Não conte para a mamãe

Não conte para a mamãe Toni Maguire




Resenhas - Não conte para a mamãe


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Naty 30/07/2012

www.meninadabahia.com.br


- Srª Trivett, de que as meninas são feitas?
- Ora, Antoinette, quantas vezes vou ter que repetir?
De açúcar e canela, é claro, e de todas as coisas boas!
Pág. 22


Em 2008, o mundo foi sacudido por uma violenta notícia: Elisabeth Fritzl foi sequestrada e mantida presa, pelo próprio pai, por 24 anos. Com ele, teve sete filhos. Ela era estuprada constantemente, no porão de casa, e sua mãe alegou nunca ter desconfiado de nada. Apenas achou que ela tinha fugido de casa e nunca quisera entrar em contato.

Toni Maguire viveu algo parecido. Foi estuprada, seviciada pelo pai, dos seis aos quatorze anos. A diferença é que ela tinha certa liberdade, mas estava presa num silêncio aterrorizador. Uma vez tentara contar à mãe, que lhe disse para nunca mais repetir um absurdo daqueles. E diante das ameaças do pai, de que ninguém nunca acreditaria nela e de que no fim ela seria a culpada de tudo, Toni se deixou acreditar naquelas palavras. Ela foi coagida e teve um dos direitos mais antigos do homem (Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante) violentamente negado.

Os anos iam se passando, à medida que ficava mais velha e o corpo de menina se transformava no de mulher, a excitação de seu pai aumentava e ele passou a ser cada vez mais cruel. Quando ela aprendeu a dizer não, o castigo piorou. Com medo das surras, ela se deixava submeter, sem gritar, sem chorar... sem deixar ele perceber como lhe afetava. Ela ficava parada, quase alheia a tudo, como um robô. Até o dia em que engravidou e precisou berrar tudo que passou.

É preciso coragem e certa dose de frieza para poder relatar os abusos sofridos. Por relatar anos e anos de abuso. Não Conte Para a Mamãe, de Toni Maguire (Bertrand Brasil, 308 páginas, R$ 34,00) - não ficção -, é um relato chocante de uma criança que convivia com o inimigo dentro de casa e que quando ousou soltar a voz, foi rechaçada por todos, família, amigos, estranhos. Enquanto todas as meninas eram feitas de doces e coisas boas, ela era feita de coisa estragada. Ela tinha certeza! Mas, quando seu pequeno mundo desabou, ela precisou crescer e se tornar forte. Esquecer todos e se concentrar em si.

Depois do que pareceu uma eternidade, ele soltou um gemido e saiu de mim. Senti uma substância quente, molhada e grudenta gotejar sobre minha barriga. Ele jogou um pedaço de saco em mim.
- Se limpe com isso.
Sem dizer nada, fiz o que ele mandou.
As palavras que se seguiram estavam destinadas a se tornarem o refrão dele:
- Não vá contar para a mamãe, minha menina. Isso é nosso segredo. Se contar, ela não vai acreditar em você. Ela não vai mais amar você.
Eu já sabia que isso era verdade.
Pág. 75



A narrativa é feita em dois tempos, Toni já adulta, numa época recente, recordando o passado nos tempos bons e Toni criança, obrigando a adulta a relembrar a parte ruim. Ela trava uma batalha com ela mesma e, aqui, percebemos o recurso do fluxo da consciência.

A história me fez lembrar outras, como Vida Roubada, mas na verdade, a história de Toni é pior, pelo fato do abuso vir de quem deveria protegê-la. A narrativa é fluida, dá para ler num só fôlego, se não se envolver; mas, se você se envolver como eu -, à medida que for avançando, na leitura, vai sentir repugnância e revolta com o fato de ninguém perceber o que se passa naquela casa. Vai sentir o desespero mudo de Toni, sua impotência e repulsa.

Ela está revivenciando a infância, para poder finalmente enterrar o passado. A leitura é perturbadora, mas Toni tenta enxergar o lado bom, os primeiros anos quando a mãe era amorosa com ela, e se obriga a não odiá-la, porque apesar da omissão, era a única pessoa que sempre esteve por perto. Era sua mãe, por bem ou mal.

Recomendo.
Yasmayfair 06/10/2012minha estante
Ótima resenha! Fiquei com vontade de ler, mas meio receosa por causa dos abusos que ao que parece, vão crescendo. E a Toni é muito condescendente, eu não conseguiria perdoar a mãe e muito menos o desgraçado do pai!


Érica 23/10/2012minha estante
acabei de comprar


Cristian 19/05/2016minha estante
Nossa! Sua resenha é tão impactante que não pude deixar de me emocionar... O livro deve ser muito pesado. Que horror que isso aconteça ainda nos dias de hoje. Lástima indizível.


Hester1 16/01/2017minha estante
O livro é ótimo a leitura pesada. Temos que ler aos poucos para poder respirar. Como vc menciona o caso da Áustria, é tao difícil imaginar que as maes nao saibam, nao veem. A mae da Toni, achei bastante subserviente do marido. Mas muitas pessoas sao assim, parecem que alienadas, nao veem o que acontece ao redor e nao importa o sexo.


Iarlys 31/01/2021minha estante
Começarei a ler amanhã.


Alê 12/04/2021minha estante
Já quero ler.


Jeni K. 07/06/2021minha estante
Resenha fantástica!


Zailla 06/06/2023minha estante
Livro muito pesado, chorei bastante.


maiasag 04/08/2023minha estante
Que resenha !


BArbara1361 26/12/2023minha estante
Excelente livro, mas ainda hoje sou assombrada com algumas cenas, principalmente em pensar em que ela viveu, sozinha e sem o apoio de ninguém.


Jakevocelêtanto 02/02/2024minha estante
Eu tentei ler, cheguei até a página 67 ( o primeiro abuso) eu chorei como não chorava a anos, senti uma dor física, um enjo, pulei para o final para saber a história dela como terminaria. Fiquei triste, uma tristeza que não saberia explicar.




Tainateixeira92 05/10/2021

Doloroso, pesado e repleto de gatilhos
Este livro despertou em mim um misto avassalador de revolta, indignação e uma série de gatilhos emocionais. Sentimentos dolorosos inundaram minha mente, numa mescla intensa e indescritível de emoções. Revivi feridas antigas, que pareciam inalcançáveis, e essa ressurgência exigiu um esforço monumental para que eu pudesse ler e absorver cada página.

Foi uma leitura árdua mergulhar nas profundezas desse relato, onde a fragilidade de uma criança é brutalmente esfacelada por aqueles que deveriam zelar por ela. A história transcende as páginas, nos conduzindo por um território sombrio em que a confiança é traída, a inocência é roubada e a crueldade domina. A leitura não é apenas uma experiência literária, mas sim um mergulho emocional profundo e penetrante. Em relação à negligência da mãe, para mim, não se trata apenas de uma falha em proteger, mas também de sua cumplicidade nas atrocidades, o que me deixou ainda mais indignada.

Essa história é um dos exemplos que mostram por que devemos abandonar a idealização cega dos pais como figuras intocáveis. A triste verdade é que nem todos estão à altura desse título sagrado; precisamos reconhecer a toxicidade que, por vezes, emana daqueles que deveriam ser fontes de amor incondicional. É importante ressaltar que essa leitura não é adequada para todos os públicos. A história está carregada de gatilhos sensíveis relacionados a abuso sexual e psicológico. Portanto, se você é sensível a esses temas, considere evitar essa leitura.
Riva 18/08/2023minha estante
Esse livro me deixou apática por muitos dias, além de revoltada.
E é como você falou? o triste é saber que os fatos narrados acontecem diariamente!


Gessyka.Loyola 18/08/2023minha estante
Eu não consegui terminar esse livro na época, quanta tristeza e sofrimento. ?


Riva 18/08/2023minha estante
Gessyka, eu li, praticamente, de uma vez só, pois se parasse, não iria voltar a ler ?!


Tainateixeira92 18/08/2023minha estante
Riva não consegui ler de uma vez. Foi muito difícil digerir a leitura.


Tainateixeira92 18/08/2023minha estante
Te entendo Gessyka é muito doloroso esse livro


Beca 01/09/2023minha estante
Só pela sua resenha já deu para sentir o que esperar nesta leitura, historias com crianças são sempre mais excruciantes e dolorosas ?


Tainateixeira92 06/09/2023minha estante
Beca é uma leitura pesada, se ler depois me fala o que achou


Beca 06/09/2023minha estante
Pode deixarr falo simm ?




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Lucas 29/08/2012

Classificação: 5/5
Não é todo dia que vemos livros tão fortes como esse. Estou habituado a livros de fantasia, mas esse me chamou atenção e decidi ler.
O livro se passa no "hoje" e no passado da autora, que relatou sem pestanejar os abusos que sofreu do próprio pai.
Um relato como esse é forte, e pra ler o livro precisei parar um pouco algumas vezes e respirar, já que é tudo real.
Antoinette tinha apenas 6 anos quando tudo começou. Sua infância foi roubada e sua vida mudada para sempre:

"Sua boca veio para a minha. Ele forçou a língua pelos meus lábios. Senti a saliva escorrer pelo meu queixo..."

Esse foi o primeiro de muitos abusos que ela no mostra e chega a ser revoltante. Se passando na década de 50, com certeza as pessoas não tinham muita informação e nem sequer deviam saber o que significava a palavra pedófilo.

A cada cena em que sabia que ela ia ficar sozinha com o pai já sentia um frio na barriga e certo receio de ler tais linhas. Ela retrata tudo com tantos detalhes que me ali, do lado dela, vendo o que estava acontecendo.

"Depois do que pareceu uma eternidade ele saiu de cima de mim e soltou um gemido. Senti uma substância quente, molhada e grudenta gotejar sobre minha barriga."

Esse foi o livro que além de marcante, me levou a uma questão que ficou gravada em mim: até que ponto podemos perdoar? Será que Toni/Antoinette no fundo perdoara seu pai pelo feito? Perdoara sua mãe por não ter a ajudado?
Quem gosta de livros "água com açúcar" tem que passar longe de "Não conte para a mamãe". O livro me surpreendeu e me trouxe lágrimas de pena, de pensar que como a Toni existem várias no mundo.

Beijos, abraços e boa leitura.
GianiPlata 06/03/2015minha estante
Puxa vida Lucas...
Só de ler sua resenha meus olhos já se encheram de lágrimas.
Não sei se teria força para ler até o final. ='(


Patty 17/05/2016minha estante
Lucas, este livro caiu em minhas mãos, e eu simplesmente não queria ler por causa dos abusos. Só de ler a sua resenha, já fiquei enojada. Mas minha curiosidade será maior, e eu vou acabar lendo. :(




Eris 27/10/2020

Muito forte, mas bem realista.
O livro mais intenso que eu li em 2020, até o momento. Com uma temática super forte, um assunto que é muito delicado, mas que não pode ficar esquecido. Quantas crianças sofrem como a Antoniette por aí? E quantas mulheres ainda são submissas a relacionamentos abusivos, tóxicos, por dependência, seja financeira ou por se acharem inferiores a machos escrotos, como era o pai da Toni. Chorei com o livro, tive ódio, vontade de entrar na narrativa, defender a pobre criança que sofria calada, depois, a adolescente culpada por algo que ela não queria, que ela não escolheu, apenas aceitou, por falta de escolha. A autora foi muito fiel à realidade da época, onde a mulher era vista como sexo frágil e o homem o chefe da família, que pode fazer o que der na telha. O final também foi bem realista, o que me deixou revoltado, porém, conformado pela honestidade que é retardada. Toni, apesar de tudo, se mostrou muito madura, e mesmo nunca superando os fantasmas do passado, mostrou que é possível seguir em frente, mesmo depois de uma vida tão carregada de sofrimentos e desilusões.
minha4 27/10/2020minha estante
??




Dai_tck 28/07/2020

Terrível
Não consigo entender o quão podre o ser humano pode ser!
Não é para qualquer um, mas relata a realidade de muitas crianças, adolescentes e jovens na nossa sociedade.
Chorei horrores com esse livro, é um alerta, um pedido de socorro de nossos anjinhos.
Não acontece só com meninas, meninos também precisa de atenção.
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Larissa Macuica 18/04/2022

Um relato sobre a própria autora. Uma criança inocente e com medo. Um pai abusador e uma mãe muito negligente.
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bella 30/04/2021

Criança sem infância
insta: @atocadaraposa

Uma história que não é fácil de ser lida, de ser digerida, ainda mais quando se lembra que é uma história real, uma história que se repete todos os dias. "Não conte para a mamãe", livro da autora Toni Maguire, é um autobiográfico no qual ela relata como sua infância foi tirada dela, pelos próprios pais.

O livro começa com Toni, já adulta, em um clínica, como um lar para idosos, neste ela está para visitar sua mãe, a qual já está muito velha, a desfalecer referente a um câncer. Lhe é informado que a mãe não teria mais chances, o câncer já estava em estágio terminal, deste modo, Toni decide passar os últimos dias da mãe junto dela na clínica. ​


​Mas, acontece algo que ela não esperava, como passa a conviver mais com a mãe, lembranças do passado voltam para lhe perturbar, lembranças de quando ela era a menina Antoinette.

Antoinette, de quatro anos, é uma menina muito feliz que vive em uma região rica da Inglaterra com a mãe, sua grande amiga é sua avó, que lhe dava muito amor, ela era muito feliz apesar de não ver o pai com tanta frequência. Ele era soldado mas para filha era quase como uma visita chique, visto que quando ia para casa, tudo tinha que estar nos conformes. Até o dia em que o pai deixa de ser um visitante, ele deixa de ser soldado pois não há mais guerra para lutar. Por isso, ele e a mãe decidem se mudar para a Irlanda do Norte, cidade natal do pai. Antoinette não muito entendia o porquê daquela viagem longa, o porquê teria que deixar sua avó, mas ficou feliz de conhecer o outro lado da família, muito diferente da antiga.

Eles mudaram para uma roça, como o pai deixara de ser soldado, eles não tinham mais tantas condições financeiras como antes, e vão morar numa casa feita de sapê, no interior. Tudo parece bem, e Antoinette começa, finalmente, a conhecer seu pai mais a fundo, algo não tão bom assim. Ele se mostrou com duas personalidades, uma era o pai amável e bom marido, que faria de tudo para sua família. A outra era de um monstro que viria a assombrar por muitos anos.

Além de bater em Antoinette com violência exacerbada para uma menina de 5 anos, ele começa a tratá-la diferente. Um dia, simplesmente a põe sobre seus joelhos e segura sua garganta para que, brutalmente, lhe "beijasse", enfiando a língua em sua boca. Neste dia, ele usa pela primeira vez, uma frase que seria muito ouvida pela garota ao passar dos anos: "Não conte para mamãe".

Antoinette, não obedeceu, contou para mãe mas essa agiu de modo indiferente, não repudiou o pai, ou brigou com ele, como a menina achou que aconteceria, mas disse para que ela nunca mais falasse sobre isso. O que só tornou as coisas piores.

O pai passou a abusar sexualmente da menina sem o menor escrúpulo, começou aos seus seis anos, ele a levava para "passear", a estuprava em um armazém vazio até gozar, não importando o quanto a menina gritasse ou chorasse. Sempre mantendo o "combinado", de não contar à mãe.

Os anos passaram e a vida de Antoinette continuou difícil, por mais que ela tentasse fugir do pai, ele continuava a abusar dela, não importando o quanto ela pedisse para parar, dando-lhe, inclusive, bebidas alcoólicas. Como se não bastasse, era extremamente violento com ela, chegando a quase estrangulá-la diversas vezes, todas paradas pela mãe que, ao invés de proteger a menina, afirmava que a culpa era dela que ela não queria se dar bem com o pai. A mãe se fazia de vítima e se cegava diante dos abusos do pai com a filha.

Os abusos continuam constantes, o pai passa a fazê-los ainda mais violentamente conforme a menina crescia, chegando a pedir para que a filha dissesse que estava "gostando", humilhando-a sempre de todas as formas possíveis. E ele, quando a via triste ou irritada, sempre lhe afirmava que ninguém acreditaria nela se contasse e que, se alguém acreditasse, colocariam a culpa nela, ela que seria vista como promíscua e errada. Seria vista como a menina que "sensualizou" para o pai.

Para todas as outras pessoas, a mãe forçava um jogo da família feliz, em casa, tratava a menina como lixo, passando a descuidar dela por sentir ciúmes de sua relação com o pai. Antoinette, no entanto, sempre procurou na mãe aquela pessoa que ela foi um dia, que ela ainda amava muito, apesar de suas negligências.

O livro relata, muito fortemente a história triste dessa menina que só queria ser amada, que só queria ser uma criança feliz. A luta para se desvencilhar do pai não foi fácil, e o depois foi ainda mais difícil. A história vai e vem entre o fantasma da Antoinette criança e a mulher adulta que ela é, a qual lutou tanto para esquecer essa história. Toni, ainda, permanecia com a esperança de que, nos últimos dias de sua vida, a mãe aceitasse seu erro e lhe pedisse perdão.

Uma história tocante e muito boa, podendo ser lida rapidamente, há nela muitos detalhes asquerosos então eu não indico para as pessoas mais sensíveis. Mas nela, apesar de retratar a década de 50/60, muito têm da sociedade atual que fecha os olhos para as vítimas e as culpabiliza.


"Ora se não queria era só pedir para parar"

"Por que nunca falou com ninguém?"

"Tantos anos? Você gostava né"

"Se insinuava para o próprio pai"

Acho bom que Toni Maguire, a pequena Antoinette, tenha crescido e aprendido a lidar com seu trauma e, tenho certeza, que ajudou muitas pessoas com sua história. O olhar de uma criança sobre as piores coisas do mundo. Livro emocionante.

site: https://www.instagram.com/atocadaraposa/
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Maise4 19/04/2020

Sobre
Ao acabar de le-lo eu simplesmente queria ter a autora aqui para poder abraça-la forte e perdir desculpas pelo pai que teve, sinceramente esse livro te choca do inicio ao fim.
Quem não tiver forças vai abandona-lo na metade. Acho que essa foi a maior resenha que eu fiz, porque definitivamente não tinha como descreve-lo em poucas linhas, a historia merece ser lida e compreendida.
Então e isso leitores espero que tenham gostado e se tiver oportunidade leia essa obra.
Juh 19/04/2020minha estante
Finalizei hoje, é realmente chocante.


Maise4 19/04/2020minha estante
sim demais




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Robison 30/10/2021minha estante
Está na minha lista. Vou começar a ler na semana que vem!!!




Bia 09/01/2021

A capa, uma garotinha sem a boca na foto, mostra o que é esse livro: anos e anos de silêncio

Toni faz um paralelo entre presente e passado que mostra o quanto o fantasma dela criança não a abandona e como os abusos que uma criança sofre podem e vão refletir em toda a sua vida

É um livro mais que revoltante, é uma história triste (e biográfica) que nos faz pensar sobre a cultura do estupro, sobre o despreparo de autoridades e professores, sobre a culpabilização da vítima e sobre traumas

Nessa história o pedófilo não é o único culpado
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Fran.Bombassaro 16/11/2021

Decepção
É uma historia triste, pesada e angustiante SIM!

Achei que a forma da escrita não prende, deixava pontas soltas e enrolava muito.

Só comecei a me envolver faltando umas 80 páginas pra acabar,

***tem MUITOS gatilhos***
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Naty__ 26/01/2017

“– Não conte para a mamãe – disse ele, dando-me uma breve sacudida. – Isso é um segredo nosso, Antoinette, você me ouviu?
– Está bem, papai – respondi. – Não vou contar.
Mas contei. Eu sentia segurança no amor de minha mãe. Eu a amava, e ela, eu sabia, me amava. Ela o mandaria parar.
Mas não mandou.” (p. 55)

Parece algo surreal, mas o índice de abuso sexual infantil é alarmante, não apenas aqui no país como no mundo. No Brasil, cerca de três denúncias de abuso e exploração, por hora, foram registradas em 2014, fora os que não foram notificados. O estupro está cada vez mais comum em países desenvolvidos. Numa pesquisa realizada, pode-se constatar que os Estados Unidos, Canadá, Suécia e Reino Unido estão no topo da lista de países com maior índice de estupro.

Pessoas deveriam ser fortes para não chorar... mas, o mais importante, outras deveriam ser humanas o suficiente para não fazer tanta crueldade com uma criança.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
O nome dela era Antoinette e tinha 6 anos quando tudo aconteceu. Seu pai, um crápula, abusou sexualmente dela e, agora, adulta, resolve mudar seu nome para ver se as lembranças são apagadas também. Mas é assim que ela, agora chamada Toni, se engana. E, com essa dor latente, ela decide escrever este livro com memórias de uma infância perdida.

É impossível esquecer tamanha crueldade.

É impossível apagar tantas dores.

E, nós, reles leitores, o que queremos? ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Chorar.
Chorar.
E chorar.
Chorar porque queremos salvá-la, queremos dar um mundo melhor para aquela garotinha, mas não é possível.

Abusada pelo pai, abandonada pela mãe que se recusa a ajudar, a garotinha se sente sozinha, desamparada, apenas com suas duas cadelinhas e uma galinha. O que uma menina, de apenas 6 anos, poderia esperar de uma família horrível, de uma casa quase abandonada e de uma vida perdida?

Ela só deseja a noite, que chegue a noite e o silêncio para pegar seu livro e ler, ler até não aguentar mais. E assim poder viver em outros mundos, em outra realidade bem distante da sua.

Antoinette nos ensina que nada que vivemos é tão ruim quanto realmente parece, sempre existirá alguém que está pior do que nós. Parece até clichê falar isso, parece que virou moda. Mas, nesse caso, é isso mesmo. Ninguém poderia reclamar de uma situação ruim se observasse o que essa garota, de apenas 6 anos, teve de passar.

As descrições no livro são fortes o suficiente para deixar o leitor comovido e despreparado para o que virá a seguir. Quando parece que tudo vai acabar, que todas as lágrimas serão secadas, então Antoinette engravida e toda a esperança de felicidade, de infância feliz, se vai. Ela é só uma criança, mas o que poderiam pensar? O que poderiam exigir de uma garotinha que mal tem estímulo para viver, pois é um objeto sexual pelo pai e uma escrava pela mãe?

Saber que essa história é real causa um desconforto e ficamos nos perguntando como um ser humano, que se diz ser PAI, pode fazer uma coisa dessas com a sua própria filha. A gente não quer saber de prender o desgraçado, de prender a mãe ou de tirar a menina daquela casa, o leitor deseja a morte do pai, da mãe e a morte de uma lembrança tão dura e cruel.

A gente deseja uma Antoinette renovada, que acorde sem recordar do órgão penetrando em seu corpo e machucando-a de forma desumana, do sangue escorrendo por entre as pernas, da saliva descendo em sua garganta e dos tapas ardendo sua pele. Desejamos uma infância feliz, como toda criança deveria ter. Mas o desvio da realidade nos atinge e somos despertados de um sonho. É impossível imaginar um sorriso naquela face ou uma sensação de paz em sua vida.

A capa do livro consegue passar uma dor indescritível. Um olhar triste, que demonstra sofrimento, angústia; o nome da autora, bem na região dos lábios, denota que é para se calar, não dizer nada à mamãe, conforme o título. A diagramação é simples, porém bem confortável. Revisão? Bom, essa parte eu não consegui prestar atenção de forma detalhada; grande parte da leitura foi feita com os olhos embaçados, então fica difícil indicar erros. Não lembro de ter encontrado.

É necessário estômago forte para ler este livro e um pacote de lenços para secar tantas lágrimas que hão de cair. É impossível não chorar, leitores. Sim, impossível.

Lana Wesley 27/01/2017minha estante
Talvez se fosse um livro ficticioso com certeza seria um leitura mais fácil, porém a cada palavra de agustia e sufoco de uma garota que precisava de ajuda, e ver os próprios pais virando a cara para aquilo que está na frente deles e querer fingir que não estão vendo e bem complicado. Outras vezes já li livros que abordavam o mesmo assunto porém não eram tão puxados como esse, porém ainda sim quero ler esse livro, e também quero muito mudar essa realidade. Resenha incrível;


Marta 27/01/2017minha estante
É muito triste que isso ocorra!! Como pode alguém fazer um mal tão grande para uma criança de apenas 6 anos?!! E pior essa pessoa é alguém que deveria protege-la!! Infelizmente ultimamente o que mais escuto falar e de casos assim! E de cortar o coração!! Não sei se sou forte para ler um livro assim!!
Beijoss


Maria 28/01/2017minha estante
É uma leitura pesada, profunda, nem todos tem estomago para ler, pois é tanta crueldade com um ser tão inocente que nos machuca profundamente e infelizmente isso acontece com frequência.


Laninha 05/02/2017minha estante
Não sei se tenho estômago para ler o livro.
Pela capa, achei que fosse terror... e me enganei? Nem um pouco. Só que é um terror real e diário.
O fato de termos de lidar com notícias diárias sobre abuso ja é suficientemente ruim... então eu não leria. Mas fico feliz por escreverem livros assim... O mundo precisa acordar.


Belle 06/02/2017minha estante
Nossa! Quando eu li o título do livro, eu pensei que seria uma história fictícia de terror ou suspense, porém lendo a resenha, compreendi o quanto é real e assustador. Difícil, seria para mim ler esse livro, mas eu gostaria de lê-lo, abuso infantil é uma realidade mundial, não se pode calar a voz da inocência e justamente, tem algumas mães que se calam diante dessa realidade.


Maristela 08/02/2017minha estante
Só pela introdução da sua resenha, vi que se trata de um assunto muito pouco falado, quase um tabu, principalmente quando o abusado é uma criança. Na maioria das vezes, e isso acontece muito por esse mundo afora, a criança é abusada e a mãe finge que não sabe ou não quer saber, pelo simples medo do marido, que é um safado e criminoso. Gostaria de ler o livro e me inteirar mais sobre a história. Parabéns pela resenha.


deise ane 09/02/2017minha estante
parabens pela resenha ,mais no momento nao sei se conseguiria um tema tao forte,so da maneira que vc apresentou o livro ja fiquei com vontade de chorar,gritar...


Isa 11/02/2017minha estante
Nossa que profundo, estou vendo que quando comprar ele já vou pedir junto um monte de caixas com lencinhos por quê vou alagar a casa! Estou vendo que é bem forte e reflexivo. Deve ser maravilhoso, amei sua resenha


Nicoli 18/02/2017minha estante
Naty, seria impossível eu conseguir ler esse livro. Eu choraria do início ao fim, as páginas seriam tudo marcadas por lágrimas. Fico pensando em como um "ser humano" desses tem coragem para realizar tal ato com uma criança de apenas seis anos, como esse ogro, chamado de pai, tem a coragem de roubar a inocência e a infância dessa garotinha. Eu com certeza não aguentaria ler o livro, ficaria com uma vontade enorme de matar esses que se dizem pais, e pensar que é um história real, e que não acontece apenas com a Antoinette mas com várias crianças ao redor do mundo me dá calafrios.


Marlene C. 05/03/2017minha estante
Nossa, não posso nem começar com o meu costumeiro Oi, infelizmente estou muito triste até mesmo para isso, é triste ver um relato tão detalhado de uma criança sofrendo abuso sexual da pessoa que deveria lhe amar incondicionalmente e da pessoa que deveria ser seu porto seguro, não sei qual dos dois é pior? e sabe o que doí mais? saber que muitas outras crianças passam pela mesma situação diariamente, isso parte o meu coração.


Any 09/03/2017minha estante
Não teria coragem para ler Não conte para a mamãe, só de ler sua resenha já fiquei com um nó na garganta, e saber que o livro é um relato real da autora o torna ainda mais difícil de ser lido para mim... Mas eu amei sua resenha, parabéns!


Isabela | @sentencaliteraria 23/06/2017minha estante
Oi Naty ;)
Não conte para a mamãe é um livro muito forte, nunca li mas uma amiga leu e disse que é muito tocante. Acho que não me sentiria confortável em ler, pois o tema é um que me deixa com nojo, ainda mais sabendo que a autora sofreu mesmo isso.
Não tenho estômago para ler infelizmente, mas me sensibilizo demais com a história!
Bjos




Deza Farias 02/05/2020

SIGAM @RESGATADAPORUMLIVRO
"O amor é um hábito difícil de quebrar"

- NÃO LEIA ESSE LIVRO, CASO VOCÊ NÃO SE SINTA PSICOLÓGICAMENTE FORTE.
O LIVRO FALA ABERTAMENTE DE ABUSO SEXUAL, DEPRESSÃO.
- GATILHOS

Li esse livro para o desafio skoob de fevereiro, super atrasado né! E eu não tinha noção do quanto a leitura ia ser pesada, eu sabia do que se tratava o livro, mas confesso que me sentir mal lendo esse livro.

O livro começa no hospital onde Toni, está acompanhando a Mãe no leito de morte. Nisso a Toni é assombrada por sua infância, por Antoinette, a criança que ela fora.
Nas memórias de Toni, vamos começar acompanha uma criança feliz na companhia da mãe, enquanto seu pai estava sempre em viagem a trabalho.
Tudo muda quando ele decide voltar para casa e passar mais tempo com a filha e a mulher. E é ai que a Antoinette conhece o mau pai.
Os abusos começaram quando ela tinha seis anos, e se seguiram por alguns anos. E vamos acompanhando de perto o desespero e a falta de amor, o desprezo da Mãe.
E quando todos descobrem os abusos, viraram as costas para a única vítima dessa história. Achavam que ela era culpada já que tinha passado tanto tempo calada, escondendo os abusos do PAI.

Como eu disse o livro é muito é pesado, é horrível ver uma criança se sentindo tão sozinha, sem nenhum apoio sofrendo todo tipo de agressão, sexual, psicológica e fisica. Tendo por companhia seus livros e animais.
E a Mãe a quem devia recorrer era a primeira a demostra frieza, preferindo assim o marido mesmo depois de descobrir toda a maldade que ele fora capaz de comenter.

Não tem como não ler esse livro sem sentir ódio por o estigma de que a mulher é culpada, por uma sociedade que julgar sem saber. Que não apoia as vítimas.

O livro mesmo sendo pesado, tenho uma narrativa fluida, a escrita da Toni, é ótima. Muitas das vezes precisei fechar o livro e respirar de tão pesado que a história é.
Li o ebook, então não posso comenta a diagramação. Mas gosto do titulo e capa.
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