Victoria (Vic) 30/12/2012“Um grande livro sobre uma pequena cidade”AVISO> PODE SER QUE CONTENHAM ALGUNS SPOILERS. SÓ LEIA A RESENHA SE JÁ TIVER CONHECIMENTO DA HISTÓRIA
J.K Rowling com certeza não é mais “a escritora de Harry Potter”. Ela conseguiu se superar neste livro, e confirmamos seu talento para a escrita.
Morte Súbita é um livro único. Indescritível. Seus personagens são completamente humanos, apesar de serem desprezíveis. Cada um tem uma característica própria, e um “fator x” que torna eles tão... nós.
O livro conta a história do pequeno vilarejo de Pagford. Já aviso que o livro se passa na atualidade, com internet, adolescentes rebeldes e eleições. No começo, temos a notícia da morte súbita de Barry Fairbrother, “a primeira peça do dominó local”. Ou seja, ele não podia tombar. Logo percebemos a diferença que ele fazia na vida das pessoas. O papel importante que ele representava. Ao longo do livro, temos o dia-a-dia dos personagens, uma eleição, e o Misterioso Fantasma de Barry Fairbrother. O livro é duro, pesado, engraçado, cheio de palavrões e pessoas traindo, se embebando, se drogando, e adolescentes bem “crescidos”, com atitudes que ficamos revoltados. Muitas coisas ficam “soltas” no livro, como o suposto estupro de Robbie, em que temos que supor o que houve. O final do livro, pelo menos na minha opinião, não deixou nenhuma ponta solta. Explicou tudo que aconteceu com os personagens, e deixou no ar o que poderia acontecer com cada um no futuro.
No final, com as mortes daquelas pessoas, sentimos choque, pena, comoção, e tristeza. Um baque grande, de personagens queridos, que já estávamos acostumados e cativados pela presença de tais. Ou seja, sentimos o que Pagford sentiu quando soube da morte de Barry Fairbrother. No começo, não compreendemos porque a cidade ficou tão chocada. Mas com a surpresa dos últimos capítulos, finalmente nos colocamos no lugar dos personagens.
Barry Fairbrother: Pela minha impressão, era um homem alegre, cativante, e que conseguia o que queria. Se preocupava muito com Krystal e etc, e as vezes esquecia da própria família. Ele movimenta a trama exatamente por não estar mais lá.
Dois pontos negativos do livro: Pra mim, foi o excesso de palavrões e a última frase. Gostei do final, mas achei a última frase péssima.
Mary Fairbrother: Achei que a viúva de Barry não foi muito explorada no livro. Pouquíssimas aparições e descrições pobres.
Colin “Pombinho” Wall: É um personagem que desde o começo senti afeto por ele. Por parecer uma pessoa ingênua, não sei. Ele tinha um TOC que o fazia ficar preocupado com coisas que ele nunca nem fez. Chega uma parte do livro em que ele está pensando se ele não matou Barry. Fiquei chocada com ele pensando se não molestou nenhum aluno, mas depois compreendi que aquilo era só da cabeça dele.
Tessa Wall: Também gostei bastante de Tessa. Uma mãe amável, preocupada, super cativante. Em geral, gostei bastante da família Wall.
Stuart “Bola” Wall: COM CERTEZA um dos personagens que mais gostei. Juro que desenvolvi uma pequena queda por ele, hahah. Não consigo imaginar o garoto, e apesar dele ser desprezível, acho incrível quando ele começa a falar com si mesmo sobre ser autêntico, e tudo mais. Gostei bastante do casal Bola+Krystal. Fiquei com pena de Stu, sinceramnete.
Simon Price: Não imaginam o quanto odeio Simon. Acho ele um personagem bem interessante, mas morria de raiva com todas as injustiças que ele fazia. Um homem violento, bruto, e imbecil.
Ruth Price: Estúpida. Essa foi uma das personagens “não chove nem molha” do livro. Achei que ela faria um papel mega importante, mas parece que ela só vive pelo marido. Se fosse ela, teria largado “Si” há muito tempo.
Andrew Price: Ameeeei o personagem Andy. Ele é rebelde, corajoso, bondoso, amigo, companheiro... achei uma gracinha a paixão que ele tinha por Gaia. Com certeza, um dos personagens que mais me cativou.
Paul Price: Por alguma razão, eu queria simplesmente ir pra Pagford e dar um abraço no Paul. Que menininho fofo! Fiquei revoltada com Simon zoando com o próprio filho. Argh.
Kay Bawden: Eu gostei da Kay. No começo, nem prestei atenção nela. Mas gostei do jeito que ela tratou os Weedon.
Gaia Bawden: Outra personagem única. Bonita, confiante, engraçada e ousada. Com certeza, o que toda garota gostaria de ser.
Gavin: Acabei de esquecer o sobrenome dele, hehehe. Gavin é um personagem chatérrimo. Não suporta Kay, mas mesmo assim a namora. Gaia também não gosta dele. Trabalha com Miles, e acaba se apaixonando por Mary, levando um merecidíssimo fora. (sim, eu sou má). Detestei Gavin, fiquei com raiva, assim como milhares de outros leitores.
Maureen: Maureen foi a personagem que mais detestei. Simplesmente não conseguia imaginar ela, além de ser uma velha vulgar, chata, e intrometida. Pra mim, J.K devia explorar mais a descrição da personagem.
Howard Mollison: Howard é um personagem comum. Aquele típico chefe de família, que ama Pagford, e que quer ser o chefe de tudo. Fiquei um pouco surpresa com o final dele. Achei que ele não mereceu, apesar de tudo.
Shirley Mollison: Não tem muito o que comentar. Uma mulher bem ciumenta, perigosa, me lembra muito Samantha, sua nora. Fiquei surpresa com o que ela queria fazer, no final.
Miles Mollison: Um dos primeiros personagens, gostei dele mais ou menos. Achei ele comum, mas bem humano.
Samantha Mollison: Me diverti com aquela necessidade de Sam de “alfinetar” as pessoas. Por outro lado, é uma mulher extremamente carente de atenção, e muuuito assanhada. Fiquei surpresa com a tamanha “piriguetisse” daquela mulher.
Parminder Jawanda: Uma mulher forte, séria, decidida. Adorei ela. Completamente. Me entreguei. E principalmente o final, que vemos uma Parminder arrependida e mudada. Sim, eu acredito em mudanças.
Suhkvinder: Adorei ela também. Queria começar a chorar com ela, a abraçar e dizer que tudo ia ficar bem. Uma personagem que se auto-mutila, sofre bullying e é extremamente insegura. Mas AMEI a mudança (pra melhor!) com ela nos últimos capítulos do livro. Juro que chorei com aquele final.
Terri Weedon: Ter é uma personagem revoltante, mas muito humana. Aquela mãe que ama os filhos, mas que não sabe demonstrar o amor, principalmente por ser viciada. Fiquei com muita pena dela no final.
Obbo: Tive que falar dele. Homem nojento, revoltante, ridículo. Fiquei com tanta raiva dele. O pior é que existe vários Obbo’s por aí.
Krystal Weedon: A melhor personagem. Sem mais nem menos. A pessoa mais engraçada, despachada, com o peso da responsabilidade sobre as costas. Aquela menina estava esgotada. Chorei no final.
Robbie Weedon: Eu não consigo nem pensar sobre ele, sem querer chorar. JK, você não tem sentimentos. :,(
Enfim, o livro trata sobre assuntos extremamente polêmicos: bebida, drogas, sexo, internet, auto-mutilação, bullying, traição, política, morte e vantagens pessoais. Pagford é nosso mundo. Pagford é a sua cidade, a minha, a nossa. Todos os problemas que tem lá tem aqui. O livro tem quatro estrelas. Uma obra de arte gigantesca, de uma autora incrível, que provou para o mundo que sua criatividade vai bem além de Harry, Hogwarts e Voldemort. Indescritível, emocionante. Ninguém pode deixar de ler.
xoxo, vickie♥
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