Tempo é Dinheiro

Tempo é Dinheiro Lionel Shriver




Resenhas - Tempo é Dinheiro


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Juliana 02/11/2013

Tempo é Dinheiro conta a história de Shepherd Knacker, um empresário que trabalhou muito a vida inteira, para juntar uma quantidade de dinheiro que fosse suficiente para bancar a sua vida e de sua família em um país do Terceiro Mundo, onde ele pudesse finalmente curtir o ócio e a calmaria, vivendo o momento e sem maiores preocupações. Quando ele sente que já adiou demais, cansado de trabalhar para o ex-funcionário que comprou sua empresa, e decide que finalmente chegou a hora de partir, compra as passagens dele, da esposa e do filho caçula - a mais velha, Amelia, não mora mais com os pais, tem um trabalho que mal paga as suas contas, mas não sairia dos Estados Unidos para ir morar para sempre em uma ilha do outro lado do mundo. Ele dá um ultimato à sua esposa, Glynis, mas ao invés da resposta que ele queria, é ela que chega com um fato novo e determinante: eles não podem viajar. Ela está doente e agora, mais do que nunca, precisará do plano de saúde que a empresa oferece.

Assim, ele tem que continuar trabalhando para o babaca do seu patrão, e passa a aplicar todo o dinheiro investido para a Outra Vida, no melhor tratamento possível para a sua mulher.

Glynis tem um tipo raro e extremamente mortífero de câncer, o mesotelioma, que a consome gradativamente, ao mesmo tempo em que os recursos de Shepherd também acabam, enquanto ele sustenta a irmã, folgada, que não produz nenhuma renda e ainda por cima acha que o irmão, por ser rico, deve pagar todas as suas contas, o pai, um pastor aposentado, cuja casa ainda tem algumas contas bancadas pelo filho, além do aluguel da filha, que não ganha um salário compatível com a vida que leva.

Ao mesmo tempo que lida com a fragilidade da vida da esposa, Shepherd precisa pensar no dinheiro envolvido em todo o esforço para combater o câncer que muito provavelmente a levará embora. Ele luta para ser o melhor marido para Glynis, cuidando dela em todo o tempo possível e arriscando até o emprego do qual eles dependem. Mas ao mesmo tempo, não consegue evitar pensar em uma vida "depois", em cuja realidade ele não poderá contar com sua esposa, embora a vida em Pemba, aparentemente, tenha ficado apenas nos seus sonhos.

Este é um livro complexo e profundo que trata não apenas da dificuldade de quem atravessa um tratamento contra o câncer, ou das pessoas mais próximas, mas também é uma enorme crítica ao sistema de saúde americano. Lionel Shriver mescla muito bem todas as críticas com o principal questionamento: quanto vale a vida de uma pessoa?

Faz pensar no tempo que gastamos para ganhar um dinheiro e construir um império que de repente pode ser que não desfrutaremos ou que, ainda, nos aprisionará ainda mais. Nos leva a questionar inclusive até que ponto um paciente terminal deve lutar para prolongar uma vida sem qualidade, ou viver um período breve, mas que realmente faça sentido. O que realmente vale a pena em nossa vida?

E o título, contrariando a maioria, tem tudo a ver com a trama e com a mensagem que o livro passa. Recomendadíssimo para quem gosta de leituras que fazem refletir!

site: www.cafecomlivros.blog.br/resenha-tempo-e-dinheiro-lionel-shriver
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GilbertoOrtegaJr 27/10/2013

Tempo é Dinheiro - Lionel Shriver


Muitas pessoas têm sonhos, mas incrivelmente vive procrastinando para realizá-los, este é o caso de Shep Knacker, que durante toda sua vida ele economizou, para que um dia pudesse se aposentar e viver em um país de terceiro mundo, onde o custo de vida seria mais barato. Porém quando ele finalmente decide ir embora descobre que sua mulher Glynis tem um câncer raro, e irá precisar do seu seguro de saúde, e mais importante do seu apoio.
É claro que Shep decidiu ficar, faz parte da personalidade do personagem ser sempre gentil e politicamente correto, o que acaba tornando o personagem um tapa buraco dos outros personagens, alguém que sempre será o responsável. Ao longo da trama há uma imensa variação de situações em que eu, como leitor me sentia tentado a gritar CHEGA DE SER BONZINHO, JOGA TUDO PRA CIMA E DEIXA QUE OS OUTROS SE VIREM, por exemplo, a irmã dele, que vive lhe pedindo empréstimos, mas nunca paga, e se recusa a cuidar do pai adoentado.
Encontrei vários personagens totalmente interessantes; Jackson que constantemente procura extravasar sua raiva falando horas sobre como a população é “sugada” pelo governo; sua mulher Carol que sempre procura cuidar das filhas do casal; Flicka que sofre de uma doença rara e degenerativa, e sua irmã mais nova. O melhor disso é que Shriver soube como explorar os personagens de forma, que cada uma representa uma peça importante na hora de construir o desfecho do livro, e não como animais exóticos para serem expostos.
Os capítulos do livro são variações entre a vida de Glynis e Shep, e Jackson e Carol, é possível diferenciar sobre quês personagens o capítulo irá abordar, pois os capítulos sobre Shep e sua família sempre tem no começo uma versão do seu extrato. Esse artífice ajuda a autora a ilustrar o título ao criar um panorama de quanto vale uma vida, ou melhor, quanto vale manter Glynis viva, é claro que com base neste mesmo detalhe Lionel mostra de forma denunciadora a falta de assistencialismo médico, e como os seguros de saúde têm a petulância de transformar a vida de alguém em cifrar de dinheiro.
Isso torna o livro seja totalmente realista e poderoso é que simplesmente não há mudanças. Explicando melhor os personagens não ao dar um giro de 360º graus do dia para a noite, pelo contrário a mesmo a Glynis que conhecemos sendo ácida e fascinante continuará sendo a mesma de sempre, todas as mudanças nos personagens levou tempo. Isso é muito bom, pois não houve perda de identidade dos personagens, exemplo: ninguém é mal humorado de noite e acorda cedo amável. Acredito que é por que estas mudanças não são da noite para o dia que a autora usou 460 páginas para criar um final totalmente encantador e realista.
Para mim a melhor parte de Tempo é dinheiro é o fato de ele ter me favorecido ao acumular mais uma experiência, sem com isso precisar sair do comodismo do sofá, ou mesmo ter pensado de forma egoísta “ainda bem que não é comigo”. Mas mesmo assim é inevitável sair com certo incômodo, pela capacidade da autora de criar situações reais e tensas. Lembrou-me uma tempestade no meio de um grande escuro ainda podemos visualizar luzes e beleza, em momentos rápidos e belos como relâmpagos.


site: http://lerateaexaustao.wordpress.com/
Ladyce 01/03/2014minha estante
Gilberto, vou pensar se leio ou não... Não gostei de Lionel Shriver Pós-aniversário. Achei um livro ilegível, chato, etc.

E tem mais: acho que poucos poderão superar a temática do procastinar como abordada em A FERA NA SELVA de Henry James, que nos EUA é considerado uma novela [um conto longo] e no Brasil é publicado como um livro, um volume único. Pequeno, sensível uma joia. Deve colocar a verborrática Shriver no chinelo.




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