Lampião na Bahia

Lampião na Bahia Oleone Coelho Fontes




Resenhas - Lampião na Bahia


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Tiago.Porto 14/01/2021

Surpreso com a crueldade do cangaço
O livro relata as passagens de Lampião e seu bando por vários municípios e regiões da Bahia, após terem sido enxotados de Pernambuco. Tem passagens curtas do bando por Sergipe, Pernambuco e regiões vizinhas, entre 1928-1940 aproximadamente. São reconstruções históricas por relatos de jornais, dados primários coletados, entrevistas, cartas, compilação de outras publicações. As invasões dos cangaceiros, na maioria das vezes, eram aterrorizantes para as cidades. Eles normalmente escolhiam vilarejos pequenos, de 10-20 casas, e o povo era saqueado, animais roubados; quem não conseguia fugir pros matos podia apanhar, ser abusado, morrer. Muitos saques, extorsões, agressões, algazarra, mas sem relatos de estupros por Lampião, pelo menos (apesar de terem relatos de estupros por outros cangaceiros). Em cidades menores Lampião negociava direto com o prefeito ou chefe da macacada (polícia, também chamada de voltantes) para sua estadia ser tranquila. Comia, bebia, farreava e sempre saia antes da chegada do reforço policial (muitas vezes informados pelos coiteiros), que ficou no seu encalço todo o tempo, com alguns conflitos sangrentos e perdas humanas concentradas no lado policial. O livro relata que esse tipo de invasão agressiva e bagunçada também era feita pelo jagunços dos coronéis e policiais; que os cangaceiros eram apenas mais um grupo e que, as vezes, eram mais generosos que os demais, pois pagavam e devolviam depois os cavalos emprestados pro deslocamento. No começo da história do cangaço na Bahia, o bando era pequeno, nos relatos não passa de 10 homens. Eles conheciam muito bem a Caatinga, andavam até 80km por dia no lombo dos cavalos e burros. O sertanejo tinha medo e respeito pelos cangaceiros, alguns até tinham admiração e ajudavam enganando os policiais que buscavam rastros deles ou dando comida e dormida nas estadias. Lampião era abusado, mandava carta desaforadas pra políticos; assinava a carta ao Governador como seu chefe. Lampião era supersticioso, religioso, cumpridor de sua palavra. Era habilidoso matador; enfiava punhal pela clavícula até afundar em órgãos vitais. Ele e seu bando eram excelentes atiradores pois treinavam diariamente. Tem-se uma estimativa que eles mataram 10mil pessoas na Bahia nos 10 anos que passaram aqui. O livro relata a batalha da Grota do Angico, onde Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros morreram. Recomendo para quem quer conhecer a história desse personagem tão forte do Nordeste brasileiro e entender o cangaço.
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