Nandara.Secco 09/03/2024
Penso, logo existo?
Como parte de mais uma leitura coletiva do canal @lerantesdemorrer, pela primeira vez, eu li uma obra do Bom Doutor.
E agora fico me perguntando por que demorei tanto, já que "Eu, Robô" é fantástico, uma porta de entrada para a ficção científica - meu gênero favorito - e seu exemplar da mais analítica crítica da sociedade, seja ela no momento de publicação do livro, na década de 40, ou no momento atual.
Isso porque, como diria a fantástica Ursula K. le Guin, "a ficção científica não prevê, ela descreve". Aqui temos a descrição da ganância do ser humano, seu preconceito com o novo e o diferente, seu desejo de conquistar o mundo, sua pretensão enfim.
Mais ainda, vi nos diferentes contos uma sátira a certos pensamentos conservadores, o que me levou a pensar na crítica de Asimov a Orwell, e como o Doutor, que é Bom, tinha razão. Em nenhum momento deixou sua coerência de lado.
Além disso, também percebi o princípio da lógica em todos os contos, com o silogismo básico das Três Leis da Robótica. Eles seguiram o padrão de apresentar um problema, refletir sobre ele e se chegar a uma conclusão, o que me lembrou romances policias.
Para mim, o oitavo conto, "Evidência", é o melhor, por sua genialidade, capacidade de envolvimento e por apresentar a incrível personagem "Stephen Byerler".