Morte entre Poetas

Morte entre Poetas Ángela Vallvey




Resenhas - Morte entre Poetas


3 encontrados | exibindo 1 a 3


pontas 14/08/2013

Morte Entre Poetas
Nacho Arán, meteorologista, poeta e também membro do Clube de Baskerville, um blog de investigação, é convidado para participar de um congresso para poetas, para homenagear o falecido marido da anfitriã Dona Agustina. Porém, por causa do trabalho como meteorologista, Nacho só consegue chegar no quarto dia de congresso no Cigarral, fazendo localizada na margem sul do rio Tejo. E para seu espanto, um dos poetas fora assassinado, Fábio Arjona.

Sendo o único que não é suspeito do assassinato, com a ajuda de sua Tia Pau e Rodrigo, ele irá aproveitar os dias no Cigarral, para investigar o crime. Só que as coisas não serão tão fáceis, pois todos os outros poetas, ao que parece, odeiam Fábio com todas as suas forças. O morto fizera muitos inimigos e qualquer um pode estar por trás de tudo, por isso, ele terá de escutar a história de cada um, e juntar as peças deste quebra cabeças.

Assim que li a sinopse deste livro, fiquei hipnotizado e tive a certeza que deveria ler o livro. Um crime em pleno congresso de poetas? Isso me pareceu sombrio e ao mesmo tempo delicado. Com isso, minhas expectativas eram grandes e aos poucos fui percebendo que algumas delas seriam satisfeitas.

O livro já começa com a morte do personagem que nem ao menos conhecemos, e por isso não tem como dizer se foi um crime bárbaro contra uma boa pessoa, ou simplesmente uma vingança contra alguém tão ruim como seu assassino. Então, aos poucos, a autora nos apresenta a outros personagens, e faz com que cada um conte sua história, e Fabio está em cada uma delas, causando desespero e tristeza na vida deles.

Ela vai delineando lentamente o caráter do personagem, fazendo com que seu leitor viaje por diferentes épocas e acontecimentos. Com isso, pode-se esperar por personagens muito bem construídos e que aos poucos vão acabar conquistando a confiança e a admiração do leitor. Tenho sim uma personagem que me apeguei simplesmente por sua história de vida e por sua superação.

A narrativa da autora se mostra rápida, descritiva e muito bem elaborada. Sua característica que mais me deixou contente, foi a forma como ele delineia lentamente cada personagem, e faz com o que leitor vá saboreando com calma cada acontecimento. De início Àngela é uma autora que sabe usar, à medida certa, uma narrativa rápida e logo em seguida uma narrativa mais pausada e leve.

Porém, o livro é escrito em partes, e com isso, essas características foram ficando para trás por conta doas partes extensas e por vezes intermináveis. É um livro que não consegui ler rapidamente por conta disso. A história foi ficando cansativa e a narrativa da autora se tornando pesada, forçando-me a pausar minha leitura várias vezes, e isso me incomodou bastante e fez com que eu perdesse todo o encanto inicial pela obra.

O livro possui uma capa que tem tudo a ver com o enredo, folhas brancas (prefiro folhas amarelas, são melhor para a leitura), uma diagramação simples, porém bem trabalhada, com a fonte do tamanho adequado para uma boa leitura e não encontrei erros de revisão. O livro leva três estrelas.

Quotes:

- Carlos não estava. Sinto decepcionar-te. Receio que, ao contrário do que pode ocorrer em uma novela de Agatha Mary Clarissa Miller Christie, em que o assassino é o mordomo, este não é o caso.
Primeiro dia no Cigarral; Página 42.

***

[...] – Não lhe bastava estar no topo, e estava. Muito alto. Tinha a necessidade de ver a todos os outro rastejando embaixo, onde ele pudesse confundir-nos com qualquer inseto, com qualquer verme.
Página 221.

site: http://minhasalaprecisa.blogspot.com.br/2013/06/resenha-morte-entre-poetas.html
comentários(0)comente



Marcos Pinto 29/08/2014

Não conhecia a escrita da Ángela Vallvey e, depois da leitura desse livro, posso dizer que me encantei. Além de romancista, é poetisa e jornalista, o que confere uma multiplicidade de abordagens na sua obra, deixando o livro surpreendente.

Vallvey nos apresenta Nacho Arán, meteorologista que se tornou poeta, apesar de ser mais conhecido por gerir um site na internet, junto com sua tia, que investiga crimes. Após desvendar alguns casos, Arán se tornou ainda mais conhecido, contudo sua renda ainda provém do trabalho de meteorologia em uma TV.

Porém, a sorte de Nacho na literatura parece que mudará quando ele é convidado para um congresso com outros poetas, os melhores do seu país. Ele, honrado, prontamente aceita, mas só pode ir ao evento três dias após o início, pois não conseguiu dispensa de seu trabalho na TV.

Mas se Nikita tinha aprendido algo em suas aulas de matemática do colégio era muito boa em ciências, embora, na realidade, não lhe interessassem nada era que quase todos os problemas têm solução. Na maioria das vezes, a única coisa a fazer é isolar a incógnita (p. 18).

Ao chegar a Cigarral, local do prestigiado evento, Nacho é surpreendido com a notícia de um assassinato. Um dos poetas participantes havia sido morto com uma punhalada no coração. Sendo o único livre de suspeitas, ele resolve começar uma investigação particular. Porém, será que entre tantos poetas, homens e mulheres cultos, havia um assassino? Quem teria motivos para matar um inofensivo poeta? Ou será que a poesia não é tão inofensiva assim?

Ángela Vallvey nos cativa do começo ao fim com sua obra. O primeiro choque que temos ao começar a leitura do livro é o modo de narração. Eu sou fã assumido de literatura policial e nunca vi nada do tipo. Ao invés da linguagem simples e ágil, a autora emprega uma narração quase poética, empregando inúmeras figuras de linguagem.

Outro ponto que me ganhou foi as diversas referências a poetas e renomados escritores. Aprendi muito mais com esta obra do que com muitas aulas de literatura que tive por aí e com muitos livros de crítica literária. A autora soube misturar com perfeição literatura de alta qualidade, suspense e assassinatos.

Tu deves ser aquele que faltava. Sua voz era um sussurro cadenciado e envolvente; tão sedutora e amável que Nacho se sentiu um espírito vulgar e estridente ao lado dele. Tu perdeste o melhor da festa, colega. Meu nome é Richard (p. 54).

Apesar dessa linguagem poética e das referências, a leitura flui rápido; terminei a leitura em apenas dois dias. Obviamente, a leitura não é tão ágil quanto à dos demais livros do gênero, porém, isso é esperado devido toda a profundidade da escrita da autora. É um livro diferenciado, gostoso de ler.

Além disso, a autora soube aprofundar muito bem os personagens, desbravando-as até o fundo de suas almas. Com o decorrer da obra, percebemos que os poetas tem um lado obscuro muito profundo, transformando todos em suspeitos. Eu, sinceramente, não sabia em quem apostar as minhas fichas. E, mesmo quando me decidi, acabei errando o assassino. Mais um ponto positivo para a autora, evidentemente.

Certamente foi uma leitura muito satisfatória e que me agregou em muitos aspectos. Pretendo ler outros livros da autora, seja em prosa, como esse, ou poesias, outro gênero que eu amo. Para mim, esse livro foi mais do que uma obra incrível, foi uma descoberta literária. A editora Primavera está de parabéns pela publicação da obra.

Da mesma forma que um inseto carrega a semana da vida sem saber, assim também a realidade começou a abrir espaço em minha cabeça, enchendo-a de sementes de inquietação (p. 122).

Se você gosta de livros com uma linguagem poética, esse livro é uma leitura obrigatória. Para quem gosta da boa literatura policial, esse livro também é uma excelente opção; saia da rotina e desbrave este livro maravilhoso.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/02/resenha-morte-entre-poetas.html
Thiago 14/09/2014minha estante
Eu que gosto de uma linguagem mais poética ou psicologica em uma narrativa, acho que posso gostar desse livro... pois um bom mistério sempre é fascinante,




Nathalia 13/04/2016

Morte entre Poetas - Ángela Vallvey
É o primeiro livro que leio da autora. Confesso que também não li muitos livros de literatura espanhola, mas me surpreendi com este.

A capa é ao mesmo tempo simples e misteriosa. E contém elementos que são citados durante a narrativa. O conteúdo é um romance policial cheio de suspense e reviravoltas.

O protagonista da história é Nacho Áran, que tem a profissão de meteorologista de uma tv, e dedica seu tempo livre em ser poeta e investigador de crimes através de um site da internet que criou juntamente com sua tia Pau, em um momento de tédio, chamado de O Clube Baskerville, que ganhou sucesso ao desvendar alguns crimes antes mesmo da polícia com a ajuda de internautas e do jovem hacker Rodrigo.

Nacho é convidado para participar de um congresso juntamente com 14 outros poetas de sucesso em memória do poeta Alberto Pons. Antes mesmo de chegar ao Cigarral (local do evento), ele recebe a notícia de que um dos poetas participantes foi morto a facadas.

Por não ser suspeito de matar Fábio Arjona e movido pela curiosidade e ociosidade, Áran decide investigar por conta própria o crime. E acaba descobrindo que o morto não era vítima como esperava e todos seus colegas tem motivos e ódio suficiente para querer a morte ao mesmo.

Ángela Vallvey utilizou de uma linguagem extremamente formal e faz referências a diversas obras e escritores renomados da vida real, tornado a trama um pouco difícil de entender. O vocabulário rebuscado deixa a obra também exaustiva. Ao mesmo tempo esses fatores criam o contexto e o dialeto cultural digno das mentes brilhantes e cultas que seus personagens deveriam ter.

A crítica que faço é em relação à dificuldade que tive às vezes de assimilar o que eram falas ou pensamentos e de quem era, pois acredito que eram erros de edição na mudança de narração e nas pontuações. Isso faz com que o leitor tenha que redobrar a atenção para entender e não perder os detalhes que levam ao assassino e desfecho.
Os personagens foram bem trabalhados e são humanistas.

Deu-se conta de que estava começando a desfrutaras as intrigas de seus companheiros. Não eram tão divinos como ele havia imaginado, mas humanos. Demasiado humanos. Assim como ele.
E o assassino não é fácil de identificar como acontece na maioria dos livros do gênero o que eu gostei muito, achei a escolha da motivação do crime muito interessante e o desfecho também.

Recomendo que você leia esse livro se queira se surpreender com um bom romance policial e uma história de reflexão sobre alguns valores e ética. Parabenizo a editora pelo livro envolvente.

site: http://www.escrevarte.com.br/2016/02/4248.html
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR