Os quilombos e a rebelião negra

Os quilombos e a rebelião negra Clóvis Moura




Resenhas - Os quilombos e a rebelião negra


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Lu_Augusto 02/04/2024

Nesse pequeno, mas rico texto, Clóvis Moura expõe sua tese de que os quilombos não eram apenas comunidades de fugidos, mas sim núcleos de resistência armada contra o sistema escravista, onde quilombolas representavam um projeto alternativo de sociedade, baseada na liberdade, igualdade e autonomia.
É uma obra fundamental para compreensão da História do Brasil.
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Roseane 10/08/2022

Quilombo é resistência
Publicado pela primeira vez em 1981 período da ditadura militar. Segundo Moura, os que descreveram a história da escravidão omitiam o protagonismo do negro escravizado no movimento pela liberdade. Omitiam o quão violento foram os escravizadores.

A escravidão negra não foi uma mera categoria econômica substituída pelo proletariado. Foi uma instituição perversa onde seres humanos era transformados em coisas, comercializados e tratados com crueldade inimaginável. Nunca houve passividade do escravo e benevolência dos senhores. A legislação validava a violência repressora investida contra os negros, foi criado milícias, a figura do capitão do mato e construído um arsenal de instrumentos de tortura.

O movimento quilombola, não foi um fenômeno esporádico. Tem importância histórica e social. Palmares chegou a ter 20 mil habitantes, o Quilombo de Campo Grande/MG cerca de 10 mil ou mais. Recebiam os negros que resistiam ao sistema escravista, os oprimidos da sociedade como fugitivos do serviço militar, criminosos, indígenas, mestiços, negros marginalizados. Os quilombolas realizaram de insurreições negras urbanas como o Levante Negro de 1756 em MG a grande insurreição negra dos Malês em 1835 em Salvador.

Se organizavam como uma verdadeira República. Tinham governo, religião, propriedade, família e sistema econômico. Se articulavam com riqueza social e um sistema solidário de cooperação. Havia abundância de frutas, criavam galinhas e porcos e no sistema escravocrata estavam submetidos a privação de alimento, castigos físicos e trabalho exaustivo.

A força policial fazia verdadeiras carnificinas. Interrogavam, matavam, torturavam. A meta era dizimar os líderes e destruir a estrutura dos quilombos Zumbi, Joao Mulungu, Ganga-Zumba, Preto Cosme e vários outros lideraram movimento anti escravista.

Os esforços, as revoluções e a resistência dos negros desde o século XVII ficou a sombra do movimento abolicionista que é tardio, do século XIX, contudo levaram os créditos pela abolição. Abolicionistas eram contra a escravidão, mas não contra o racismo. Descreviam os negros como bárbaros selvagens, incapazes de tomar decisões sobre o próprio destino. Na cara de pau, excluíram o negro como agente histórico de sua liberdade e ainda exploravam o trabalho dos quilombolas em proveito próprio.

Quilombos são polos de resistência que de várias formas e níveis de importância se levantaram contra a escravidão. Clovis Moura ficou me devendo falar mais sobre as mulheres nessas revoluções. Leitura recomendada.
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Hiago.Feitosa 03/09/2018

O livro é ótimo. A ecrita de Clóvis é limpa e objetiva. O autor trabalha com questões variadas a respeito dos quilombos e das resistências negras durante a escravidão, firmando a pluralidade dos movimentos quilombolas (seja com uma pequena população ou um projeto de república como Palmares) e dos movimentos de resistência, desde as insurreições citadinas, auxílio na fuga de escravos e lutas dentro do espaço jurídico, como no caso de Luís Gama.
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Edmilson 30/12/2018

PEQUENA E BRAVA OBRA
Os livros da série "Isto é História", da editora brasiliense, precisam ser breves e didáticos, por isso não é de se esperar o esgotamento de um tema, mas uma introdução a ele. O livro de Clóvis Moura, portanto, segue a linha da série, sendo sucinto e cortante.

Clóvis parte de uma proposta dupla, aparentemente: [1] mostrar diversos aspectos históricos dos quilombos e das rebeliões negras até os movimentos abolicionistas; [2] contrapor esses aspectos aos enganos que a historiografia oficial nos lega (onde o negro é retratado como sujeito passivo da história, sem influência ou protagonismo em suas repercussões).

Então, os capítulos do pequeno livro mostram como os quilombos não eram exceção no espaço nem no tempo -- estendendo-se pelo território brasileiro de norte a sul, de leste a oeste, do Séc. XVII, pelo menos, ao Séc. XIX. Além disso, os quilombos também não eram isolados, pois mantinham diversas formas de relação com fazendeiros, garimpeiros, regatões, escravos dos engenhos, escravos urbanos e até com marginais, também excluídos da ordem colonial.

O livro também mostra como a economia dos quilombos funcionava, como era a produtividade dos negros quilombolas (até em comparação com a baixa produtividade do negro cativo), como mantinham roças mais plurais que o latifúndio escravocrata, enfim, como os negros rebeldes tinham um sistema econômico bem organizado e relevante em muitos aspectos.

Clóvis Moura também dá atenção ao poderio militar dos quilombos, mostrando principalmente como foi difícil para os fazendeiros e para o governo colonial combaterem os negros rebeldes, precisando arregimentar sempre muita força para fazerem frente aos quilombolas, principalmente aos da República de Palmares.

Por fim, antes de sua conclusão, o autor mostra como os movimentos abolicionistas eram conservadores e tentaram calar a voz dos negros em sua maioria, acreditando que eram selvagens e violentos demais para conduzirem o processo e lutarem pela abolição do regime escravocrata sem prejudicarem a si mesmos e ao processo, sendo o prenúncio do engodo populista de que os governos progressistas seriam acusados ao longo de nossa história (Vargas, Goulart, Lula e Dilma), porque o povo nunca está em condições de falar por si e/ou é presa fácil para políticos populistas.
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adriane 31/10/2021

esse livro traz profundas reflexões acerca do protagonismo do escravizado negro durante o sistema de escravidao. Clovis Moura vai de contra aos pesquisadores tradicionais que negam a luta dos escravos como luta de classes, tirando o papel importante que o negro exerceu na escravidao.
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