Flavia 29/04/2012Horrível!!!"Não Leia Essa Carta" é um suspense que em vez de nos tirar o fôlego, nos tira a santa paciência.
Em primeiro lugar, li o livro em formato .PDF, e espero, do fundo do meu coração, que essa não seja a versão a ser publicada pela editora e que façam uma revisão minuciosa a fim de corrigir tudo aquilo se querem ter credibilidade, pelo amor de Deus. Os leitores preferem e gostam de ler textos que não tenham erros grosseiros de português, obrigada!
Muitas vezes precisei reler a mesma frase umas 10 vezes pois simplesmente não consigo ler nada mal escrito ou mal pontuado e não entendo bulhufas. Dentre os erros tristes de português, que vão desde a falta constante da nossa querida e amada vírgula, uso incorreto da crase, erros de pontuação (às vezes a frase é uma pergunta, mas cadê o bendito ponto de interrogação?) até erros como "em quanto" em vez de "enquanto", "aonde" em vez de "onde", "haver" em vez de "a ver", "ora" em vez de "hora", "mais" em vez de "mas", "wafer" em vez de "waffle" (essa foi boa) e por aí vai... Isso me tira a concentração, sinceramente.
A trama se passa numa cidade dos EUA, os personagens tem nomes "americanizados" e tudo mais, mas enquanto você lê, a impressão passada está longe do estilo de vida dos americanos. Mais "abrasileirados" do que os personagens desse livro, não existem.
Um assassino serial killer, sangue frio e "cabra macho", que passou a vida assassinando casais de namorados só porque a mulher é bonita e o cara feio (é, eu sei...), ou crianças adotadas, já que não possuem o mesmo sangue do pai correndo nas veias, colecionando dedos e tirando fotos dos coitados mortos, e que ainda se preocupa tanto com a beleza alheia, simplesmente depois de fugir da prisão resolve se aposentar? Na minha humilde opinião, um cara maníaco, louco e psicopata desses, que mata por esses motivos doentios e faz o que faz, e ainda deixa a foto das vítimas pendurada na parede da própria casa, sujeitando o filho (que inclusive recebeu o nome Andrew em "homenagem" à uma das vítimas, que também tinha esse nome, mas era feio pra diabo e o maluco quis provar que o Andrew dele não era feio o_O) e a esposa a conviverem e engolirem aquilo a força, obviamente sofre de sérios disturbios mentais. Mas aí ele se aposenta como se nada tivesse acontecido? Hãn??? Sentido, coerência? Vocês estão em algum lugar por aí? Alôô?? O cara é perigoso, doente, doido, tem que ser amarrado, tomar remédio tarja preta, ir pro hospício! Santo Cristo!
O livro é em primeira pessoa, mas ainda assim é possível perceber a pobreza entre diálogos e personalidade dos personagens. Todos conversam do mesmo jeito, falam a mesma coisa, e acrescentar um palavrão aqui ou alí não significa que fulano é porraloka, enquanto o outro que não fala, é um bobão.
É cada coisa absurda que acontece, que fiquei pasma, com a boca aberta, batendo a cabeça na parede, tentando entender como... Como?? Dentre elas, o Sr. Charles Polaróide, que na época da prisão, se encontrava preso numa cela de um mísero metro quadrado, com cama, vaso sanitário, banco de concreto... Qual o tamanho dessas coisas e qual, em nome de Deus, é a altura desse homem???? Um metro quadrado, poxa vida!! Um!
Andrew, em uma de suas tentativas idiotas e desesperadas pra encontrar o assassino, resolve entrar num esquema ilegal de adotar/comprar uma criança, indo completamente contra os princípios do pai que repudia adoções, e logo quando vê o menino, já passa a amá-lo incondicionalmente, como se tivesse nascido das próprias entranhas, e o sentimento ainda é recíproco! A criança não fica assustada, desconfiada, aceita tudo na boa e se comporta como um adulto, até no jeito de falar... Acho meio, pra não dizer totalmente, impossível um sentimento desses brotar de uma pessoa assim... O cara sofreu a vida toda, foi reprimido, humilhado, e encontra a "felicidade eterna" numa criança que COMPROU no mercado negro de criancinhas só pra achar o assassino?
Francamente...
Acho que devido a escassez de personagens, todo o suspense (muito forçado e previsível) criado em cima da pergunta "Quem será o assassino?" foi falho. Desde o princípio já tinha minhas suspeitas, mas esperava que houvesse mais explicações, pois, pra mim pelo menos, não fez sentido e não colou. O assassino, por mais que as opções fossem mínimas, parece ter sido tirado no palitinho.
Enfim, acho que já deu... Me senti sendo feita de idiota enquanto lia. Não recomendo a leitura desse livro ruim, a menos que você queira passar raiva, perder a paciência e ficar tentando ligar pontos que não existem.