Namíbia, não!

Namíbia, não! Aldri Anunciação




Resenhas - Namíbia, não


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alicepachecons0 23/06/2023

Namíbia, não!
Um texto teatral perfeito, atemporal e com pautas importantíssimas!
?Namíbia, não!?, apresenta o conflito que envolve uma medida provisória dada pelo governo brasileiro, onde os cidadãos de melanina acentuada devem ?voltar? para África. É mostrado uma sociedade racista, que tenta ao máximo apagar a população negra; que é dividida racialmente; que na certidão de pessoas pretas tem dizendo pardo; que visa pelo embranquecimento do Brasil.
É um texto muito rico, e que fale muito a pena a leitura.
É um texto que a sociedade apresentada é igual a que se faz fora das páginas.
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DudaB 29/03/2023

Namibia, Etiópia, Quênia, Angola...
Gosto de textos teatrais, a forma como eles são escritos deixa tudo mais fácil de ser imaginado. Não tive a chance ainda de ver "Namíbia, não!" no teatro, mas acho que quando acontecer, será imersivo igual ao livro. Aldri junta pequenos detalhes que no conjunto final deixam a obra espetacular. Soube que tem o filme e vou tentar ver o mais rápido possível. Espero que vire um clássico literário brasileiro, de fato um livro atemporal!
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AnaB. 01/10/2022

Que livro !
Em um futuro distópico(ou não, mas espero que sim) o Governo Brasileiro resolve deportar todos os cidadãos de melanina acentuada para "África" como forma de reparação pelos mais de 300 anos de trabalho forçado não remunerado (escravidão).
Aqui o Aldri faz o leitor pensar sobre como o racismo formou/forma a sociedade brasileira, trazendo não de forma direta, mas de forma inteligente e bem didática. Essa edição trás fotografias da peça e de alguns momentos de bastidores.
Gostei bastante e recomento, aliás, esse livro poderia ser incorporado como paradidático ?
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httpsalice 22/08/2022

Namíbia, não!
esse roteiro é sensacional de verdade uma genialidade sem igual! o fato de ter sido escrito ha anos atrás e ainda ser tão genial só mostra a atemporalidade da obra
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Naiana 24/05/2022

Uma peça teatral recheada de ironias e verdades
"Desejo que as pessoas não procurem respostas nesta história, mas se integrem à discussão, e se divirtam." Palavras de Aldri Anunciação sobre sua obra, respostas? Difícil achar uma só que se adeque a todos os questionamentos que ele levanta, a todo significado implícito e explícito em seus diálogos, cenário, imagens refletidas nas paredes e música. Eu não vi a peça, mas ler o livro foi quase como estar lá, está tudo aqui preparado para a sua imersão na história que ele quer contar. Sobre se divertir, creio que no cenário em que usamos essa definição da palavra "fazer esquecer; fazer perder o hábito" ele se encaixa perfeitamente. Não é um divertir para rir e se distrair simplesmente, mas um divertir para te causar desconforto, abrir seus olhos, lhe cutucar sobre discursos e diálogos que já ocorrem a nossa volta e nem sempre percebemos o valor ou significado pleno dele.

A autor informa que o tempo narrado ocorre sempre há 5 anos do tempo atual, eu li a edição de 2015, então no texto ele diz que ocorre em 2020, mas como estou em 2022, li que a história ocorria em 2027. Não é um futuro distante, é bem próximo, ali na curva do caminho, muito do que os primos André e Antônio conversam já é discutido ou falado e o que falta para que esse futuro distópico aconteça? Espero que falte muito, espero que nunca aconteça, espero que textos como esse abram os olhos da população para que possamos evitá-lo, mas principalmente para que possamos mudar o cenários de racismo que já existem, acabar com a segregação de cores que ainda perdura no mundo de hoje.

Sobre o texto, ele ocorre 5 anos no futuro, quando as pessoas com ascendência africana devem ser expatriados de volta a África como meio de reparação pelos 3 séculos de trabalhos forçados aos quais seus ascendentes foram obrigados a prestar no período da colonização brasileira, assim como de sua captura e sequestro de suas terras natais. Para realizar essa "reparação" o governo instaurou uma Medida Provisória que determina a expatriação dessas pessoas e seu envio imediato a África, o país em que serão enviados, aparentemente, é de escolha do cidadão. Não importa a classe social da pessoa, ou as relações que ela tem na sociedade, apenas seu tom de pele com Melanina Acentuada. A história se passa quase que completamente sob a perspectiva dos primos André e Antônio, que moram juntos, onde o primeiro é um estudante de Direito e o segundo formado em Direito, além desses dois personagens, há momentos em que é mostrada o que ocorre fora do apartamento deles através de notícias na televisão. Mas no geral todo o texto é a reflexão e discussão sobre o que está acontecendo, dos primos.
Em Antônio vemos um homem bem sucedido, que cuida da aparência, estando sempre bem vestido e preocupado com o trabalho e sua ascensão na carreira. Ele estava iniciando um Curso Preparatório para um Concurso para Diplomata de Melanina Acentuada do Itamaraty, curso esse em que ele fora aprovado em um concurso para fazer, enquanto seu primo não. André já aparente ser mais desleixado com a sua aparência, roupas folgadas e amassadas, segundo o primo, sempre saindo para os bares e bebendo, e é acusado de não conseguir pagar seu curso de direito e ser irresponsável devido às suas farras, mas no decorrer da história é ele quem demonstra entender melhor o que está acontecendo a sua volta, a ter uma visão mais realista da sociedade e do mundo em que vive, enquanto Antônio demonstra ser deslumbrado pelo seu status que tem e a aparente cordialidade branca.

Através dos primos temos as visões do porque permanecer no Brasil e porque deveriam aceitar a expatriação e "voltar" a África, além de discussões sobre a diminuição do racismo no mundo atual e as consequências da escravização dos seus ascendentes e a forma como foram "libertos", sempre trazendo referências do mundo em que vivemos, passado e presente, assim como personalidades que conhecemos. Mas creio que a fala da professora que não se considera Melanina Acentuada, mas parda, é a que traduz melhor esse absurdo:

"Isto não está certo! Aqui é o meu lugar! Eu trabalhei a vida inteira naquela escola ali... E agora vocês querem se livrar de mim? Vocês não podem apagar a minha história! Meus alunos são testemunhas do que fiz por esse país. Perguntem a eles! Vocês não podem negar. Eu faço parte! Eu faço parte da história do Brasil! Eu não sou africana. Sou brasileira... E torço pelo Vasco da Gama!"

Acho que ao invés de respostas, o que essa obra trás são as seguintes perguntas: Expatriar pessoas de Melanina Acentuada da mesma forma em que seus antepassados foram retirados de suas terras natais seria a solução para quê? Para quem? O que está de fato atrás dessa Medida Provisória? E porque ainda hoje separamos as pessoas por cores? .
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Gabriel Wtm 02/08/2021

Um ato tão curto e tantos assuntos abordados ...
Desde ignorância social geral, até a (evidente) dívida histórica com os negros no Brasil e argumentos suficientes para não cair na cilada do colorismo. Aos olhos de um sistema inimigo, somos todos ameaça.
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Lizterária 28/06/2021

Não sei bem o que dizer do livro.
Todo o enredo é movido pelo medo e terror de ser tirado de seu lugar de origem a força, assim como aconteceu com os que foram escravizados.
Essa ideia de "reparação histórica" é bem doida, e vi em um artigo outro dia falando sobre, mas não consigo me lembrar o nome teórico dado para essa ideia.
Só sei que fez bem o papel de deixar o leitor bem desconfortável, e fazer com que haja de certa forma o início de reflexão a respeito das discussões e dos problemas raciais em nosso país!
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Alessandro117 04/04/2020

Uma historia do rasmo
Quando assistir a peça de teatro Namíbia, não! Nunca imaginei que meu professor de história me daria o roteiro por fazer as correções fãs atividades dele.
O livro conta a história de dois primos: André e António, um dia simplesmente sai uma MP que deve ser seguida a risco, mas brechas na lei permitem que eles lutem até o fim.
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Toni 19/02/2020

Namíbia, não! [2011]
Aldri Anunciação (BA, 1977-)
EDUFBA, 2015, 163 p. 📖

Aldri Anunciação é um ator e dramaturgo baiano. A primeira montagem do texto teatral “Namíbia, não!” estreou em 2011 dirigida por Lázaro Ramos e com Flávio Bauraqui e o próprio autor no elenco. Essa montagem rendeu 19 temporadas pelo Brasil e várias apresentações especiais. Além da vida longa no palco, o texto de Aldri venceu cinco prêmios, entre eles o Jabuti na categoria Ficção para jovens em 2013. 📖

Na legenda que abre o texto e explica os principais elementos da peça, lemos que a ação se passa sempre cinco anos à frente do tempo atual de sua montagem, colocando os dois pés da obra no reino das ficções especulativas, mas uma ficção perigosamente próxima. A premissa é assombrosa: dois primos, Antônio e André, um formado em Direito e o outro estudante do mesmo curso, são surpreendidos com uma Medida Provisória do Governo Brasileiro que determina que todos os cidadãos de “melanina acentuada” devem ser capturados e enviados de volta à África, para um país de sua escolha, como forma de reparação social. Os dois primos se vêem, então, presos em seu apartamento uma vez que, se forem às ruas, correm o risco de imediata expatriação via "Boeing Negreiro 1888". 📖

A Medida com força de Lei corta o fornecimento de água e de energia elétrica, cerceia o direito de ir e vir, incita vizinhos a reforçar o “não-lugar” dos primos; policiais batem à porta, invadem casas, a mídia faz o que pode para encobrir a verdade do sequestro e da exclusão com ares de conquista social. Nada, absolutamente nada do que se passa aos primos André e Antônio parecerá novidade a quem vive ou conhece a realidade de afrodescendentes brasileiros. O absurdo da peça de Anunciação "apenas" escancara o racismo estrutural que reitera, dia após dia, o único lugar onde a branquitude aceita enxergar aqueles de “melanina acentuada”: bem longe das vistas. 📖

#aldrianunciação #namibianao #teatro #teatrobrasileiro #racismo #literaturabrasileira
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Lais Porto (@umaleitoranegra) 24/03/2018

Namíbia, Não! Um texto teatral de ficção futurística
Logo no inicio Antônio chama a atenção por seu jeito altivo e de superioridade, não apenas ao seu primo André, mas até mesmo a você espectador e leitor. Antônio iria começar, não fosse a interrupção causada pela medida provisória, um curso preparatório para o concurso de diplomata do Itamaraty, mas não era qualquer curso. Foi realizado um concurso e os aprovados iriam fazer um curso preparatório para o concurso de diplomata de Itamaraty e ainda teria a especificidade de que este curso era apenas para pessoas de melanina acentuada.

Em Antônio percebemos como a ideologia da meritocracia pode ser encantadora, e até ter um cheiro doce inebriante. Ser o primeiro, ouvir que era merecedor, que se esforçou, batalhou dentre tantos e por isso conseguiu, pode enaltecer o ego dos que não percebem que esta nada mais é do que uma estratégia de um sistema que tem estruturado o racismo e exclui todo dia o povo negro. Em algumas situações eles (aqui leia-se o opressor) não conseguem segurar todas (as) a margem, existem aquelas (es) que por inúmeras circunstâncias saem um pouco desta margem, e aí o discurso meritocrático logo aparece dizendo “Olha como você é diferente dos que ficaram, você é melhor, é quase igual a gente, mas mesmo assim não queremos você aqui no centro conosco, não ande muito ok!?”

Os primos ficam presos dentro de casa e protegidos, pois segundo André ninguém pode invadir o apartamento senão estará infringindo a Lei de Invasão de Domicílio, Artigo 150 do Código Penal. O período que eles ficam juntos é permeado de inúmeros diálogos profundos, inquietantes, e perturbadores. Eles percebem que tudo que eles conseguiram até aquele momento não existe mais, não adiantou Antônio ter sido aprovado, ter títulos ou estar em uma vantajosa posição social, ele agora não passa de um corpo negro que precisa retornar a África assim como seu primo.

André demostra o tempo todo que sempre percebeu isso, que sempre foi apenas um corpo negro e acredita que a melhor solução realmente é voltar a África e durante a trama ele tenta convencer o primo do mesmo. Falas de André: “Porque aqui, primo, não tem mais jeito. Aqui somos nada.”, “Nós éramos os únicos de melanina acentuada na escola.... Você não estranhava aquilo.... Eu queria ir embora! Eu quero ir embora.”

Antônio reluta o tempo todo, não aceita que o seu lugar é na África, acredita veementemente que tem uma boa situação no Brasil. Fala de Antônio: “Escuta André... Aqui no Brasil eu sou benquisto, sim!”. Porém com o desenrolar da trama ele passa a olhar pra dentro, pra dentro desse corpo negro e perceber que carrega muito mais do que imagina, ele percebe toda a ancestralidade que o corpo negro carrega, toda a força para viver, lutar e resistir que o corpo negro carrega e por fim ele aceita, apesar de que não era uma escolha, ir para a África, mas na verdade ele não apenas aceitou ir para outro continente, ele aceitou ser Negro.


site: https://leitoranegra.blogspot.com.br/
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Roseane 05/01/2018

Melanina acentuada
Teatro é uma das minhas paixões, assisti o espetáculo Namibia não no teatro do Comércio em Salvador no ano de 2013. Casa cheia, público atento. Pessoas negras com coração apertado e pessoas brancas distribuindo risos. Contextualizar questões que envolva racismo, reparação social, pertencimento não é uma tarefa fácil não. Primeiro tem que provar que o racismo existe pra depois tentar questionar a sua estrutura. Estamos no auge do uso das redes sociais para emissao de “opiniões". Vitimismo e mi mi mi são os argumentos mais repetidos por aqueles que não conhece história ou dos que não querem abrir mão dos seus privilégios.
Quando ocorre debate sobre cotas racias por exemplo quem nunca leu: Não esta gostando? Volta pra África, compre uma passagem só de ida…
Um povo é sequestrado, separado de sua familia, animalizado inferiorizado por seculos, trabalho forcado ao preço da chibata, entrega sua força física e conhecimento, construindo riquezas, mas pra falar sobre isso?
O livro aborda de uma forma impar como é ter melanina acentuada nesse país. Os com pouca melanina nos amam, vestem nossas roupas, comem da nossa comida, dançam nosso samba, até usam nossas guias de santo mas se por acaso sentirem algo esbarrando eu seu privilégio de ter pouca melanina a coisa muda de figura e a solucao é “Fora daqui!" E há que diga: poxa, tratei esses da melanina como se fossem da minha família...
O livro aborda também aqueles que nem sabem que tem melanina acentuada, cairam no conto da certidão de nascimento parda. Leitura que vale a pena. Dou meus parabéns ao Aldri Anunciação.
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Jamille Santos 09/05/2015

Namíbia, não!
Assim como a peça eu adorei ler o livro. Este livro recebeu o Premio Jabuti em 2013 na categoria juvenil. De caráter hipotético, em 2016 (o autor diz inicialmente que a peça se passa cinco anos a frente do ano vigente, como foi escrita em 2011 no texto está o ano de 2016, mas substitui por 2020 já que o li em 2015). O governo brasileiro decretou que todos os cidadãos de melanina acentuada sejam deportados para um país da África, como medida de reparação social. Com humor e inteligência, temos uma discussão sobre as relações humanas no Brasil, a partir do confinamento de dois primos (André e Antônio) em um apartamento, que tentam se proteger da ambiciosa Medida Provisória. Valendo-se do teatro do absurdo e da comédia irônica, “Namíbia, Não!” coloca o leitor em uma situação de conflito, onde a decisão de ir ou ficar não são opções fáceis de escolher.
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