguagem totalmente estranha, mais que isso: me pareceu estrangeira. Hã, Hãn...será que a leitura desse livro só será possível se eu encontrar na net um tradutor do G. Rosa? Será que G. Rosa escrevia de trás para frente? Uma leitura com o livro frente ao espelho me ajudaria? Claro estou brincando, mas apenas para ilustrar minha dificuldade diante dessa obra. Porém, quando cheguei na página 23, diante de: "O senhor...Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando(...)"pensei: quero mais G. Rosa. Providências a serem tomadas: substituir meu velho e amarelado exemplar por outro e aguardar um momento que minha concentração não tivesse tão em baixa.
Assim, com um novo exemplar e diante do forte incentivo da minha amiga Vivi ( 5 estrelinhas), retomei a leitura e o que me esperava me proporcionou puro deleite.
Riobaldo é um ótimo contador de história é a história da sua vida que ele fala. Fala sobre seus medos, sobre suas dúvidas, sobre suas dores, sobre suas aventuras e desventuras , sobre suas lutas quando era jagunço e sobre o seu amor impossível e trágico tão impossível e trágico que causaria inveja aos 2 amantes de Verona.
Se Riobaldo pudesse ler o que estou escrevendo diria que estou falando as flautas, por isso, vou me limitar a dizer que de estrangeiro GRANDE SERTÃO: VEREDAS não tem nada, muito pelo contrário, ele é muito nativo, e isso naõ se deve ao fato da história se desenrolar nos Estados de Minas, Goiás e Bahia, mas porque o GRANDE SERTÃO somos nós e Veredas são os caminhos, os atalhos que vamos delineando e percorrendo no decorrer de nossa existência.
Tenho muito receio de recomendar um livro, mas quem quiser ler um livro tão, tão, tão..., tão etecetera, leia GRANDE SERTÃO: VEREDAS, mesmo que para isso várias tentativas tenham que ser feitas. A recompensa será indescritível - a sensação é que a cada frase somos envolvidos por uma espécie de sinfonia ( foi o que aconteceu comigo).
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RicardoDM 30/05/2011minha estante
A resenha ficou ótima, Dirce. Estou planejando ler GS:V no final do ano (junto com outros livros do Rosa). Depois podemos trocar algumas figurinhas a respeito.

(Ah... Obrigado pela citação.)


Manuella_3 18/08/2012minha estante
que delícia de resenha! eu quero sentar com Riobaldo e ouvir suas histórias.


Manuella_3 10/12/2012minha estante
Dirce, querida, não li esse clássico, mas estou em vias de, por conta de mais uma resenha sua. Espero que minha negociação por ele dê certo.
Preciso contar que preenchi praticamente metade da minha estante de desejados com livros a partir de suas avaliações. Tenho que agradecer por isso!




_luca_ 27/04/2020

Do não saber, ao saber; (ou achar que se sabe)
Faltam-me palavras para resenhar este romance belíssimo.
Narrado em primeira pessoa por Riobaldo, ex-jagunço da região do Sertão, no nordeste brasileiro, conta sua história e fatos vividos em decorrência e constância de sua vida. Entre laços - fortes - de amizades e guerras no Sertão, existia o sentimento de amar; o amor entre às pessoas, ou, pelas pessoas.
Há, também, o peso de querer ter vivido o que não se viveu.
"Muita coisa importante falta nome." p.125.
Nicole 27/04/2020minha estante
Meu deus o maior influencer da minha vida. Quero ler mt esse livro por tua causa agr


Nicole 27/04/2020minha estante
Lindíssimo falou tudo


Joel Joukin 03/05/2020minha estante
Ta na minha lista de espera




Dani Pontes 12/04/2022

Desafio conquistado
Um livro difícil que me desafiou do começo ao fim. Sem pausas ou capítulos era difícil saber onde parar de ler e, ao mesmo tpo, não conseguia ler mais de 5 páginas por vez.
No final gostei mto de ter lido e fiquei encantada com a grandeza do autor!!
Cris 13/04/2022minha estante
É pra bater palmas pra quem completa o desafio ??


Rafaella 13/04/2022minha estante
Acho que em algum dia eu cheguei a ler umas 20 páginas, mas em outros parecia que 2 páginas continham uma vida inteira.


Dani Pontes 14/04/2022minha estante
Exatamente isso Rafaella!!!




Fatimaluiza19 29/09/2020

Necessário
Aqueles livros de literatura de terras brasis que todos deveriam ler.
Anna 02/10/2020minha estante
Morta


Fatimaluiza19 05/10/2020minha estante
riobaldo corre aqui kkkkkk




Lili 26/02/2018

Grande Sertão: Veredas
"Viver é muito perigoso."

Que livro sensacional! A começar pela coragem do autor em escrever com a linguagem tão peculiar, característica do interior do país, mais especificamente do norte de Minas e sua divisa com Goiás e Bahia. Aliás, sou goiana, e acho uma vergonha goiano (e mineiro) reclamando da linguagem desse livro, viu, gente? Vão conversar com aquele tio do interior, tomar um cafezim, que a compreensão do livro vai se tornar bem mais fácil! =P

O livro é um monólogo sem divisão em capítulos, em que Riobaldo, já idoso, conta a história de sua vida desde criança, mas com destaque para seus anos como jagunço. Durante todo o livro ele tenta se convencer e fazer com que o interlocutor o assegure da inexistência do diabo (com os mil nomes que ele cita para esta ~entidade~). Isso porque ele fez um pacto, quando vendeu ao demo sua alma, e isso o perturba profundamente.

Outro ponto fundamental de sua narrativa é o amor (amor apaixonado mesmo, não de amizade) que ele sentiu por um companheiro jagunço e que também o incomodou durante muito tempo. Ele chega a admitir abertamente para si mesmo, mas em nenhum momento consegue achar natural o sentimento - o que obviamente é bastante aceitável para um livro da década de 50. O conflito interior e as declarações de amor que ele faz ao personagem Diadorim são pontos altos do livro. Acabamos por desejar entender melhor Diadorim, saber algo do seu ponto de vista, conhecer sua história. Ele é um personagem distante, apesar de sua profunda amizade por Riobaldo e sua discrição não nos permite conhecê-lo muito bem. Mas ainda assim é um personagem marcante e cativante.

Para não dizer que não vi nenhum defeito, digo que em alguns momentos achei a leitura bem difícil e arrastada, sem chegar ao ponto num tempo ~aceitável~. Mas acredito que seja pelo menos em parte algo proposital, demonstrando a vida também arrastada que se leva no sertão, aguardando o próximo acontecimento importante e dependendo às vezes do acaso, às vezes do tempo, às vezes da sorte...

Recomendo MUITO a leitura deste livro. Já concluí a leitura planejando uma releitura, pois ele com certeza é daqueles livros que sempre têm algo mais a mostrar, que não se percebeu no primeiro contato. Maravilhoso.
Cy 07/03/2018minha estante
"Vão conversar com aquele tio do interior, tomar um cafezim". Muito amor.

"Já concluí a leitura planejando uma releitura". *Mr. Bean*

Ainda estou profundamente tocada pela leitura. Penso nele vira e mexe. =)


Lili 09/03/2018minha estante
Eu também. Que livro!
Se a gente não tivesse milhares de planos eu já iria terminar a leitura relendo! kkkkkk




Luan 12/09/2020

Esse livro me marcou muito! A relação entre Riobaldo e Diadorim é linda, complicada, ambígua, é do demo, é de Deus, me faltam adjetivos.
Essa é minha terceira leitura, mas a primeira na qual leio tudo, pois eu havia desistido nas duas primeiras. Cheguei a conclusão de que para ler essa obra é preciso ter maturidade literária, e só uma leitura não é suficiente para todas as nuances ditas por Riobaldo.
Todos deveriam ler!
Ler Grande Sertão: Veredas é como atravessar o Liso do Sussuarão, em analogia a uma parte da narrativa de Riobaldo.
Leonhard 12/09/2020minha estante
Que bom que você gostooou!! Nossa, o final é um soco no estômago, não é?! Vale cada momento de incerteza durante a leitura, cada parada para absorver alguma informação ou tempo passado tentando entender se uma palavra é neologismo ou não, rs.


monalise.ferreira 23/09/2020minha estante
Perfeito!!!




thaw 21/12/2020

A travessia somos nós mesmos
Existem obras passíveis de definições, aquelas que podemos classificar e encaixar em um nicho específico. E existem obras que perpassam palavras e delimitações, essa é uma delas. Grande sertão: veredas é uma obra sobre o sertão, sobre o amor, sobre o homem, sobre o diabo, sobre a vida e sua periculosidade. É a história da humanidade contada da forma mais bela.

Com seus questionamentos e sofismas, Riobaldo nos leva a conhecer o íntimo de seu peito e do nosso: um sertão cheio de veredas, de amores e guerras, brisas e redemunhos, Deus e o diabo. Como muitos de nós, Riobaldo é cheio de dúvidas e carece de coragem, carece de muita coragem. É um homem comum mas extraordinário, capaz de tudo por amor.

Por isso, aqui o amor é o grande encorajamento. Leva nosso protagonista a perder um pouco de seu medo de viver. Aliás, essa é uma daquelas obras que nos faz rever nossa definição de amor. Amor é um só? É calmaria ou rebuliço? Sossega ou desinquieta? Aperta ou afrouxa? É rio ou vereda? É passível de hierarquia? Tem amor que é mais amor? Pra mim e pra Guimarães Rosa: qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Mas se amor, amor mesmo, é quando a gente encontra o que é da gente, esse livro é meu.

Se tudo isso ainda não foi capaz de te convencer a dar uma chance a essa obra, a curiosidade poderá ser: o final é uma das reviravoltas mais chocantes e belas da literatura ocidental. Um segredo que todos nós compactuamos guardar e que muda não só nossa percepção acerca da obra mas também sobre a vida. Ninguém sai o mesmo do grande sertão: veredas. Ninguém é igual depois da travessia. Tô te esperando do outro lado.
judomings 21/12/2020minha estante
Arrasou demaisss nessa resenha???


Mateus 21/12/2020minha estante
gostosa




Diego 12/09/2020

Que livro!
Este é daqueles livros que dá pena de chegar ao fim... Um dos melhores que já li! Parece que estamos ouvindo a história diretamente da boca do sertanejo!
Patricia.Areias 12/09/2020minha estante
Meu livro nacional favorito ?


Diego 12/09/2020minha estante
É um espetáculo! ?




Aline ig @escape.abacharel 14/08/2020

Grande Sertão é um livro que é narrado por Riobaldo, um velho sertanejo. Riobaldo está, o livro inteiro, conversando com um doutor, pois o nosso narrador fala o tempo inteiro que queria ser letrado como o ouvinte. Porém, no livro o tal doutor, a quem Riobaldo chama de Senhor ou Moço com muito respeito, não dá uma palavra em todo o livro. É um diálogo que na verdade é um monólogo! haha Riobaldo, então, vai narrando a história da sua vida para o doutor com uma inusitada linguagem, típica do interior do sertão. Riobaldo tece a história de sua vida em um discurso de descoberta e autoconhecimento, revelando não só o mundo imenso que é o sertão mas também revelando a si próprio.

O livro conta a história de dois personagens centrais, Riobaldo e Diadorim (personagem pelo qual Riobaldo mantém um grande amor impossível pelo fato de os dois serem homens). Diadorim é um amigo de infância de Riobaldo e filho de um chefe de um bando de jagunços chamado Joca Ramiro.

Riobaldo é um personagem que está sempre mudando. No começo do livro, ele faz parte do grupo de Zé Bebelo e depois é que passa para o grupo de Joca Ramiro. Porém, não é somente na travessia pelo sertão e no líder dos jagunços que vemos essa mudança de Riobaldo. Acompanhamos a mudança de pensamentos constantes que se passa no seu interior. A narração dele não é linear, às vezes ele volta no tempo e adianta muito no futuro da história, retomando em um fluxo de memória o fio de sua vida, narrando as grandes lutas dos bandos de jagunços.

É nessa perigosa travessia pelo sertão, pelas fazendas e pelo deserto, representado pelo Liso do Suassurão, é que Riobaldo confronta as forças do bem (Deus) e do mal (demo).

Grande Sertão: Veredas foi um livro muito difícil para mim! Fiquei lendo um pouco mais de dois meses, mas no final valeu a pena demais. Não por ter concluído mais um clássico, mas por conhecer o jeito que o Guimarães Rosa escreve... A gente passa a conhecer melhor o Brasil dos tempos antigos e de jagunçagem. Recomendo muito a leitura!
Jamile.Almeida 14/08/2020minha estante
Ja na minha lista de clássicos!


Aline ig @escape.abacharel 14/08/2020minha estante
É um clássico maravilhoso!




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