Ruas Estranhas

Ruas Estranhas Charlaine Harris...




Resenhas - Ruas Estranhas


28 encontrados | exibindo 16 a 28
1 | 2


@fabio_entre.livros 30/08/2020

A maldição das antologias
Eu gosto de contos, mas sempre dou azar com antologias, de modo que até hoje nunca fiquei totalmente satisfeito com nenhuma delas. Sendo otimista, sempre há pelo menos uns dois ou três contos que estão ali só para preencher papel e avolumar o livro, porque no quesito qualidade deixam – e muito – a desejar. É isso que acontece em “Ruas estranhas”, um livro que possui ótimas histórias, mas também traz o seu quinhão de tolices intragáveis para (des)equilibrar a balança.
George R.R. Martin e Gardner Dozois reuniram textos de um seleto grupo de autores best-sellers em histórias de mistério. A proposta era que todas as histórias trouxessem algum tipo de investigação que envolvesse o sobrenatural, mesmo que esse elemento fantástico fosse apenas forjado (como em “O cão dos Baskerville”, de Conan Doyle). A ideia, como se vê, era ótima: o problema foi a execução. Mesmo em antologias de terror e mistério de um só autor, como Stephen King ou Allan Poe, é comum encontrar contos de qualidade inferior, então o que dizer de uma seleção escrita por 16 mãos?
Fazendo justiça a este livro, ele tem sim alguns contos ótimos e até um que é excelente: “A sombra que sangra”, de Joe Lansdale, uma fantástica homenagem ao horror cósmico de Lovecraft. Outros dois contos interessantes são “A Dama grita”, de Conn Iggulden, sobre um caçador de fantasmas fajuto muito cínico, e “Hellbender”, de Laurie King, que mostra como o preconceito e a ganância dos humanos podem ser muito mais assustadores que a existência de híbridos reptilianos na sociedade. Também merecem nota “Morte por Dahlia”, de Charlaine Harris, “Estige e pedras”, de Steven Saylor e “Cuidado com a cobra”, de J.M. Roberts; essas histórias são mais investigativas e, portanto, acabam se apoiando na racionalidade para desvendar o fantástico.
E... é só. Isto é o melhor que “Ruas estranhas” tem a oferecer. Os demais contos oscilam entre o insosso (neste caso, um elogio) e o péssimo, como “Ladrões de Sombra”, de Glen Cook, “Dor e sofrimento”, de S.M. Stirling e “Sempre a mesma velha história”, de Carrie Vaughn (este, aliás, subestima a inteligência do leitor de cabo a rabo).
Então, no fim das contas, vale a pena a leitura? Absolutamente: além da introdução muito digna do Martin e dos bons contos que destaquei, também serve de aprendizado e alerta para evitar outros livros dos autores dos contos ruins.
comentários(0)comente



Lucas.Wijk 11/10/2012

Bom, como esse é um livro de contos, não tem como eu dar uma nota geral sem analisar cada conto em separado, já que são escritos por autores diferentes, então farei uma análise de cada conto, dando uma nota separada para cada um deles, e no final farei uma média sobre o livro no geral.

Iniciando pelo primeiro conto do livro, “Morte por Dahlia”, de Charlaine Harris, eu devo dizer que me senti desapontado. O conto não foi nada do que eu esperava, eu pensava que o livro traria aquelas historias verdadeiramente urbanas, com muito suspense e eventos inexplicáveis ao estilo noir, mas esse conto me deu um belo “soco no estomago”. Eu já imaginava que Charlaine Harris me traria algum vampiro em sua historia, afinal ela é autora da série que inspirou “True Blood”, mas não imaginava que junto com os vampiros ela também traria uma horda de outras criaturas. Uma coisa eu preciso deixar claro antes de continuar: eu odeio histórias que colocam fantasia demais. Na minha opinião, os autores deveriam focar em apenas um estilo, por exemplo, se o livro for de vampiros, que apareçam apenas vampiros, e no máximo um lobisomem ou um fantasma, mas colocar também demônios, bruxas, súcubos, saci Pererê etc., aí já é demais. E, pra piorar, com todos se divertindo numa festinha?! Ah não, não tem como isso me agradar, é forçar a barra demais da conta. Só esse fato já me fez detestar o conto de Charlaine Harris, e isso ocorreu também em outros contos. Mas esse não foi o único problema, além disso, a história e a narrativa da autora são horríveis! Os personagens me pareceram robóticos, sem carisma algum, e o “grande mistério” e a “detetive” do conto são simplesmente ridículos. O livro começou muito mal para mim, e fiquei com medo de me arrepender de tê-lo comprado, mas sorte que não o abandonei. Nota: 1 (horrível).

O segundo conto, “A sombra que sangra”, de Joe R. Lansdale, já me agradou logo de inicio. Um detetive durão sentado em um bar, típica cena que eu esperava encontrar neste livro. Mas ainda melhora. O mistério neste conto, ao contrário do anterior, trata exatamente do que eu gosto: o inexplicável. De longe este é o conto que mais consegue passar a sensação de medo no livro, eu simplesmente virei fã do escritor, uma pena que não existam outros contos e livros dele publicados no Brasil. A historia utiliza cenas realmente urbanas, apresenta um terror inexplicável e uma criatura totalmente “lovecraftiania”. O autor, na minha opinião, escreve muito bem, e o personagem principal, o típico detetive durão, é bastante cativante. De forma disparada considerei este o melhor conto do livro, e só por ele eu já percebi que não tinha perdido meu dinheiro! Nota 5 (excelente).

Em relação ao terceiro conto, “Coração faminto”, eu não tenho muito a dizer. Eu não gostei, mas é por mera questão de gosto, como eu disse logo no primeiro conto, eu não gosto de histórias que fantasiam excessivamente e colocam seres sobrenaturais por demais, convivendo conosco como se fossem humanos (com exceção de Harry Potter). Mas admito que a história não é ruim, os personagens são carismáticos e até mesmo o ambiente criado por Simon R. Green é bacana. Mas mesmo assim, infelizmente, o conto não me agradou nem um pouco por motivos de gosto. Nota: 2 (ruim).

“Estige e Pedras”, está aí um conto que, na minha opinião, não fede nem cheira. A história se passa na Babilônia antiga, coisa que me surpreendeu, pois pensava que este livro traria apenas os ambientes urbanos atuais. Por mais que eu goste deste estilo, Steven Saylor não conseguiu me agradar, mas também não me causou grande desgosto. É uma boa historia, traz uma situação que parece fantasiosa e uma personagem curiosa que insiste em investiga-la. Acaba que ao final descobrimos que não havia nada de fantasioso no que acontecia. A narrativa é boa e os personagens agradam, mas o conto não tem nada de excepcional, e o fato de passar nos tempos antigos o torna um pouco enfadonho. Nota: 3 (mediano).

“Dor e Sofrimento” é um dos contos do livro que tinham de tudo para estar entre meus favoritos, porém ao final ele estraga um pouco. Mais uma vez aparece o cenário tipicamente urbano e misterioso que eu esperava neste livro, e desta vez temos um detetive policial, investigando um estranho incêndio que aparenta ter sido criminoso. O conto me deixou apreensivo do inicio ao fim, gostei muito da narrativa e do suspense. Não achei as personagens muito cativantes, mas também não achei ruim. O problema do livro está no final, exatamente no final: apesar de gostar do “inexplicável”, o final da história me deixou completamente sem rumo, não deu para entender nada, além da narrativa das ultimas paginas ser confusa. Não sei se seria necessário ter lido outros contos e livros do autor S.M. Stirling para entender seu universo, mas só sei que o final do conto me desagradou bastante. Eu esperava realmente um final estranho e inexplicável, mas não do jeito que foi. Mas, como o conto inteiro conseguiu prender minha atenção e me agradou, minha nota final é 4 (bom).

Quando eu li a apresentação da autora Carrie Vaughn, já imaginei que o conto iria me desagradar, mas me enganei. “Sempre a mesma velha história” é o conto que considerei mais cativante no livro. A personagem principal é um vampiro (e há somente vampiros no conto, sem nenhum outro tipo de criatura) que encontra uma amiga humana assassinada ao visita-la, a partir daí procura investigar a causa de sua morte. A narrativa é alternada entre presente e passado (lembranças da garota jovem), e é simplesmente uma narrativa deliciosa, daquelas historias que vamos lendo e nem percebemos o tempo passar. A trama, em si, não tem nada de especial, é bastante previsível, mas nada que prejudique o conto, pois percebe-se que a autora não quis focar no mistério, mas sim na relação existente entre o vampiro e a humana (que não tem nenhuma melação como crepúsculo, pois aqui temos o vampiro tradicional). Gostei bastante do conto, admito que me surpreendi, pois não imaginava que a autora de uma série cuja a personagem principal é uma lobisomem que se chama “Kitty” iria me agradar. Nota 4 (bom).

“A dama grita” foi o conto que li com a maior expectativa, pois conheço a fama de Conn Iggulden, apesar de nunca ter lido nenhum de seus livros, porém sou louco para lê-los. A história, bem simples, narrada na forma de um relato, nos traz uma personagem bastante cativante logo de cara, um caça-fantasmas charlatão que acaba descobrindo um fantasma de verdade, a “dama”, e a partir disso se torna um verdadeiro caça-fantasmas, cuja equipe são outros fantasmas que o ajudam a encontrar solução para as assombrações em que se deparam. A história é basicamente isso, mas a narrativa é muito boa e, assim como o conto anterior, é daquelas que nem percebemos o tempo passar enquanto lemos. O conto não tem nada de assustador, ao contrário, chega até mesmo a ser cômico e o seu final é excelente! Foi meu primeiro contato com Conn Iggulden, e admito que esperava algo completamente diferente do que encontrei, mas mesmo assim o conto não me decepcionou nem um pouco. Nota: 4 (bom).

“Hellbender” é outro conto que se passa no cenário tipicamente urbano. A história, meio SciFi, se passa em universo onde existe uma população de mutantes meio homens meio lagartos, os “salamen”. A personagem principal é um detetive salaman, contratado para investigar o desaparecimento de outros de sua espécie. Achei a trama, a narrativa e as personagens bastante bacanas, mas o conto não conseguiu me prender por algum motivo que não sei explicar, achei tudo muito simples. Não é um conto ruim, mas também não é excelente. Nota 3 (mediano).

“Ladrões de sombra” foi meu pior momento com o livro. Que conto é esse?! A narrativa de Glen Cook é horrorosa, logo ao inicio do conto eu não conseguia criar as cenas em minha cabeça de tão mal escrita que é a historia. Tentei ler outra vez, com calma, mas percebi que o conto que era ruim e terrivelmente mal narrado. Glen Cook foi uma decepção para mim, este foi o pior conto do livro, estando muito abaixo de “Morte por Dahlia”. Se fosse possível eu dava uma nota negativa. A história é confusa, as personagens são totalmente sem sal e, para piorar, o autor utiliza-se daqueles ingredientes que eu odeio: a fantasia exagerada, criaturas bizarras e um universo completamente sem noção. Talvez os leitores que já estejam acostumados com o autor e suas histórias sem pé nem cabeça gostem mais deste conto, mas eu, como não conhecia nada daquela maluquice, achei uma bela porcaria. Nota: 1 (horrível).

Bom, para me sentir um pouco mais animado, logo depois do pior conto do livro, vem “Sem mistério, sem milagre” que, na minha opinião, é um dos melhores. O detetive, personagem principal, é algum tipo de alien, ao que tudo indica, faz parte de nossa cultura, sem que saibamos disso, tanto que, ao longo do conto, percebemos que essa mesma personagem foi Jesus em tempos passados. A personagem tem como objetivo manter a ordem em nosso universo, enfrentando alguma raça de criatura, os “Antigos”, que seriam os demônios conhecidos por nós. Achei a narrativa excelente, e o detetive muito carismático, senti nele uma espécie de anti-herói, apesar da sua busca pelo bem, além de ser extremamente foda! O conto ainda possui as melhores frases e diálogos do livro, como aquela que dá o seu título, “sem mistério, sem milagre”. Fiquei surpreso com a criatividade da autora e não tenho o que reclamar com relação à história. Nota: 5 (excelente).

“A diferença entre um enigma e um mistério”, seguindo a linha do conto anterior, também traz um tema relacionado à religião. O conto é muito simples, mas conseguiu me agradar bastante. A história nos mostra um detetive que investiga a morte de uma garota por um rapaz que, aparentemente, está possuído por um demônio. O detetive recebe a ajuda de um padre, uma personagem misteriosa que o acompanha em suas investigações por ordem do chefe de polícia. O conto se resume, na maior parte, em diálogos entre o padre e o detetive, que visitam cenas importantes para a solução do mistério. Eu achei os diálogos bem interessantes, e o conto conseguiu prender bastante minha atenção, mas o seu ápice é o desfecho, incluindo a última frase do livro, que é sensacional. Nota: 5 (excelente).

“O curioso caso do Deodand” é um conto bem fraquinho, o interessante é que ele nos apresenta um mistério, deixando-nos apreensivos, assim como nos livros de romance policial, porém o final me decepcionou. As personagens, um detetive e sua ajudante (narradora) não conseguiram me convencer e, para piorar, o relacionamento entre elas é muito fraco. Mas o conto, no geral, não é ruim. Nota: 3 (mediano).

“Lorde John e a peste de zumbis” foi um conto que não conseguiu me agradar muito. Achei a história muito enrolada e a personagem principal muito fraca. Lorde John, que aparentemente é uma personagem de outros livros da autora, é chamado para resolver certos problemas que vem ocorrendo numa ilha da Jamaica relacionados a escravos que trabalham lá. Coisas estranhas começam a acontecer na ilha, um cenário muito interessante, mas não é o tipicamente urbano que eu esperava dos contos deste livro. Não achei que o conto possuísse grande mistério capaz de prender minha atenção. A narrativa foi meio confusa em algumas partes e a história, em si, não é ruim, mas também não é nada excepcional. O conto não é assustador, pelo contrário, chega a ser cômico em algumas partes, e o desfecho é interessante, mas não é grandioso. Nota: 2 (ruim).

“Cuidado com a cobra” é outro conto que não apresenta absolutamente nada de interessante, mas nem por isso é ruim. Mais uma vez a história se passa nos tempos antigos, desta vez na Roma antiga, contando até mesmo com a aparição do imperador Júlio Cesar como personagem. A personagem principal é um senador de Roma que é chamado para encontrar uma cobra sagrada que desapareceu de um dos templos de Roma. Eu considerei as personagens muito cativantes e até mesmo engraçadas, me identifiquei com elas, principalmente com o senador que, a meu ver, ficou parecendo muito desleixado. Acabou que o conto me agradou mais por causa das personagens, porque a história é muito fraca e sem graça, mesmo tentando surpreender no final, não houve nada que me fizesse vibrar ao longo da leitura. Nota: 3 (mediano).

Apesar de misturar fantasias que não combinam (minha opinião), “De vermelho com perolas” foi um conto que me surpreendeu. É o primeiro conto em que a personagem principal é um lobisomem, uma criatura que não me agrada muito, mas a narrativa de Patricia Briggs me fez gostar bastante da história. O cenário é realmente urbano e a trama já se inicia com a mistura fantástica de lobisomens, bruxas e zumbis. Um pequeno suspense ronda os acontecimentos do livro, que serão investigados pelo lobisomem, que se mostra uma personagem muito competente para tal tarefa. O desenrolar da história é agradável e conseguiu prender minha atenção, mesmo apresentando diversos elementos que não me agradariam em outras historias. Nota: 4 (bom).

Por fim, “A águia de Adak” fechou o livro com chave de ouro! Apesar de não se passar no cenário urbano esperado por mim, eu amei esse conto. Desta vez eu realmente gostei do suspense apresentado, o mistério que ronda cada página da história, que não é explicado completamente (eu adoro o inexplicável), me fez ficar preso à história, junto disso, as personagens extremamente cativantes, a excelente narrativa e até mesmo o ambiente do livro fizeram com que este se tornasse um dos contos que eu mais gostei no livro. A história trata de um soldado que é incumbido de verificar as áreas próximas de um acampamento de guerra e informar qualquer evento estranho ao seu chefe (que é um completo escroto). Acontece que o evento mais estranho que o soldado encontra é uma águia torturada e morta de maneira muito suspeita próxima de uma montanha. Um veterano jornalista de guerra (a personagem mais cativante da história) o ajuda em suas investigações e é nesse meio que as coisas se desenrolam. Nada realmente grandioso chega a acontecer, e a narrativa é meio devagar, o que pode desagradar a muitas pessoas, mas eu adorei cada detalhe do conto. Nota: 5 (excelente).

Para concluir, "Ruas estranhas", apesar de decepcionar em alguns contos, isso é a exceção, pois na maior parte é um livro que consegue cumprir o que prometeu. Aqui eu encerro minha crítica. Pela média eu daria 3 estrelas para o livro, mas como eu considero que ele conseguiu me entreter bastante, mesmo em alguns contos que eu não gostei muito, minha nota final será de 4 estrelas.
comentários(0)comente



Gildo 07/12/2015

Babilônia de autores de mistério
Lobisomens ou vampiros, bruxas ou demonólogos, zumbis e assassinos-sacerdotes. E, claro, pencas de detetives numa busca insaciável por desvendar mistérios. O ideal para ler esta coletânea de contos, organizada por George "Game of Thrones" Martin é preparar um passaporte, porque a viagem é longa por terrenos sombrios e becos escuros, pelos muitos universos do sobrenatural.

A ideia que une os contos é que todos se passam em grandes centros urbanos. Seja na Roma Antiga, com suas togas e crendices em serpentes sagradas, seja em requintados escritórios nova-iorquinos, com seus yuppies ambiciosos. O conceito de urbano, como se vê, não requer necessariamente a modernidade. Era urbana também a frenética e decadente Babilônia, ou ainda a mística Kingstown e suas lendas de feitiçaria.

A reunião dos autores é soberba. Pula-se de estilos, cada um com sua lógica de universos fantásticos. Lembra-se de séries de televisão, já que este segmento literário às vezes já aponta imediatamente para uma posterior produção audiovisual. O conto de abertura, por exemplo, se passa no mesmo universo da série 'True Blood', da HBO. Assim, para fãs da ficção, há uma familiaridade confortável.

Estar diante de diversos autores ajuda também a quem não é dos maiores fãs ficcionais. Os contos curtos permitem uma alteração rápida de cenários. É possível experimentar várias linhas de criação. Há momentos risíveis e, bem por isso, divertidos, como uma tentativa de assassinato por uma zumbi disfarçada (sim, soa ridículo). Outras histórias, apesar de curtas, contam com uma complexidade razoável, como a de fazendeiros temerosos de feitiçaria negra e revolta de escravos. Detetives de toga tentam solucionar um misterioso assassinato em templos abandonados; soldados no alto de uma montanha gelada procuram descobrir quem fez um ritual matando uma águia gigantesca, crucificando-a. Os arcos de criação são os mais imaginativos possíveis. E, bem por isso, é uma leitura divertida. George Martin faz muito bem em reunir colegas escritores e abrir uma nova leva de possíveis leitores a eles.
comentários(0)comente



Anita Blanchard 20/05/2013

Livro mediano com três contos ótimos
Antes de avaliar conto por conto, pois eu não acho que dê para avaliar um livro como esse como um todo, preciso deixar claro que não tenho familiaridade com nenhuma das séries dos autores que compõem o livro, então os cenários e os personagens eram todos novos para mim; com exceção da série Sookie Stackhouse, com a qual eu tive certo contato por meio de alguns poucos episódios da série de TV “True Blood”.

- “O Bastardo” de George R. R. Martin: única parte do livro que ele escreveu, o que mostra que ele é fantástico até para escrever um prefácio, explicando o que é a tal da fantasia urbana. Que os ventos do inverno não demorem.

- “Morte por Dahlia” de Charlaine Harris: conto sem um pingo de apelo. Se for para ler uma história sobre vampiros vivendo em sociedade, mil vezes as aventuras do mundo de Anita Blake da Laurell K. Hamilton.

- “A Sombra que Sangra” de Joe R. Lansdale: esse me deixou uma sensação estranha na boca do estômago (e não foi uma boa sensação), vai ver que é por que eu já não estava me sentindo bem e me forcei a ler o conto até o final...

- “Coração Faminto” de Simon R. Green: desse eu gostei do jeito de escrever do autor e do personagem principal. Lembrou-me o baú com o coração de Davy Jones de Piratas do Caribe.

- “Estige e Pedras” de Steven Saylor: conto muito longo, o que eu considero pecado mortal em um conto. Demora a chegar à história, mas, quando finalmente chega, fica bom, porém eu achava que estava caminhando para um lugar e infelizmente estava errada.

- “Dor e Sofrimento” de S. M. Stirling: eu não sei se foi por que eu não conhecia o personagem, mas achei ler do ponto de vista dele confuso, com todos aqueles flashbacks espalhados; e o final da história é totalmente insatisfatório.

- “Sempre a mesma velha história” de Carrie Vaughn: aqui o ditado “a vingança é um prato que se come frio” vale do começo ao fim, porém é um conto dispensável.

- “A Dama Grita” de Conn Iggulden: foi o conto mais engraçado que eu já li (cheguei até a rir sozinha no ônibus!), cheio de sarcasmo, humor negro, um personagem fantasticamente imperfeito e ótimo narrador, e uma história que te prende até o final. Tudo que eu adoro!

- “Hellbender” de Laurie R. King: histórias que envolvem diversidade e preconceito sempre me atraem, mas essa centrou-se na ação, paciência...

- “Ladrões de Sombra” de Glen Cook: que conto confuso! Tive que ler e reler diversas vezes para saber quem falava o quê. E a história vai do nada a lugar nenhum.

- “Sem mistério, sem milagre” de Melinda M. Snodgrass: a visão que este conto traz da religiosidade é fantástica. Fiquei fascinada! Já inclui o livro “The Edge of Reason” da autora na minha listinha de futuras leituras.

- “A Diferença entre um Enigma e um Mistério” de M. L. N. Hanover: outro conto que te põe para pensar sobre conceitos e valores aparentemente definidos. No começo me senti dentro de um daqueles filmes de terror. Muito bom!

- “O Curioso Caso do Deodand” de Lisa Tuttle: tema interessante, mas pouco surpreendente.

- “Lorde John e a Peste de Zumbis” de Diana Gabaldon: conto longo, mas muito bem escrito. Deixou-me com uma raiva danada no final...

- “Cuidado com a Cobra” de John Maddox Roberts: a solução para esta história pareceu tirada da cartola, mas me envolvi na procura pela cobra sagrada (isso soou bizarro, mas eu não ligo!).

- “De Vermelho, com Pérolas” de Patricia Briggs: não sei o que dizer sobre este, a não ser que os personagens são carismáticos.

- “A Águia de Adak” de Bradley Denton: conto longo e monótono. Senti pena da águia, não posso dizer o mesmo dos demais personagens.

Contabilizando: 5 contos sofríveis, 6 medianos, 2 bem legais e 3 contos verdadeiramente fantásticos, que merecem destaque: “A Dama Grita”, “Sem mistério, sem milagre” e “A Diferença entre um Enigma e um Mistério”.

“Sou totalmente a favor do consolo. Se eles simplesmente parassem nisso, mas nunca param. As pessoas sempre decidem que todos os outros também precisam de consolo, e é melhor que seja sua versão do consolo. E, caso não seja, geralmente provam sua tese com a ponta de uma espada ou o cano de uma arma” - Melinda M. Snodgrass (“Sem mistério, sem milagre”).
comentários(0)comente



Potterish 03/01/2013

Game of… contos urbanos
“Ruas estranhas”, de vários autores

Ruas Estranhas é uma coletânea de 16 contos escritos por diversos autores e nenhum pelo George R.R Martin, conhecido pela série Game Of Thrones. Quem comprou o livro na esperança de ler um conto de George Martin irá se decepcionar. A participação de Martin foi a de selecionar com Gardner Dozois alguns dos maiores nomes da fantasia urbana.

Foi estabelecido por Martin que o conto contivesse um detetive particular e um caso com tom fantástico. Então se você é fã de ficção, mistério, fantasia urbana, humor ou ficção científica sem dúvida irá adorar “Ruas estranhas”!


Morte Por Dhalia
Charlaine Harris

Charlaine é frequentadora da lista de mais vendidos do New York Times, conhecida pela série Sookie Stackhouse, uma garçonete telepata. O nome não é coincidência, os romances de Sookie foram adaptados para a produção de “True Blood” da HBO.

E nesse conto Harris nos leva a conhecer Dhalia Lynley-Chivers, uma vampira que investigará o assassinato de um humano durante a “festa” de ascensão do novo xerife, chamado Joaquim. Para Chivers é importante descobrir o grande vilão e inocentar sua amiga, mesmo isso signifique ter que provar a inocência também do seu marido, um lobisomem.

“Morte por Dhalia” é recheado de suspense, ação e tiradas engraçadas que irá te prender até fim.

Dor e Sofrimento
S.M Stirling

Stirling é considerado por muitos o herdeiro do titulo de Rei do Romance Histórico Alternativo. Nesse conto ele nos apresenta um das mais recentes obras, a série Shadowspawn.

A história conta sobre Eric Salvador, um policial comum em busca de criminosos nada convencionais e com grandes reviravoltas. Cheio de ação, morte e uma busca louca pela verdade, Eric terá que escolher entre a ignorância segura ou a verdade perigosa.

A Dama que Grita
Conn Iggulden

Autor da série “O Imperador –The Gates Of Rome” que conta a história do imperador Júlio Cesar. Dessa vez nos apresenta um conto contemporâneo sobre um vigarista barato que caça fantasmas.

O grande diferencial nesse conto é que ele é em primeira pessoa e o personagem não se apresenta, o que realmente não faz nenhuma diferença para a história. O que faltou na informação sobre o nome do personagem, sobrou em sarcasmo, ironia e humor. O vigarista conta a história de como ele enganava as pessoas expulsando fantasmas das casas. Até que um dia ele realmente encontrou um fantasma e a apelidou de “A dama’”. A partir daí ele de fato inicia a carreira de caça fantasmas, o que é ótimo para os negócios.

De modo geral o ponto positivo do livro é que possibilita conhecer novos escritores, lugares, personagens e mistérios. E quando um conto realmente fica bom ele infelizmente chega ao fim, te deixando com gostinho de quero mais.

Resenhado por Lucivânia Lima

Título original: Down These Strange Streets. 496 páginas, Editora Fantasy – Casa da Palavra, 2012.
comentários(0)comente



Çegredo 01/12/2014

Ruas estranhas, histórias bem escritas
Uma jogada de marketing. Pura e simples. Um nome de um autor popular, o mesmo Martin das Crônicas de Fogo e Gelo e de A Morte da Luz. Elemento básico para fazer com que o leitor chegue ao livro. E muito bem jogado.
Uma coletânea de histórias é sempre difícil de resenhar. São histórias independentes; cada qual com seus personagens, enredos e vertente. Todas têm algo de sobrenatural ou fantástico, foi o conceito usado pelo Martin e Dozois para escolher tais histórias.
Histórias para todos os gostos: crimes, investigações, caças, maldições. Todo tipo de criatura também; espíritos, vampiros, lobisomens, sociedades antigas, comunidades tribais. Mas não é isso que realmente importa. O que importa é que são histórias para todos os gostos. Aquelas com inicio meio e fim, outras com meio fim e depois inicio e então um pós. Histórias sem fim, essas ficam por conta do leitor. Personagens envolventes em quase todas.
Fácil de gostar dos personagens, dos lugares, das situações e do livro.

Meus favoritos são: A diferença entre um enigma e um mistério, Dor e sofrimento e Sempre a mesma história.

site: www.baixasexpectativas.blogspot.com
comentários(0)comente



Mari 17/03/2013

A grande sacada de Ruas Estranhas é colocar o nome de George R.R. Martin em letras garrafais na capa, pois é um chamariz para vendas, mas o autor só escreve a apresentação do livro, não tendo nenhum conto de sua autoria infelizmente.

O livro reúne 16 contos de autores consagrados por suas histórias que envolvem o sobrenatural, que vão desde vampiros, lobisomens até zumbis, fantasmas e outras criaturas.

O primeiro conto, “Morte por Dahlia” de Charlaine Harris é sobre uma festa entre vampiros em que acaba ocorrendo uma morte, então o breve conto é a investigação, mas não empolga e nem surpreende.

Já “A sombra que sangra”, de Joe R. Lansdale me prendeu mais a atenção, pois o protagonista tem que achar uma pessoa desaparecida e quando o acha, descobre que ele não pode parar de ouvir a uma música apavorante, senão a sombra que sangra aparece e pode ser mortal. É interessante porque foge do convencional das criaturas sobrenaturais para um fenômeno tão peculiar, que acaba assustando mais do que uma criatura personificada. Bom conto!

“Coração Faminto”, de Simon R. Green conta a história de uma bruxa que perdeu seu coração e o quer de volta, não passando muito de uma metáfora muito fantasiosa sobre um amor que não deu certo.

“Estige e Pedras” do Steven Saylor volta à antiguidade, na Babilônia, numa narrativa que parece um roteiro de Indiana Jones. É bem maios ou menos.

“Dor e sofrimento” de S.M. Stirling tem o nome profundo, mas a história sobre a investigação de um incêndio acaba sendo sem pé nem cabeça mesmo com a presença do sobrenatural. Ruim!

“Sempre a mesma velha história” de Carrie Vaughn conta a história de um vampiro que vai investigar a morte de sua amiga humana, já idosa, e chega até a ser bonitinha com os flashbacks que relembram a época em que se conheceram e mostra que mesmo ele sendo imortal e ela não, a amizade nunca mudou. A relação dele com a amiga acaba prendendo mais a atenção do que a investigação em si. Boa história!

“A dama grita” de Conn Iggulden me agradou por falar de um caçador de fantasmas, cujos objetos que ele ‘recolhe’ tem uma alma aprisionada e ao invés de destrui-los, alguns ele guarda, como é o caso da ‘dama que grita’ que o ajuda na caça de outros fantasmas. O conto é tão curtinho que não dá tempo de se tornar cansativo.

“Hellbender” de Laurie R. King, o nome do conto é na verdade o nome de criaturas que são meio homens e meio lagartos e na história, uma detetive é contratada para investigar o desaparecimento de outros de sua espécie. É diferente, mas não é necessariamente bom.

“Ladrões de Sombra” do Glen Cook, não sei nem dizer do que a história se trata de tão confusa que achei. De interessante, só o nome que daria um bom filme. Horrível!

“Sem mistério, sem milagre” de Melinda M. Snodgrass coloca alienígenas e demônios vivendo entre humanos envolvendo questões políticas e religiosas, numa história que se não tivesse esse toque sobrenatural, poderia muito bem ser um conto baseado em algum fato real. Interessante!

“A diferença entre um enigma e um mistério” do M.L.N. Hanover conta a história de um homem que acredita-se estar possuído por um demônio e que mata uma mulher, seguindo muito a linha de filmes de suspense em que você pode se deixar enganar pela justificativa mais óbvia, mas que no final, devido a alguns detalhes que só o detetive percebe, não era muito bem aquilo que se pensava. É razoável.

“O curioso caso do Deodand” de Lisa Tuttle narra a história de uma mulher que vai trabalhar como assistente de um investigador que tenta ser um Sherlock, mas não conseguem nem de longe o carisma da dupla de Conan Doyle. Juntos eles investigam a morte de um homem que aparentemente não tem nada de muito peculiar, mas cuja personagem está convencida de que não foi um assaltou ou acidente e que seu noivo é o próximo alvo. Até prende a atenção, mas o final é meio bobo.

“Lorde John e a peste de zumbis” de Diana Gabaldon é um conto loooongo demais para uma história tão chatinha. Lorde John vai à Jamaica para tentar conter uma revolta de escravos e tem que lidar com zumbis, cobras e outras criaturas. Acho que foi o conto mais chato do livro.

Em “Cuidado com a cobra” de John Maddox Roberts, uma cobra é roubada de um templo sagrado e o investigador tem que encontrá-la. Eu tendo a ficar com uma certa raiva quando leio uma história que já não é lá essas coisas e ainda colocam a velha justificativa de irmãos gêmeos no meio, acho muito batido.

“De vermelho, com pérolas” de Patricia Briggs traz um casal homossexual formado por um lobisomem e um advogado, onde o advogado é atacado por uma zumbi que foi enviada para matá-lo. O lobisomem então começa a investigar quem a enviou e porquê. Um bom conto, não é muito inovador, mas a narrativa é breve e direta. Gostei!

“A águia de Adak” de Bradley Denton encerra bem o livro, pois embora o conto seja mais longo do que a maioria, não cansa e ‘enche linguiça’ como alguns. Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de soldados protege uma rocha onde uma águia é encontrada morta e ‘pregada’. Ganância, previsão do futuro, magias e assassinatos mantém a história interessante até o desfecho coerente e já esperado.

De modo geral, o livro é bem razoável, mas não traz nenhum conto espetacular nem muito surpreendente.

comentários(0)comente



Lit.em Pauta 16/03/2014

Literatura em Pauta: seu primeiro site de críticas e notícias literárias!

"Ruas Estranhas é uma coletânea de 17 contos de fantasia urbana. Mas o que é fantasia urbana? George R. R. Martin, editor do livro, o classifica como um gênero bastardo: ele seria resultante da combinação de uma história de terror com uma história policial. Ou mais precisamente, nas palavras de Martin, "os heróis da fantasia urbana saem do mistério policial, enquanto os vilões, monstros e antagonistas têm suas raízes no horror clássico. Mas é a mistura que dá valor ao gênero". Buscando apresentar ao leitor contos com os mais variados tons, com o fim de demonstrar as grandes possibilidades que esse gênero pode abarcar, Martin reuniu uma gama de autores bastante eclética, contando tanto com famosos – como Charleine Harris da série de livros que inspirou True Blood, Conn Iggulden dos títulos O Imperador e O Lobo das Planícies e Diane Gabaldon da série Outlander – como também desconhecidos, além de misturar autores já familiares a esse gênero e outros novos a ele."

Prestigiem o site e confiram a crítica completa em:

site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/ruas-estranhas-critica/
comentários(0)comente



Évio 06/03/2014

Tradução Mata
Este livro precisa de um tradutor e de um revisor.
Não entendo porque as editoras não contratam alguém para traduzir e alguém para revisar... parece que contratam um só para as duas coisas. Resultado, o livro, que é bom, tem contos excelentes e outros incompreensíveis. Parece que faltam parágrafos. É uma coisa triste.
Como de costume os textos ciceroneados pelo R. R. Martin são bons e dinâmicos, mas alguns contos simplesmente são impossíveis de entender.
Uma pena.
comentários(0)comente



douglas 28/12/2013

De 16 contos, salvo apenas "A Dama Grita". O resta varia entre 'apenas bom' (como o "Estige e Pedras") e horrível (como o "Ladrões de Sombra").
Esperava muito mais, ainda não acredito que o Martin emprestou o nome dele para esse livro...
comentários(0)comente



Pedro 16/11/2013

Monótono e sem graça.
Comprei esse livro meio por engano, porque vi o nome George RR Martin enorme na capa e não me dei ao trabalho de ver que era uma coletânea, porque na verdade eu estava mais interessado em ler qualquer coisa do mencionado autor.
Porém estou lendo esse livro às três porradas, olha. Talvez pelo fato de eu não ser familiarizado com o tipo de texto em conto, daí o problema é meu. Mas a impressão que tenho é que o livro não tem profundidade nenhuma. Não tem clímax, não tem nada. Inclusive o primeiro conto (que na verdade é o segundo conto, sobre vampiros) me causou certo constrangimento por ser tão sem profundidade e com uma trama muito mal feita.
Estou lendo esse livro muito lentamente. Tentei fazer uma rotina de ler um conto por semana, mas não consegui avançar muito. Não são só contos sobrenaturais, são contos sem pé nem cabeça. Até agora só um deles me chamou atenção, que é o conto entitulado "Estige e Pedra" de Steven Saylor.
comentários(0)comente



03/07/2013

Difícil de Definir
Para começo de conversa, comprei o livro por acaso. Ia comprar a morte da Luz, mas o site estava dando problemas e acabei decidindo por comprar este. Nunca fui de ler antologias, mas dado o contexto desta, até que gostei.
O livro possui desde ótimos contos até péssimos, sendo cansativo e varia muito ao gosto da pessoa. No começo me empolguei com livro, e no meio não via a hora de acabar, mas quando cheguei no ultimo conto (meio monótomo, aliás), tive um certo apego com o livro.
Apesar de alguns dos contos fugir do sobrenatural, outros se aprofundam de boa forma, sendo aconselhado para quem tem boa inclinação nos gêneros literário (não fugindo do mistério).
comentários(0)comente



Leo 03/07/2013

Ótimo passeio pela terra do talvez
O livro é na verdade uma apresentação de contos de autores internacionais consagrados, e que se apresentam em sua melhor forma.

A seleção não poderia ser melhor e apresenta, com propriedade, um passeio de boas vindas para aqueles que estão interessados em conhecer a obra dos autores envolvidos no projeto.

Porém é também um ótimo divertimento para aqueles que já são fãs tanto dos autores quanto do gênero.
comentários(0)comente



28 encontrados | exibindo 16 a 28
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR