Jorge 20/05/2016Uma história brilhante escrita por uma mente brilhante. “...Mas nada é tão fácil quanto parece. E nada fica verdadeiramente imaculado. Como um osso fraturado que não se curou da maneira certa, a recuperação pode ser lenta e incompleta, e, nos piores casos, uma infecção pode se desenvolver, fazendo com que a doença se alastre de maneira lenta e silenciosa pelo resto do corpo.” ( pág. 211).
Se eu soubesse que seria tão gratificante e apreciador ler uma obra escrita por T. Greenwood, eu já teria feito isso bem antes. Greenwood mostra se capaz de determinar cores para momentos decisivos da vida. Uma história brilhante escrita por uma mente brilhante.
“Um Mundo Brilhante” chama atenção por sua belíssima capa encapada com gliter e só por esta razão já vale a pena tê-lo na estante. O melhor de tudo é que o conteúdo não deixa a desejar.
A história se passa em Flagstaff, cidade localizada no norte do Arizona, EUA. O cenário é de muito frio e logo nas primeiras páginas somos apresentados ao dilema de Ben Bailey, personagem central da trama. Enquanto caminha pelo quintal da residência em que mora com a noiva, contemplando os primeiros flocos de neve do inverno rigoroso que se aproxima, Ben Bailey se depara com uma cena totalmente inesperada e intrigante. Um jovem rapaz bugre esta desmaiado em frente a sua residência, desfigurado por causa de hematomas e machucados, provavelmente decorrentes de um espancamento brutal. Bem liga para a emergência vir socorrer o estranho, mas seus esforços para salvá-lo são inúteis.
“Segredos. Como pequenos sapos escondidos em seu bolso. Não se pode esquecer deles porque estão sempre se mexendo ali dentro, contorcendo-se, tentando escapar. Você sabe que, a qualquer momento, um deles pode conseguir subir e pular para fora do seu bolso, revelando -se para o mundo com um coaxado estridente. E quanto mais você se esforça para tentar contê-los, para tentar escondê-los, mais se esforçam para escapar” (pág. 286).
A partir daqui não consegui mais parar de ler o livro. A narrativa de Greenwood é instigante, poética e sutil, inclusive grifei várias frases no decorrer das 336 páginas. As personagens são sensíveis e humanas, e particularmente me identifiquei muito com o protagonista. A edição da Novo Conceito está muito bonita, a única coisa que eu melhoraria é qualidade do papel utilizado no miolo. Provavelmente vou ler outras obras escritas por esta autora. Recomendo a leitura.