Guerreiros da Esperança

Guerreiros da Esperança Andrea Hirata




Resenhas - Guerreiros da Esperança


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Nana 15/10/2015

Em busca da educação
o livro trata de uma história muito emociante e sincera, trata sobre 10 crianças e 2 professores que correm atrás do sonho de estudar e ensinar, eles querem mostrar que são capazes e que eles existem, e que não é porque eles estudam em uma escola da aldeia que eles não podem ser ninguém na vida e aos poucos eles conseguem mostrar isso para as autoridades, mas depois de 12 anos a escola da aldeia que era segurada por uma "coluna sagrada" acaba desabando por conta do vento.
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Fabiane Ribeiro 26/07/2012

Resenha – Guerreiros da Esperança
Amor, amizade e educação.
Essas três palavras descrevem a bela obra escrita por Andrea Hirata, que ganhou o mundo todo.
O livro, que tem como inspiração biográfica a vida do próprio autor, se passa na ilha de Belitung, Indonésia, e tem como pano de fundo o direito à educação que todo ser humano tem.
Uma narrativa emocionante, realizada em primeira pessoa pelo personagem Ikal, sobre os dramas de uma escola que está para fechar caso não alcance o número mínimo de dez alunos matriculados.
As primeiras cenas são de partir o coração, mostrando o desespero das nove crianças matriculadas, visto que suas famílias fizeram grande sacrifício para garantir-lhes os estudos em vez de colocá-los para trabalhar – o que era comum na ilha. Porém, a turma é salva pela chegada tardia do décimo aluno e, assim, o ano letivo pode começar.
A narrativa é realmente uma jornada, na qual nos vemos ambientados em Belitung, com direito a jacaré na estrada e crenças locais, tudo isso nos envolvendo ainda mais na história. Além disso, os problemas e desafios que a turma enfrenta para manter a escola aberta e seu direito à educação aproximam o leitor a uma triste realidade. As condições da escola eram precárias, com paredes e teto desabando, animais entrando na sala de aula, além da escassez de recursos e materiais, mas eles amavam tanto aquele lugar que lutaram por ele até o fim.
Nesses momentos nos perguntamos se os problemas que enfrentamos são realmente problemas, comparados a tantos outros que existem pelo mundo.

“A vida é o que acontece quando você está ocupado fazendo outros planos!” (Pág. 260).

Há muitas mensagens na narrativa. Selecionei alguns trechos que as demonstram:

O valor da amizade:

“Naquele momento percebi que éramos todos irmãos da luz e do fogo. Juramos ser fiéis em meio aos relâmpagos e furacões de revirar montanhas. Nosso juramento foi escrito nas sete camadas do céu, testemunhado pelos misteriosos dragões que governam o mar da China. Juntos, éramos o mais belo arco-íris criado por Deus” (Pág. 247).

A importância de nossos professores e da educação que nos transmitem:

“Usando palavras humildes, poderosas como pingos de chuva, ele nos transmitia a essência da correção da vida simples. Inspirava-nos a estudar e nos deslumbrava com seu conselho de que jamais cedêssemos frente às dificuldades. A primeira lição que Pak Harfan nos deu foi sobre buscarmos nossos sonhos com vontade e convicção. Ele nos convenceu de que a vida podia ser feliz mesmo na pobreza, desde que se tivesse a coragem de, em vez de receber, dar o máximo possível” (Pág. 22).

A doçura do primeiro amor:

“As únicas coisas em minha mente eram a garota das unhas divinas e o momento mágico em que fui capturado pelo amor. Podia acontecer qualquer coisa – um castigo cruel só adoçaria meus sentimentos românticos. Estava disposto a entrar no poço da morte por minha amada” (Pág. 109).

Esses foram exemplos, pois, no geral, o livro traz inúmeros e imensos aprendizados sobre a vida.
Como pontos negativos, devo admitir que, apesar da beleza da história, em alguns pontos, a narrativa fica um pouco arrastada, chegando a ser cansativa no meio do livro. Isso é devido ao ritmo que ela assume, mas não tira a emoção das páginas.
Por outro lado, um dos pontos mais positivos são os personagens, super carismáticos.
Temos os dois professores, Pak Harfan e Bu Mus. Esta sempre afirma que perder um aluno é como perder metade da sua alma. E o mais lindo de tudo é que, no final, o narrador conta que o livro foi escrito para ela. Uma vez que, durante um momento difícil, ele prometera-lhe isso.
Os onze alunos são bem caracterizados e ficamos sabendo da vida pessoal de quase todos, principalmente dos dramas que enfrentavam para continuarem na escola. O mais importante, além do narrador, é Lintang, um menino muito especial, que, por morar longe, acordava de madrugada e pedalava quilômetros em uma estrada perigosa para chegar até a escola e, mesmo assim, não perdia as aulas. Ele foi responsável por garantir à pequena e ameaçada instituição o primeiro prêmio que ela recebeu.
Assim, finalizo deixando um trecho que mostra Lintang logo no início da narrativa, já preparando o leitor a respeito de sua importância.
Leitura indicada a todos! Super fofa, emocionante e capaz de levar à reflexão!

“O caderno que Lintang trouxera também era do tipo errado [...]. Porém, o que jamais esquecerei é que, naquela manhã, vi um garoto do litoral, meu companheiro de carteira, segurar um caderno e um lápis pela primeira vez. E, nos anos seguintes, tudo o que ele escrevesse seria fruto de uma mente brilhante e cada frase que pronunciasse seria como um raio de luz. Com o passar dos anos, aquele menino pobre do litoral venceria a nuvem carregada que por tanto tempo encobria nossa escola e se tornaria a pessoa mais brilhante que já conheci em toda a minha vida” (Pág. 16).
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Mel 02/08/2013

A narração é cheia de sabedoria. Incrível o exemplo de superação que as crianças ensinam. É o tipo de livro que todo político deveria ler, porque a "ironia" da Ilha de Belitung existe em vários lugares do mundo!
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Flavinha 21/07/2013

Emocionante!
Em momento nenhum o livro se declara auto biográfico, é preciso que o leitor esteja atento aos detalhes apresentados; e talvez ele de fato não seja! Muito mais do que a história de um indivíduo, é a história de um grupo de amigos, de pequenos guerreiros que precisam lutar muito e contra forças muito fortes para poderem prosseguir com seus estudos e tentar fazer concretizar-se a esperança de ter uma vida pelo menos um pouco melhor do que suas famílias conseguiram alcançar até aquele momento em que eles pisam na pequena e pobre escola da aldeia pela primeira vez.
Uma história verdadeira (no sentido mais amplo da palavra)e totalmente emocionante, que me deixou com um nó na garganta em muitos momentos e me fez sorrir em tantos outros. Uma história pra parar pra pensar e agradecer pela vida e por todas as oportunidades que ela nos dá sem que a gente precise fazer grandes esforços, ao menos nada comparado ao que passaram estas nove crianças.
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Paulinha 01/12/2012

Os verdadeiros guerreiros
O livro Guerreiros da Esperança é narrado por Ikal, jovem estudante da Indonésia que conta a história de onze crianças que enfrentaram grandes desafios para estudarem. A professora recém-formada Bu Mus e o diretor Pak Harfan, compartilhavam um mesmo sonho: “mudar a vida das crianças na indonésia através da educação”, mas desde o primeiro dia de aula encontraram dificuldades.

O supervisor educacional disse que se não houvesse a quantidade mínima de dez alunos a escola seria fechada; dez alunos era uma quantidade de alunos difícil em um país em que a maioria da população era analfabeta.Mesmo cheio de crianças na idade escolar só haviam se matriculados nove alunos, o prazo já estava se esgotando quando surgiu Haru e sua mãe.
A escola Muhammadiyah estava em situação precária e a qualquer momento corria o risco de desabar ou de ser fechada por não suprir os requisitos do ministério da educação, mas o que realmente mantinha a escola aberta era a vontade dos professores e o empenho daquelas crianças nos estudos.


Belitung era uma ilha riquíssima, mas cheia de contrastes já que seu povo era pobre e vivia a beira da sarjeta; faltava-lhes dinheiro, comida, remédios e educação. As desigualdades econômicas e sociais eram gritantes, de um lado casebres e a alguns metros de distancia mansões em estilo vitoriano.


Aos dez alunos se juntou uma menina chamada Flo, que juntamente com seus colegas e professores travaram uma luta para que não lhes fosse negado o direito a educação.


Com uma população estagnada a miséria, para alguns a educação daqueles alunos de nada servia, pois a sociedade não esperava nada, eles eram subestimados em sua inteligência e capacidade.Só que entre as onze crianças que estavam naquela pequena escola, havia alunos brilhantes que se tivessem oportunidade na vida se tornaria profissionais de altíssima qualidade.

A educação no livro Guerreiros da Esperança é abordada de forma impressionante e comovente, sobre os aspectos sócio – econômico – político; conforme a história vai se desenrolando vamos refletindo e nos emocionando com os relatos do que aconteceu com essas onze criança, que de certa forma representa todas as criança da Indonésia.

Guerreiros da Esperança é um livro que fala sobre educação, mas que acima de tudo nos mostra que temos que dar asas aos nossos sonhos e nunca desistir mesmo quando isso parece ser inevitável.

Um dos melhores livros que li esse ano, uma história inspiradora que me cativou desde a primeira página.Depois do livro fiquei muito curiosa para saber mais sobre a Indonésia e a ilha Belitung, o livro deu muitas informações mais ficou aquele gostinho de “quero mais”, quando terminei a leitura fui correndo no Google para descobri onde fica essa ilha (fiquei de boca aberta com as imagens).
Indico esse livro para todas a pessoas independentemente da idade e principalmente para os meus colegas de profissão. Este livro aborda a realidade da indonésia, contudo não está tão distante das realidades de alguns lugares de nosso Brasil que as crianças não frequentam a escola para auxiliarem seus pais na renda familiar; pessoas brilhantes e talentosas que não desenvolveram seus talentos por causa da pobreza.
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Poesia na Alma 26/08/2012

[RESENHA] Guerreiros da esperança
Ufa! Preciso respirar!
Esse é um daqueles livros que causa ressaca literária. Confesso que cada página rançava rios de lágrimas. Claro que minha relação social com a educação contribuiu para tal sensibilidade. Apesar de pouco tempo de sala de aula, confidencio já ter visto muita coisa torpe, assustadora e gratificante. Agora imagina quando eu estiver com 30 anos de sala de aula?
Confesso que estou cansada de livros de vampiros, almas etc. parece que ninguém tem algo novo a dizer. Todas as resenhas são sempre iguais, pois os livros não tem nada de novo. Ler Guerreiros da esperança, 288 p., Editora Arqueiro, trouxe um fôlego gostoso ao meu processo literário.
O ar de miséria decodificado em cada palavra não me assustou, mas o fato de crianças sedentas por educação e suas famílias que depositam nessa educação a ultima gota de esperança foi o que me chamou atenção. Além de contarmos com uma riqueza de detalhes magnífica sobre uma cultura diferente da nossa. Porém com aspectos de miséria e descasos muito parecidos.
Os humildes professores viviam aquela situação estressante por causa de um aviso do superintendente escolar do Departamento de Educação e Cultura da Sumatra do Sul: se tivesse menos de 10 alunos novos, a Escola Fundamental Muhammadiyah, a mais antiga de Belitung, seria fechada. Bu Mus e Pak Harfan se preocupavam com essa ameaça, os pais pensavam nas despesas, enquanto nós – as nove crianças no meio do fogo cruzado – estávamos apreensivos com a ideia de não poder estudar.


Sinopse: "Eu sempre ouvia dizer que as crianças reclamavam de ter que ir à aula. Nunca entendi aquilo, porque, apesar da aparência miserável de nossa escola, nos apaixonamos por ela desde o primeiro dia. Bu Mus e Pak Harfan fizeram com que a amássemos e, mais que isso, fizeram com que amássemos o conhecimento. Quando a aula acabava, reclamávamos de ter que ir embora. Quando nos davam dez deveres de casa, pedíamos vinte. Quando chegava o domingo, nosso dia de folga, mal conseguíamos esperar pela segunda-feira.
A ilha de Belitung, na Indonésia, é riquíssima em recursos naturais, mas abriga contrastes sociais gritantes: de um lado, a grande empresa de extração de estanho, com suas modernas instalações e seus ricos executivos; de outro, o povo nativo, que vive numa miséria indescritível.
É nesse cenário que a jovem professora Bu Mus e o diretor Pak Harfan tentam garantir a seus dez alunos o direito inalienável à educação. Eles têm que lutar contra as mais diversas dificuldades, como o estado decrépito do casebre em que as aulas acontecem, as constantes ameaças do superintendente escolar e as gigantescas escavadeiras, prontas para explorar o solo em seu terreno.
Porém, o maior de todos os desafios é insuflar naquelas crianças a dignidade e a autoconfiança. E nisso os professores são bem-sucedidos. Juntos, seus alunos aprendem o valor dos amigos, conseguem descobrir o que há de melhor em cada um e conquistam feitos inéditos para sua pequena escola de aldeia.
Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos, Guerreiros da esperança se tornou o maior fenômeno editorial de todos os tempos na Indonésia. Em seu livro de estreia, Andrea Hirata nos leva numa comovente viagem pela beleza das amizades de infância, pela pureza do primeiro amor e pelo poder de superação que só o exemplo e a educação são capazes de oferecer.


Com narrativa em primeira pessoa nos deparamos com o jovem Ikal. Menino de origem humilde que nutre um profundo prazer pela educação escolar. Ikal narra a sua história; dos colegas e professora, Bu Mus, no âmbito escolar. Permeados pelo descaso estão sempre lutando contra as condições desumanas a que são impostos. Durante a leitura você vai rir, chorar, refletir. A única coisa previsível é que você vai chegar até o final do livro.
Cada um tem uma característica peculiar, como de praxe, quem é educador sabe disso. E conseguir manter vivas nossas habilidades frente a uma sociedade injusta e miserável é caminho para baixa auto estima. E é nesse espaço geográfico, político e cruel que crianças irão descobrir o valor da amizade e a importância da educação.
Guerreiros da esperança deveria ser leitura obrigatória para educadores, pais, estudantes e universitários. Um livro intenso e real. Que em muitos momentos me fez lembrar Paulo Freire. De realidades com as quais me deparei e que muita gente nem sabe que existe, visto que a mídia não mostra.
O livro tem vida própria e ainda está ecoando nas minhas células. Andrea Hitara atingiu o ápice da excelência na obra. Ela cativa, fisga, prende. Muitas das situações não são novas para mim. Mas sei que quem não conhece muitas realidades vai ficar surpreso e em muitos casos não vai querer acreditar. Um dos livros mais vendidos da Indonésia e que já está na minha lista de clássicos.
Por Lilian Farias
http://lilianpoesiablogs.blogspot.com.br/
@liligarota
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Aline 09/08/2012

"Expariência tocante"
"A Educação é um direito básico do ser humano e em todo o mundo existem crianças e professores que ainda lutam para garantir esse direito".

Esse livro nos conta a história de vida de um grupo de crianças e seus professores e sua luta para continuar estudando. Eles vivem na ilha de Belitung, na Indonésia, ilha rica em recursos naturais, mas como em várias partes desse mundo eles não tem direito de usufruir dessas riquezas porque uma empresa extrangueira já se apossou dela.
No livro o narrador da história nos mostra tudo que podemos encontrar na ilha, desde sua colonização até os dias atuais. Mostra a rotina sofrida dos moradores nativos, suas perspectivas de vida, sua religião (muçulmano) e suas crenças, as diferenças sociais etc. É interessante perceber o crescimento da sua consciência cristica depois de um tempo de estudo nos alunos, além de sua visão irônica em certos momentos.
É trite ver como as crianças não são motivadas a estudar porque os pais não tem condição de pagar por esse estudo até o mesmo se formar, então eles dão preferência ao trabalho para assim ajudar no sustento da familia.
Nesse contexto encontramos dois professores que mesmo pobres acreditam que a educação pode mudar o mundo e por isso lutam para manter a carente escola da aldeia funcionando. Os relatos dos esforços que os alunos fazem para conseguir estudar são surpreendentes. A infra-estriutura da escola não tem a mínima condição de funcionamento, mas eles não se deixam abater e continuam estudando. É revoltante perceber que ninguém ajuda esse escola, muito menos seus alunos e professores.
Para mim o ponto alto da história é quando tem uma competição de conhecimento entre a escola modelo (que é patrocinada pelos donos da empresa que fica com toda riqueza do país) e a escola da aldeia; e eles conseguem provar seu valor, mas para minha surpresa nada muda na sua realidade, nenhuma ajuda aparece para melhorar a escola.
Com o passar dos anos as crianças crescem e cada um segue seu caminho, uns bons e outros nem tanto. Porém o mais interessante foi acompanhar o nascimento da esperança e autoconfiança nos alunos daquela pequena escola, além disso tiveram uma ótima infância ao lado de amigos e viveram momentos inesquecíveis naquela escola que tão bravamente representou a resistencia a opressão dos poderozos.
Percebi que o conhecimento está disponível para aqueles que realmente o querem, porque mesmo sem recursos físicos suas almas foram guiadas para os melhores caminhos.
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cris 21/07/2012

amar o que se faz
belo livro deste escritor que ouço falar só agora;fala sobre o amor...amar o que se faz mesmo sem condição alguma.
a educação quase que perdida e esboçada de um jeito emocionante.
indicado para professores ou não;que amam o que fazem...ou não.

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Pedro Almada 30/07/2012

Único!
Num lugar onde a maior parte da população é resumida em mineiros e pescadores, poderia a educação proporcionada por uma simples escola de aldeia mudar a vida de onze garotos?
Andrea Hirata trouxe uma deliciosa proposta de como o ensino, quando ensinado com paixão, pode transformar a vida das pessoas. A história tem seu início em Belitung, uma ilha da Indonésia, uma região com muitos recursos naturais e uma população cuja minoria desfrutava dessa riqueza.
Narrado por Ikal, um aluno da pequena escola de aldeia, o menino conta as peraltices e descobertas, conta como se apaixonou pela escrita e, também, pela jovem A Ling. Ao lado de muitos amigos, entre eles Harum, um menino com síndrome de Down e com um coração do tamanho do mundo, Ikal desbrava seu familiar universo sob uma ótica diferente, enxergando seu país com uma nova lente: o "conhecimento", presentes de Bu Mus (a professora generosa) e Pak Harfan (o diretor apaixonante).
Guerreiros da Esperança nos revela o óbvio: somos diferentes, mas, juntos, somos um igual e perfeito ser, todos temos nossos pontos fortes e, se nos mantemos em hamornia, as qualidades de uns podem sobrepor o defeito de outras, como se a amizade pudesse compensar o defeito de cada um e, da mesma forma, acentuar o que há de positivo. Na pequena escola Muhammadiyah, cada um tinha o seu talento e, como professores eficientes que eram, Bu Mus e Pak Harfan tentavam desenvolver o que há de melhor em suas crianças. Ikal narra, de forma simples e igualmente cativante, como é viver na pobreza de um país que sofre com a corrupção e o ostracismo das crianças pobres. Os garotos descobriram, juntos, o valor da amizade, o preço de suas ações e, principalmente, a extraordinária mudança que a educação pode fazer em suas vidas.
Envolvente, é a principal qualidade da obra. Andrea Hirata consegue nos fazer rir, nos comover, consegue transformar cenários simples em um verdadeiro espetáculo. Não apenas isso, o livro traz muitas informações sobre como a vida na Indonésia pode ser difícil, viver em uma terra fértil que, no entanto, alimenta apenas os que possuem mais dinheiro.


"Nós, nativos de Belitung, éramos como um bando de ratos famintos num celeiro cheio de arroz"
página 25


São muitos os personagens que nos marcam. Um dos meus preferidos é Lintang, o menino prodígio com um Q.I. extraordinário e um amor incomum pelo aprendizado. Sua história de vida nos comove do início ao fim, um garoto pobre cujos pais venderam a aliança de casamento para dar condições ao filho de estudar. Ele foi um verdadeiro professor nessa história, pois é capaz de ensinar aos leitores que aprender sempre nos dá algum retorno, e sempre positivo.
Flo é uma aluna de família mais bem endinheirada que, incapaz de se adequar aos padrões de sua escola, decide ir para a pequena escola na aldeia. Um dos pontos negativos (acho que esse foi o único) foi a superficialidade com que o autor lidou com essa personagem. Flo poderia ter sido bem mais explorada, mesmo porque tem uma personalidade forte e com potencial para se destacar ao longo do enredo. Mesmo que isso não tenha acontecido, ela é uma de minhas preferidas.
Bu Mus, a professora, ganha cada vez mais espaço na história, especialmente após a metade do livro, quando ela se vê na posição de salvar sua escola da demolição. Não foi difícil ficar encantado com essa pergonagem, cheia de vida e altruísmo.


"Embora fosse miseravelmente pobre, Bu Mus jamais se deixara deslumbrar pelo dinheiro"
Página 218


Ler Guerreiros da Esperança me fez pensar em como temos sorte, e em como temos muito o que valorizar em nossa cultura. Penso que a leitura deve, principalmente, nos despertar o interesse por mais leitura. E foi o que Andrea Hirata fez em sua obra. Eu fiquei tão intrigado com a paixão de Ikal pela sabedoria, e tão comovido com o eterno sorriso de Harum! Uma leitura mais do que recomendada. Pra quem gosta de se emocionar com uma boa leitura, então, vale muito a pena!

Guerreiros da Esperança é o primeiro livro da série Laskar Pelangi. Não vejo a hora de dar continuidade a uma saga diferente, onde o objeto dos heróis é uma educação de qualidade.

Boa leitura, fiquem na Paz!
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Kéziah Raiol 28/07/2012

A mensagem que o livro passa é extremamente fascinante e emocionante. Faz nos acreditar que ainda existem pessoas que acreditam fielmente que a educação pode mudar o mundo, que sem educação não podemos chegar ao lugar sonhado, pessoas sem condições financeiras alguma para bancar uma escola digna para seus filhos estão dispostas a fazer de tudo para que os mesmos tenham o mínimo de educação.

Crianças, são apenas crianças que sonham em poder aprender, crianças que são conscientes que somente aprendendo algo poderão seguir caminhos opostos ao dos seus pais, que não tiveram nada e hoje em dia trabalham desumanamente para garantir o sustento de sua família.

O que me fez pensar muito enquanto lia o livro, foi o fato de muitos de nós não gostarmos de frequentar as escolas, enquanto muitos têm esse sonho, enquanto nós temos escolas com todo aparato necessário para uma boa educação, existem muitas crianças, jovens e até mesmo adultos sonhando em ter apenas uma sala para que possam aprender algo, algo que os livre da vida de trabalho pesado e sem nenhuma recompensa.
Hoje nós temos prioridades diferentes, sonhamos em ter carros do ano, casas luxuosas, enquanto eles apenas sonham em aprender, conhecer um novo mundo, e sair do pequeno universo em que são presos por falta de condições.

No começo do livro, os pais daquelas crianças pensam se realmente vale a pena todo o custo para que seus filhos estudem, se não era mais fácil manda-los para trabalhar assim como eles fizeram.

Ikal é uma criança que sempre sonhou em poder estudar, mas seu sonho estava prestes a ter um fim, a pequena escola na ilha de Belitung, na Indonésia apenas começaria a lecionar se o número de alunos ultrapassasse de 10, mas, no entanto apenas nove alunos apareceram para aprender... Só que bem na hora que iriam mandar os alunos de volta para casa, aparece o pequeno Harun que sofre de síndrome de Down.

A ilha de Belitung é rica em recursos naturais, uma biodiversidade maravilhosa, no entanto não possui quase nenhum recurso para lecionar, porém a jovem professora Bu Mus de apenas 15 anos e o diretor Pak Harfan lutam para passar um pouco de conhecimento para os alunos dessa pequena ilha.

Em alguns momentos, é descrito as condições da escola onde Bu Mus leciona, confesso que são partes lamentáveis. Como pode alguns ter tanto e não dar valor, e outros não ter quase nada e querer extremamente aprender? Como eu disse acima, nós reclamamos por moramos 15 minutos ou menos da escola, enquanto alguns têm que pegar ate barcos para poder chegar, e isso não os abate em nada. Eles continuam pela busca insaciável de conhecimento.

Ikal acaba crescendo junto com os demais alunos, passando juntos por aprovações, conhecendo juntos os significados do amor, aprendendo e perdendo, também conseguindo grandes vitórias.
Bastante emocionante, uma realidade muito triste e ao mesmo tempo uma grande lição de vida para todos nós.

Também gostaria de falar sobre o material escolar deles, vocês já pararam para pensar no seu material escolar de quando você era criança? Vamos relembrar: Lápis, lápis de cor, giz de cera, estojo, mochila, lancheira, tinta, borracha, caderno, agenda, apontador, enfim um monte de coisas que julgamos serem muito necessárias, mas para essas crianças ir estudar com apenas um lápis velho e um caderno já foi mais que suficiente.

Recomendo.
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