As Velhas

As Velhas Adonias Filho




Resenhas - As Velhas


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Euler 30/03/2021

Recebi esse livro da maravilhosa @az.brisa como um presente - quem me ama sabe que livro é o que mais gosto de receber. Com Adonias, pude conhecer um pouco do sul da Bahia numa narrativa que enaltece as raízes indígenas e centra a história em mulheres velhas - nesse tempo de pandemia, um alento ler uma obra assim. A estrutura do livro nos faz conhecer quatro mulheres velhas, - Tari Januária, Zefa Cinco, Zonga e Lina de Todos -, entrecruzando essas histórias numa saga que é o macro da narrativa. A cada bloco, a vida dessas mulheres é rememorada de forma mítica, falando sobre o início daquelas cidades, os confrontos entre indígenas e plantadores de cacau, a violência a que são submetidas, a força com que reagem. A linguagem é extremamente poética, e nos dá a dimensão do mistério que a selva tão presente no texto guarda. Eu que sou apaixonado por pessoas velhas, e pelo seu poder de contar o tempo unindo os fios do passado e do presente num laço, me encantei por cada uma das personagens e viajei junto, me sentindo ao final do livro, mais moço ??
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Rangel 06/02/2013

Histórias das Quatro Velhas
Adonias Filho fala de 4 "Velhas" no seu livro de caminhos psíquicos e filosóficos, que deixam seus dramas existenciais. A linguagem da sua obra é enxuta, econômica, óbvia de conotação poética e violenta. O romance coloca o cenário o sul da Bahia, na floresta brava, violenta, tropical. As velhas são:
* Tari Januária: mãe de Tonho Beró e esposa de Pedro Colma; a sua aldeia foi dizimada por plantação de cacu, quando pataxós são confundidos com camacas; seu filhos são Inuá, Moá e Branca Ita.
* Zefa Cinco: contada pelo Sô de Sovela, quando três louros valentes de olho azul, então ela mata cinco cangaceiros; Chico e Zefa se cama e têm filhos, que são mortos pela onça que Pedro caçava; sua filha única foge com a bisavó; e Zefa mata Pedro Cobra e as onças e só fala dos ossos do Pedro.
* Negra Tonga: filha Calupo e esposa de Caé assassinado, quando fala que Asa está em Borarema; Uraçú mata Mariano Bentinho, que quis tomar as terras de Caé.
* Lina de Todos: esposa de Timóteo, que a perde num jogo de tanto beber; mataram o marido e ela então foi de todos e teve filhos; branca de olhos azuis e magra, Lina fala que Assa morreu e deixou a filha Marinari, que é libertada por Beré e Virá. Virá e e Marinari se apaixonam e se juntam. Zefa morre ao vê-los.
As histórias das quatro velhas são analíticas de almas primitvas que têm inlfuência de costumes telúricos.
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Zeza Morais 18/09/2017

Aproximação da velhice
O romance "As velhas" foi minha primeira leitura de Adonias Filho. Surpreendeu-me a forma de escrita que foge ao objetivismo engajado da literatura brasileira moderna e vai em busca de uma psicologia mais trabalhosa.
O mote da hisória é a ordem da mãe, Tari Januária, para o filho, Tonho Beré, resgatar os ossos do pai, Pedro Cobra. A narrativa se constrói então, na travessia da selva do sul da Bahia por Tonho Beré e Uirá, na busca de realizar o desejo da velha índia.
Nessa travessia, os fatos são organizados pelo entrelaçamento da narrativa de Tonho Beré na empreitada em busca dos ossos, e das diversas vozes que desenterram recordações das histórias de vida que fizeram nascer as comunidades naquele pedaço de Brasil.
Desse modo, o narrador em terceira pessoa conta na primeira parte o trajeto de Tonho Beré da casa de Tari Januária no Itajuípe até a comunidade de Almadina onde outra velha será apresentada ao leitor - Zefa Cinco. Nessa parte as vozes que narram são de Tari Januária e Uirá, neto da velha que acompanha Tonho Beré.
Na segunda parte, Tonho segue conta da estadia em Almadina onde ele e Uirá viram os "cara de índio". A voz que narra nessa parte é do morador antigo Sô da Sovela.
Na terceira parte, Tonho inicia o trageto de Almadina até o camacã, lugar onde outra velha surpreendente será apresentada ao leitor, Zonga, a negra. As vozes de Anastácio e Zonga conta a narrativa de seus primórdios.
A quarta parte é o trajeto de Camacã a Buerarema, onde a última velha do romance nos é apresentada: Lina de todos. A voz que narra nessa parte é a de Argolo Bom Cacau.
Por fim, o narrador contempla as três velhas - Zefa Cinco, Zonga, Lina de Todos - e conclui que nenhuma delas se compara a Tari Januária: "Outras viveriam nas franjas ou nas entranhas das matas, parecidas entre elas como os dedos da mão, mulheres que povoaram a selva como homens de verdade" (158).
É uma narrativa de velhas cujo motivos evidentes são o tempo e a força reparadora da narrativa. A volta de Tonho Beré ao Itajuípe aponta para a possibilidade de continuar contando, narrando. É isso que os mantém vivos.
Zeza Morais 18/09/2017minha estante
Cometi algumas incorreções. Perdoem-me!!!




MaiR1b. 14/07/2023

As velhas
Tari Januária, Zefa Cinco, Zonga e Lina de Todos. Cada velha tinha uma história, mulheres fortes, tudo bem se não te cativas por elas, mas não há o que se negar em relação à força que essas velhas têm. A história é muito bem contada, sem pontas soltas, pelo menos ao meu ver. Gostei da leitura, o livro é pequeno, mas a história não é corrida, atropelada, muito pelo contrário. Gostei do desfecho.
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