Fabio Martins 06/08/2015
A pátria em chuteiras
Após o sucesso do primeiro livro de crônicas reunidas de Nelson Rodrigues, À sombra das chuteiras imortais, que iam de 1955, onde, segundo ele, os brasileiros tinham “complexo de vira-latas”, até o tricampeonato mundial em 1970, foi lançada a segunda edição da obra, intitulada de A pátria em chuteiras. Dessa vez, as crônicas se estendem até 1978, na Copa do Mundo realizada na Argentina.
O autor rechaça o comportamento dos jogadores brasileiros perante os europeus, alegando que nós somos infinitamente superiores tecnicamente, enquanto eles só sabem correr e usar a força. Relata o descaso dos responsáveis pela comissão técnica na Copa de 1966 e o “título moral” do Brasil em 1978.
Faz uso dos seus principais personagens míticos, como o famoso “Sobrenatural de Almeida”, que costumava assombrar os times – principalmente os cariocas – e a indefectível “Noiva com narinas de cadáver”, que acompanhava o futebol brasileiro, sem ao menos saber quem era jogador e quem era bola.
Nelson Rodrigues ainda exalta a genialidade dos craques brasileiros, principalmente Pelé e Garrincha. Suas crônicas são leves, intrigantes, com histórias irônicas e sensacionais. Ele prova, mais uma vez, que é um dos grandes escritores brasileiros do século XX.
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