spoiler visualizarlivia 10/03/2024
Me marcou
A primeira vez que eu li esse livro, eu tinha 12 ou 13 anos, minha mãe pegou ele emprestado de uma amiga do trabalho. Devorei. Ainda naquela época, eu sentia que esse livro era especial.
Semana retrasada participei de uma gincana no trabalho em que eu tinha que contar uma história que me marcou, me emocionou e instantaneamente esse livro veio na minha cabeça. Quando contei pra minha mãe, ela comentou que lembrava o quanto eu tinha gostado do livro e no dia seguinte ela me deu ele de presente. Isso já torna o livro ainda mais especial.
E agora relendo depois de adulta, eu entendo porque eu, na crise dos 13, me apaixonei por esse livro.
Eu sempre amei cinema, a história do cinema, e fiquei fascinada de conhecer um pouquinho dessa história e de Georges Mélies. Da mesma forma que o pai de Hugo ficou impressionado vendo um foguete pousar no olho da lua, eu também fiquei, mesmo com toda a tecnologia do século XXI, acho que deixa tudo mais mágico.
Esse livro fala muito de máquinas, relógios e propósitos. Fala muito sobre criação e arte. A Lívia de 13 anos queria desesperadamente ter um propósito e hoje minha cabeça explode quando percebo que esse livro me ajudou meio que indiretamente a encontrar ele.
Tudo fez sentido pra mim quando eu descobri que o autor do livro é designer e obvio que é. O livro é uma ode a criação e a arte. E hoje, sendo estudante de design (o que eu nem cogitava ser com 13 anos) faz eu perceber o quanto que esse livro me levou a esse caminho. Esse livro fez eu me apaixonar pela arte do cinema, o que indiretamente fez eu cogitar estudar design (meu curso em específico aborda muito a sétima arte).
Esse livro é uma experiência. As ilustrações que passam pelas páginas como se tivessem sido feitas por um autômato e dançam por elas como um rolo de filme, me imergiu na história e me fez sentir ainda mais empatia e identificação com os personagens.
O livro é ficção mas brinca de uma forma tão legal com a vida real de George Mélies, que não deixo de admirar o autor (e ilustrador) por isso. Uma linda homenagem para esse homem tão fundamental para a história do cinema.
Eu amo esse, acho lindo, fofo, me permite sonhar?