Telice 09/03/2020Uma casa, duas mulheres e várias histórias...Em poucas palavras, o livro foca na Casa Arcádia que se localiza em uma pequena cidade a beira-mar e através dela embarcamos em uma grande estória dividida em três partes, dois períodos temporais, com duas personagens principais, são elas: Lottie (passado e presente) e Daisy (presente).
Antes de mais nada é necessário entender que sou uma fã de carteirinha da Jojo Moyes, então já fui com uma expectativa elevada e, confesso que não foi correspondida até certo ponto da leitura e, por isso, fiquei um pouco decepcionada. Disto isso, vou fazer algumas considerações sobre a leitura no todo.
A primeira parte se passa no passado e situa a casa, os personagens e o comportamento da sociedade local. Essa parte é cheia de personagens sem qualquer desenvolvimento, muita enrolação, um romance do nada e um quebra temporal abrupta. Não me senti conectada com a Lottie e nem com nenhum outro personagem, o que tornou a leitura enfadonha.
A segunda e a terceira parte melhoram absurdamente quando somos apresentados a Daisy, uma mãe de uma bebê de quatro meses que foi recentemente abandonada pelo pai da criança e precisa reconstruir sua vida de qualquer maneira. Gostei muito da Daisy, do Jones e da Lottie (que agora é uma senhora casada, mãe, avó e ex-dona da Casa Arcádia). Os personagens, os relacionamentos bem como os conflitos são desenvolvidos com uma maestria que só a Jojo sabe fazer. Eu me sentia na pele da Daisy, sentia a raiva, alegria, tristeza e confusão que a mesma. Gostei da forma como a Jojo abordou de forma tão realista o tema mãe solteira batalhadora.
Os mistérios deixados na primeira parte vão sendo revelados ao longo da segunda e terceira parte de forma pouco surpreendentes o que tira o peso da revelação e do conflito criado.
Mesmo tendo abordado mais pontos negativos que positivos na resenha, gostei muito dos assuntos abordados pelo livro e da mensagem deixada pelo mesmo. No geral, gostei muito da experiência e recomendo a leitura.