Desde que a Novo Conceito anunciou o lançamento deste livro sabia que ele não era o primeiro da trilogia e nem continuação do outro livro do autor lançado esse ano pela editora. "O Reino" é o terceiro da série "As Aventuras dos Fargo". Não sei se isso vai incomodar o leitor no geral, mas eu sempre acho estranho começar uma série assim, mesmo a história sendo bastante fechada. Clive Cussler narra a história de Remi e Sam Fargo, que durante todo o tempo me lembraram de uma versão mais leve de Indiana Jones.
Sam e Remi Fargo estavam chegando para mais um dia de escavação quando fora convidados para um encontro misterioso com Sr. King, um rico empresário do ramo petrolífero. King quer que os Fargo largue tudo para ir à busca de Frank Alton. Um detetive particular contratado por King e amigo dos Fargo. Estava atrás de pistas do pai de King, desaparecido há quase trinta anos. Sam e Remi relutam, mas não podem deixar o amigo em uma situação dessas. A única coisa que King diz é que Frank estava no Tibete quando desapareceu. Ao chegarem ao país eles já notam o estranho comportamento dos gêmeos Russell e Marjorie, filhos de King. Eles precisam descobrir o que King está escondendo para descobrir onde procurar Frank. Qual o interesse de King naquela região? O que o pai de King estava caçando quando desapareceu? Recolhendo pistas suspeitas na cabana do pai de King e contando com uma extensa pesquisa e ajuda de amigos os dois são tragados por uma busca pelo submundo do mercado negro de artefatos históricos e mergulharão nas lendas em torno da figura do Theurang.
A narrativa possui um ritmo forte, que mescla ação, aventura e pequenas pausas de fôlego onde entram explicações e fatos históricos. Uma característica bastante curiosa e que pode ser apenas coincidência é que logo nos primeiros capítulos surgem detalhes, pequenos contornos, que permite distinguir entre um autor e outro. Posso estar enganada, mas a maior parte descritiva, que vai de termos técnicos, tecnologias utilizadas por arqueólogos, curiosidades e fatos históricos passando por grande parte dos diálogos onde os personagens analisavam pistas e discutiam pesquisas foram escritas, pertence à Blackwood. Mesmo para aqueles que não conhecem Cussler essa diferença fica nítida. O estilo narrativo dos dois é consideravelmente diferente. Ao final é possível perceber que são muitas voltas e informações desnecessárias. E se você separa essas partes a narração se torna muito mais ágil.
O que realmente incomodou no livro foram algumas atitudes que não condizem com a descrição que recebemos dos protagonistas. Sam e Remi são arqueólogos, antropologistas, com senso histórico além de caçadores de tesouros e relíquias. Contudo tiveram coragem de usar a madeira de um artefato antiguíssimo para fazer uma fogueira sem nem um minuto de relutância. Além de usar fósseis de valor inestimável para fazer balas improvisadas. Sam e Remi funcionam bem como casal apesar de eu ter preferido Remi. O principal problema que tive com Sam é a necessidade de parecer corajoso, de ser o cara que quando estava correndo perigo de vida enfrentando um oponente muito mais perigoso e astuto que ele próprio. Essa falta de sensatez irrita porque ele quase coloca tudo a perder, inclusive a segurança não só dele como de Remi.
O final satisfaz de maneira geral, mesmo os capítulos finais confirmando minha opinião que o prólogo tira metade do brilho da trama e do prazer das descobertas a cada página. É uma leitura que alterna momentos. Hora rápida hora arrastada. Cussler e Blackwood investem em uma área fértil, que rende aventura e ação independente de todo o resto. A edição da (...)
Termine de ler em: http://www.cultivandoaleitura.com/2012/12/resenha-o-reino.html