Rafa 14/11/2012Resenha - Pão e Arte - Ana Lúcia MeregeConfesso que desde o princípio desta leitura me encantei com a narrativa da autora, não teve como não me encantar, sabe? Merege consegue misturar tudo de bom num só livro.
Sobre a história... Zemel é um saltimbanco de apenas 10 anos, que vive viajando com seu mestre chamado de Cyprien de Pwilrie, um adorado artista de fantoches. Nessa viagem encontramos também outros artistas e artesãos tais quais Hank e sua "depressiva" esposa, Katja. Depois de uma reviravolta, esse mesmo casal acaba sequestrando o pobre Zemel até Golrod, a mesma cidade onde eles já viveram. A falta de alimentos na região de Golrod, causada pela aposta de dois senhores poderosos na região, que tentavam tomar os pobres camponeses para escravidão, isso acabou fazendo com que muitos passassem fome. Pwilrie, homem valente e justo, vai junto com seus queridos amigos traçar um plano para adentrar à cidade de Golrod para resgatar Zemel e ao mesmo tempo tentar fazer justiça ao povo faminto.
A premissa do livro achei muito interessante, tudo em si me agradou, da capa ao findar da história. A autora conseguiu criar um universo onde eu poderia viver somente de pão e água, sonhando com caminhadas de cidade em cidade, vivendo de arte de quando em quando, ganhando o pão de cada dia por assim dizer, cantando, atuando, tocando flauta, abusando dos fantoches e por aí vai...
Zemel, o personagem mais querido da história, traça em 1ª pessoa suas altas aventuras como saltimbanco, mostrando como realmente alguém vive da arte. A narrativa super gostosa e leve de Pão e Mel faz com que a leitura seja para todo tipo de leitor, é daquele tipo de livro que nos convida a ficar da primeira à última página, além disso com gostinho de quero mais. A capa deixa qualquer um babando, super linda e com aquela premissa de achar que revela alguma coisa a mais e que depois de uma leitura por cima acaba vendo que é outra coisa...
Me encantou também foi a infinidade de nomes diferentes, a autora nacional esbanjou criatividade e heroísmo nesta pequena história, e ainda com uma pitada de justiça e amizade. Por se tratar de um livro nacional eu não esperava tanto assim e me surpreendi muito, até mais pelo final feliz que achei maravilhoso. ^.^
Não posso me esquecer de alguém, por fim,
que vai continuar depois de mim.
Alguém que está a meu lado em toda parte,
aprendendo a viver de pão e arte.
Assim recita nosso menino Zemel à Cyprien.