Arsenio Meira 19/09/2012
Bunker não faz concessão alguma. Com um gancho no queixo, traça o mais fiel retrato do submundo. Conjuga a violência com limpidez. O crime, criminosos, presídios, reformatórios, as ruas torturadas, as mãos iconoclastas dO poder estatal, a esfera intoxicante dos bares, puteiros, beco, lugares pobres, guetos.
Marginais e marginalizados, irmanados pela fatalidade, tragédias, destruição. Putas, viciados, detentos, delatores, ladrões, cafetões, traficantes, homicidas, psicopatas, pliciais podres e alguns limpos, punguistas, fugas, famílias aos pedaços, cortiços, tudo isto na meca do Sonho Americano, Los Angeles, na sua Califórnia natal.
Uma América cheia de guetos, cortinas esfumaçadas, viciada e corrompida. Um universo torto e aflito, do qual ele submergiu, graças ao seu talento primitivo, que sobreviveu a San Quentin e o salvou. Um baita escritor.