Resenhas - Crime e Castigo

Luana 26/06/2022

Arrebatador (e intrigante)
Desnecessário dizer que esse livro foi um dos que mais me marcaram nesses meus 15 aninhos de vida, pelo menos. O enredo em si é muito envolvente. As personagens são tão bem construídas que se tornam intrigantes para o leitor, principalmente o contraditório protagonista, Raskólnikov. Muitos podem achar que a obra se trata apenas de um sujeitozinho tirado a revolucionário que mata uma velha e fica se martirizando o tempo todo. Mas vai muito além disso. O contexto histórico e a filosofia por trás dessa narrativa são gritantes; e a compreensão deles é essencial para a melhor absorção do livro. Instigante do início ao fim, não obstante o volume de páginas, Crime e Castigo-por incrível que pareça- não tem enchição de linguiça nem descrições rasas e puramente estéticas como é de praxe em muitos clássicos. Sua construção emociona até o mais despretencioso dos leitores. Sem dúvida, inegualável.

Janaina Edwiges 10/09/2022

"Viver, seja como for, mas viver!"
Ler Crime e castigo é mergulhar profundamente na psique de uma personagem e vivenciar com ela os efeitos mais sombrios e perturbadores do seu estado emocional. É uma experiência única, que nos possibilita enxergar um outro lado: o da consciência que não permanece indiferente ao ato que cometeu.  

Umas das riquezas da obra de Dostoiévski é nos confrontar com os mais excluídos, despertando nossa empatia e sensibilidade para com aqueles que tanto sofrem. Sônia Marmeladova é a minha personagem favorita da história, uma figura sofrida, que é constantemente menosprezada e humilhada pela sociedade, mas que preserva em si convicções íntegras, dona de um caráter humano e capaz de atitudes tão nobres e generosas.

Johniere 05/09/2021

Crime e Castigo: um percurso na alma humana
"Crime e Castigo" mas bem que poderia ser " Um passeio nas complexa alma humana". Pois é isso que Dostoiévski promove nessa obra que jus figurar como uma das melhores do mundo. É um que nos demonstra em cada página o modo como os conceitos de polifonia é posto em prática. Um romance incrível. Valeu muito a pena conferir.

joaoggur 17/09/2023

O pior dos crimes; a traição à si mesmo.
?O sofrimento e a dor são sempre obrigatórios para uma consciência ampla e um coração profundo.?

Da para se entender quando um clássico tem esse renome. Crime e Castigo tem todos os elementos de uma obra Dostoiévskiana. E isso é sinônimo de magnificência.

Ha uma pluralidade de personagens, e todos eles perpassam o núcleo principal, do protagonista Raskolnikov; este, um estudante que mal consegue um local para morar, enfurecido com sua vizinha usuraria, decide matar a velha que lhe emprestara o dinheiro. Após o ato, sua mente fica deturpada por demônios criados por ele mesmo; a simples angústia da chance de ser pego já é o maior dos castigos.

O autor é mestre em adentrar na mente dos personagens. Mesmo a narrativa sendo em terceira pessoa, conseguimos entrar nas paranoia de Raskolnikov, entendemos todas as suas angústias e dilemas. Sua profundidade o torna, principalmente, humano; a identificação dos dilemas morais e existenciais nos fazem identificar com o criminoso.

Outro ponto que sempre me chama atenção nas obras do autor é a sua habilidade para complexar a psiquê dos personagens; eles representam os desejos, as puncoes, os sentimentos humanos. Todos tem uma profundidade absurda.

Estou lendo todos os livros de Dostoiévski em ordem, então não posso dizer com certeza; porém, até agora, acredito sem dúvida alguma que o autor está em seu apogeu. Sua habilidade de transcrever a psicologia dos personagens está em seu auge, exímio em descrever os dualismos humanos. A narrativa é inconstante; as vezes se intensifica, as vezes torna-se monótona. E, na iminência do leitor perder o interesse, o autor consegue nos fisgar novamente. Não é um livro fácil, e não acho que recomendo a todos. Mas, pelo menos uma vez na vida, deve-se apreciar esta obra.

Wamarisen 27/03/2024

Essa obra foi uma aventura reflexiva e extremamente criativa.

Passamos a conhecer um estudante de direito autoconfiante e superestimado que queria provar seu valor então se coloca no papel de 'eu posso, sou diferente dos demais', não exatamente com essas palavras mas me lembrou muito o Victor de Frankenstein já que ambos tentaram algo absurdamente novo e buscando provar suas teorias.

A narração onisciente entrega um ar cômico já que cria um contraste entre o peso da cena e os pensamentos junto com a linguagem corporal do personagem então eu soltei umas boas risadas durante a minha leitura. O momento em que o Raskolnikov coloca as mãos para cima demonstrando rendição para a Sofia NAQUELA SITUAÇÃO KKKK (tá com o patati patata enfiado no , é?)

Todos personagens acrescentaram algo à narrativa seja criticando a sociedade ou as pessoas, mesmo as vezes não entendendo mesmo com as notas do editor (muito úteis por sinal) foram interessante os temas tratados e como as vezes eles estão sim interligados profundamente mesmo que na superfície não pareça (na minha cabeça) de início haver conexão com a cena ou assunto.

Sobre as personalidades.. que incrível a quantidade de detalhes, são tantas camadas que você chega no fundo do poço e começa a acha que essa obra não é só do Raskolnikov, e sim de todos?. Crime e castigo, da ênfase as consequências das personagens, seja o castigo mental ou a retaliação da sociedade, que todos terão um castigo ou vão arrastar outra pessoa junto ?. Isso me fez pensar que consequências são realmente reações e não simplesmente algo negativo afinal, várias personagens aí não cometeram nada gravíssimo (para a atual sociedade) e pagaram o pato dos outros.

O romance, se é que existiu algum, entre a Sônia e o Raskolnikov (dos outros dois lá também) não sei sinceramente da onde saiu, não achei as interações nada românticas pra ter aquele final teoricamente dele confessando a si que amava ela (era tão difícil fazer isso antes de torturar ela??).
Contudo, entretanto, todavia, a Sônia foi simbólica de forma religiosa para o desenvolvimento então gostei do final como se Raskolnikov tivesse renascido das cinzas (depois de se colocar fogo umas trozentas vezes).

É uma obra que vou levar na memória pela complexidade e outro fatores mas não foi algo muito surpreendente comparado a todas expectativas que eu tinha.

"desviou se do caminho, entrou em uma moita, caiu na grama e no mesmo instante adormeceu." (desviou se do caminho, entrou numa enrascada e no mesmo instante se conheceu)

leh 15/04/2021

Crime e castigo
Meu primeiro romance russo, se você nunca leu um antes saiba que irá encontrar nomes bem diferentes, que exigirá uma concentração maior, a parte boa ( que infelizmente eu só descobri quando cheguei lá) nas últimas páginas tem uma breve explicação de quem é quem, uma recapitulação dos personagens sem spoiler, o mais legal não é mesmo?!
Raskolnikov o personagem principal, que eu particularmente apelidei ( para ficar mais a fácil a leitura ) Rask faz você ódialo e ama- lo na mesma intensidade, por vezes achava ele tão generoso é justo e outras tão perdido dentro de si, de seus valores.
Assuntos principais religião, socialismos, existencialismo ( que por sinal é o meu assunto favorito)e o niilismo ( uma visão cética da realidade) um ótimo tema também, sem a moral não há regras, tudo é possível!
Fiodor Dostoiévski mostro a redenção através do sofrimento, da culpa, um confronto a moral, o crime em um fim em si mesmo, já quero ler outros livros dele.
Indicação do meu marido apaixonado por filosofia, comprei para ser o presente dele de aniversário, acabou me atraindo, li primeiro!

Isa.liborio 04/01/2024

Um livro sobre a dualidade humana. Todos nós temos o bem e o mal e precisamos lidar com ele. Alguns se arrependem, outros não. Alguns encontram redenção, outros se redimem na morte.

Jéssica 07/08/2022

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Demoro a anotar minhas impressões de leitura quando não sei ao certo o que ela me causou. Abro o meu caderno de anotações, registro o nome do livro concluído e em seguida escrevo uma pequena nota sobre ele. As vezes a impressão é intimista, outra é mais descritiva e ainda há aquelas que falam mais sobre mim do que do livro em si. A minha intenção é registrar o que se passou em mim quando da ação de uma leitura. Confesso que guardo uma esperança: que os meus dois filhos se interessem pelo universo contido nos livros e folheiem estas páginas que hoje escrevo. Quem sabe conversaremos sobre isso, em um futuro não muito distante, confortados pelas nossas presenças acompanhados de um bom café?! Mas isso é outro assunto?

O livro da vez é o ?Crime e Castigo? do Dostoiévski. Neste romance ele descreve o drama psicológico do anti-herói Raskólnikov. O universo se passa entre crises de angústia, alucinações e auto-condenação de um jovem universitário que, como denuncia o título da obra, comete um crime.

Assim desenvolvemos o sentimento de empatia na tentativa de compreender emocionalmente as intenções de uma personagem demasiado humano.

Temas como a moral, a política, a religião e o amor marcam toda a narrativa e fazem com que este romance comunique universalmente o espírito humano.

Eu carregava expectativa bastante alta, e por conta disso experienciei uma leitura arrastada, um pouco enfadonha em diversos trechos.

Acredito que sou tocada de forma irrefreável pelos dramas psicológicos viscerais e um tanto mais intimistas. Aqueles nos quais o mundo do lado de fora da personagem é paisagem e o palco mesmo é a alma em confissão.

Alisson 24/03/2022

Crime sem castigo?
Esse livro deveria estar em todas as estantes do mundo.

É uma obra carregada de niilismo - contexto em que Dostoiévski teve forte influência de Nietzsche; portanto prepare-se para uma leitura disruptiva.

Uma dica ao ler essa obra é contextualiza-la à época da escrita.

Clássico atemporal.

LucAlio.CAmara 20/04/2024

Crime e castigo
Início: 09/04/2024
Livro: Crime e castigo
Autor: Fiódor Dostoiévski
Origem: Russo
Páginas: 568

Ficção / Romance

Sobre o que achei:

"Crime e Castigo", é uma obra-prima da literatura russa que explora as profundezas da psique humana. A história gira em torno de Rodion Raskólnikov, um jovem estudante que comete um assassinato por acreditar ser um homem extraordinário, acima das leis morais comuns. No entanto, ele logo se vê consumido pela culpa e pelo medo de ser descoberto.

Explorando temas como o crime, a redenção, a miséria humana e a busca pela justiça. Através das complexas interações entre os personagens e das reflexões filosóficas presentes no livro, o autor nos convida a questionar as motivações por trás de nossas ações e a natureza do sofrimento humano.

Com sua prosa envolvente e sua profunda análise psicológica, "Crime e Castigo" continua a cativar leitores ao redor do mundo, oferecendo uma visão penetrante da condição humana e das consequências morais de nossas escolhas.

Tive dificuldade com os nomes difíceis dos personagens, porém me concentrei nos principais e pude acompanhar a narrativa com proveito.

Vcs precisam ler este livro!
E vcs já leram?

Yandara 19/03/2021

Uma obra à frente de seu tempo
A descrição minuciosa de Dostoiévski, em Crime e Castigo, te faz adentrar profundamente no universo psicológico das personagens, especialmente nos tormentos de Raskólnikov, figura central da obra.

Trata-se, portanto, de um livro à frente de seu tempo, com desdobramentos (sociais, filosóficos e psicológicos) que podem muito bem serem refletidos em diversos contextos de nossa contemporaneidade.

Rodrigo de Lorenzi 23/09/2021

Arrebatador
Aquela frase meme "não sei o que falar, só sentir" se aplica bem a esse livro. É uma viagem à mente de um homem que comete um crime e a gente só vai entender as motivações desse crime quando analisamos todo o contexto. Personagens absurdamente bem construídos, espaços tão bem descritos que você parece andar em cada rua da Rússia e um mix de sentimentos que só lendo pra entender. É pra compreender o ser humano e refletir sobre nossos atos e o que podemos vir a ser. Eu sou uma pessoa agora. Na miséria e pobreza, como eu seria? Incrível, um dos melhores livros que eu já li nessa vida.

site: TikTok @rodrigodelorenzi

Pavozzo 01/03/2022

Remorso ou Arrependimento?
Se há algo pelo qual eu deva sentir culpa, é por não ter lido este livro antes. E culpa é o que mais há aqui - li uma resenha que dizia: "jovem comete um crime e fica se culpando pelas 500 páginas seguintes" (não está longe da verdade!!).

Dostoiévski soube transmitir isso bem - aquele sentimento transborda pelas páginas, é uma leitura desconfortável da primeira até a última linha. Houve momentos que desejei que acabasse logo.

Há um capítulo em particular em que transpirei, passei calor, a respiração ofegante... como não ocorria há muito tempo.

Existem duas personagens que parecem figurar a Raskólnikov duas possibilidades de se lidar com a sua própria situação: deixar-se consumir pela culpa, buscando alívio em uma vida depravada que eventualmente flertará com o suicídio; ou a redenção pelo arrependimento. E para Dostoiévski, a redenção só é possível através do amor.

As críticas sociais são um capítulo à parte. O efeito colateral de se ler este livro é que você passará a enxergar vários "Raskólnikoves" onde antes pareciam existir apenas pessoas comuns...