Daniel 14/09/2012Eu conheci este livro numa entrevista do Renato Russo, publicada numa revista BIZZ, na qual ele assumia sua homossexualidade.
É um livro muito bom, embora um tanto angustiante. A narrativa principal é centrada em três personagens: o pai, a mãe e o filho. O filho é gay, assim como o pai. A diferença é que o filho quer viver sua sexualidade abertamente, ao contrário do pai, que leva uma vida escondida em encontros clandestinos. Vale lembrar que a ação se passa no começo dos anos 80... A questão da AIDS nem é abordada ainda. Felizmente as coisas mudaram um pouco de lá pra cá.
Algumas passagens são bastantes emocionantes, como um diálogo entre o pai e o filho no final do livro. Mesmo com um tom amargo, há caminhos possíveis em busca da tal "linguagem perdida", essa impossibilidade de comunicação entre as pessoas.
Depois deste, li mais tres livros deste autor. Este primeiro continua sendo o meu favorito.
PS: Uma correção: peguei este livro outro dia, reli alguns trechos - na verdade reli quase tudo! - e vi que a AIDS é citada sim, como não poderia deixar de ser numa história ambientada em Nova York no meio dos anos 80: "O medo tornara-se a via indireta para a monogamia e, às vezes, para a felicidade". O livro passou no teste da releitura, 15 anos depois: continuam emocionantes as relações familiares e entre amantes.
"Cada um, em seu modo particular, descobre aquilo que deve amar. Seja lá o que for que amemos, é isso que somos."