A Canção da Relva

A Canção da Relva Doris Lessing




Resenhas - A Canção da Relva


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Jonas 21/01/2017

A Africa do Sul
É um erro achar que esse livro se trata de um romance água com açucar. É subestimar a obra de Doris Lessing, ganhadora do Nobel de Literatura. Este livro é um relato preciso sobre a vida dos colonos ingleses na África do Sul, sobre suas dificuldades e principalmente sobre as relações entre os fazendeiros brancos e os negros nativos.

Por meio da protagonista, que inicialmente se mostra excentricamente amavél, para depois se tornar uma personagem detestavel, Doris aborda o racismo daquele tempo e lugar. Nos mostra o dia a dia das famílias inglesas abandonadas em terras africanas, com o objetivo de se construir uma nação branca.

Os personagens são humanos demais, é quase como se eles realmente tivessem existido, o que não me surpreenderia se fosse o caso, dada a história de vida da autora. O calor da barraca descrito vai queimar na sua pele.

É frustante a forma que Doris Lessing é tratada no Brasil, como uma autora de romances água com açucar. Se você for fã de Clarice Lispector deveria ler esse livro. Clarice traduzia a obra de Doris e dá pra notar de onde vem a inspiração de algumas personagens. A protagonista, enquanto está na cidade, me lembrava Macabéa de A Hora de Estrela.

Já li toda a série Shikasta e Roteiro para Descida ao Inferno - que não gostei tanto - e A Canção da Relva, junto com O Casamento Entre As Zonas 3,4 e 5, se tornou meu favorito da Doris.
Getúlio Zagreu 03/05/2017minha estante
Olá, tudo bem? Acho que o país onde se passa a história é a antiga Rodésia do Sul, atual Zimbábue, não?


Jonas 18/06/2017minha estante
Getúlio, realmente rolou uma confusão quanto ao nome da Rodésia do Sul na distribuição geografica atualmente. Obrigado pela correção.




Kika 29/05/2009

Achei a estória insípida e fria. Não transmite calor, não transmite ânsia por adiantar a leitura. De certa maneira é um pouco melancólica, pois a personagem principal é assim.
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kiki.marino 22/07/2022

A Doris Lessing não é uma das minhas has favoritas mas suS personagens femininas são intrigantes, complexas e " más mulheres" na perspectiva de outros,que encontram dificuldades de se recriar e se desvincular da opinião social ou de comportamentos esperado da etiqueta social. Aqui a trama da vida de Mary é claustrofóbica e desintegrante,ela que é uma mulher branca na África do Sul dos anos 50, se vê submetida a violência a pobreza, traumas violência e seu lado bestial que se traduz em racismo e ojeriza a contato com seus serventes negros .
Na fazenda do seu fraco marido que ela despreza ou sente pena que irá se tornar lenta e profundamente ódio por si mesmo, ao sair de uma vida na cidade, com os privilégios de ser solteira e branca na África do Sul,para uma vida rural e grosseira, onde entra em desacordo com sua natureza adormecida e misteriosa.
É um livro árido ,sobre desumanização e os efeitos da colonização na psique das pessoas.
Foi outra boa perspctiva da literatura sul africana e das visões do colonialismo do qual li recentemente do COETZEE e Nadine gordimer.
Dizem que suas personagens femininas lembram a da Clarice Lispector, aqui a personagem me pareceu uma amálgama de Lily Bart de "A casa da alegria " da Warthon com a depressiva protagonista de Sylvia Plath em A redoma do vidro, casar ou não casar? Mulheres separadas por séculos, continentes e com os mesmos dilemas, angústias inércia e depressão ... Vidas Infelizes e tragicas.
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