Mrs. Dalloway

Mrs. Dalloway Virginia Woolf




Resenhas - Mrs. Dalloway


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Jonara 07/04/2010

Imagine que você é um beija-flor, batendo asas a 70, 80 batidas por segundo... indo de flor em flor para captar o nectar, aqui e ali, leve leve... tão leve que chega a irritar, mudando de posição tão rápido que mal se percebe o momento que se saiu de uma flor e se partiu para outra.
Isso é a escrita da Virgínia Woolf neste livro. Ela voa de um pensamento a outro, de um personagem a outro, leve, irritante e frenéticamente... é exaustivo acompanhar a linha de raciocínio que segue e segue e segue... 187 páginas de pensamentos de um único dia!
É poético, depressivo, luminoso ao mesmo tempo. Um dia na vida de Mrs. Dalloway, em que ela vai dar uma festa. Nada fora do comum, nada de especial, só as sensações, lembranças, as impressões das pessoas naquele dia.
Um livro bem interessante, é interessante também a quantidade de vezes que Virgínia Woolf se refere às ondas, ao mar, água, etc. Realmente, parece que ela sempre teve uma relação forte com o mar.
Fluxo de consciência é algo que me deixa profundamente incomodada. Não consigo acompanhar o pensamento deles, me perco nos meus e começo a achar que o autor é maluco, ou que eu estou começando a ficar maluca. Realmente me perturba ler qualquer coisa escrita desta forma. O que não significa que isso seja ruim.
Ananda Sampaio 26/07/2011minha estante
Olá, adorei sua maneira de explica Virginia Woolf.
Ela é tudo menos óbvia!tentei ler passeio ao farol e não consegui me deter na narrativa q é mt peculiar.Tive a ousadia de tentar ler Orlando e desisti.Mas, tenho paciência e sei que os grandes escritores exigem de nós uma certa paciência pq o que eles têm pra nos oferecer é grandioso demais p/ ser traduzida sem esforço, sensibilidade e dedicação!
;*


Claudinha____ 25/10/2012minha estante
Fantástica a sua descrição da narrativa, me senti exatamente assim!


Marco Maia 14/06/2013minha estante
Exatamente. A escrita é irritante, não há nexo, só divagações. Livro chato.


Edison Garreta 28/07/2013minha estante
Tive a mesma sensação!


Aerial 26/02/2014minha estante
É exatamente essa a minha sensação também, os livros da Virginia não são pra qualquer um, mas te faz refletir bastante e em certos momentos quando você lê o livro se perde nos seus próprios pensamentos.


Sueli 22/05/2014minha estante
A minha relação com esse livro é tão inconstante como o texto. Tem dias que leio e acho incrível, em outros não entendo nada... Por isso, prefiro achar que estou sempre em processo de leitura, já que sou tão errática como o texto, e, talvez, por isso mesmo eu não consiga classificá-lo...


Andreza 04/10/2014minha estante
Expressou bem o que eu senti! Amei a resenha!


Taysa 24/06/2015minha estante
Você descreveu perfeitamente como é ler este livro. O livro não tem capítulos, não tem uma delimitação do que é de um e o que é do outro. Não há delimitações. Consegui terminar depois de tentar duas vezes. Foi uma experiência difícil mas instigante.


Lenicio 20/04/2020minha estante
A autora tenta expressar o que se passa na cabeça dos personagens. Sugere um modo profundo de caracteriza-los, de apresenta-los, marcadamente subjetivo. O livro encerra fortes questões existenciais: a superficialidade das relações; a figura imponente do Estado; o papel da mulher (anfitriã); paixões mal resolvidas; casamento sem amor e por aí vai.


Lenicio 21/04/2020minha estante
O livro é muito bom. Leitura carregada, às vezes desgastante, mas repleta de boas reflexões. Autores assim, com estilo próprio, como a Virgínia, o Saramago, o Kafka, desafiam nossa paciência literária. O primeiro contato é impactante. No meu caso, li uma 30 páginas e fiquei esgotado. Resolvi ler algumas resenhas (inclusive a presente) para uma ambientação menos aflitiva. Deu certo. Fluiu bem depois disso.


Rody 16/06/2020minha estante
Amo as observações dela. O olho esperto que capta inúmeras sensações e emoções. É por isso que sou apaixonado por Woolf. Ela me faz ver o sentido das coisas.


Anny 17/07/2020minha estante
Sensacional sua descrição. Estou na página 43 e já me sinto assim. Fico incomodada com a rapidez que ela muda de pensamento, quando acho que estou entendendo, ela muda... Ela é voraz !


Aleksandra UtriniC 26/07/2020minha estante
Eu amei o que você escreveu, tô terminando o livro, e me senti mil vezes perdida, você conseguiu colocar meus pensamentos inteiros em uma resenha só.


@adriana_ lerlivros 08/10/2020minha estante
Penoso


Adiel Barbosa 31/01/2021minha estante
Minha leitura atualmente. De fato o que você falou é verdade. Às vezes me perco nos pensamentos da Mrs. Dalloway.


Carlinha 15/02/2021minha estante
Não li o livro ainda . Mas assisti só filme sobre esse livro. ?As horas?, depressivo, conflitante e choro todas as vezes que assisto.


Luzia103 30/06/2021minha estante
Infelizmente, acabei abandonando por isso, por ser densa os pensamentos dela, presente na narrativa.


@adriana_ lerlivros 01/07/2021minha estante
Depois de 6 meses consegui concluir hahaha


Mel Fernandes 03/10/2021minha estante
É isso mesmo! O voo de um beija-flor! Perfeita analogia.


leiaagora_ 12/12/2021minha estante
Que analogia perfeita!!!!!


ac_rodrigos 26/06/2023minha estante
Uma resenha de 13 anos atrás que literalmente resumiu o que estou sentindo lendo esse querido kkkkkkkkkkk


Luciano de Assis 28/06/2023minha estante
Boa resenha, não se aflija, a autora era realmente maluca, tanto que pulou em um rio com os bolsos do casaco recheados de pedras, mas vamos ao livro, li, li por honra, afinal como pode alguém publicar um livro em 1925 e 98 anos depois, em 2023 eu não conseguir ler, mas confesso, poderia perfeitamente morrer sem ter lido Mrs. Dalloway, por outro lado, me prendi a leitura de Orlando, li em poucos dias e recomendo.


Eduardo Cassago 05/01/2024minha estante
descrição perfeita!




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

Mrs. Dalloway, Virginia Woolf - Nota 9/10
Mais um clássico que estava querendo ler há um bom tempo e que, posso afirmar, superou as minhas expectativas! Em Mrs. Dalloway não é a história contada por Virgínia Woolf que torna o livro excelente, mas sim a forma com que a autora consegue transformar uma história extremamente simples em um livro genial. A narrativa se passa em um dia na vida de Clarissa Dalloway, uma aristocrata que prepara mais uma festa em sua residência, e tem como cenário a Londres da década de 20!! Mas diferente de tantos outros livros que estamos acostumados a ler, a autora conta a história a partir do pensamento de seus personagens. Virginia Woolf consegue jogar com o fluxo de consciência de uma forma impressionante... Ao longo de toda a narrativa o fluxo de pensamentos vai sendo passado de um personagem para o outro, tudo sem que o livro tenha nem mesmo um capítulo para dividir essa mistura de perspectivas. Não vou negar que em alguns momentos tive certa dificuldade em saber qual era o personagem que estava narrando a história naquele momento... Mas aos poucos o leitor vai se acostumando! É um romance sobre conflitos internos e questionamentos sociais, construído com extrema inteligência e sensibilidade da autora!

site: https://www.instagram.com/book.ster
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Ju_allencar 21/11/2023

Diferente
A autora subverte a narrativa tradicional, a história vai passando pela cabeça de todos os personagens e cada um vai mostrando seus pensamentos mais íntimos, seus preconceitos, rancores e medos. É bem difícil ler esse livro se você não se deixar levar pela narrativa. Os personagens mudam a cada instante sem aviso. Facilmente você se perde. Foi uma experiência diferente, mas não indico o livro pra todo mundo.
Bruno Oliveira 22/11/2023minha estante
Tô de olho nesse há tempos! Dizem que é uma aula de como descrever bem um ambiente.


Ju_allencar 22/11/2023minha estante
Achei a escrita muito boa, mas o livro exige muito da sua atenção. Qualquer coisinha você se perde ?.


sandroquina 24/11/2023minha estante
Quase comprei na BF mas lembrei dessa resenha aqui kkkkk


Ju_allencar 24/11/2023minha estante
??? poupou seu dinheiro kk




Flávia Menezes 10/05/2023

??PARA OS INGLESES A VIDA É UM TÓPICO, NÃO UMA ATIVIDADE!
?Mrs. Dalloway? é um clássico inglês aclamado no mundo todo, e uma das obras mais famosas da ensaísta, contista, escritora e ativista política britânica Adeline Virginia Woolf, publicado em maio de 1925, tendo sido originado a partir de dois contos da autora: ?Mrs. Dalloway na Bond Street?, e do inacabado ?O Primeiro Ministro?.

Escrito através da técnica literária modernista denominada ?fluxo de consciência?, que também marcou o estilo dos renomados escritores James Joyce e William Faulkner, ?Mrs Dalloway? representa um marco na literatura universal e na narrativa ocidental por exibir um retrato fiel da sociedade burguesa da época. Sua grande fama o fez ser incluído na lista dos 100 melhores livros de todos os tempos pelo ?The Guardian? de maio de 2002, e ainda como um dos melhores livros escritos em inglês listados pela revista ?Time? de outubro de 2005.

Apesar da proposta simplista de escrever uma história onde tudo se passa em um único dia de junho de 1923, quando Clarissa, a esposa do aristocrata Richard Dalloway, sai para comprar flores para a festa que dará à noite em sua casa, essa onisciência seletiva da narradora (Clarissa), focada em um pequeno e despretensioso objeto (flores), e nos fatos ordinários do dia a dia que aconteciam ao seu redor, vai abrindo espaço para o infinito do mundo psíquico.

Durante o trajeto feito por Clarissa, ela vai encontrando outros personagens, que ao se aproximarem, permitem que em um movimento bastante sutil, da mente de Clarissa passemos à outra, penetrando assim em suas camadas mais profundas que apagam os contornos entre passado e presente, permitindo ao narrador desaparecer para dar palco à consciência do próprio personagem.

De fato, a qualidade da narrativa é impecável, e esse transportar de uma consciência à outra é de uma maestria tão impressionante que quando percebemos, somos outro... e depois outro... e depois outro... e mais outro? nessa dança incansável que nos hipnotiza, e nos agita de um jeito que não se quer mais parar.

Ora somos Clarissa, e ora somos seu ex-namorado Peter Walsh. Mas também chega o momento em que seremos Septimus Warren Smith, ou sua esposa Rezia, ou ainda seu médico psiquiatra Sir Williams. Tanto quanto retornaremos à Clarissa, para a seguir sermos o seu marido Richard Dalloway, ou sua filha, Elizabeth, e até a amargurada professora da sua filha, Miss Killman.

Experimentamos tantas vidas, tantos sentimentos, mas ao final, percebemos que cada um deles é apenas uma parte do todo da própria Woolf, onde para ela a vida é feita de trevas impenetráveis, e toda a sua essência jaz à sombra daquela que flerta com a falsa impressão da salvação que se esconde por trás do ato de desistir (suicídio).

Apesar da possibilidade de ser tantos, ao mesmo tempo, eu me sentia sendo nenhum. Porque por trás dos modos impecáveis provenientes dos melhores internatos ingleses, ou dos jantares requintados onde todo refinamento da alta sociedade, com seus ares de sofisticação, se convertem no mais pedante diálogo intelectual, quando os despimos de suas roupas de festa, e limpamos qualquer vestígio de maquiagem, percebemos que seus olhos estão gritando aquele silêncio perturbador que é esse vazio existencial que carregam dentro do peito.

Assim como vi em ?O retrato de Dorian Grey? de Oscar Wilde, Woolf delineia os mesmos traços que me fazem crer ter algo de cultural, quando também fala (através dos seus personagens) da frustração da vida adulta, e dos dias que são perdidos se pensando na juventude de outrora com saudade, e não do que se viveu propriamente, mas de quem se podia ser. Livre, autêntico, único e até irresponsável. Porque mesmo nos erros temos a liberdade de experimentar a beleza da nossa imperfeição que não nos pune, não nos julga e que muito menos nos condena.

E que bom era sentir o frescor da juventude aquecendo e ruborizando suas faces, não é mesmo? Como era bom sentir todo o vigor do corpo jovem, que até deixa as suas personalidades ainda mais deslumbrantes. Como é bom sentir o impulso da vida de se apaixonar e se enamorar de alguém, sem ter responsabilidades e nem ter que ser a imagem da virtude.

Mas será que é apenas sendo jovens que poderemos experimentar a vida na sua essência mais pura e mais vigorosa? Será mesmo que crescer e amadurecer e se tornar adulto é assim tão trágico, que nos condena a uma vida de frustrações e de vazio, sonhando com os dias passados que já não voltam mais? Eu penso que não. Mas pelo visto, Wilde e Woolf tinham esse pensamento em comum.

Aliás, para ambos parece que a vida matrimonial é um verdadeiro martírio, um calvário onde os homens vão se tornando dia após dia mais como condenados amargurados, e as mulheres umas vítimas decadentes, que a cada ano vão perdendo mais e mais da beleza atraente que um dia tiveram. Lares luxuosos, de camas tão frias como assim também os são os seus corações.

Uma vez casados, ou enchem suas casas daqueles que carregarão seus sobrenomes, lhes concedendo uma forma de viver a imortalidade, ou não lhes sobrará mais nada, a não ser acabar seus dias atormentados pelas vozes dos filhos aos quais não foi permitido nascer, até o instante em que já não se parece mais tão assustador o findar da vida, mas sim, a única salvação.

Mas se o matrimônio é um castigo, não se casar é um infortúnio ainda maior. E aquela que o fizer passará uma vida medíocre amando nos filhos dos outros, daquelas a quem odiará por pura inveja, por não poder ter gerado seus próprios filhos. Não dar à luz é se render ao karma de ser sugada pela sombra, onde a felicidade nunca irá lhe visitar. Muito menos o amor.

E nessa ausência de compaixão que parece aqui reger o feminino, as mulheres se odeiam, e se invejam, se maltratam e se alfinetam com uma fúria que me faz lembrar a fala de Freud que estamos fadadas a permanecer incompletas e vacilantes nessa não saída do nosso Édipo.

Somos complexas porque o amor em nós é complexo. Porque se ama o pai, por não poder amar demais a mãe, e dessa forma, se ressente da mãe por não ter tido o amor suficiente por parte dela. E assim, o feminino em nós deseja aflorar, mas quer que ele seja sensurado na outra, e a repele e a expulsa com a certeza de que só seremos felizes se afastarmos de nós quem nos é semelhante.

Se tentarmos tomar o pulso desses personagens, certamente ficaríamos horrorizados. Homens... mulheres... jovens... velhos... Todos uns infelizes que ficam amando a natureza muito mais do que a si mesmos, e aos outros.

Falam da beleza da vida que vem da natureza, ou das obras de Shakespeare, mas sentem uns aos outros como se fossem apenas corpos sem almas.

Que mundo mais vazio, mais cinza e gelado que Woolf descreve com sua escrita poética que vem dessa profundidade do fluxo de consciência. Aqui, o belo se torna nada belo, e a tristeza salta aos nossos olhos a cada uma das palavras, até que... Até que Peter Walsh apareça!

O ex-namorado de Clarissa surge para dar vida a uma obra que eu já julgava estar morta. E olhar pelos seus olhos me devolveu a esperança de que nem todos aqui desistiram de amar, e de se render a todas as doçuras, tanto quantos aos dissabores que paradoxalmente somos lançados no momento exato em que nos apaixonamos por alguém.

Me encantei perdidamente por Peter Walsh. E como é saboroso se encantar com um personagem que só existe na ficção, mas que traz em si as nuances da realidade que tanto apreciamos. E se não fosse por ele, confesso que seria impossível ter tido qualquer tipo de afeição por Clarissa Dalloway.

Pelos olhos dele vemos uma Clarissa que tem sangue quente correndo por suas veias. Ele fala dela com uma paixão de quem vê defeitos e qualidades, e as aprecia na mesma intensidade, porque entre o amar e o brigar existe a força de um sentimento que o domina e o faz sentir vivo. E que concede a mesma potência de vida à Clarissa.

?Ela fechou a porta. Na mesma hora, ele ficou muito deprimido. Tudo parecia sem cabimento ? continuar apaixonado, continuar brigando, continuar fazendo as pazes.?

Quanta força existe em uma frase como essa! Ou nesta:

?Ela o influenciara mais do que qualquer outra pessoa na vida.?

Ou ainda nesta última:

?Mas o bilhete o tirou do sério. Aborreceu-o. Fez com que ele desejasse que ela não o tivesse escrito. Suplantado todos os demais pensamentos, era como um cutucão nas costelas. Por que ela não o deixava em paz? Afinal, ela tinha se casado com Dalloway e passado todos esses anos com ele na mais perfeita felicidade.?

É o ciúmes por trás da fachada do homem durão. Daquele que não pode amar, porque não foi o seu escolhido, mas que no fundo, ainda a ama e sabe que ainda é amado por ela, porque nem todo o poder que um sobrenome pode ter sobre a face dessa terra, é capaz de apagar o quanto duas pessoas podem ser perfeitas juntas. Até brigando eles eram perfeitos!

Se não fosse por Peter Walsh, eu jamais teria gostado de alguma coisa nessa leitura. Porque quando eu me vi afogando em um tédio absurdo nesse mar sombrio de personagens amargurados e infelizes, foi Peter Walsh quem me resgatou e me fez sentir, de fato, o coração ficando mais quentinho.

Não tenho dúvidas do quanto técnica é bastante primorosa (diria até impecável) a ponto de torná-la um grande clássico de todos os tempos, mas o vazio no qual somos lançados nessa obra é tão profundo, que no final, se não fosse por Peter Walsh, não restaria nenhuma sombra de esperança.
Dani 10/05/2023minha estante
Amiga, não consigo mais acompanhar suas leituras! ?


Flávia Menezes 10/05/2023minha estante
Livros curtinhos, amiga. ?


Aline.Rodrigues 11/05/2023minha estante
Excelente resenha!


italomalveira 11/05/2023minha estante
Essa nostalgia dos personagens que tanto te desagradou foi algo proposital do autor? Porque é inegável que isso é um problema que afeta a maioria esmagadora dos adultos hoje em dia (e acredito que nas gerações passadas também era assim). Somos cegados pela nostalgia ao ponto de não conseguirmos ver beleza na vida adulta. Ser adulto não é fácil, e talvez a infância/adolescência seja sim a melhor fase da vida. Mas não quer dizer que ser adulto seja um saco como a maioria diz. É preciso ter cuidado pra não cair na armadilha desse sentimento que parece inocente, e é tido até mesmo como algo bom, mas eu julgo ser um dos sentimentos mais perigosos que existe.


Flávia Menezes 11/05/2023minha estante
Muito obrigada, Aline! ?


Flávia Menezes 11/05/2023minha estante
Então Ítalo, essa questão dos adultos, eu vi tanto nesse livro quanto o do Oscar Wilde (O Retrato de Doria Grey), então pode ser algo da época e até da própria cultura da burguesia inglesa. Mas são hipóteses e só quis destacar mesmo que foi algo recorrente na literatura de lá. Sem contar que falamos de uma época em que a expectativa de vida era menor, então uma pessoa com 40 já era um idoso, porque não viveria muito. São questões que contribuíram para essa nostalgia toda.

Agora, eu acho que as coisas estão mudando no mundo atual. A expectativa de vida é maior, os procedimentos estéticos retardam o envelhecimento, o que contribui para que as pessoas se sintam mais joviais. A JLo que o diga!!

Pra ser sincera?acho que os jovens de hoje estão tão estressados por conta da cobrança interna para alcançar o que sonham, que é fato que vão começar a viver melhor depois dos 30. Até porque hoje a adolescência vai até os 24 anos? e depois dessa faixa etária é que terão o cérebro formado e aí sim, estarão mais aptos a esse tipo de visão de vida. Sabe? De poder avaliar qual a melhor fase da vida. Mas sem dúvida tem muita gente com medo de crescer?e isso é tão prejudicial?


italomalveira 18/05/2023minha estante
Realmente Flávia, a pressão está cada vez maior em cima dos jovens. E ao contrário do que se imagina isso não tem feito com que eles amadureçam mais. Os jovens estão cada vez mais infantis. Faz muito sentido essa questão da adolescência até os 24 anos.


Flávia Menezes 18/05/2023minha estante
Isso que você disse é extremamente importante: quanto mais se pressiona, mais se regride. Porque não se pode exigir o que o outro ainda não está pronto para oferecer. Agora tem um outro lado: informação não é instrução. Quanto mais os jovens valorizam só o que buscam, e menosprezam o que podem aprender com pais e professores, mais tempo levam para aprender. Porque o conhecimento é a teoria + experiência. E experiência só tem quem viveu.
Sobre isso da adolescência até os 24 anos, é uma comprovação da neurociência de que o cérebro de hoje só está definitivamente formado aos 24, e não aos 18?21 como era no passado.


italomalveira 23/05/2023minha estante
Concordo demais com você.




iamdudis 03/02/2022

A vida em um dia!
O livro foi recomendado pela @mhysafey no meu projeto de leitura indicada por amigos.

Mrs. Dalloway é um romance histórico de Virginia Woolf publicado em 1925. O livro narra apenas um dia na vida de Clarissa Dalloway, uma dama da sociedade inglesa que gosta de dar festas e manter as aparências. O livro é surpreendente pela genialidade e modernidade da autora, e é extremamente atual também.

O interessante do livro é que tem mais pensamentos que diálogos, entramos na mente dos personagens através da escrita da autora. Os personagens em sua maioria são pessoas no início da terceira idade e circuladores da alta sociedade. O fluxo de pensamentos pode parecer confuso no primeiro momento, mas a cada página você acaba se acostumando e entendendo melhor a narrativa.

Navegamos através de pensamentos sobre o passado e presente de alguns personagens, também vemos questões como: o egoísmo, rancor, conformismo, medo, depressão, romance, tendências suicidas e mediocridade.

Sobre o tema suicídio e traumas o livro tem um peso maior e sensível na leitura, pois sabemos que Virginia Wolf tentou cometer suicídio anos antes de lançar o livro, e anos após o lançamento ela enfim conseguiu pôr um fim na sua vida, infelizmente.
mhysafey 03/02/2022minha estante
???




Michela Wakami 23/11/2023

Bom
Um livro que nos traz o tão temido fluxo de consciência, mas para minha surpresa, tive pouca dificuldade na leitura.

Temos aqui personalidades diversas, umas que me agradaram outras que não, o que já é normal no nosso próprio cotidiano.

Na minha percepção, vejo que a autora trouxe muito dela, na obra.
Tanto no papel do Septimus, quanto no papel da própria Clarissa.
Rogéria Martins 23/11/2023minha estante
Adorei ver suas considerações sobre a leitura, amiga! Muito bem pontuadas! ?


Vanessa.Castilhos 23/11/2023minha estante
Mi, arrasou nas percepções!! Adorei a resenha, amiga!! ????


Michela Wakami 23/11/2023minha estante
Obrigada amigas! ?????




Leila de Carvalho e Gonçalves 18/06/2020

As Horas
Quanto a Mrs. Dalloway:
Virginia Woolf (1882 - 1941) é uma das mais proeminentes figuras do Modernismo na literatura e este romance, lançado em 1925, é considerado sua obra-prima. Curiosamente, ele foi criado a partir de dois contos: um concluído, Mrs Dalloway In Bond Street, e outro inacabado, Prime Minister.

Outro aspecto interessante é que Mrs. Dalloway cobre um único dia, ou melhor, os preparativos de uma recepção que acontecerá à noite, na casa de uma socialite cinquentona chamada Clarissa. Sem dúvida, um dia agitado, pois enquanto ela cuida de cada detalhe para a ocasião, ela também recebe uma visita inesperada que lhe desperta antigas lembranças.

Enfim, um vida passada a limpo em aproximadamente 350 páginas que remetem em boa parte as preocupações da própria escritora, uma mulher atormentada que acabou cometendo o suicídio. Em linhas gerais, por intermédio do fluxo de consciência, Mrs. Woolf cria uma prosa labiríntica que no âmago carrega seus problemas mais íntimas. Aliás, a protagonista assemelha-se em alguns aspectos a ela, isto é, afastada dos ideais de mocidade, Clarissa aparenta resignação a velhice que se avizinha e ao casamento por conveniência, assombrado pelo desejo homossexual.

?Mrs. Dalloway? apresenta um interessante retrato da sociedade britânica no entreguerras, inclusive, traz à pauta um tema delicado que ganhou bastante repercussão na época: o estresse pós-traumático. A vítima é o ex-combatente Septimus Smith e o objetivo da escritora era tecer uma severa crítica ao tratamento das doenças mentais, um assunto que ela vivenciara devido a seus próprios problemas psiquiátricos.

Provavelmente, ela sofria de distúrbio bipolar e o desenrolar do romance também traz um inesperado paralelismo entre Virginia e Septimus. Resumidamente, enquanto Clarissa é à luz, o porto seguro de Virginia, ele é a escuridão, as águas lodosas que a convidam para as profundezas da loucura.

Entretanto, é impossível abordar qualquer ficção de escritora, sem mencionar o tempo. Em Miss Dalloway, o filósofo francês Paul Ricoeur afirma que há dois tempos: um reflexivo, feito de considerações e memórias, e outro real ou melhor ?monumental?, isto é, ?o dia vai sendo marcado pelas badaladas do Big Ben e por todos os relógios e sinos da cidade de Londres?, anunciando a aproximação do ?grand finale?: a festa.

Em linhas gerais, Mrs. Dalloway? é um romance que deve ser lido sem pressa e com atenção. Complexo, denso e até mesmo, algumas vezes, cansativo, também é tanto um clássico como uma ousadia literária que merece ser o sucesso e respeito que desfruta.

Nota: O primeiro nome escolhido para esse romance foi "The Hours" ou "As Horas", mas Mrs. Woolf acabou por rejeitá-lo. O escritor norte-americano Michael Cunningham ganhou o prêmio Pulitzer em 1999, com um romance assim intitulado e inspirado em "Mrs. Dalloway". Indico a leitura, assim como vale a pena assistir a adaptação para o cinema. O filme homônimo foi lançado em 2003 e, dirigido por Stephen Daldry, deu o Oscar de Melhor Atriz à Nicole Kidman.

Quanto à edição:

Foi a partir desta narrativa que a escritora rompeu com as convenções formais da literatura, começando a dar forma a uma estética pessoal que usaria em outras obras. Influenciada por Flaubert, Proust e Dostoiévski, Mrs. Woolf distingue-se não só pela escrita elegante, como pelo emprego de uma sintaxe e pontuação peculiares, exigindo da tradução respeito e atenção ao seu estilo. Qualquer tentativa para facilitar a leitura, pode descaracterizar o texto e a escolha de duas tradutoras conhecedoras do seu estilo ? Thaís Paiva e Stephanie Fernandes ? foi imprescindível para obter um bom resultado.

Como é peculiar à Antofágica, acompanha o romance, recheado de notas, cinco extras que ampliam o entendimento de texto:
* Mapa de um trecho de Londres onde transcorre a história.
* Apresentação por Mellory Ferraz
* Nota da Ilustradora: Sabrina Gevaerd
* Toda A Vida Em Um Só Dia por Ana Carolina Mesquita
* O Êxtase Das Pequenas Coisas por Carola Saavedra

Finalmente, comprei tanto o livro quanto o e-book Miss Dalloway e garanto que a qualidade da editoração e das ilustrações é a mesma, o resultado é irretocável, não há diferença e cabe ao leitor optar sobre qual é de sua preferência. Contudo, aqui cabe um aparte, não li o e-book no Kindle, mas no meu IPad por intermédio do Aplicativo Gratuito de Leitura da Amazon que possibilita visualizar as diferentes cores empregadas, em especial, os belos tons de rosa. ?
Renata CCS 14/07/2020minha estante
Sempre fiquei apreensiva diante das obras de Virginia Woolf, imaginando se eu teria dificuldades em absorver sua complexidade e intensidade. Sua resenha me deixou mais próxima de encarar essa leitura.




Leonardo 18/02/2024

Uma biografia não biografica
Considerando a história da Virgínia, não consigo deixar de interpretar em Dalloway e Septimus uma amostra de uma personalidade dividida dela. As duas personalidades contrárias mas com visões de vida semelhantes, mostram a confusão na cabeça da Virgínia. O livro todo é um grito desse sentimento de dicotomia.
JoAo366 18/02/2024minha estante
Gostei do "meio bilu teteia...?????


Lysiane.Correa 18/02/2024minha estante
Concordo muito com você, amor! Minhas impressões foram parecidas




Cinara... 25/02/2021

Já olhou para alguém e pensou o que passa na cabeça dela? ?
"Pois a verdade (mesmo que ela ignore) é que os seres humanos não têm nenhuma bondade, nem fé, nem caridade além daquilo que serve para aumentar o prazer momentâneo."


"Já olhou para alguém e pensou o que passa na cabeça dela?" ?
Sério? Melhor não saber o que os outros pensam.
Já vi gente falando que a Virginia queria fazer algo como Ulysses, eu li Ulysses e mesmo com um fluxo de consciência muito mais frenético do que Mrs. Dalloway você entende a história por trás daquela bagunça e quer saber o final... Em Mrs. Dalloway só li o tempo todo: "como está velho, como está velha, nossa esse fulano é rico, esse fulano não tem nada" ?
Blá blá blá de gente que não tem o que fazer, pensamentos chatos que sempre envolvem julgar outras pessoas ou aparência delas e não vi mais nada além disso. Ahh! sim e um soldado com stress pós traumático perdido no meio?
Sai pulando de cabeça em cabeça e não me interessei por nenhuma.
Crie tudo menos expectativas...
Eu esperava algo como Clarice que me faz chorar e acaba comigo, e só li como as pessoas estavam velhas e grisalhas ?
"Ah mas a Virginia queria criticar esse estilo de vida..." Aham "Nossa que velho" ??
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laxxal 08/04/2022

Precisei de um mês para ler esse livro e mais alguns dias para processar tudo o que Virgínia escreveu e ainda não sei se captei todo o seu sentido (isso não é uma coisa ruim).

Entendi que Mrs. Dalloway é um livro cheio de realidade, mas uma realidade descrita de forma única e diferente do comum. O fluxo de consciência, colocado com extrema maestria por Woolf, me pareceu muito confuso a primeira vista e a segunda e terceira também, porém, quando você entende (ou acredita que está entendendo) sua forma, a história se torna bem mais clara e palpável.

Essa história, que se incia com Mrs. Dalloway dizendo que iria ela mesma comprar as flores, é, aparentemente, sobre um dia de junho em Londres, mas você acaba descobrindo que esse "um dia" está conectado a todos os outros e que por meio da expansão que o fluxo de consciência é capaz de criar, os prersonagens conseguem trazer para o presente todo o seu passado individual ou coletivo.

Além de Clarissa e Septimus, todos personagens que nos são apresentados são descritos de forma única e com sua própria consciência interferindo na história. Por meio da narrativa de detalhes, onde eles expõe suas vozes interiores e trazem suas memórias e sentimentos para lidar com o presentes, é possível ver sua individualidade e o reflexo subjetivo dos acontecimentos.

Ao ler os posfácios e entender um pouco mais sobre Virgínia e o que ela tinha em mente para esse livro, as trajetórias individuais de Clarissa e Septimus que acabam por se cruzar apenas no mundo as ideias, se tornou ainda mais reflexiva. Adorei e recomendo!
mpettrus 09/04/2022minha estante
Resenha perfeita ?


laxxal 09/04/2022minha estante
aah muito obrigado! ?




Evy 30/08/2020

Lindo!
Eu estou me apaixonando por Virgínia Woolf. A autora segue um estilo de escrita, familiar a mim por conta da paixão por Clarice Lispector, conhecido como fluxo de consciência, que é uma técnica literária em que se procura transcrever o complexo processo de pensamentos do personagem, mesclando o raciocínio lógico e as impressões pessoais momentâneas e captando os processos de associação de ideias. É preciso desacostumar da estrutura narrativa de começo, meio e fim e adentrar num universo mais árido, talvez, porém extremamente rico em reflexões e auto conhecimento. E eu adoro esse tipo de narrativa.

Mrs. Dalloway nos apresenta Clarissa Dalloway e narra um dia inteiro em sua vida. Isso mesmo, as quatrocentas páginas do livro contam a história de um único dia na vida de Clarissa, desde a manhã quando decide, ela mesma, ir comprar as flores para a festa que dará a noite, até o momento da tão esperada festa. E isso foi o que achei mais fantástico nesse livro. Pode parecer fútil a princípio, mas já nos primeiros passos da caminhada de Clarissa até a floricultura você percebe que não será apenas um dia comum. Acontece tanta vida dentro de um único dia, são tantos acontecimentos, pensamentos, reflexões, pessoas que vem e vão se cruzando pelas ruas de Londres que percorremos ao lado de Clarissa, sem sequer imaginar conhecer umas às outras e no entanto parecendo estar ligadas de alguma forma.

Nessa caminhada, conhecemos alguns personagens e seus pensamentos. Dentre eles Septmus Smith, um veterano da primeira guerra mundial que sofre com problemas psicológicos causados pela perda de um grande amigo e nos deparamos com uma mente conturbada, com pensamentos suicidas e alucinações. Ao seu lado sua esposa tenta, em vão, ajudá-lo, mas ele sente-se incompreendido e solitário em sua dor. Aos poucos percebemos que a narrativa do livro está dividida entre esses dois personagens principais: Clarissa e Septimus e que apesar de nunca se encontrarem ou nunca terem se conhecido, tem uma espécie de ligação, como os dois lados de uma moeda.

Outros personagens importantes também são apresentados nesse dia como Peter Walsh e Sally Seton, amigos da juventude e que são parte de suas memórias mais felizes, e até mesmo Richard, marido de Clarissa e sua filha Elizabeth. Vamos conhecendo um pouco de cada um desses personagens ao longo do dia e das memórias da protagonista e dos próprios personagens, nos presenteando com diversas visões de um mesmo momento/situação.

O livro traz poucos diálogos e é muito reflexivo, levantando questões e críticas sobre a condição e as relações humanas, o amor (todo tipo de amor), o papel da mulher, o tratamento de doenças psicológicas/psiquiátricas, traumas pós-guerra, além de retratar uma Londres do século XX, nos ambientando na cidade e construindo um retrato da sociedade da época. Afora tudo isso, essa edição da Antofágica tem como coordenadora editorial a Bárbata Pince (sou fã), traz apresentação da Mell Ferraz do Blog Literature-se (tb sou fã rs) e ilustrações lindíssimas da Sabrina Gevaerdy (que virei fã rs) que auxiliam na compreensão do texto e deixam a leitura ainda mais linda!

Para finalizar ressalto a beleza da narrativa de Virgínia e sua extrema importância na literatura. Com toda certeza, recomendo muitíssimo a leitura!
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thami s2 26/01/2024

sobre a vida?
não há narrativa mais dinâmica que a de virginia woolf. a trama que tece as páginas é fluida através de várias ideias que compõem o íntimo de personagens. ansiedade entre linhas.
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Diogo310 27/04/2023

Que livro do caralhooooo!! quem que deixou a virginia woolf fazer isso? essa mulher tinha q ta na cadeia

em mrs dalloway, a estrategia narrativa usada para apresentar a vida de cada um dos personagens com tanta complexidade é a própria mrs dalloway. pois virginia woolf nos conduz todo o tempo de leitura para a cena final, que é a culminação de uma celebração às relações, uma exaltação ao convívio e às pessoas que formamos histórias, tal exaltação que não aconteceria se a ideia não fosse construida de maneira tão verdadeira e contida, que é a apresentação de diferentes facetas de diferentes personagens que estão ligados por um objetivo em comum: ir a festa dada por mrs dalloway - que não é uma mulher culta, inteligente ou venerada, mas que através de sua necessidade de aprovação consegue formar um elo muito bonito entre todos os personagens com seu relativamente simples dom de oferecer.
Diogo310 27/04/2023minha estante
só nao dei 5 estrelas pq achei classista e odiei a forma que foi retratada a miss kilman




dani 04/07/2021

Quem tem medo de Mrs. Dalloway?
Acompanhamos um dia na vida de Clarissa, nossa Mrs. Dalloway, enquanto ela faz suas tarefas e prepara a casa para uma festa que acontecerá à noite. Descrevendo a obra assim, a premissa não parece nada animadora, não é? Mas não se engane com o que está apenas na superfície, esta é uma obra com muitas camadas.

Virginia Woolf tece um cenário complexo com diversas representações sociais e psicológicas, usando a técnica do fluxo de consciência e como pano de fundo, a cidade de Londres após a Primeira Guerra. Essa catástrofe aparenta ter ficado no passado, enquanto as pessoas seguem suas vidas de modo apático e trivial. Mas ao mergulhar "na mente" dos personagens é que percebemos todos os hematomas internos, os danos psicológicos irreversíveis e como o medo coletivo é profundo e está sempre presente.

Confesso que quase abandonei o livro logo mas primeiras páginas. Tive uma sensação de terrível incapacidade de prosseguir a leitura. Por mais que eu lesse e relesse, alguns trechos escaparam à minha compreensão.

Foi aí que mudei minha estratégia de leitura. Em vez de tentar entender tudo, preferi deixar a leitura fluir, seguindo o ritmo frenético dos fluxos de pensamento que dominam a narrativa. A obra apresenta uma polifonia que chega a ser ensurdecedora. Em certos momentos, todas aquelas vozes parecem estar gritando na sua cabeça.

Não posso esquecer de destacar que tive uma surpresa gigantesca durante a leitura. Encontrei uma representatividade que jamais esperaria de um livro da primeira metade do século XX!

Tenho certeza que existem muitas teses de mestrado e doutorado que analisam essa obra profundamente. Em comparação, posso dizer que minha leitura foi apenas superficial. Há muito mais para explorar e descobrir.
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