Jesus Histórico

Jesus Histórico André Leonardo Chevitarese...




Resenhas - Jesus Histórico


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Na Nossa Estante 10/10/2013

O livro busca apresentar as principais temáticas sobre a busca pelo Jesus Histórico. Busca esta que data do século XVIII com o avento do Iluminismo. A busca pelo Jesus Histórico esteve por muito tempo restrito ao campo religioso ou das experiências religiosas. No ambiente acadêmico o campo é recente. Ainda mais no Brasil. Temos apenas quinze a vinte anos de pesquisa em universidades ou grupos de pesquisa laico.

O livro está dividido em nove capítulos. O primeiro capítulo, busca apresentar o porque se estudar Jesus. E motivos estes não faltam, já que é a personagem de maior destaque no mundo Ocidental. E os desdobramentos do seu movimento tiveram grandes impactos em nós ocidentais.

O segundo capítulo é para falar sobre os meios para se estudar este Jesus. Os autores dividem em três grandes blocos. São eles:

- Neotestamentária: fruto da construção de memória sobre o movimento que se desdobrou pós-Jesus. Seriam os vinte sete livros que conformam o chamado Novo Testamento. Pode-se agrupá-los em quatro categorias: evangelhos (tendo destaque para os relatos da vida de Jesus), livro ‘histórico’, epístolas ou cartas e profético. Os autores aproveitam este ponto para abrir uma discussão sobre memória. Afirmando que memória é um elemento que esquece, relembra e interpola. Por isto é importante à reflexão destes relatos que são escritos muito a posteriori aos eventos. Criando-se assim, camadas e camadas de questões e reflexões destas comunidades que registraram escritos sobre Jesus e seu movimento;

- Arqueológica: contribui para reconstruir e confirmar alguns personagens e circunstâncias mencionadas na documentação neotestamentária. E mais do que isso, são úteis para ampliar os estudos sobre a mesma. Possibilitando perceber e questionar aspectos que muitas das vezes se encontram limitados pela fonte escrita. Pode-se citar:

1. Gamla e Jodefat: aldeias judaicas do tempo de Jesus;
2. Massada e Qumram e a resistência judaica à ocupação romana;
3. A inscrição do prefeito Pôncio Pilatos.

- Outras fontes literárias: Flávio Josefo e Evangelho de Tomé estão entre elas. Este bloco refere-se a toda e qualquer documentação que fale sobre a personagem ou o seu movimento e que não pertença à documentação neotestamentária. Estas fontes contribuem para uma maior dimensão deste movimento, principalmente no que diz respeito às diferentes tradições que se conformam. Ou melhor, esta documentação contribui para a percepção de que este movimento já nasce pluralizado.

O terceiro capítulo fala sobre a vida de Jesus. O mais interessante é ver que a maioria das histórias ou relatos sobre as curas e/ou milagres de Jesus e a história sobre a sua infância são fruto de debates entre os grupos cristãos e indivíduos de fora das comunidades que se formavam. Um outro ponto interessante nessa parte é que o movimento Jesus seria apenas mais um dos vários que surgem na Palestina. Já que o contexto político, social e econômico era favorável. Além disso, os autores sinalizam que o movimento de Jesus, nasce do movimento de João Batista.

Os capítulos seguintes (do quatro ao nove) são voltados para as fases da busca pelo Jesus Histórico. Comumente estabelecesse quatro fases. A primeira é sobre as biografias de Jesus. Seguida a essa fase, houve um período em que acreditou-se que não era possível se chegar ao Jesus Histórico por meio das fontes. A segunda foi no contexto da Segunda Guerra Mundial. Onde Jesus passa a ser interpretado a partir do tempo em que se fala e pensa. Quem abre essa linha é um autor chamado Käseman.

A terceira fase nasce com o Jesus Seminar (ou Seminário de Jesus). Grupo que tinha inicialmente a intenção de examinar cada fragmento das tradições atreladas a Jesus. Com o tempo o trabalho passou abarcar o estudo sobre as atitudes e ações atribuídas a Jesus. O livro finaliza apresentando as novas tendências sobre o estudo. Entre elas estão: o interesse de se ter uma compreensão racional de Jesus (dentre eles está Bento XVI), o caráter judaico de Jesus e emprego crescente da documentação arqueológica (Charlesworth é um exemplo nesse campo) e o caráter social de Jesus (Hosley é um dos principais especialistas no assunto).

Bem, é isso pessoal. Espero que esta resenha chame a atenção de vocês e se interessem por ler o livro que realmente é muito bom.

Até a próxima!
Bjs,

Juliana Cavalcanti

site: http://oquetemnanossaestante.blogspot.com.br/2013/10/resenha-0020-jesus-historico-uma.html
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