Psychobooks 21/04/2013
Resenha Dupla
Comentários
A Richelle tem uma história toda especial aqui para o site! Na verdade, o Psychobooks só foi criado por causa dela. Bora explicar.
Éramos quatro no início de tudo e nos conhecemos por meio da série "Georgina Kincaid". A leitura superenvolvente da Richelle nos fazia conversar por horas sobre a obra e numa dessas conversas surgiu a ideia do site. Então, 3 anos e meio depois imagine que legal voltar a falar dela por aqui e ainda por cima tendo em mãos uma prova antecipada de sua nova série adulta! Eu e a Mari éramos só sorrisos... Até chegarmos a 11% da leitura:
Bem-vindos à premissa e preparem-se para 11% de leitura de pura adrenalina. E só...
Alba: A premissa do livro é superchamativa. Em um futuro distópico, há um país chamado RUNA, que é nada mais que a união da parte dos Estados Unidos com o Canadá que se formou após uma série de doenças e acontecimentos, denominado "Declínio". Nesse novo país os habitantes têm um chip no corpo e são controlados em todos os lugares que vão, vivem superbem, mas as religiões são controladas a mão de ferro pelo Governo. Ali só pode-se seguir os dogmas cadastrados por uma agência chamada SCI. Justin é um ex-funcionário dessa agência e que hoje vive no província do Panama. Ele era um funcionário de alto-escalão responsável exatamente pelo controle dessas religiões. O conhecemos em um bar no Panama. Ele já está na província há 4 anos, não dá muitas explicações dos motivos de seu exílio e apresenta dois "ravens", Magnus e Horatio, que vem em sua mente.
Mari: Um dos grandes mistérios de Justin é sobre como ele foi exilado de RUNA, o que ele fez para merecer ser exilado e não morto? No começo eu também demorei um pouco para entender o que seriam as duas vozes na cabeça dele, mas conforme as páginas vão passando, a explicação chegou, com um incrível atraso, mas chegou.
Alba: Na outra ponta temos Mae, uma pretoriana, que é simplesmente o tipo de soldado mais poderoso da RUNA. Mae tem um ship em seu corpo que potencializa sua força, velocidade e percepção quando está numa luta. Ela é uma supersoldada que foi enviada ao Panama em uma missão ultrassecreta.
Mari: Logo a princípio a Mae se mostra uma badass, um tipo de mocinha que a Richelle sabe escrever como ninguém! Mas depois dos 11% de leitura ela desapareceu... Todos os pretorianos são temidos, conhecidos por suas habilidades de luta e por não terem nenhuma hesitação ao matar alguém e mesmo nesse tipe de supersoldados, a Mae consegue se destacar, suas habilidades são superiores e ela sempre se pergunta o motivo de tal diferença.
Alba: Esse começo do livro é envolvente ao extremo. Richelle apresenta pela primeira vez uma narrativa em terceira pessoa e passa a caminhar pelas pontos de vista de Mae e Justin. Nesse início a narrativa não causa estranheza, pelo contrário! Richelle consegue dar uma dinâmica superinteressante no enredo. A história nos envolve por completo até que:
O tropeço de Richelle =(
Alba: Richelle constrói já no início do livro toda a tensão necessária no relacionamento de Mae e Justin. O relacionamento fica afiado e ela já cria suas conhecidas barreiras que ficam críveis e despertam a curiosidade do leitor, mas tudo para por aí...
Mari: Para mim, o grande problema foi a autora querer criar muitos mistérios no começo do livro - cada personagem tem pelos menos duas grandes questões a serem descobertas -, seguir sem nenhuma resposta por um bom tempo - o que deixa o leitor muito confuso -, e depois despejar todas as informações de uma só vez. Algumas delas eram tão simples e banais, que poderiam ter sido reveladas antes sem comprometer o enredo.
Alba: Seus tropeços começam a ficar evidentes. Richelle sempre construiu muito bem seus textos em primeira pessoa. Nesse livro ela resolveu ousar e escrever tudo em terceira pessoa, sob o ponto de vista de Mae, Justin e uma adolescente que é protegida de Justin, Tessa. Meus problemas começam já aqui. Se a narrativa é em terceira pessoa, por que não passear livremente na mente de todos os personagens e com isso nos dar a ampla visão do texto?
Richelle escolheu usar a narrativa em terceira pessoa "engessada", que é aquela que fica acompanhando apenas o ponto de vista de um personagem. Mas não contente com isso, ao decidir acompanhar 3 pontos de vista diferentes, ela só nos deixa mais confusos com os acontecimentos! A cada capítulo o PoV muda e as explicações dos acontecimentos passados com o personagem são esmiuçadas para ficarmos sabendo o que ele fazia enquanto acompanhávamos o PoV do outro na capítulo anterior. Isso é totalmente desnecessário quando o autor tem a habilidade de amarrar bem as narrativas de cada um para que se completem. Não foi o caso.
Há também o tropeço chamado "Tessa". Sinto que com a inserção da personagem, a ideia de Richelle era nos dar uma visão revigorada da distopia, acho que ela queria que víssemos o mundo construído após o "Declínio", sob o ponto de vista de uma pessoa tão leiga quanto nós; Tessa não serve a esse fim. Seu papel é superdescartável, apesar de ser uma personagem agradável. Ainda estou tentando entender seu verdadeiro papel na história e se a personagem irá crescer durante a série.
Mari: Tessa... quem é essa mesmo? Ah! A garota... Qual foi a função dela dentro do enredo? Humm...
Plano de fundo + Romance + Suspense + Sobrenatural
Alba: A história por si só não tem nem pé nem cabeça.
Há a tentativa de criar um suspense em relação aos acontecimentos sobrenaturais, mas Richelle se enrola tanto entre as indas e vindas dos personagens, que mais questões vão se avolumando e poucas respostas vão sendo dadas.
Por se tratar de uma história contada sob o ponto de vista de um servidor público que é descrito como sagaz e uma supersoldada que é o destaque de sua ordem, os acontecimentos são no mínimo frustrantes. Me vi várias vezes gritando com os dois, já que as evidências - e as soluções - de todos seus problemas estavam BEM ALI, em suas faces!
Justin inclusive briga muito com seu lado sobrenatural e tem sérias dúvidas do que o "persegue" e o quer como seguidor. Pois bem, Justin, servidor público sagaz! Bastava jogar as características da entidade no Google, que ele te contava tudo! (sim, eu fiz isso!)
Mari: A princípio (leia-se 11% de leitura), a tensão sexual entre Mae e Justin é perfeita! Quem conhece um pouco a narrativa da Richelle, sabe que ela não poupa palavras para essas características, mas depois de um certo tempo, a autora só conseguia escrever sobre os templos (BORING), esqueceu a investigação e nem lembrava que seus personagens deveriam sentir atração um pelo outro. Até que chegou os 51% e eu pensei: Yay! A Richelle que eu conheço voltou \\o// Mas pouco tempo depois... - Oi, alguém viu uma das minhas autoras preferidas por aí?
Vale a pena, meninas?
Alba: Não! O livro é enfadonho, enrolado, não passa nenhuma verossimilhança e a leitura se arrasta durante boa parte das 464 páginas! O sentimento durante todo tempo era "que horas que isso acaba?". Não esperava me sentir assim com uma obra da Richelle.
Não recomendo a leitura.
Mari: Então... EU não gostei muito da leitura, foi bem morosa, frustrante e confesso que se não fosse uma autora que eu já conheço e acreditasse piamente que ela acabaria por me surpreender, teria abandonado a leitura... É... Muito triste isso... Em todo caso, eu acho que você deveria ler, tirar suas próprias conclusões e depois vir me contar onde foi que eu me perdi no meio dessa bagunça toda.
Citação: They were each other’s undoing.
Alba avaliou com 2 Estrelas.
Mari avaliou com 2,5 Estrelas.
Link: http://www.psychobooks.com.br/2013/04/resenha-dupla-gameboard-of-the-gods.html