gabrielleabr_ 22/11/2023Um pouco de todo o mal e todo o bem do mundoHabibi não é uma história para todos os gostos. Ela é cruel, realista até demais em todas as desventuras e injustiças que narra. A história é de Dodola e Zam, duas crianças escravizadas que fogem juntos para construir uma nova vida. Conforme crescem, as injustiças que viveram na infância se multiplicam a ponto de separá-los.
Embora seja uma narrativa que vai tratar de temas pesadíssimos, como o abuso, o assassinato, a escravidão, o capitalismo (que em si já carrega muito da maldade humana), ela também vai tratar de um tema importantíssimo e sem o qual é impossível viver feliz: o amor.
Eu li esse livro pela primeira vez quando tinha 16 anos, e o que eu achei muito curioso é que eu tinha apagado da memória por completo todas as partes ruins, e me recordei apenas das partes boas, de ser uma história bonita. Muito curioso (quem lê vai me entender).
De pontos positivos é que a história traça diversos paralelos entre o Alcorão e a Bíblia, e traz um pouco da cultura árabe de uma forma muito lúdica. Embora se passe num país fictício, não perdemos de vista o quanto essa história poderia ser inspirada em fatos reais.
De pontos de atenção que eu vejo agora é a sexualização de Dodola. Entendo que faz parte da narrativa mas confesso que fiquei pensando, em muitos momentos, se foi a melhor forma de retratar a personagem. Paciência.
No mais, eu incluo esse livro entre os meus favoritos, como a Gabi de 16 anos já previa mesmo lembrando pouquíssimo da história. E destaco: não é para todos os gostos, e quem for ler, tem que estar preparado para os gatilhos que a narrativa pode despertar.