Resenhas - O Vale das Bonecas

Leonardo Bezerra 17/02/2020

Assim como em A Máquina do Amor, Jacqueline Susann apresenta as piores facetas do mundo da fama com protagonistas complexas e finais próximos à realidade. Vale a leitura, embora alguns possam se cansar com algumas narrativas apresentadas.

Lissa - @leiturasdalissa 16/10/2019

Em Vale das Bonecas, a primeira personagem que conhecemos é Anne Welles. Uma moça tradicional da pequena cidade de Lawrenceville, cujo maior desejo é deixar a vida do interior e de casamentos arranjados para trás em busca de suas próprias conquistas. Ela decide, então, tentar a vida em Nova York.
Bonita, delicada e muito dedicada, logo consegue emprego como secretária na Bellamy & Bellows, uma agência de artistas responsável por vários espetáculos na cidade e arredores, e que também cuida da carreira da grande estrela Helen Lawson.
Lá, ela conhece Lyon Burke, um agente que havia abandonado a carreira para lutar na Broadway. Um interesse mútuo é iniciado, mas interrompido por Allen Cooper, um milionário que decide fazer com que Anne se case com ele a qualquer custo. Nesse meio tempo, a nova peça de Helen Lawson precisa começar, mas a artista é conhecida por seus ataques de estrelismo. Mesmo que não seja tão jovem ou bonita mais, ela sabe que tem o público bem amarrado em seus dedos.
Anne, então, se aproxima de Helen e ambas ficam amigas. Essa aproximação permite que Anne sugira a Helen a inclusão de sua vizinha e também amiga próxima, Nelly O'Hara, na mesma peça. Helen, que nunca gosta de ninguém, acaba por acatar o pedido. Nelly brilha nos palcos e consegue iniciar uma carreira de muito sucesso.
Depois de conseguir se desvencilhar de Allen Cooper, Anne e Lyon se envolvem romanticamente. Helen a adverte em relação a isso, tanto por egoísmo quanto por inveja, mas talvez também por amizade: Lyon Burke era um mulherengo incurável. Isso culmina em uma crise no relacionamento de ambas, que se distanciam.
Jennifer North, uma adorável corista, entra em cena para trazer um lado mais doce e suave a essa guerra de egos. Ela sabe que não tem talento e que é vista apenas como um corpo e um rosto bonitos. Porém, é amável e gentil e, quando cruza o caminho de Anne e Neely, ficam amigas imediatamente.
A partir disso, o livro passa a seguir o caminho dessas mulheres que tem uma coisa em comum: o desejo de serem ricas, independentes e terem uma carreira de muito sucesso. Com muitos altos e baixos e uma instabilidade emocional provocada pela pressão da indústria, cada uma recorre, em seu devido momento, às "bonecas", amarelas, vermelhas, verdes ou com listras azuis, para dormir uma noite inteira de sono e simplesmente arranjarem forças para encarar mais um dia em busca da realização de seus sonhos - ou, simplesmente, em busca de aguentar pelo menos mais um pouco.

Terminei esse livro simplesmente arrebatada. Tenho plena consciência de que não é alta literatura, que não é um cânone e talvez nem mesmo um clássico, uma vez que ocupa a posição de best seller. Mas apesar de ter sido escrito em 1966, diz muito ainda sobre o mundo em que vivemos hoje.
Para começar, aborda temas sérios, como suicídio, vício em drogas, câncer de mama, perfeição estética e aborto. Muitas das experiências e relatos que se tornaram fictícios na obra vieram da vivência da própria autora, já acostumada aos holofotes e às dificuldades da fama.
Em alguns momentos, a narrativa é machista, pois faz com que tudo gire em torno da necessidade de um homem e de se casar. Porém, esse é o próprio retrato de uma época que ditava que assim deveria ser o destino das mulheres. As personagens do livro, muito embora voltem sempre a essa questão, ao mesmo tempo enfrentam o dilema de ir contra isso e seguirem suas próprias vidas.
Há também o preconceito explícito às figuras homossexuais que fazem uma ponta na história, algo muito característico em um cenário repleto de preconceito. Isso, por vezes, pode ser incômodo na leitura, por sempre soar ofensivo. Contudo, acho importante reforçar que essa era a visão da autora, e assim era o universo que ela vivia. Ao contrário das escritoras de hoje, ela não teve a oportunidade de recriar esses pontos de maneira diferente.
E, ainda que tenhamos evoluído tanto, quanto desse cenário retratado em O Vale das Bonecas realmente mudou? O que sabemos a respeito do que corre nos bastidores do cinema, da música e da televisão? É assim que seguimos durante todo o livro. Imersos em um contexto tão longe do nosso, mas que nem por um segundo duvidamos que existiu. Ou que ainda exista.

Laura 07/02/2017

O livro é bem escrito, os personagens são intensos, a Jacqueline Sussan é uma grande escritora, mas... eu não gostei muito, foi difícil de ler em alguns momentos e fiquei feliz da vida que não era em ebook, porque arremessei o pobre do livro longe umas duas vez de raiva de alguns personagens. De qualquer maneira merece 3 estrelas.

Maria 19/01/2017

PODEROSO (sem spoilers)
Uau! É o que eu posso dizer desse livro. Geralmente sou uma pessoa que devora livros muito rápido, mas esse foi um que levou tempo, não por ser difícil de ler ou ruim, mas pelo simples fato de que as vezes você tem que parar e pensar sobre o que está acontecendo.

Um livro visceral, para dizer o mínimo. Comecei pensando que seria mais um romance "água com açúcar" daqueles que eu gosto de ler quando estou estressada, mas esse livro me surpreendeu ao contar a história de mulheres tão distintas e profundamente relacionadas. Começamos o livro em um America pós guerra, aonde as mulheres estão trabalhando em todos os lugares e os homens estão voltando para casa, é a Época de Ouro, o rádio é um grande sucesso, as estrelas do teatro são deusas, o cinema e a TV são pequenos vestígios dos monstros que serão um dia, o plot principal gira em torno de Anne, uma jovem debutante que vai a NY em busca do amor e de um pouco de significado na vida, Jennifer a linda "ex esposa de um príncipe" em busca de um marido rico e a aceitação da mãe, e por fim mas não menos importantes, Nelly, a orfã com talento porém sem muitas pretensões além de ter um lar. O que choca nesse livro é a forma como o munda dá voltas, a forma como as circunstâncias vão moldando a personalidade de cada uma delas, seja para o melhor ou pior, e como mesmo no fim elas não são muito diferentes de como começaram. O despertar de Hollywood, a aqueda e ascensão das grandes estrelas, o abuso de drogas, a pressão social e os transtornos alimentares que são tratados de maneira disfarçada e ao mesmo tempo descarada, sabemos que existe o problema, vemos ele acontecendo e ainda assim pensamos que pode não ser nada, só uma "vermelhinha" para dormir, duas verdes pra emagrecer, uma dose para esquecer. O show business devora a todas, sem piedade, sem pressa, sem exceções.


site: mulheres, empoderamento, machismo, show business, hollywood, pós guerra, década de ouro,

Samy Yamamoto 21/06/2016

O vale das bonecas
Esse livro simplesmente na época foi o mais vendido tratando do universo das mulheres, porém o que eu vi foi de determinado tipo de mulheres rs. A história é misturada entre 3 personagens, desde sua juventude que se conhecem até aos 30 e 40 anos, ambas passam a ser viciadas em remédios para dormir que é o tema central as pilulas coloridas.

O livro começa narrando a história da principal que é a Anne, virgem que acaba conhecendo o amor nos braços de Lyon que o abandona. Logo depois acaba virando uma modelo de cosméticos em Paris alcançando pleno sucesso e casa-se aos 30 anos com o seu produtor. No meio da sua vida pacata Lyon ressurge e acabam retomando a relação, eles se casam, tem uma filha e colocam o nome de Jenifer em homenagem a amiga que falece. Sua relação com Lyon entra em conflito quando sua amiga Nelly começa a ter um caso com ele e o domina por completo, por fim Lyon se cansa de ser capacho e dispensa o contrato de trabalho que unia eles, assim surgindo uma nova estrela de hollywood que novamente colocou os ciumes de Anne em ação porém mais fraco desta vez e assim ela se conformou de ter Lyon e em saber que esses casos extraconjugais sempre haveriam!

Nelly uma órfã de apenas 17 anos que acaba se casando e tendo gêmeos, após uma traição do marido ele a abandona com os filhos, ela fica louca e engorda muito, começa a ter problemas com a sua parencia e com a sua voz por ser fumante, a história toda mostra a suas altas e baixas com o vício das pílulas para dormir, ela é a mais viciada de todas, a que ensinou como usá-las. Internada num hospício para se livrar das pílulas acabou retomando ao estrelato e passa a ter um caso com Lyon o marido da sua amiga, descaradamente pousava com ele em revistas a cada evento que surgia, o fazia de capacho, exigia que ele passasse todas as noites com ela, até que ela o reprimiu por ele querer estar com a filha no dia de seu aniversário, porém ele a eliminou da agência, ela conseguiu novo contrato e seguiu sua carreira. Mal via seus filhos, na verdade nem se importava se os tinha, realmente uma mulher perversa em todos os sentidos.

Jenifer que queria ser mãe e te ruma família linda porém com o trauma de uma má infância ela acaba por ter que trabalhar muito sendo atriz para sustentar sua mãe e avó que querem ser glamurosas com peles e roupas novas sempre, ela se casa primeiramente sem amor nenhum com um Príncipe se vendo obrigada a sustentar sua mãe mas depois se separa sem direito a nada e conhece um ator da sua companhia e casa novamente ficando grávida e depois se separada e com a imposição da cunhada acaba fazendo um aborto, depois acabou fazendo mais 7 abortos no total, vai para a França fazer filmes lá e acaba conhecendo um produtor e tem um caso com ele. Na volta a NY descobre que ama um Senador e resolve casar-se porém descobre que precisava fazer uma raspagem no útero e que jamais poderá engravidar, descobre também que está com um tumor maligno no seio e que teria que retirar o seio e logo depois o utero, fica louca foge do hospital, chega em casa e coloca seu melhor vestido se dopa das pilulas para dormir e morre. Todo seu R$ vai de herança para sua mãe.

Em suma, o livro tem muitas falas que poderiam ser dispensadas, muitas voltas para contar uma coisa, poderia ter sido mais enxuto assim a leitura ficaria menos cansativa.

Andrea 08/02/2016

O preço do sucesso...
Em O vale das Bonecas, acompanhamos ao longo de vinte anos (1945 a 1965) a vida de três jovens mulheres: Anne, Jennifer e Nelly que procuram unicamente aceitação e sobretudo uma família que as ame e proteja.

[...] Foi mais divertido, porém, no começo da escalada, quando havia apenas a esperança e o sonho de realizá-la. Tudo o que você podia ver então era o cume da montanha, ninguém que o informasse sobre o Vale das Bonecas. [...]

Nosso primeiro foco narrativo fica a cargo da história de Anne, garota de 21 anos que viveu toda a sua vida em uma pacata cidade da Nova Inglaterra e, por ansiar mais do que um casamento arranjado, foge para a fervorosa Nova Iorque em busca de uma carreira e quem sabe, um homem que consiga despertar-lhe desejo. Durante a narrativa, percebemos que muito da menina do interior não saiu de Anne, ela pensa mais nos outros do que em si mesma, sempre muito regrada e disciplinada, ela acaba passando a ideia de que é uma mulher fria, no entanto ela só não quer ser um incomodo aos outros.
Logo após a introdução dela, conhecemos melhor a personagem Jennifer, moça belíssima que trabalha no mesmo espetáculo que Nelly, amiga de Anne, no entanto Jen não possui qualquer talento, ela está na peça apenas para atrair patrocinadores e os espectadores com sua beleza avassaladora e ela sabe disso e usa esse atributo para conquistar aquilo que mais quer: um marido rico que lhe dê filhos e uma boa condição financeira para ajudar sua família abusiva, apenas isso, ela nem ao menos quer amor, ela luta apenas por estabilidade.
Por fim, temos o capítulo introdutório de Nelly, a mais jovem das três, que é um verdadeiro prodígio! A menina canta, dança, interpreta e é linda! Com todas essas qualidades, a moça, aos 19 anos, consegue um grande contrato com Hollywood e torna-se a "namoradinha" da América.
Depois desses três capítulos de apresentação, a narrativa perde a linearidade em se tratando dos focos narrativos, vamos acompanhar a vida dessas três mulheres, suas lutas, medos, perdas, vitórias e derrotas de acordo com a passagem dos anos e muitas águas vão rolar neles... Como várias versões desse livro mostram e como a versão cinematográfica também, nós temos, na metade da história, o surgimento das "bolinhas", pílulas para dormir, para emagrecer, para acalmar, para ajudar as que ajudam a dormir... Enfim, quanto mais pressão da sociedade essas moças sofrem, mais elas se afogam no vício das pílulas e mais nós a vemos afundar e cair em sua busca.
Toda a narrativa é demasiado crítica e mostra como eram os padrões de beleza e comportamento impostos as mulheres da época, algo que ainda acontece hoje em dia... É difícil não se sensibilizar diante dos tormentos de Anne, Jennifer e Nelly, pois, de maneira isolada, ou não, todas nós somos afetadas pelos esteriótipos criados e execrados pela mídia, que nos usa como meros produtos ou como chamariz para compra de outros.
Não contei nem um décimo da história, que é enorme e assemelha-se a uma novela televisiva de tantas reviravoltas que acontecem, mas, esse, é um livro que começa suave como um brisa e acaba como uma tormenta da qual não temos certeza se alguém conseguirá sair ileso... Ótima leitura para pensar e repensar valores!

site: http://olhoscastanhostambemtemoseufascinio.blogspot.com.br/

Duda 07/09/2015

Ótimo livro
Realmente nos faz voltar no tempo, quando todas as garotas tinham o sonho do teatro, além de mostrar essa conversão de Nova Iorque para Hollywood. Muito bom livro, retrata a vida de muitas divas dessa época que sofreram e viveram nessas condições. Além de o livro ser super viciante a história é cativante e vale a pena ler.

Lu 03/09/2015

Um livro atemporal. Vale a pena ler novamente!
Gostei tanto desse livro, que li em dois dias!
Para mim é o tipo de livro que vale ler novamente. O tema é tão atual!

Anne: uma jovem com a mente á frente do seu tempo, decidiu partir de sua cidade natal por saber que não teria futuro por lá. As mulheres de sua cidade natal não tinham planos senão o de casamento e ter filhos.
O enredo se passa numa época onde as mulheres eram obrigadas á abandonar o trabalho, e até mesmo a carreira ao se casar; portanto elas não tinham ambições senão a de ter um lar perfeito, com marido e filhos perfeitos. Anne queria continuar trabalhando, e ser bem sucedida.
Neely: uma atriz e cantora de teatro ambiciosa que por intervenção de Anne conseguiu um papel numa boa peça. Mas durante o desenvolvimento da história se mostra uma mulher extremamente problemática, com tendências autodestrutivas e incapaz de cultivar amizades verdadeiras. Tanto criticava Helen Lawson, que é como se durante o livro/filme ela se tornasse uma versão 'pior' dessa outra personagem.
Jennifer: uma mulher doce e sensível, que tudo o que queria era possuir o que nunca teve: amor e uma família. Nas palavras de Sharon Tate: Uma mulher simples, que teve a vida conduzida pelos acontecimentos (o destino).

As vidas dessas três personagens, de personalidades tão distintas, se cruzam em algum momento, onde estreitam laços de amizade, mas por algum motivo, foram desfeitos em algum momento no livro.

Analisando por outro ângulo:
O enredo desse livro mostra a competição por trás das cortinas de teatro, câmeras de televisão.. o estilo de vida problemático que as celebridades possuem, quando não tem "freio". (São pessoas como qualquer um de nós, e não podemos esquecer disso!)
A competição reforçada pela mídia entre mulheres: para conseguir trabalhos, para estar em evidência. Competição entre jovens x "o que é considerado uma idade avançada".
O desespero de Helen Lawson para se manter no topo, jovem, e em evidência para não ser esquecida é apenas um exemplo muito óbvio de tudo isso.
Helen e Neely se mostram "pessoas diferentes mas com o mesmo tipo de caráter duvidoso". Capazes de fazer qualquer coisa (até mesmo destruir amizades verdadeiras) para assegurar algo que julgavam ser o melhor para elas.

Jennifer, sofreu ao descobrir um câncer. Não só pelo estigma que ela sabia que enfrentaria logo á frente (naquela época um câncer era visto como a consequência de uma dst, e não uma anomalia... uma outra doença), mas também por sentir que "seu corpo era tudo o que tinha". Interiorizou as coisas que ouvia de sua mãe á ponto de acreditar que não possuía talento algum, e sentir que não possuía valor. E a objetificação de seu corpo por parte da mídia e dos homens veio á reforçar esse sentimento. Então para Jennifer seu valor tinha ligação com sua aparência.

Infelizmente as coisas não se modificaram muito de 1966 (ano de lançamento do livro), para 2015. É fácil se identificar com uma das personagens, o enredo, ou até mesmo com as experiências aqui citadas (competição entre mulheres, objetificação dos nossos corpos).
A autora abordou temas relacionados á experiências pessoais (ex: o câncer), e fatos que presenciou durante sua juventude quando tentou ter uma carreira de atriz.

Esse livro aborda muitos tabus; coisas que precisam ser discutidas. Para chegar na raiz do problema, você precisa abordá-lo e discuti-lo. (ex: o vício de Neely nas pílulas, sua estada no sanatório, os abortos de Jennifer e o quanto ela sofreu com isso).
Temas que para a época, eram ainda mais difíceis de ser discutidos do que é atualmente.

A autora escreveu de forma que prende a atenção dos leitores, e tendo base para isso.
Acredito que cinco estrelas para Jacqueline Susann é pouco!

Laura 28/10/2014

Gostei do livro! Achei que não ia curtir a leitura pelo fato da história não se passar nos tempos atuais mas eu adorei.
Confesso que em certas partes achei muita enrolação, porque o livro realmente conta tudinho sobre a vida de todos os personagens, não focando só na protagonista Anne, mas também em suas amizades mais próximas.
Fiquei mais encantada do que já sou por Nova York.

No fim, a história me decepcionou um pouco, mas achei ela bem realista, foi o que tinha de ser.

Mariana Melo 05/09/2013

Impressões de leitura
O livro vai contar a historia de 3 jovens amigas, Anne, Neely e Jennifer, que nos anos 50 buscam ideais de independencia feminina e sonham em ter sucesso no showbiz.

Ele conta com vários bastidores do mundo dos espetáculos, que estavam tão em alta naquela época - uma época, lembrem, sem o domínio da televisão e do cinema. Inclusive, o livro traz um pouco do crescimento da popularidade desses formatos de mídia, e as historias das personagens se entrelaça bastante com esse fenômeno.

A história tem uma faceta junkie que pode agradar aqueles que gostam de leituras mais degradantes como Christiane F, já que em alguns momentos as personagens têm problemas com pílulas estimulantes, emagrecedores e álcool.

Outro detalhe são as suas relações problemáticas com os homens: uma é submissa, outra está mais preocupada em achar um bom partido, etc. e durante todo a leitura temos uma desconstrução daquela ideia de amor romantico e feliz que costuma estar presente nos livros. Inclusive, essa foi uma das facetas que mais me agradou em O Vale das Bonecas - a imprevisibilidade, já que as historias de vida das personagens sempre nos surpreendem.

O livro é de leitura fácil, e se destaca por ter personagens de personalidades complexas, e de contar várias histórias periféricas tão interessantes quantos as das protagonistas.

Indico bastante a leitura, em especial pra quem curtiu a leitura de Christiane F., quem gosta dos anos 50 e 60, quem gosta dessa aura do showbusiness dessa época, dos musicais, etc.

Luiza 03/06/2013

O lado feio da fama
Para quem procura um romance gostoso com final feliz – ao menos final feliz para uma das três heroínas da história – este não é o livro indicado.
O "Vale das Bonecas" mostra os bastidores da Broadway, da indústria do cinema e do nascimento da televisão.
("Bonecas" era o apelido dos comprimidos calmantes, excitantes, ansiolíticos ou opiáceos muito usados pelos artistas, agentes, cantores e modelos desse métier)
Já li obras muito mais "pesadas", mas Jaqueline Susann não pretendeu escrever um romance leve, especialmente se considerarmos que ele foi escrito em 1966.
As heroínas – Anne, Neely e Jennifer – são bem diferentes entre si, mas todas alcançam o sucesso. Neely , porém, vai se mostrando maquiavélica, histérica e autodestrutiva; Jennifer, uma moça boa, mas frágil, com baixíssima autoestima, acaba cometendo suicídio por não ser amada por nada além de seu belo corpo; e Anne, que parece ser a mais forte, a mais centrada e incorruptível, acaba alimentando por décadas um amor semi-platônico por um cara egoísta – amor esse que, ao realizar-se, não traz exatamente a felicidade para sua vida.
Enfim, Jennifer se suicida, Neely torna-se amante do marido de Anne (após vários episódios trágicos, incluindo a internação em um sanatório) e Anne acaba casada com seu "grande amor", que, na verdade, mostrou mesmo ser o maior "comedor" das estrelas de sua agência. E, pra coroar, essa mesma bela e bem-sucedida Anne, que nunca bebeu ou viciou-se em barbitúricos, acaba "presa" – sei lá por quê! – a um casamento falido com esse "galinha". Para suportar as traições do marido infiel, também acaba viciando-se em Seconal (as tais "bolinhas vermelhas" que praticamente todo mundo daquele métier tomava pra dormir).
Achei a história cruel.
Talvez por esperar um livro mais romântico eu tenha me aborrecido com a história e com as personagens (especialmente com Anne, que eu tinha esperanças de que seria forte e se vingaria dessa sujeira toda). Mas não! Todo mundo é vítima nesse meio artístico e até as personagens mais fortes acabaram se submetendo de alguma forma, num nível maior ou menor. É um quadro "nu e cru" da riqueza e da fama. Ou melhor: é o seu lado feio, embrulhado em lindas mansões, belos vestidos, hotéis de luxo e festas intermináveis. Mas é por isso mesmo que o livro é bom.
O livro prende, terminei em 3 dias... Só não recomendo para quem está procurando uma história de amor; porque, ao fechar a última página, a gente sente uma revolta no peito. Especialmente se você que está lendo for mulher...
Mas é preciso sempre lembrar que o livro foi escrito em meados da década de 60, quando o cinema ainda começava a se preocupar com a "aparição" da TV na vida das pessoas. Isso foi antes da década de 70, antes do Vietnam, antes da fralda descartável, antes das pílulas anticoncepcionais! Ou seja: as mulheres ainda paravam de trabalhar pelo maridinho e o casamento ainda era um sonho mais-que-dourado para maioria das moças jovens. Em 1966, a mulher que completava 40 anos imaginava sua vida escoando pelo ralo, porque 40 anos já significava ser V.E.L.H.A. – velha pra quase tudo, pra trabalhar, pra ser bela, pra ter filhos, pra encontrar um amor...
Ler esse tipo de livro, em pleno alvorecer do 2º milênio (2013), às vezes dá um nó no estômago de revolta.
Mas... "c'est la vie". Ao menos assim "c'était la vie".
E, quando pensamos que "Oh, como as coisas mudaram em 50 anos!", bem, vamos avaliar direitinho e ver se mudaram mesmo.
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"[Quando a gente está na guerra] não se ousa pensar com tanta antecipação. Pensa-se apenas no dia-a-dia. Se nos atrevemos a pensar no futuro, qualquer futuro pessoal, perdemos a calma. De repente, nos lembramos de todas as coisas com que perdemos tempo... de todos os minutos que nunca recobraremos. Chegamos à conclusão de que a coisa mais importante é o tempo. Porque o tempo é vida. É a única coisa que não podemos ter de volta. Pode-se perder uma garota e talvez tê-la de volta, ou ainda achar outra. Mas um segundo, este segundo, faz irremediavelmente parte do passado".
* (Lyon Burke para Anne Welles, em "O Vale das Bonecas", de Jaqueline Susann*, pg. 45)

"Estou falando de amor, não do verbo esmolar. O amor não deve transformar a gente em mendigos. E eu não quero o amor, se tiver de pedir por ele. E eu desprezaria alguém que suplicasse o meu amor. O amor é algo que deve ser dado, algo que não pode ser comprado com palavras ou com piedade, ou mesmo com a razão. Eu nunca lhe suplicarei nada, Anne. Eu a amo, e você deve saber disso. E sempre a amarei".
* (Lyon Burke para Anne Welles, em "O Vale das Bonecas", de Jaqueline Susann*, pg 407)
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Jacqueline Susann (Filadélfia, Pensilvânia, 20 de Agosto de 1918 — Nova Iorque,21 de Setembro de 1974) foi uma escritora norte-americana conhecida pelos seus romances que foram muito vendidos. O seu livro mais notável foi Valley of the Dolls Vale das Bonecas (em português), um livro que quebrou todos os recordes de vendas e que deu origem a um filme e a uma série televisiva.
Faleceu em decorrência de um câncer de mama,que acarretou uma metástase.

Thaisinha 26/02/2012

O Vale das Bonecas
É um romance, que não é romântico. haha
Personagens fortes, histórias envolventes do submundo de atrizes, modelos e cantoras.
Achei muito bom, não é um livro "leve", se quer um romance água com açúcar, abandone. Jacqueline Susan arrebenta com temas como vício em barbitúricos, traições, alcoolismo e "amor".
Muito intenso.

Elis 28/05/2010

Nossa já não sei quem eu admiro mais se a Jennifer ou a Anne, pois jamais vi duas pessoas que passaram por tantas, superar tantos obstáculos. A Jennifer realmente é a pessoa mais amável que conheci, realmente tenta viver com o coração. A Anne pensa muito no amar e ser amada e talvez seja por isso que ela tenha passado por tudo isso, pra descobrir que a vida é a vida, e as vezes escolhemos o caminho errado.
A Neely é uma garota legal no começo, mas como sempre o sucesso sobe a cabeça das pessoas e elas acabam desandando.

Admito que enquanto lia a história pensava em bater em alguns personagens para ver se eles caiam em si, ou pelo menos acordavam. E acreditem não consegui parar de ler depois que comecei, cada vez que eu via o livro queria parar e ler até o fim, mas o trabalho me chamava e eu tinha de largar, mas admito que as 511 paginas voaram nas minhas mãos, já que li o livro em três dias. Eu poderia dizer que o final poderia ter sido horrível ou lindo. Porem admito ele foi realmente real.

A autora me surpreendeu por saber como nos prender as histórias, e por conseguir desenvolve-la tão bem, ainda mais por ela ser extensa.Meus Parabéns e desejo muito sucesso a mesma.

Recomendadérrimo......Nota 10!!!

Beijokas elis!!!!!!

@jaliagoraesuavez 06/04/2009

Demorei a ter coragem de ler esse livro, embora minha mãe sempre recomendasse dizendo que eu ia amar... ela acertou! Amei o livro!! Romance, passado em Nova York, adaptado para o cinema com uma continuação... quero mais o que??? Recomendo!