Helder 18/07/2013Decepção SubitaLendo este livro pude concluir que J.K. Rowling tem talento, mas também tem bastante sorte.
Diz a lenda que ela bolou toda a saga de Harry Potter em uma viagem de trem e que , sendo mãe solteira, escrevia num café. Esta “básica” inspiração transformou-a na escritora mais lida e por consequência na mais rica escritora do mundo.
Sorte que a sua primeira “inspiração” não foi Morte Subita, pois senão imagino que até hoje ela estaria passando fome. Difícil de entender um motivo para tal livro ser publicado, a não ser a fama de sua autora.
E que falta faz Barry Fairbrother nessa leitura, pois parece que a única coisa humana que existia em Pagford era ele.
O livro começa com sua morte. Aos poucos vamos descobrindo que ele era um conselheiro de um vilarejo inglês, algo como um deputado. Este vilarejo fica perto de uma cidade maior. Ele sempre quis ser pequeno, mas no passado, um grande proprietário de terras vendeu uma parte destas, e ali surgiu um bairro proletário pobre chamado Fields. A pobreza do local acabou trazendo as drogas, e com elas foi criada uma clinica de recuperação de drogados chamada Bellchapel.
Barry, era um cara legal que nasceu em Fields e conseguiu estudar, crescer na vida e virar um morador de Pagford. Sendo assim, ele sempre defendeu que as pessoas daquele local poderiam evoluir. Porém não é o que pensam as pessoas mais antigas da cidade. Portanto assim que Barry morre, começam as disputas por sua vaga no Conselho da Cidade. E ai somos apresentados a um grupo de pessoas desprezíveis.
Dificil listar quem eu detestei mais. Gavin, com seu bla bla bla de coitado que não consegue dar um fora numa mulher? Samantha , a 40tona no cio que quer dar e não sabe como? Miles , o filhinho da mamãe e do papai? Simon e sua estupida mulher, sempre tolerando suas reações? Colin Wall e seu complexo de perseguição? Terri Weedon e sua incapacidade de reação? Bola Wall e seu sonho de ser um delinquente? Howard Mollisson e o supra sumo da ambição: Ser um conselheiro em Pagford? Dra Jawanda e sua filha complexada?
Para mim o único personagem que não me trouxe nenhuma decepção foi Andrew. Kristal ,ao se sujeitar a Bola, caiu no meu conceito.
Parece que JK quis juntar todas as características polemicas da humanidade em um pequeno vilarejo. Ai ela resolve falar um pouco sobre cada um destes problemas. Drogas, pedofilia, homossexualismo, traição, violência doméstica, preconceito de crenças, etc.
Para mim, uma leitura é boa quando nos leva para outro mundo, porém aqui, o mundo criado por JK é muito pobre.E eu só queria era passar bem longe de Pagford. É como se ela não soubesse a realidade da vida. Não consigo me explicar, mas o livro parecia um manual didático de problemas, e isso deixou tudo muito chato. Como ler um livro com mais de 15 personagens se vc não se adequa a nenhum?
Como já foi dito em outras resenhas, as primeiras 200 paginas se arrastam. Depois fica melhor, mas mesmo assim, ainda me parece tudo muito forçado. As pessoas vão decaindo cada vez mais, até a autora nos levar ao fundo do poço, com um final extremamente amargo.
Se ela quis mostrar a vida como ela é, só me mostrou um monte de gente boba e sem ambições.
Acho, portanto, que não recomendo este livro a ninguém, pois não me agregou nada. A vida real é muito mais dura do que a contada ali. Ok, Krystal tinha problemas reais, mas a maioria daquele vilarejo está lá só para arrumar pelo em ovo.
Guardarei em minha memória meus amigos de HP. Os de Pagford, com certeza terão saído de minha memoria em poucos semanas.