O Guardião

O Guardião Daniel Polansky




Resenhas - O Guardião


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Renato 16/07/2012

3,5
Esqueçam a sinopse do livro. Esse livro passa longe de O Senhor dos Anéis e nem é tão sombrio ou épico quanto os livros do Ridley Scott.
Trata-se de uma história que gira em torno de um cara conhecido como “o guardião”, um ex-agente do governo que, por algum motivo (que jamais fica 100% claro) foi exonerado do cargo, tornando-se um traficante e viciado responsável por uma fatia do crime da Cidade Baixa (a zona pobre de uma cidade localizada em algum ponto entre o medieval e o pós-apocalíptic). Quando crianças começam a aparecer morta, o guardião resolve investigar o caso. Em suas andanças, ele fareja indícios de prática de arte (magia) negra e depara-se com o surgimento de uma criatuta maligna invocada do “vazio”.

O personagem principal, o guardião, é um sujeito carismático, portando sempre uma resposta esperta e engraçada na ponta da língua, às vezes com um toque de humor-negro. O leque de personagens também é bacana, desde o Garrincha, o menino de rua lacônico, até o Grou Azul, o grande mestre da magia e protetor da cidade, passando por Adolphus, o sócio grandalhão que só surge atrás do bar do Conde da Sinuosa – a taverna de propriedade dele e o prsonagme-título, que é usada como quartel general da venda de entorpecentes ilícitos.

A trama, que é cheia de altos e baixos, vai se sustentando mais no carisma d’O Guardião que em seu mistério central, que vai se desfazendo aos poucos, de forma bem “quadradinha”, já que cada capítulo sempre traz uma pequena parte do quebra-cabeça. A mistura de estilos é bacana, e o autor vai dosando bem o humor com os trechos de mais ação e o background meio fantasioso. O D. Polansky escreve bem e bola conceitos legais que, se não são exatamente originais, pelo menos são bem empregados.

As falhas que eu identifiquei no livro foram as seguintes: alguns diálogos são meio bobos, e expõem a inexperiência do autor (o que é justificável, já que a primeira obra dele, até onde eu sei); embora não seja exatamente um grande problema, o livro é vendido como um romance de fantasia ao estilo O Senhor dos Anéis, o que não poderia estar mais longe de acontecer, já que é muito (muito mesmo) mais sobre um mistério meio policial, meio noir, do que sobre uma aventura em um mundo de fantasia com elfos, árvores falantes e outros seres fantásticos; o climax é bem ruim, a reviravolta final é infantil e previsível, além de ser muito apressada, já que todas as pontas construídas ao londo da narrativa são amarradas em 2 ou 3 páginas, ao melhor estilo scooby-doo de desmascarar o verdadeiro vilão.

Por último, cumpre falar um pouco da edição brasileira (a minha é a 1ª, de março de 2012), que traz inúmeros erros de concordância e traduções meio truncadas e confusas em algumas partes. Até mandei um e-mail pra editora, espero que isso seja corrigido nas próximas.
No mais, é um livro bacana que vale a pena ser lido, apesar dos problemas. Queria dar 3,5 estrelas, então vou arredondar um pouquinho pra baixo hehehe.
Renato 17/07/2012minha estante
Ah, esqueci de comentar: acho que um ponto positivo é que o autor não se prende em parar pra nos explicar as regras desse mundo fantástico concebido por ele, deixando que nós mesmos assimilemos esses conceitos.

Mas acho que o livro se beneficiaria de um apêndice que pudesse nos situar um pouco a respeito de Rigus, das 13 terras, dos povos (drens, ashers, kirens, etc.), da guerra, etc.

Mas isso pode ser corrigido nas próximas obras do autor.


Paulote 16/11/2019minha estante
Não li e, aparentemente, acho que não tem a qualidade e maturidade de um Philip K. Dick, um Asimov, um Arthur C. Clarke nem mesmo um George R R Martin.
Só para constar, Ridley Scott é apenas um cineasta, não é escritor. O filme Blade Runner, foi escrito com base no livro "Do Androids dream of Sheep?" de Phillip K. Dick, por sinal o mesmo gênio que escreveu The man in the High Castle, livro que inspirou a excelente série homônima do Amazon Prime Vídeo.
Dentre outros livros, são pelo menos 12, escreveu também Minority Report, O Homem Duplo e Agentes do Destino (esses três também foram para a telona).
Philip K. Dick é escritor genial.
Ridley Scott, por sua vez, é um excelente cineasta.




patyalgayer 07/07/2012

Leia no blog: http://www.magicaliteraria.com/resenha-cidade-das-sombras-o-guardiao-de-daniel-polansky/

O Guardião é de um estilo literário que eu nunca tinha lido até então, e que me deixou bem impressionada com seus atrativos: a fantasia noir, que consiste nada mais, nada menos, que fantasia, misturada com thriller, misturada com aquele clima noir típicos dos filmes de suspense. E posso dizer que, embora eu tenha ficado com um pouco de receio deste novo estilo literário antes de começar a leitura, este livro me deu prova suficiente que este será um estilo que eu, definitivamente, voltarei a ler assim que possível!
O Guardião – nosso “mocinho”, que em momento algum cita seu nome verdadeiro – é um sujeito taciturno, que vive em uma pousada humilde na Cidade Baixa, traficando drogas e utilizando-se de sua própria mercadoria para manter a sanidade em um mundo cruel. Depois de encontrar o cadáver de uma garotinha desaparecida, com sinais de estupro e assassinato brutal, o Guardião decide buscar o responsável por tamanha atrocidade, e acaba descobrindo uma trama muito pior do que ele imaginava a princípio, uma trama que parece envolver usuários da “Arte”, magia negra e outros elementos sinistros que podem acabar com a vida de muita gente daquela inóspita região…
Gostei muito da narrativa de Daniel Polansky, que adequa perfeitamente os diálogos, descrições do ambiente e impressões do personagem principal ao clima sombrio predominante na trama. Todo o livro é narrado em primeira pessoa, sob o olhar do Guardião, e mostra bem o temperamento do mesmo, com muito sarcasmo, ironia e um vocabulário bem adequado ao local onde vive. Porém, ao contrário do que eu esperaria de uma narrativa assim (nunca fui fã de palavrões e termos chulos em geral, e nunca achei de bom tom utilizá-los na narrativa de um livro…), o uso desses atributos acabou encaixando muito bem à história, dando mais veracidade à trama e nos situando melhor no ambiente. Claro, o uso desta linguagem, mais as cenas um tanto quanto violentas (e algumas bem perturbadoras, por sinal), transformam esse livro em uma obra pouco indicada para os leitores mais jovens… menores de 18 anos, esse livro não é pra vocês!
Além da narrativa, outro aspecto que me agradou bastante foi a caracterização dos personagens, todos bem marcantes e com personalidades por vezes bastante dúbias. Gostei muito de Adolphus, o dono da pensão cuja aparência não deixa entrever o grande coração que tem, e também de Garrincha, o garoto soturno que acaba se transformando em uma espécie de aprendiz de nosso anti-herói… temos vários outros personagens importantes, como Yancey, Adeline, Crispin, Beaconfield, dente outros; no entanto, estes dois foram os que mais me agradaram, e que tornaram a experiência de ler este livro ainda mais prazerosa!
A Geração Editorial fez um bom trabalho com este livro, com uma capa excelente (e bem condizente com a história), diagramação bem feita e materiais de boa qualidade. A tradução e revisão deixaram um pouco a desejar, sobretudo em confusões com “ele” e “ela”, e alguns errinhos a mais que acabam chamando atenção do leitor (como, por exemplo, o nome de uma droga que aparece na história: no início, chama-se “vinonírica”, depois passa a ser traduzida como “vinonífera” e, posteriormente, “vinorífica”… o.O). No mais, é um livro muito bom, altamente recomendado para os entusiastas de livros mais “darks” e ficção fantástica em geral. Dou nota 9 a O Guardião, com certeza é um livro que merece ser lido! E, o melhor de tudo, é que ele faz parte de uma trilogia – apesar de ter um desfecho bem satisfatório, sem muitas pontas soltas – , então podemos esperar ao menos mais 2 livros neste cenário fantástico que Polansky criou, para saciar nossa sede por fantasias noir!!
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Marcos 21/05/2012

Resenha do livro O Guardião - Cidade das Sombras de Daniel Polansky - 3canecas.com

www.3canecas.com



Crianças estão desaparecendo e em seguida são encontradas mortas, os agentes da Rainha não encontram nada e não existem suspeitos. Um ex-agente da coroa, vai em busca de respostas, depois de encontrar o corpo de uma das vitimas. O Guardião - ele conhece bem esse lugar. Após ser expulso da Casa Negra, seu lugar é o submundo e ao lado de ladrões, viciados, gangues e policiais corruptos. Seu alívio? Um bom trago de um sopro de fada, uma droga que ele mesmo fornece, agora na sua nova vida de narcotraficante. E não pense em invadir seu território, porque a situação pode ficar feia.

O Guardião é um daqueles personagens únicos, um anti-herói que podemos considerar um resto de ser humano, mas que nos faz gostar dele em cada diálogo, com seu cinismo e sua língua afiada. Ele é o único que pode, conseguir descobrir o que realmente está acontecendo com as crianças da Cidade Baixa. E por falar na Cidade Baixa, esse ambiente noir criado por Daniel Polansky, rico em detalhes, com suas organizações criminosas e lembrando uma Chicago da década de 30, com uma Londres de tempos atrás. Mas sim, temos fantasia também nesta trama. Feitiçaria e criaturas horríveis de outro mundo podem ser invocadas e com seu poder desproporcional, podem fazer verdadeiros estragos e transformar a morte em algo realmente feio, até mesmo para aqueles que convivem com ela, todos os dias.

Os personagens são autênticos, com suas raças e religiões próprias. E como não gostar de Adolphus e Garrincha.

Posso dizer que “O Guardião” é um livro que possui 70% de um thriller policial e 30% de fantasia. Daniel soube combinar esses dois temas e o resultado é gratificante, uma leitura que conduz o leitor à um novo mundo policial e investigativo. Vejo um certo exagero quando falam que o livro é um encontro de Tarantino e Tolkien, porque a trama está bem próxima dos filmes de Tarantino, entretanto distante de Tolkien.

Espero que o Daniel saiba aproveitar, esse novo mundo criado por ele e que nos próximos volumes, ele adicione um pouco mais de fantasia na trama.
Jeniffer 27/03/2017minha estante
Essa história é um pouco medieval?




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