Rodrigo Azevedo 08/05/2011
Semana passada teve a resenha de O Discurso do Rei, hoje eu venho com uma de O Herdeiro Guerreiro, o primeiro da trilogia dos “herdeiros”. Não é o livro mais comum nas livrarias, mas também não é raridade. É ótimo pra você que quer dar um tempo dessas séries bobas sem sair do estilo YA, ou pra você que cansou de começar a ler e descobrir que depois vem mil livros que ainda nem foram lançados, é só procurar por O Herdeiro Mago e O Herdeiro Dragão que você encontrará. Ah, e não, não é romance, não é nem focado em casais, apesar de você encontra-los.
Antes de mostrar a sinopse, quero dizer que provavelmente você vai ter a impressão de que já viu em algum lugar. Infelizmente, é o tipo clichê: ele é um garoto comum, descobre que é especial, tem dificuldade de aceitar, é obrigado mesmo assim e acaba parando no meio de uma “guerra”. De qualquer forma, há seus pontos positivos e de destaque.
Jack tinha 16 anos e, a não ser pela cicatriz no peito e o remédio que tomava todos os dias, era um garoto normal. Pelo menos até se esquecer de tomar o remédio e dar de cara com a verdade: Jack é um dos últimos guerreiros Weirlind, uma sociedade secreta formada por várias ordens (guerreiro, magos, encantadores, adivinhos e feiticeiros), que está em guerra pelo poder. Agora ele terá que lutar para se defender do destino.
Quando eu parava para pensar na estrutura de Eu sou o Número Quatro, era desse livro que eu lembrava. Nos dois casos, há essa divisão entre o mundo comum e o diferente. De dia o garoto vai para a escola, de noite ele treina para poder sobreviver. É claro que em O Herdeiro Guerreiro tem muito mais o caráter de “transição”, do garoto aprendendo a entrar no mundo que não conhece (se você se perguntar, em Eu sou o Número Quatro é muito mais algo como fugir desse mundo).
Uma coisa que eu senti, minha amiga que leu sentiu e você provavelmente vai sentir, é que o livro começa devagar. Na verdade, você precisa de quase duzentas páginas para sentir que a história começou (e não querer largar mais). Não estou dizendo que é ruim ou exagerado, mas só avisando que você precisa passar desse momento inicial para mergulhar na história e que outras pessoas também sentiram isso.
Bem, depois disso, é partir para o abraço, porque você provavelmente irá de familiarizar com o clima e os personagens. Na verdade, eles são umas coisas que eu mais gosto da série/trilogia. A Ellen e a Linda são as minhas preferidas nesse livro, mas há uma boa quantidade de personagens com características diferentes para gostar.
Outra coisa que é bem legal é o clima do livro. Diferente da maioria YA que se passa hoje em dia, o clima é de algo antigo. Eu até pensei que fosse uma dessas histórias medievais (aliás, o que foi um dos motivos para achar mais lerdo o início do livro, eu esperava uma coisa e dei de cara com outra).
Sabe, não é o livro que você vai abraçar e chamar de favorito, mas é aquele que você pode ter um carinho especial. Nada disso é sinônimo de ruim, é claro. Eu até gostaria que mais pessoas conhecessem para poder ficar falando sobre. Além disso, há características da série como um todo que realmente tornam a leitura mais legal, mas que não vale a pena colocar aqui e você só vai poder descobrir lendo os livros (ou nas próximas resenhas! Haha).