Regiane 02/05/2013
Melhor que PLL!
Eu também tinha reparado numa outra coisa sobre Emma: ela andava pelos corredores com os lábios apertados, como se estivesse prendendo a respiração; ela entrava no banheiro feminino só para se olhar no espelho, como que para reunir coragem outra vez. Nós duas tínhamos segredos. Nós duas estávamos muito sozinhas.
Eu sou apaixonada pela saga Pretty Little Liars. Tanto que devorei os 5 primeiros livros um atrás do outro. Quando eu soube do lançamento lá fora da série The Lying Game, eu fiquei super a fim de comprar, mas depois acabei deixando essa ideia de lado, porque pensei: "Um dia essa série chega ao Brasil". E não é que isso aconteceu? E o título por aqui, ficou como O Jogo da Mentira.
Fiquei imensamente feliz em ter recebido esse livro da Rocco, na apresentação dos seus lançamentos para esse semestre. Estava tão curiosa para lê-lo, que não resisti e o li em poucas horas. Eu já admirava muito o trabalho da Sara Shepard, mas posso dizer que em O Jogo da Mentira ela se superou. É muito melhor que PLL.
Sutton Mercer tinha uma vida para fazer inveja em qualquer pessoa. Então alguém a assassina, e agora a pior parte em estar morta é que não resta mais nada a fazer ou não. Ela já não tem mais beijos, nem segredos e muito menos reuniões com seus amigos, mas quando sua irmã gêmea, Emma - que lhe foi separada, antes mesmo de conhecê-la - entra em cena, Sutton consegue ter esperança: descobrir exatamente o que aconteceu a ela, já que não se lembra de praticamente nada da sua antiga vida.
Emma irá ceder a essa troca de papel, pois ela está tão desesperada quanto sua irmã para saber o que lhe ocorreu. Ela terá que juntar todas as pistas possíveis, e a única forma de fazer isso, será assumindo a vida de Sutton, de onde exatamente ela parou. Será que Emma conseguirá conviver com as melhores amigas da irmã? Convencer o namorado que ela é a garota por quem ele se apaixonou? Se passar por uma filha feliz e despreocupada diante dos olhos dos pais de Sutton? Conseguirá ainda sustentar essa farsa, mesmo percebendo que o assassino de sua irmã está observando cada um dos seus movimentos? O Jogo da Mentira está prestes a começar.
A narração desse livro é bem interessante, já que é executada por Sutton como fantasma, mas do ponto de vista de Emma, sendo intercalada entre 1ª e 3ª pessoa. A escrita é demasiadamente envolvente - o que colaborou para que a leitura fluísse naturalmente - me prendendo do início ao fim. Assim que virei a última página, senti uma extrema necessidade em ler a continuação. A ansiedade foi tanta, que não resisti e acabei comprando Never Have I Ever. Agora estou contando os dias para que chegue e eu possa finalmente ler.
Se existe uma coisa que Sara Shepard tira de letra na hora de escrever, é a criação dos mistérios e suspenses em suas histórias. Com certeza essa é a sua principal fórmula para o sucesso de suas obras, pois tudo se encaixa perfeitamente bem - conforme os segredos vão sendo revelados - sem deixar espaço para eventuais furos.
O contexto foi muito bem elaborado, com cenários e situações bem descritos que me permitiu imaginar tudo que ocorria ao redor com muita precisão. E quanto mais eu me aprofundava na história, mais a leitura se tornava viciante, pois O Jogo da Mentira é um livro um tanto instigante, com uma capacidade enorme de aguçar a curiosidade a cada novo capítulo. Sem contar que meus sentimentos variavam entre revolta e angústia ao ponto de eu querer roer todas as minhas unhas.
A maioria dos personagens possuem características bem marcantes, e por uma parte deles, eu me senti dividida entre amor e ódio. Eles tiveram a façanha de me causar os mais diversos sentimentos, pois em determinamos momentos, eles davam a entender que eram inocentes e em outros, nem tanto. Enquanto isso, eu tentava controlar a luta interna que só crescia.
Emma é uma garota que me comoveu, porque ela não levava uma vida nada fácil antes de saber da existência da sua irmã gêmea, e depois disso - quando tudo parecia que ia melhorar - piorou de vez. Eu me afeiçoei a ela por suas atitudes. Em nenhum momento ela se sentiu deslumbrada pelo novo mundo que lhe foi apresentado. A sua coragem diante da saia justa que lhe foi colocava é digna de admiração. Ela é uma protagonista e tanto. Sutton por outro lado me causou pena. Ao ver o quanto ela tinha perdido em vida por conta de sua postura um tanto egoísta e errada, e nem ao menos se lembrar de quem era a pessoa responsável pela sua morte, foi no mínimo bem triste. É claro que também senti repulsa devido as suas atitudes escrotas.
Laurel, a irmã caçula de Sutton não me agradou muito. Mostrou-se sem personalidade ao querer imitá-la e fazer de tudo para agradar as amigas da irmã, para ver se ganhava sua atenção. As amigas também me fizeram entortar o nariz, não sei se gosto menos de Madeline ou de Charlotte. Tive vontade de socar as duas em muitas situações. Apesar disso, tenho que admitir que elas são personagens muito bem construídas, e seus defeitos só fazem soar mais reais. Quanto a Garrett - o namorado de Sutton - eu não sei se ele não foi muito bem aproveitado na história, mas a impressão que tive, é que ele não passa de um cara bobão, que só mantém a fama, por conta da sua aparência. Já Ethan me cativou muito, porque ele, assim como Emma, consegue enxergar a simplicidade das coisas. Só espero que Shepard o explore mais no 2º livro.
Eu sinceramente não vou arriscar em assistir a série de TV, porque imagino que irá me decepcionar tanto quanto a de Pretty Little Liars. De uma coisa eu estou certa, quem acompanha e gosta, precisa ler, porque tenho quase certeza que vai amar ainda mais o livro.
Se você é fã de histórias que são capazes de tirar o fôlego, cheio de segredos e suspense, não pode deixar O Jogo da Mentira passar despercebido. Só não garanto que você não irá surtar de ansiedade após a leitura. Eu recomendo!