O ladrão e os cães

O ladrão e os cães Naguib Mahfouz




Resenhas - O ladrão e os cães


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Filib Jurj 06/07/2010

Procurando a luz
Primeiro e único Nobel de língua árabe, Naguib Mahfuz escreveu esta trama policial ambientada num Egito prestes a explodir em uma revolução. Said Mahran, uma espécie de Robin Hood egípcio, sai da cadeia e descobre-se perdido: não tem mais família, nem dinheiro, nem casa e nem amigos. Até mesmo o mentor revolucionário de Said virou as costas para ele. Em busca de vingança ele acaba se aproximando novamente de uma antiga admiradora sua, a prostituta Nur (luz em árabe), que tentará nortear o caminho de Said.

Uma curiosidade: a Wikipedia diz que este é o primeiro romance de língua árabe a incorporar o fluxo de consciência na narração. Citation needed, eu sei, mas uma coisa não tem como negar: desde jovem Mahfuz leu "escritores modernistas como Proust, Kafka e Joyce".
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Dani 25/10/2013

Mata a alma e envenena

Os fatos mais marcantes para o personagem já aconteceram antes da narrativa: sua prisão e as supostas traições que o levaram até ela e/ou tiraram a sua vida do rumo certo. Quando sai da cadeia ele está decidido a reconquistar o amor de sua filha e se vingar daqueles que ele julga serem os responsáveis por sua tragédia pessoal. Acontece que um a um seu planos vão falhando, seus desejos vão sendo frustrados,só resta a desilusão e a perplexidade pelos rumos que sua vida vai tomando. Trama do tipo 'psicológica', enfim, muito bom este livro!
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Vinícius 25/10/2013minha estante
depois vou ler... entrou na fila!




Kl 13/12/2015

Sem surpresas.
História que ocorre no Cairo - Egito, em 1952. Parece começar já no meio, numa trama de velosíssima evolução.
Por ódio e vingança, o nosso principal, Said Mahran, um ladrão recém-libertado da cadeia, vai atrás de seus inimigos com métodos imagináveis.
Livrinho divertido, narrativa rápida, não me entreteu muito, acho que por se tratar do Egito, talvez estivesse esperando algo do tipo "mistérios e tumbas amaldiçoadas", quando na verdade é uma história surpreendentemente realista.
Comprei esse exemplar anos e anos atrás quando eu tinha uns 13 anos, foi numa ida escolar à bienal em minha cidade. Não havia muito motivo por trás da compra, além do objetivo de gastar o vale-presente de 10R$. Desde então nunca o li, sempre que começava a ler achava uma bosta extremamente maçante e largava. Vai entender como funciona a cabeça de uma criança, né?
Lembro que vi o título e olhando na contra-capa descobri que se tratava de um ganhador do prêmio Nobel de literatura (Naguib Mahfouz) e me interessei.
Grifei uma bela citação do que é, para mim, o melhor personagem:
"-O mundo não se apercebe de quem não se apercebe dele."

137 páginas, L&PM Pocket, brochura, sem orelhas, uns 18x10cm.
Recomendo se estiver procurando algo rápido e diferente do romance habitual, alguma ação, pouca profundidade de personagens. Sinto falta de algum momento de grande excitação, alguma ideia diferente ou algo que te faça realmente refletir. Talvez "A trilogia do Cairo" seja mais relevante, pois este foi bem simplório.
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Jessé 07/07/2020

Said é um Robin Hood egípcio mais atrapalhado e sem sorte que já vi. Na busca por vingança só se complica mais.
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Coruja 06/11/2012

Li esse volume no aeroporto, enquanto esperava para embarcar – e talvez parte do desalento que senti ao virar a última página tivesse também a ver com o cansaço de uma longa espera e a ansiedade de chegar em casa – sentimentos que, de certa forma, o amargo protagonista de O Ladrão e os Cães compartilhou comigo.

Naguib Mahfouz é conhecido por suas obras intrinsecamente ligadas à História do Egito, passado e presente juntos de forma quase esquizofrênica, dividido entre a grandeza dos faraós e uma modernidade presa entre o fundamentalismo, a miséria e a corrupção. Nobel de literatura, é considerado por muitos críticos como o Balzac de seu país.

A comédia humana de seu protagonista aqui, porém, é tudo, menos cômica. Said Mahran, que outrora se imaginara um Robin Hood, foi traído pela esposa e pelo melhor amigo e entregue à polícia, passou quatro anos preso – tempo em que se consumiu com o desejo da vingança.

Ao finalmente se ver livre, a primeira coisa que faz é procurá-los e tudo o que ainda podia impedi-lo de embarcar sem volta no caminho de sua própria destruição – sua filha – é o que o joga de vez no desespero, pois a menina não é capaz de reconhecê-lo, ficando aterrorizada ao ser trazida a sua presença.

Daí por diante, Said está perdido. Incapaz de se encontrar em meio às ruínas de suas ideologias pós-revolução egípcia, preso em seu absoluto rancor e surdo a qualquer apelo, ele se volta contra aqueles que considera culpados, mas só acerta inocentes até se tornar, ele mesmo, uma vítima de seus atos.

A prosa é soberba, mas deixou-me bem deprimida: retrato fiel da realidade, é um livro que termina com o sepultamento de todas as ilusões, toda a inocência e esperança. Mais triste ainda talvez seja ver agora a história se repetindo, no mesmo lugar, pelo mesmo caminho...

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Mário 15/03/2014

O sentimento de injustiça, sede de vingança e a força impetuosa que a necessidade de reparação moral e da dignidade aviltadas representam no ânimo do ser agredido dão o tom desse quase que psicológico romance.
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Dandara 06/01/2019

Quer conhecer o Cairo sem sair de casa?
História policial no Cairo dos anos 50, ambienta muito bem a cidade que, honestamente, em relação a estruturação mudou muita coisa de lá pra cá. Muito interessante para quem curte Oriente Médio e gosta de leituras rápidas e cativantes, principalmente policiais! Nagib Mahfuz é o escritor egípcio mais famoso e consagrado, principalmente por sua ?Trilogia do Cairo?. Em ?O Ladrão e os Cães? ele é direto e reto, livro curto que te abraça. Recomendo demais da conta.
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