Lene 03/04/2018Nada edificante...Resenha #DesafioLiterárioSkoob2018
1,5 estrelinhas
Está passando por “dor de cotovelo”? Levou o maior fora do seu bem amado? Se sente desprezado por ele/ela? Se sim, não pense, não olhe, não leia essa resenha e sobretudo, fique bem, mais bem longe desse livro!
Realmente eu não sei que raios me deu na cabeça (não, não é o que você está pensando) pra fazer eu comprar essa dita “preciosidade”. Acho que eu estava prevendo que serviria justamente para o desafio que anos mais tarde eu participaria.
Spoiler a seguir: “Tá avisado” E não é pouco!
Isso não pode ser normal, muito menos sadio: A personagem principal, Marina(depois fiquei sabendo o nome), sofreu uma grande desilusão amorosa na sua adolescência ao ser deixada pelo seu bem amado que tanto ela idolatrara. Após esse evento fatídico, Marina jura a todos os deuses que irá conhecer em um prazo de trinta anos(isso mesmo, você não leu errado) a arte da vingança, que ela vai chamar de treino amoroso, e que a ajudaria, no tempo certo a arquitetar o seu plano de vingança contra o seu bem amado. A partir disso a protagonista vai à sua caça, não apenas no Brasil, mas também viaja para os EUA e pelo mundo afora(Europa e Ásia) atrás de possíveis “cobaias” e se transforma numa verdadeira destruidora de corações. Sim, a personagem principal tem como base a conquista, para no momento adequado oferecer o seu total desprezo.
“(...) eu viveria quatro paixões de aprendizado, quatro paixões de brincadeira; eu disporia do tempo que quisesse – não mais do que trinta anos, todavia – para viver, em quatro países diferentes, quatro paixões sem fronteiras em que eu moeria o fel e o feitiço das mais cruéis feiticeiras” (p. 8).
Por que não gostei?
Não foi apenas o fato da protagonista ser uma destruidora de corações, mas a meu ver, além de ter sido tediosa as longas descrições das paisagens dos lugares que ela passava, a história em si havia ultrapassado os limites do bom senso. A personagem é totalmente doentia e egoísta, não demonstrou sentimento algum após a perda dos próprios pais e de sua vozinha que cuidou dela após esse acontecimento. Apesar de se sentir apaixonada em algum momento por algumas de suas “cobaias”, ela não arredava o pé de seu juramento sagrado.
“Ao cabo de uma semana a febre cedeu; eu me encontrava exausta e entontecida, como uma mosca que desiste enfim de procurar a boca da garrafa. Mas tinha no fundo de mim um orgulho que, acredito, poucas moscas tenham jamais sentido” (p. 24-25).
O desprezo sempre fazia parte da sua sentença e não raras vezes resultava no suicídio de suas vítimas. No final ainda esperei por uma moral na história, contudo mais uma vez fiquei decepcionada.