Fala Urupês? 16/02/2014
Psicopatia - Ahtange Ferreira
Helena é uma mulher com uma família linda, três filhos e um marido carinhoso, e trabalha em projetos de caridade. Sua vida parece estar ótima, até descobrir que seu atual chefe é seu antigo amor de faculdade, fazendo sentimentos se aflorarem. Depois de algumas situações estranhas acontecerem, eles se vêem sozinhos, e todos os sentimentos que nutriam um pelo outro tomaram forma, fazendo com que Helena se julgue e se culpe por ter traído sua família. Podia ter sido apenas mais um caso de traição simples, ou então uma história linda de romance depois de anos sem se ver. Podia, se não fosse Alex, o atual marido de Helena. Em alguns flashbacks podemos voltar aos tempos de faculdade, e compreender porque Helena ficou com Alex, e não com Rodrigo, seu antigo amor. E também podemos perceber atitudes estranhas por parte de Alex, um homem que faz de tudo para ser um bom pai e um bom marido, mas que percebemos ser apenas atitudes calculadas por um motivo maior.
O início da leitura me foi bem divertida, para conhecer os personagens, e como eu nao tinha lido a sinopse, não sabia qual dos dois homens da vida de Helena podia ser o psicopata. As informações técnicas são muito boas, pois acredito que todos nós deveríamos saber identificar um ou mais traços de personalidade que definem um psicopata, pela nossa segurança. Mas o desenvolvimento da história não me convenceu...
Eu tenho que deixar aqui minha decepção com as personagens femininas! Alex é lindo, sedutor, do corpo e sorriso perfeitos, mas vamos conversar, existem vários tipos de mulheres, sério mesmo que todas - TODAS - cairiam na lábia dele tão facilmente? Inclusive uma psicóloga! Vamos estender isso para Helena, que tinha três filhos para proteger, e sempre se colocava em situação fragilizada... Quando uma mulher em situação de violência doméstica não tem ajuda externa, o ideal é aceitar aquilo até o fim? Aai q nervoso que passei!
Além disso, achei que Ahtange se sentiu muito insegura em certos trechos do livro... E por conta disso, ela passava a mesma informação várias vezes, como se a repetição fosse convencer o leitor... Algo que realmente não precisava, porque eram características físicas ou de personalidade que ficam fixas na memória... E, para me deixar mais entristecida, um trecho antes do final me deixou com um enorme ponto de interrogação... Não posso entrar em detalhes para não dar spoiler, mas nada foi explicado sobre como tal personagem estava em tal local em tal momento, ele apenas surgiu! Ai temos crianças que sofreram muitos traumas, e ninguém pensou em levá-las ao psicólogo?
Para contrapor, eu gostei de dois personagens, o filho adolescente, e a sua namorada. Eles sim agiram como eu acho que deveriam... Tomaram atitude sobre suas vidas, foram atrás de soluções, demonstraram verdadeira personalidade... Uma personagem feminina que me deu orgulho, podia inspirar as outras né? Hahaha!
Acho que a história da Ahtange tem potencial, mas com várias coisas ainda para melhorar! =]
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