O Menino (Little Boy Blue)

O Menino (Little Boy Blue) Edward Bunker




Resenhas - O Menino


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jota 03/07/2013

Juventude transviada

Estamos na Califórnia dos anos 1940. Alex Hammond tem apenas 11 anos e mais do que um simples delinquente já é quase um assassino. Por sorte, o homem que ele baleou num assalto a uma loja sobreviveu. Alex alegou que ficou assustado e então atirou.

Vindo de uma família desestruturada, abandonado pela mãe, nutre sentimentos contraditórios em relação ao pai, que diz amar. Internado num reformatório para jovens infratores ao mesmo tempo em que sente saudades do pai, Alex também se lembra que um dia, depois de mais uma que tinha aprontado, ao repreendê-lo ele lhe jogou na cara: "Queria que você tivesse ficado numa camisinha." Pois é.

Pouco depois, durante um acidente rodoviário o pai morre e ele se sente culpado. Mas também agora não tem mais a quem prestar contas, tampouco tem alguém que irá esperá-lo quando sair do reformatório. Todas as vezes em que foge de uma instituição (e ele é internado em várias), Alex acaba cometendo alguma infração e logo está de volta para ser recuperado. Somente uns poucos acreditam em recuperação e o próprio Alex tem certeza de que tornar-se um cidadão no futuro não lhe interessa: que quer mesmo é ser um bandido.

Acompanhamos a vida de Alex Hammond durante cerca de quatro anos neste livro. Parece uma história repetitiva, mas ele é reincidente e está determinado a não mudar de vida (vida bandida), mesmo sendo um garoto com inteligência acima dos meninos de sua idade, conforme atestam psicólogos que o entrevistam.

Não sei até que ponto esse livro é autobiográfico, como costumam ser os livros de Edward Bunker, ainda que ele tenha escrito sua biografia em Educação de Um Bandido, também da editora Barracuda. Mas se existisse o gênero literário criminal (em oposição a policial), certamente Edward Bunker seria um de seus maiores representantes, senão o principal. Muitas das passagens encontradas em seus livros foram vividas por ele ou as presenciou; nem tudo que escreveu é simplesmente ficcional.

Quem leu o excelente Cão Come Cão ou Nem Os Mais Ferozes, este quase tão bom quanto o primeiro, sabe do que estou falando. O Menino (Little Boy Blue, no original) é muito bom como estudo da formação da personalidade de um delinquente e interessante por retratar a vida cotidiana dos internos em reformatórios juvenis, mas não chega a superar a qualidade de Cão Come Cão, primeiro (e impactante) livro de Bunker que li. Embora O Menino merecesse uma avaliação melhor, algo em torno de 4,5 por aí.

Lido entre 16 e 28/06/2013.


jota 09/07/2013

Infância transviada
Estamos na Califórnia dos anos 1940. Alex Hammond tem apenas 11 anos e mais do que um simples delinquente já é quase um assassino. Por sorte, o homem que ele baleou num assalto a uma loja sobreviveu. Alex alegou que ficou assustado e então atirou.

Vindo de uma família desestruturada, abandonado pela mãe, nutre sentimentos contraditórios em relação ao pai, que diz amar. Internado num reformatório para jovens infratores ao mesmo tempo em que sente saudades do pai, Alex também se lembra que um dia, depois de mais uma que tinha aprontado, ao repreendê-lo ele lhe jogou na cara: "Queria que você tivesse ficado numa camisinha." Pois é.

Pouco depois, durante um acidente rodoviário o pai morre e ele se sente culpado. Mas também agora não tem mais a quem prestar contas, tampouco tem alguém que irá esperá-lo quando sair do reformatório. Todas as vezes em que foge de uma instituição (e ele é internado em várias), Alex acaba cometendo alguma infração e logo está de volta para ser recuperado. Somente uns poucos acreditam em recuperação e o próprio Alex tem certeza de que tornar-se um cidadão no futuro não lhe interessa: que quer mesmo é ser um bandido.

Acompanhamos a vida de Alex Hammond durante cerca de quatro anos neste livro. Parece uma história repetitiva, mas ele é reincidente e está determinado a não mudar de vida (vida bandida), mesmo sendo um garoto com inteligência acima dos meninos de sua idade, conforme atestam psicólogos que o entrevistam.

Não sei até que ponto esse livro é autobiográfico, como costumam ser os livros de Edward Bunker, ainda que ele tenha escrito sua biografia em Educação de Um Bandido, também da editora Barracuda. Mas se existisse o gênero literário criminal (em oposição a policial), certamente Edward Bunker seria um de seus maiores representantes, senão o principal. Muitas das passagens encontradas em seus livros foram vividas por ele ou as presenciou; nem tudo que escreveu é simplesmente ficcional.

Quem leu o excelente Cão Come Cão ou Nem Os Mais Ferozes, este quase tão bom quanto o primeiro, sabe do que estou falando. O Menino (Little Boy Blue, no original) é muito bom como estudo da formação da personalidade de um delinquente e interessante por retratar a vida cotidiana dos internos em reformatórios juvenis, mas não chega a superar a qualidade de Cão Come Cão, primeiro (e impactante) livro de Bunker que li. Embora O Menino merecesse uma avaliação melhor, algo em torno de 4,5 por aí.

Lido entre 16 e 28/06/2013.
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