Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa
Eloar Guazzelli




Resenhas - Grande Sertão: Veredas


674 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


spoiler visualizar
Saulo.Bicalho 07/07/2020minha estante
Que interessante as suas observações, Isa! Identifiquei coisas que senti também durante a leitura. Até hoje me gera muitas reflexões. Um abraço


Isa Beneti 07/07/2020minha estante
Sim!! Esse é o tipo de obra que nunca para de nos trazer reflexões!




Itamara 03/07/2021

"Ruim com o ruim, terminam as espinheiras por se quebrar."
Eu nem sei como começar esse texto.
.
Por muito tempo adiei essa leitura. Em incontáveis vezes eu tentei ler as primeiras linhas e achava que não iria conseguir. Iniciada a travessia e vencidas as primeiras 20 páginas, afirmo que foi uma das experiências mais edificantes em minha vida de leitora. Hoje, já não lamento ter demorado tanto para lê-lo: alguns livros esperam o momento certo para entrarem na vida da gente. A maior sensação após a última frase é de que nada do que já foi ou venha a ser escrito sobre essa obra seja capaz de dimensionar sua grandiosidade.
.
A vontade que tive ao terminar "Grande Sertão: veredas" foi de voltar ao início e imediatamente começar a ler tudo de novo. É realmente inexplicável...uma obra majestosa em todos os sentidos, não só em relação à linguagem (que de fato é um desafio do começo ao fim), mas também quanto ao próprio enredo. Não é à toa que o universo criado em GSV seja estudado em diversos países e línguas, uma fonte inesgotável para estudiosos. Portanto, tudo que eu tentar escrever aqui soará superficial ou piegas, mas preciso dizer que há muito não sentia tanta beleza em forma de palavras. Assim, quero resumir que a história precisa ser sentida. Não há absolutamente uma palavra ou frase que não cause um efeito de sensibilidade no leitor. É lírica, arrebatadora, violenta e poética. Eu realmente desconheço trabalho mais impecável que esse criado por Guimarães Rosa.
.
Deus e o diabo. Amor e ódio. Vida e morte. Acaso e destino. GSV dá infinitas possibilidades de leitura:
pode ser lida como uma história de amor, como material para estudo da filosofia, cultura, religião, geografia. O sertão pode ser visto na sua literalidade ou no mais puro sentido metafórico, afinal "O sertão está dentro da gente".
.
"O sério é isto, da estória toda- por isto foi que a estória eu lhe contei- eu não sentia nada. Só uma transformação, pesável. Muita coisa importante falta nome".
Camila.Szabo 03/07/2021minha estante
Fiquei muito apaixonada por esse livro também!


BiolaBlues 17/07/2021minha estante
Livro arrebatador.




Tati Diorio 19/07/2020

"Amável o senhor me ouviu,
Minha ideia confirmou: que o Diabo não existe. Pois não? O senhor é um homem soberano, circunspecto. Amigos somos. Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia."

Esse trecho último do livro resume a obra. Para mim, tornou-se um aprendizado.
Clara 19/07/2020minha estante
O que você achou da leitura como um todo ? Você conseguiu compreender os neologismos, às vezes que tentei ler Guimarães foram um pouco frustante, pois encontrei muito dificuldade na escrita. Como foi o processo para você ?


Tati Diorio 19/07/2020minha estante
Oi Clara. Eu li faz muuuito tempo. O que me lembro é da leitura ser um pouco cansativa às vezes por conta da linguagem (que parece falada) e por ser difícil em certas partes entender quem estava falando o que. Eu não sou especialista em literatura, então, como uma leitora comum, não foi uma leitura apaixonante.




Lahdutra 07/09/2022

Com certeza meu livro favorito da vida. A mais bela travessia da lit brasileira
"O sertão me produz, depois me engoliu, depois me cuspiu do quente da boca...".
Guimarães escreve direto pra nossa alma, sem escalas.
Esse livro me causou uma mistura absurda de sentimentos do começo ao fim. Fui arrebatada para o universo de Riobaldo.

São tantas coisas que se extraem deste livro, tantos questionamentos, meandros e camadas se levantam, que acho incrível que ninguém consegue bater o martelo e dar um assunto por encerado. É daqueles livros que cresce a cada (re)leitura.

A linguagem no início dificulta um pouco a leitura, mas depois que essa barreira é superada, você mergulha na cabeça de Riobaldo e não consegue mais parar de ler.

Gostei da linguagem, da prosa e poesia, do enredo, dos questionamentos, e de como tudo se encaixou tão perfeitamente, que fiquei como Clarice Lispector “aflita de tanto gostar”.

Não se intimide com GSV, enfrente o Sertão para o seu deleite futuro, esta é a sua travessia, pois o que a vida quer da gente é coragem!


“O sertão está em toda parte”
Fernando 07/09/2022minha estante
Belíssima análise


Lahdutra 07/09/2022minha estante
Obrigada @fernando! ??Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.? ??




Luan 12/09/2020

Esse livro me marcou muito! A relação entre Riobaldo e Diadorim é linda, complicada, ambígua, é do demo, é de Deus, me faltam adjetivos.
Essa é minha terceira leitura, mas a primeira na qual leio tudo, pois eu havia desistido nas duas primeiras. Cheguei a conclusão de que para ler essa obra é preciso ter maturidade literária, e só uma leitura não é suficiente para todas as nuances ditas por Riobaldo.
Todos deveriam ler!
Ler Grande Sertão: Veredas é como atravessar o Liso do Sussuarão, em analogia a uma parte da narrativa de Riobaldo.
Leonhard 12/09/2020minha estante
Que bom que você gostooou!! Nossa, o final é um soco no estômago, não é?! Vale cada momento de incerteza durante a leitura, cada parada para absorver alguma informação ou tempo passado tentando entender se uma palavra é neologismo ou não, rs.


monalise.ferreira 23/09/2020minha estante
Perfeito!!!




Nina 02/12/2009

Em tédio...
Foi com muito tédio que iniciei a leitura deste livro. Era ano de vestibular e Grande Sertão era leitura obrigatória. Eu simplesmente DETESTO ler livros por obrigação, gosto mais de ler por prazer mesmo.

As cem primeiras páginas são sofríveis, porque a história não começa do começo; então, várias informações são jogadas na sua cara e você fica meio perdido. Pelo menos, eu me senti perdida. Pensei em abandonar o livro, uma vez que eu saquei que ia demorar, mas fui persistente - por necessidade, não por estar a fim.

Mas qual não foi a minha surpresa quando a história começou a ficar surpreendentemente envolvente! Foi uma coisa inexplicável, questão de virar a página e começar a achar a leitura prazerosa!

Além de ser um clássico da literatura nacional (coisa que não faz muito o meu estilo de leitura), Grande Sertão:Veredas é um livro cuja história é muito bem feita, a montagem dela pode parecer estranha no início, mas é muito auto-explicativa e eu recomendo demais!
Fernanda Zimmer 30/12/2009minha estante
ler por prazer?Não é o que parece. Quem realmente ama os livros e lê por prazer, teria enorme empolgação só de saber que leria Grande Sertão: Veredas. Me poupa, viu?


Fabíola 01/11/2017minha estante
Estou na página 150 e que sofrimento.... não consigo gostar !!!




Aline ig @escape.abacharel 14/08/2020

Grande Sertão é um livro que é narrado por Riobaldo, um velho sertanejo. Riobaldo está, o livro inteiro, conversando com um doutor, pois o nosso narrador fala o tempo inteiro que queria ser letrado como o ouvinte. Porém, no livro o tal doutor, a quem Riobaldo chama de Senhor ou Moço com muito respeito, não dá uma palavra em todo o livro. É um diálogo que na verdade é um monólogo! haha Riobaldo, então, vai narrando a história da sua vida para o doutor com uma inusitada linguagem, típica do interior do sertão. Riobaldo tece a história de sua vida em um discurso de descoberta e autoconhecimento, revelando não só o mundo imenso que é o sertão mas também revelando a si próprio.

O livro conta a história de dois personagens centrais, Riobaldo e Diadorim (personagem pelo qual Riobaldo mantém um grande amor impossível pelo fato de os dois serem homens). Diadorim é um amigo de infância de Riobaldo e filho de um chefe de um bando de jagunços chamado Joca Ramiro.

Riobaldo é um personagem que está sempre mudando. No começo do livro, ele faz parte do grupo de Zé Bebelo e depois é que passa para o grupo de Joca Ramiro. Porém, não é somente na travessia pelo sertão e no líder dos jagunços que vemos essa mudança de Riobaldo. Acompanhamos a mudança de pensamentos constantes que se passa no seu interior. A narração dele não é linear, às vezes ele volta no tempo e adianta muito no futuro da história, retomando em um fluxo de memória o fio de sua vida, narrando as grandes lutas dos bandos de jagunços.

É nessa perigosa travessia pelo sertão, pelas fazendas e pelo deserto, representado pelo Liso do Suassurão, é que Riobaldo confronta as forças do bem (Deus) e do mal (demo).

Grande Sertão: Veredas foi um livro muito difícil para mim! Fiquei lendo um pouco mais de dois meses, mas no final valeu a pena demais. Não por ter concluído mais um clássico, mas por conhecer o jeito que o Guimarães Rosa escreve... A gente passa a conhecer melhor o Brasil dos tempos antigos e de jagunçagem. Recomendo muito a leitura!
Jamile.Almeida 14/08/2020minha estante
Ja na minha lista de clássicos!


Aline ig @escape.abacharel 14/08/2020minha estante
É um clássico maravilhoso!




Natalia.Barreto 03/08/2020

Um mar de sensibilidade na dureza do sertão
Pensei que o prazer de ler Grande Sertão estaria não no conteúdo em sim, mas no desafio de desvendar toda escrita que tanto falam ser difícil e tortuosa. Comecei o livro de um modo com se estivesse com um facão abrindo a mata fechada, mas poucas páginas depois me desarmei. A escrita deixa de ser empecilho e passa a ser a grande aliada, onde mora toda a beleza e poesia do livro.

Pela primeira vez falo com segurança sobre ter lido o melhor livro da minha vida até então.
Juliana 03/08/2020minha estante
Lindíssima, falou tudo


ghost cookies 08/08/2020minha estante
caramba, nunca consigo passar das primeiras páginas, mas confesso que essa sua resenha me deu um ânimo a mais!




Bruna 30/12/2018

Sem palavras...
Ufa! Consegui!

Após uma tentativa frustrada no ano passado (2017), finalmente consegui concluir a leitura da mais importante obra de Guimarães Rosa.


E o que dizer sobre tal experiência? É impossível pôr tudo aqui, então vou tentar resumir em uma única palavra: ARREBATADORA. Num momento me senti completamente conectada com o Sertão, como se tivesse nascido e crescido lá. Raramente um livro pode nos proporcionar tal nível de familiaridade, mas, certamente, Grande Sertão: Veredas é um desses livros.

Riobaldo é um dos personagens mais interessantes que já vi. Me identifiquei com ele em diversas partes do livro. E o que dizer do seu amor por Diadorim? Impossível...

GS:V tem tudo o que um livro deve ter: ação, romance, fantasia, filosofia...

Depois da leitura dessa obra de arte (sim, senhores), posso me despedir de 2018 e fechá-lo com chave de ouro.
Eduarda 25/07/2019minha estante
Olá, você já leu Corpo de Baile?


Bruna 01/08/2019minha estante
Oi, Eduarda. Ainda não, mas tá na lista. :)




DIRCE 23/01/2015

Não era mais uma menina com sua boneca...
“Grande Sertão: Veredas graphic novel” me fez caminhar por veredas insólitas. Veredas que me levaram a me revisitar – que me levaram a minha infância. Lá estava eu: por volta dos 5 anos de idade com os “olhos compridos” fixos nas lindas bonecas que saiam, uma a uma, da barraquinha de uma quermesse. Explico: havia um senhor que comprava e concorria com vários bilhetes. Fatalmente, ele era sorteado e dava as bonecas que ganhava para as meninas que lá se encontravam. Quando finalmente ele me viu, prometeu que a próxima boneca seria minha. Foi aí que o azar lhe “sorriu”( ou a mim). O bom samaritano não conseguiu mais ser sorteado. Vendo minha tristeza e decepção, ele pediu meu endereço e prometeu que compraria uma boneca e que a levaria a minha casa- eu não iria ficar sem uma boneca. Recordo-me que minha mãe me disse: não acredite na promessa feita. Pois não é que na semana seguinte, o senhor bateu a nossa porta e me entregou uma LINDA boneca, mas tão linda que me fez acreditar que eu estava sonhando acordada. Eu, quando brincava com a boneca, segurava-a como estivesse segurando um tesouro. Mas por que estou, como diria Riobaldo, contando alinhavado? Porque foi essa a sensação que tomou conta de mim quando peguei nas mãos o exemplar do “Grande Sertão: Veredas graphic novel” que me foi dado de presente – de que eu tinha nas minhas mãos um tesouro. Eu o ambicionei tanto quanto ambicionei a boneca, quando criança, e senti semelhante encantamento.
Essa passagem da minha vida e o presente recebido, me reportaram a uma crônica da Clarice Lispector constante em seu livro A Descoberta do Mundo intitulado Tortura e Glória. Nessa crônica a narradora relata o quanto ambicionava o livro Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato) e o êxtase que sentiu quando, finalmente, conseguiu que o livro lhe fosse emprestado: “ Às vezes sentava-me na rede balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo , em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com seu livro: era uma mulher com seu amante” (pag. 29).
Permito-me parafrasear Clarice para dizer: não era mais uma menina com sua boneca, era uma sexagenária ( que horror!!!) com seu livro.
Bem como disse infinitas vezes: não faço resenha, limito-me a descrever as sensações provocadas por uma obra ou por uma leitura.
Deixo o meu agradecimento a Nanci por ela ter me permitido, acreditar que a vida é , de fato, tão etecetera.
Nanci 25/01/2015minha estante
Dirce:

Que linda associação de ideias. Adoro esse conto da Clarice e compartilho(amos) desse êxtase puro que um livro nos provoca. Tenha a certeza de que a maior joia que temos ao alcance é a memória.


DIRCE 27/01/2015minha estante
Essas 2 passagens da minha vida ( da boneca e do livro) povoarão a minha memória, Nanci, enquanto for me dado possui-la.
Mas não foi uma associação de ideias, foi uma associação de sentimentos.
Bjs




Ademiro 06/01/2017

Um magnífico final em "Grande sertão: veredas"
Como imaginava: gostei muito do texto. João Guimarães Rosa construiu uma narrativa em torno de um "bate-papo", muuuuito longo, diga-se de passagem, entre o ex-jagunço Riobaldo e o compadre Quelemém, em que ele descreve suas memórias da jagunçagem, sobre quando ele percorreu o sertão mineiro, juntamente com o amigo Reinaldo ou, para ele, Diadorim, com quem vive um intenso relacionamento, e outros jagunços.
O ponto alto do romance está nas últimas linhas da narrativa, quando ocorre, por fim, o clímax e o desfecho da trama. No meu caso, como minha professora de Literatura Brasileira já havia contado detalhes acerca da obra, o final já era conhecido para mim, ainda assim a leitura não foi pouco empolgante.
Ao longo da narrativa são reveladas as várias personagens existentes na história, como Otacília, a mulher com quem Riobaldo acaba se envolvendo. A linguagem da narrativa é oral e possui uma variação linguística própria do sertanejo e da época em que o texto foi ambientado. Por fim, o símbolo do infinito ao final indica que o referido texto não tem início nem fim.
Henrique Fendrich 01/02/2017minha estante
Ademiro, a mim me parece que o interlocutor não é Quelemém e que ele não é identificado em nenhum momento.


Mariana 28/02/2018minha estante
Fendrich! Pelas últimas páginas do livro, Guimarães Rosa escreveu: "Compadre meu Quelelém me hospedou, deixou meu contar minha história inteira. Como vi que ele me olhava com aquela paciência ? calma de que minha dôr passasse; e que podia esperar muito longo tempo. O que vendo, tive vergonha, assaz".

Não fica exatamente claro se Quelelém apenas cedeu o espaço ao Riobaldo para a contação de histórias ou se é ele quem escuta as histórias, mas a suposição é válida.




Everton Vidal 31/07/2021

Tem muito conto, novela ou romance repleto de poesia, mas aqui, assim como em Clarice, é impossível demarcar uma linha. A sensação é a de que se está lendo um poema gigantesco que fala sobre tudo.

Os neologismos, a extrema oralidade, o linguajar do povo da sua região, o fluxo de consciência que é mais um fluxo de conversa, e o diálogo que não mostra nunca a voz do outro, são características importantes, sempre citadas, mas o que impregna (e até vicia) é a intensa musicalidade, que vem do uso de muitos recursos da expressão poética. Também se destacam, a forte “conotatividade”, pelo uso extraordinário das figuras de linguagem, e a metafísica que está além da narrativa, pois Grande Sertão é uma viagem sobre os grandes temas humanos.

Como se fosse pouco, é um livro de amor, com um final inesperado. Enfim, aquela sensação contraditória de que falar sobre o livro diminui a experiência de tê-lo lido, pois não abarca, não alcança, então.

O livro é incrível gente, e só.
Clio0 31/07/2021minha estante
É um dos meus favoritos também.


Carolina.Gomes 31/07/2021minha estante
É incrível mesmo




Thauany 14/12/2022

O diabo não há? existe é homem humano
Com certeza eu acredito que não consegui absorver completamente a densidade desta obra. Porém reconheço sua grandiosidade e seu posto de grande clássico brasileiro.
Os momentos que mais me tocaram foram realmente os questionamentos de Riobaldo sobre seus sentimentos por Diadorim, as cenas em que ele se descobre apaixonado mas ao mesmo tempo sem saber se é correto esse sentimento ou não é de uma delicadeza extrema.
Por fim, o plot final é sensacional, realmente uma obra a frente do seu tempo.
Dhewyd 15/12/2022minha estante
Esse foi um dos melhores livros nacionais que li! Primeiramente não estava conseguindo entender a linguagem usada, mas depois que comecei a ler em voz alta, fazendo as devidas pausas, conseguir compreender o jaguncês empregado por Guimarães Rosa... Livro sensacional!


Thauany 15/12/2022minha estante
Eu me senti meio burra lendo?, tinham me dado a dica de ler em voz alta mas como eu sempre leio no metrô fica difícil kkkkk mas valeu a experiência




Thiago.Moreira 29/07/2021

Que final!!!
Guimarães Rosa consegue transportar o leitor em uma viagem ao Grande Sertão que engloba estados como MG, BA e GO. A leitura não é das mais simples e as vezes é um pouco arrastada, demandando um certo foco por parte do leitor, entretanto, a leitura ganha fluidez com o tempo a medida em que se acostuma com a narrativa. O livro tem de tudo, incluindo: Romance, traição, vingança, filosofia e brasilidades. Fico feliz por ter conseguido encarar esse grande clássico da literatura brasileira.
Juliana 29/07/2021minha estante
Você gostou desta edição da Companhia das Letras?


Thiago.Moreira 29/07/2021minha estante
Gostei sim, diagramação excelente e conteúdo extra interessante.




jota 19/02/2020

Riobaldo: o jagunço que entre uma e outra peleja amava Reinaldo e também Otacília

O comentário acima poderia ser um resumo do grande livro (cerca de seiscentas páginas) de João Guimarães Rosa (1908-1967) mas não é, logicamente. Obra complexa, com várias camadas de escrita, de apreciação um tanto difícil para leitores comuns (meu caso) e que até mais ou menos a página 117 (exemplar lido é da editora Nova Fronteira, 2001, 19ª. edição) pode deixá-lo com uma imensa vontade de abandonar a leitura. Comigo isso aconteceu muito antes e mais de uma vez. Ainda mais que depois de sua adaptação televisiva em 1985 (não vi mas sei de sua repercussão positiva) a história perdeu um tanto do mistério que seduzia os leitores até então. Além disso, Rosa não facilita: o livro é um calhamaço com inúmeros parágrafos, sem capítulos ou quaisquer outras divisões, o que também dificulta a leitura.

Grande Sertão: Veredas continua sendo uma das mais importantes obras de nossa literatura desde sua publicação em 1956. E é por ali, na página 117, quando a narração se torna menos complicada, mais palatável, que começa o encontro, a história da meninice de Riobaldo e Reinaldo (depois Diadorim), os personagens centrais do livro. Tudo o que lemos antes (e vamos entender somente depois) são as divagações do jagunço contando sem muita ordem sua vida, suas aventuras e desventuras, agora no papel de um idoso e rico proprietário de fazendas que herdou de seu padrinho. A narração é feita numa linguagem particular, estranha, com muitas palavras desconhecidas e ou inventadas, cortadas ou juntadas, em frases construídas - ou destruídas, depende; elípticas seria melhor dizer - de modo a colocar o leitor dentro do grande sertão que é o mundo desse homem intrépido e apaixonado. Um mundo um tanto inóspito, em mais de um sentido, para nós da cidade e do século XXI.

O sertão de Riobaldo, quer dizer, de Guimarães Rosa, apesar de mineiro e ao mesmo tempo um pouco baiano em suas características físicas e humanas, não tem fronteiras geográficas e sociológicas claras, não se resume aos homens, matas, rios, animais e outros elementos com que nos deparamos durante a leitura. Nem mesmo as tais veredas do título significam apenas e tão-somente a vegetação do cerrado ou os caminhos secundários, sendas, atalhos, desvios etc. Como escreve o crítico Paulo Rónai na Introdução, temos neste livro “(...) um conjunto único e inconfundível, algo de real e de mágico sem precedentes em nossas letras e, provavelmente, em qualquer literatura.” Modernista e regional, mas também muito mais do que isso, Grande Sertão: Veredas dialoga bastante com obras destacadas como algumas de, por exemplo, James Joyce e William Faulkner, e muito menos com as de narradores tradicionais (e notáveis) feito Charles Dickens ou Machado de Assis. Riobaldo é de um outro mundo mas mesmo assim é parente de Macunaíma, de Mário de Andrade. É preciso conhecê-lo também, ler um pouco de Rosa, ir além da página 117 e então continuar na pegada ou largar...

Lido entre 06 e 18/02/2020. Avaliação da obra como clássico de nossa literatura: 5 estrelas. Minha relação de leitor com a mesma: três estrelas.
Alê | @alexandrejjr 19/02/2020minha estante
Jota, agradeço a oportunidade de ler uma resenha sua de uma obra tão gigante quanto essa. Confesso que dificilmente leio textos grandes aqui no Skoob, pois são, em sua maioria, desinteressantes. Felizmente isso é algo que não acontece quando tu és o autor. É sempre um prazer ler a próxima resenha. Um abraço.


jota 19/02/2020minha estante
Muito gentil de sua parte escrever isso, Alê. Na verdade, acho que faço mais comentários sobre as obras do que propriamente resenhas. Mas agradeço suas palavras. Um abraço também.




674 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR