O duelo

O duelo Anton Tchekhov




Resenhas - O Duelo


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Joao.Marcelo 14/10/2019

Tchekhov é impactante!
Precisamos de escritores assim nos dias de hoje! Há que se confrontar as ideias, os valores e os dogmas religiosos que levam muitas pessoas ao suicídio e a sucumbirem perante a anticultura do ódio!

"Amanhã temos um duelo. Eu e o senhor vamos dizer que isso é tolo e absurdo, que duelo é coisa do passado, que o duelo aristocrático, na sua essência, não difere em nada de uma briga de bêbados num botequim; e no entanto isso não vai nos deter, vamos até lá e vamos brigar. Significa que existe uma força mais forte que as nossas argumentações. Bradamos que a guerra é bandidagem, barbárie, horror, fratricídio, não conseguimos ver sangue sem desmaiar; mas basta os franceses ou os alemães nos ofenderem, e imediatamente sentiremos o ânimo se exaltar; gritaremos hurra com toda a sinceridade e nos lançaremos sobre o inimigo, o senhor invocará a bênção divina sobre as nossas armas e a nossa valentia provocará o entusiasmo geral que, aliás, será sincero. Mais uma vez, significa que existe uma força que, se não for mais elevada, pelo menos é mais forte que nós e nossa filosofia."
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Samarithan 04/07/2019

"Ninguém conhece a verdade absoluta"
Grande mestre da narrativa curta, Anton Tchekhov parte para uma aventura um pouco mais longa na novela O Duelo. Assim como outros escritores russos, Tchekhov também ilustrava em suas histórias os diversos aspectos e momentos vividos pela sociedade russa em meados do século XIX. Um dos protagonistas é Laievskii, que se muda para o Cáucaso juntamente com Nadiejda Fiodorovna, que abandonou o marido para fugir com ele. Ambos levam uma vida fútil e entregue a devassidão, Laievskii não gosta de trabalhar, todos os dias vai jogar com os amigos e planeja abandonar a companheira por não a amar mais. Ainda assim ele tenta se justificar para os outros e se intitula um romântico do seu tempo. Nadieija por seu lado, trai seu atual companheiro e está a todo momento se insinuando para outros homens.

O outro protagonista é o zoólogo Von Koren, um jovem cientista adepto de ideias racionalistas, muito inteligente e que odeia Laievskii e sua companheira, segundo ele, ambos são exemplos perfeitos de pessoas que deveriam ser eliminadas da face da terra, por se tratarem de péssimos exemplos para a sociedade. O conflito de ideias e da visão de mundo completamente antagônica dos dois protagonistas é que move a narrativa, que segue até culminar no duelo entre ambos.

Vale ressaltar que o Duelo empregado no título funciona não só como o desafio de vida ou morte travado entre os protagonistas, mas também como uma metáfora para a relação conturbada vivida por Laievskii e Nadiejda ou as calorosas discussões ideológicas que são travadas ao longo da obra. Desta forma é importante ressaltar a ótima participação dos personagens coadjuvantes, em especial o médico Samoilenko (que é amigo de ambos Laievskii e Von Koren e muitas vezes tenta amenizar a opinião extrema que um possui do outro) e o diácono Pobiédov. O desfecho do duelo em si e o final da história ficaram muito bons e merecem ser destacados.

Outro aspecto legal do livro é que várias outras obras são citadas dentro da história (como por exemplo Ana Kariênina de Tolstói) e o próprio Von Koren me lembrou em alguns momentos Bazárov, personagem de Pais e Filhos de Turgueniev.

Uma pena eu não possuir em mãos outras obras de Tchekhov, pois uma história relativamente curta e tão agradável de se ler, sempre fica o chamado "gostinho de quero mais", hehe!
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Biblioteca Álvaro Guerra 27/03/2019

O duelo ocupa um lugar muito especial na herança literária de Anton Tchékhov. Dividida em 21 capítulos, um exemplo muito atípico na obra do autor (que insistia na ?brevidade, irmã do talento?), a novela foi publicada entre outubro e novembro de 1891 em forma de folhetim no jornal Nóvoe Vriémia (Novo Tempo). Seu poderoso editor-chefe, A. S. Suvórin, foi um dos maiores entusiastas do início da carreira de Tchékhov, apoiando a mudança de estilo do autor, que abandonou a produção de breves contos humorísticos para buscar o amadurecimento literário. A novela é um dos raros exemplos da assim chamada ?novela ideológica? na obra de Tchékhov, afamado como o escritor menos ?engajado? da época. Foi durante o processo de criação de O duelo que Tchékhov conheceu o cientista Vládimir Vágner, defensor convicto do darwinismo social. Os dois, o médico Tchékhov e o naturalista Vágner, passaram horas a fio discutindo os ?prós? e ?contras? da teoria. Todavia, foi o escritor que colocou um ponto final nesses debates ao conceber o desfecho, absolutamente inesperado, de O duelo. É este trabalho marcante que ganha nova edição no Brasil, com tradução inédita e direta do russo, de Klara Gourianóva, prefácio assinado por Elena Vássina, pesquisadora de literatura russa e professora da USP, e ilustrações do artista gráfico Hélio de Almeida.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788520431184
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Tereza 08/12/2018

O duelo é mais que uma referência ao costume de resgatar a honra maculada.
Nessa obra temos, de maneira sutil e por vezes cômicas, expostos os reflexos das fraturas morais do personagem Laieski e os desdobramentos nas relações travadas entre ele e seus pares - em especial seu principal amigo Samoilenko, a mulher que roubou de outro Nadiedja e com aquele que representa sua antítese, Von Koren. Do encontro com este último resultou um antagonismo máximo (permissividade versus radicalismo) o que levou os personagens ao conflito que dá nome ao livro. Ao final, se vemos de um lado a redenção, de outro esta não resulta na felicidade dos personagens degenerados.
Posso estar vendo além, mas no desenrolar da história enxergo que o duelo extrapola o embate entre dois personagens; é o duelo interior de Laieski (e em menor destaque, mas também presente, o de Naidiejda), para mim, o ápice da trama.
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Diego 19/02/2018

Novela publicada no fim do século XIX, o personagem Ivan Laiévski ilustra o momento de transformações políticas e comportamentais vivido pela Rússia no período. Filho de uma família aristocrata, ele abandona tudo e se muda para uma pequena cidade no Cáucaso, onde passa a viver uma vida fútil em companhia de Nadiéjda Fiódorovna, que no melhor estilo Anna Kariênina abandonou seu marido para viver com o amante. Essas características peculiares do casal dão início à um dos duelos de Tchekhov, de como eles são vistos por uma sociedade que mantém valores mais tradicionais.

Laiévski leva uma vida que, em seu ponto de vista, é romântica. Citando e se baseando em diversos personagens da literatura russa, sua vida devassa lhe parece totalmente justificada. E o antagonista da história surge exatamente por diferir desse ideal. O zoólogo Von Koren, jovem cientista que pauta sua vida por questões mais realistas e filosóficas, discorda em absoluto de Laiévski e consequentemente passa a desprezá-lo por isso. E são essas visões conflitantes que levam ao grande duelo do livro.

Vale ressaltar também alguns dos personagens secundários e seus próprios conflitos. Mária Konstantínovna alterna suas ações relativas a Nadiéjda entre preconceito e um desejo sincero de tentar ajuda-la. Já o médico Samóilenko é amigo tanto de Laiévski e Van Koren. Assim, vive preso entre a disputa dos dois, enquanto sonha em tornar os dois amigos. Já o diácono é um personagem curioso. No início, é um personagem raso e até cômico, mas sua relevância vai crescendo ao longo da novela.

“O Duelo” é muito mais do que apenas a ação entre dois combatentes. Tchekhov explora diversos duelos morais e ideológicos, mantendo o estilo de observador que normalmente adotava em seus contos, sem julgar o que é certo ou errado.
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CooltureNews 16/08/2011

Por: Jhonatan Carreiro
Publicada no www.CooltureNews.com.br

Acompanhando a obra “A Morte de Ivan Ilitch“, resenhada anteriormente pelo Coolture News, esse livro faz parte de uma coleção de clássicos russos lançada pela Editora Amarlys. Vale novamente atentar-se para a exímia editoração, visto que o livro é composto por papel nobre, além de possuir capa dura.

Quanto ao seu conteúdo, o livro traz a noveleta “O Duelo”, além de diversas ilustrações da obra. As personagens protagonistas de “O Duelo”, ou seja, os tais duelistas, são von Koren e Laiévski. O primeiro acredita que a humanidade se veria muito melhor se determinados tipos de pessoas fossem eliminadas da face da terra, enquanto o segundo, é um ótimo exemplo desse tipo de cidadão que deve ser eliminado.

“- Eis uma pessoa de quem não tenho pena nenhuma! – disse von Koren – Se esse moço simpático estivesse se afogando, eu ainda daria um empurrão com um pau: vai fundo, irmão, vai fundo…” – Página 41

Entretanto, diferentemente do que possa parecer, não é possível defender nenhum dos lados, pois diversos fatos da vida de ambas as personagens são nos mostrados. As diversas peripécias que ocorreram na vida de Laiévski faz com que ele fique extremamente humanizado, de modo que torna-se complicado julgá-lo pelos seus erros.

“Laiévski, cansado do piquenique, do ódio de von Koren e de seus próprios pensamentos, foi ao encontro de Nadejda Fiódorovna.” – Página 78

Por fim, o próprio duelo mostra-se infundado e estranho. Um acontecimento que transforma as pessoas nele envolvidas. Laiévski passa a compreender seus erros, e esforça-se para mudá-los. Por sua vez, von Koren aprende a enchergar as qualidades latentes existentes em cada pessoa, inclusive em Laiévski.

“O tempo que von Koren ficou apontando pareceu a Laiévski mais longo que a noite. Ele olhou com súplica para os padrinhos; eles não se mexiam e estavam pálidos.” – Página 164

Enfim, “O Duelo” é uma obra que nos traz interessantes questões, um clássico que nos prende desde suas páginas iniciais. Leitura imperdível para todo fã de literatura.
Elienai 27/05/2017minha estante
"Enchergar"?




Jhonatan 13/08/2011

Por Jhonatan Carneiro (Coolture News)
Acesse www.coolturenews.com.br para mais resenhas e muitas promoções

Acompanhando a obra “A Morte de Ivan Ilitch“, resenhada anteriormente pelo Coolture News, esse livro faz parte de uma coleção de clássicos russos lançada pela Editora Amarlys. Vale novamente atentar-se para a exímia editoração, visto que o livro é composto por papel nobre, além de possuir capa dura.

Quanto ao seu conteúdo, o livro traz a noveleta “O Duelo”, além de diversas ilustrações da obra. As personagens protagonistas de “O Duelo”, ou seja, os tais duelistas, são von Koren e Laiévski. O primeiro acredita que a humanidade se veria muito melhor se determinados tipos de pessoas fossem eliminadas da face da terra, enquanto o segundo, é um ótimo exemplo desse tipo de cidadão que deve ser eliminado.

“- Eis uma pessoa de quem não tenho pena nenhuma! – disse von Koren – Se esse moço simpático estivesse se afogando, eu ainda daria um empurrão com um pau: vai fundo, irmão, vai fundo…” – Página 41

Entretanto, diferentemente do que possa parecer, não é possível defender nenhum dos lados, pois diversos fatos da vida de ambas as personagens são nos mostrados. As diversas peripécias que ocorreram na vida de Laiévski faz com que ele fique extremamente humanizado, de modo que torna-se complicado julgá-lo pelos seus erros.

“Laiévski, cansado do piquenique, do ódio de von Koren e de seus próprios pensamentos, foi ao encontro de Nadejda Fiódorovna.” – Página 78

Por fim, o próprio duelo mostra-se infundado e estranho. Um acontecimento que transforma as pessoas nele envolvidas. Laiévski passa a compreender seus erros, e esforça-se para mudá-los. Por sua vez, von Koren aprende a enchergar as qualidades latentes existentes em cada pessoa, inclusive em Laiévski.

“O tempo que von Koren ficou apontando pareceu a Laiévski mais longo que a noite. Ele olhou com súplica para os padrinhos; eles não se mexiam e estavam pálidos.” – Página 164

Enfim, “O Duelo” é uma obra que nos traz interessantes questões, um clássico que nos prende desde suas páginas iniciais. Leitura imperdível para todo fã de literatura.
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07/03/2011

Utilizando o conflito dos dois personagens, um que representa a vida boêmia x um que preza a ciência , a moral e os bons costumes, o autor expõe a sociedade russa do final do século XIX, sem defender um ponto de vista. Uma boa história!
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Gláucia 03/03/2010

Mudança
Como diz o título, trata-se de um duelo e como o livro é escrito com ar de ironia você fica se perguntando se os personagens realmente estão levando a sério o evento. E um acontecimento de 1 ou 2 segundos é capaz de mudar os destinos dos personagens.
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